Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
___________________________________________________________________________ Nome da Disciplina Saúde e Segurança do Trabalho Elaborado por Marcelo Loutfi 2015 É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Saúde e Segurança do Trabalho, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina. A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidisciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail. Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informação e documentação. Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suplemento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal. A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar! Unisa Digital Introdução ............................................................................................................................ 1 Unidade 1 Trabalho, Saúde e Segurança ................................................................................ 2 1.1 Legislação .................................................................................................................................. 2 1.2 Normas Regulamentadoras ...................................................................................................... 8 1.3 Documentos e Treinamentos ................................................................................................... 27 Unidade 2 Atividades de Risco .............................................................................................. 32 2.1 Os riscos ambientais ................................................................................................................ 32 2.2 Avaliações de riscos ................................................................................................................. 48 Unidade 3 Adicionais de Risco .............................................................................................. 57 3.1 A insalubridade ........................................................................................................................ 57 3.2 A periculosidade ....................................................................................................................... 63 Unidade 4 Equipamentos de Proteção .................................................................................. 68 4.1 Proteção Individual .................................................................................................................. 68 4.2 Proteção coletiva ..................................................................................................................... 72 4.3 Proteção contra incêndio ......................................................................................................... 74 Unidade 5 Departamentos de Segurança e Saúde ................................................................. 79 5.1 A CIPA ....................................................................................................................................... 79 5.2 O SESMT ................................................................................................................................... 84 Unidade 6 Documentação Previdenciária ............................................................................. 89 6.1 Documento do PPP .................................................................................................................. 89 6.2 Orientação geral do PPP .......................................................................................................... 93 Respostas Comentadas das atividades propostas ......................................................................... 97 Referências .................................................................................................................................... 111 1 INTRODUÇÃO Bem vindos ao curso de Saúde e Segurança do Trabalho! Este é um tema vasto e necessário a todos os profissionais. Na atualidade não podemos imaginar alguém sem conhecimentos mínimos de prevenção e segurança. Neste trabalho, procuramos ilustrar ao máximo as diversas situações em que é necessária a intervenção de um gestor. Começamos pela legislação básica de segurança e procuramos resumir os principais itens que devem ser atendidos. As atividades de risco são um caso aparte onde é necessária uma observação apurada para avaliar e entender o que realmente se passa nas atividades. Lembre-se sempre que a melhor forma de obter sucesso, neste ponto, é conversando com os trabalhadores. O diálogo é a melhor solução. Claro que não podíamos deixar de falar dos equipamentos de proteção individual e nem da proteção coletiva. Colocamos um breve destaque sobre a prevenção de incêndio, entendendo que é útil nas nossas atividades. Dois órgãos preconizados na legislação, a CIPA e o SESMT, tiveram especial atenção, até porque quase sempre estes departamentos são subordinado ao RH. Finalmente falamos um pouco sobre o tópico do perfil profissiográfio relativo à legislação previdenciária. O principal é que você conheça um pouco dos diversos assuntos e possa, na medida do necessário e dentro do seu campo de atuação, aprofundar nos temas. Boa sorte! 2 1 Trabalho, Saúde e Segurança Nesse capítulo será apresentada uma breve visão sobre o mundo do trabalho e as implicações relacionadas com a saúde e segurança de quem trabalha. O trabalhador é o foco principal deste tópico e veremos ainda que a saúde e a segurança do trabalhador são amparadas por leis e normas específicas. 1.1 Legislação Todos desejam o bem estar físico e psíquico. O trabalho não é apenas um meio de conseguir este objetivo, mas também uma forma de realização pessoal e de por vezes de grande satisfação social. Ao longo do tempo observamos, entretanto que o esforço físico intenso os ambientes que são por vezes adversos, com presença de agentes nocivos à saúde tornam o trabalho uma fonte de prejuízo à integridade física dos trabalhadores. Saúde e segurança passaram a ser então um compromisso cada vez mais intenso e necessário para que o trabalho se desenvolva de forma a evitar estes agravos, ou melhor, estas implicações danosas ao trabalhador. O objetivo será sempre o mais absoluto bem estar do trabalhador. Esta é a posição inclusive da Organização Internacional do Trabalho, OIT. A OIT foi criada em 1919, fazendo parte do sistema das Organizações das Nações Unidas (ONU) com estrutura composta por governos e organizações de trabalhadores emitindo documentos visando permanente justiça e paz universal. Um dos principais documentos que são emitidos é de chamada convenção e cada uma delas recebe uma numeração. Uma vez que a convenção é aceita pelo país membro, ou seja, um país que participa da OIT como o Brasil, por exemplo, a convenção ganha força de Lei neste país. 3 No caso conforme a Convenção 155 da OIT “o termo saúde, com relação ao trabalho, abrange não só a ausênciade afecções ou doenças, mas também os elementos físicos e mentais que afetam a saúde e estão diretamente relacionados com a segurança e a higiene no trabalho”. Nada menos! Na definição, aparece o termo higiene do trabalho, sendo que internacionalmente se usa como sinônimo o termo higiene ocupacional para definir “a ciência que se dedica ao estudo dos ambientes de trabalho e à prevenção das doenças causadas por eles” (FUNDACENTRO, 2004). Higiene e saúde ocupacionais são conceitos importantes e coligados. Não estamos falando da higiene como limpeza de sujeiras apenas, mas de todo contaminante existente, como por exemplo, produtos químicos e outros. Queremos chamar atenção para o fato do ambiente, qundo contaminado por algum produto poderá causar alguma doença. Esta preocupação, não é de hoje, já em 1700 foi publicado um livro importante na história da higiene e medicina do trabalho, chamada de “De Morbis Artificum Diatriba”, do médico Bernardino Ramazzini. Atenção A Convenção 155 das OIT foi promulgada pelo Brasil transformando-se em Lei, conforme Decreto 1.254 de 29 de setembro de 1994. Portanto no Brasil “o termo saúde, com relação ao trabalho, abrange não só a ausência de afecções ou doenças, mas também os elementos físicos e mentais que afetam a saúde e estão diretamente relacionados com a segurança e a higiene no trabalho”. 4 Neste livro o médico relaciona uma doença diretamente com o trabalho que é feito. Por exemplo, se o trabalhador apresenta palidez cutânea (pele branca), dores gástricas e outros sintomas, e trabalhava com chumbo, provavelmente tinha uma doença chamada de saturnismo que é uma intoxicação por chumbo, um metal pesado. Importante notar que, foi Ramazzini o primeiro a introduzir na anamnese (entrevista) médica, a pergunta: Qual é o seu trabalho? Dessa forma conseguiu identificar a doenças e de pronto iniciar o tratamento. Cabe, portanto, à higiene do trabalho fazer melhorias no ambiente para que este contaminante, no caso anterior o chumbo, não agredisse o trabalhador causando a perda da saúde do mesmo, e de seus companheiros, que por hora, podem não estar doente. Figura 1: Livro “De Morbis Artificum Diatriba” de Bernardino Ramazzini. Fonte: Capa Livro da Fundacentro. Figura 2: Médico fazendo anamnese, ou seja, a primeira entrevista do médico com o paciente (WIKIPEDIA). 5 Relembrando, então, que a higiene é a maneira de conservar o ambiente em condições dignas de trabalho e sem apresentar contaminantes ou agentes agressores, promovendo a saúde ocupacional, ou seja, a saúde no trabalho. Para alcançar este objetivo, a sociedade como um todo percebeu que seria necessário impor Leis que apoiassem os trabalhadores na luta por melhores condições de higiene saúde e trabalho. No Brasil, além de vários decretos como o que promulgou a Convenção 155 da OIT, foram emitidos, mas a principal Lei é sem dúvida a Constituição Brasileira, vejamos o que diz a constituição. Constituição Federal de 1988 em seu Artigo 7º: “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXII - Redução dos riscos inerentes aos trabalhos, por meio de normas de saúde, higiene e segurança do trabalho;” Vemos no artigo 7º da Constituição Federal de 1988 (CF88), que a relação de trabalho encontra-se amparada no mais alto nível legal de nosso país. Manda a CF88 que se emitam Leis e Normas de segurança e saúde do trabalho para redução dos riscos que são impossíveis de serem eliminados (inerentes aos trabalhos) e que se for possível evidentemente seja totalmente retirado do ambiente de trabalho. Devemos deixar claro que a redução é apenas para o que é inerente, ou seja, impossível, pela tecnologia existente, de ser retirado do ambiente. Se for possível eliminar o risco devemos eliminá-lo. Isto fica claro inclusive pela Lei que apresentamos a seguir, Lei 10.406 de 2002, que é outra importante Lei a ser lembrada. Código Civil Brasileiro Lei 10.406/02: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 6 Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. Se não bastasse ainda incorre em penas criminais aquele coloca alguém em perigo, independente da consequência, conforme segue. Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. Código Penal Brasileiro Atenção O artigo 927, do Código Civil Brasileiro (CCB), manda a empresa reparar o dano, ou seja, pagar ao trabalhador ou sua família pela doença ou acidente que o trabalhador possa sofrer fruto do trabalho. Para a segurança a melhor forma de evitar o dano e, portanto a reparação com conseqüentes gastos financeiros é cumprindo rigorosamente os preceitos das chamadas Normas Regulamentadoras (NRs). Somente dessa forma a empresa poderá ter alguma defesa em relação aos acidentes e doenças do trabalho. 7 As Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho são então a chave para preservar a saúde do trabalhador e também evitar gastos desnecessários para a empresa. Este será o próximo tópico de estudo. Saiba Mais “Somente na região da Grande São Paulo, tramitam hoje nos tribunais algumas centenas de ações contra empresas. Muitos empresários, industriais ou comerciantes poderão, no decorrer dessas ações, vir a ser obrigado a prestar contas, pessoalmente, nos tribunais criminais, o que era inimaginável até há pouco. Com as alterações que vêm ocorrendo tanto na legislação acidentária como na prevencionista, nos últimos anos, a empresa que não cumprir as normas de Segurança e Higiene no Trabalho fica passível de sofrer, pelo Ministério Público, uma ação civil pública, de caráter fulminante, porque possibilita, através de liminar, a imediata interdição de máquina, setor de obra ou fábrica ou até mesmo da fábrica toda. Pode ainda o Ministério Público mover uma ação penal pública contra a empresa, enquadrando-a em contravenção penal. Se o descumprimento culposo das normas de Segurança e Higiene resultar em acidente do Trabalho, a empresa passa a ficar passível de sofrer mais três ações judiciais: uma ação indenizatória, proposta pelo acidentado; uma ação penal contra o empregador ou contra os responsáveis pela empresa, movida pelo Ministério Público; e uma ação regressiva, de iniciativa da Previdência” (THAME, 1992). Aqui você deverá indicar textos complementares, fatos que estejam relacionados aos temas e conteúdos, ofereça novas informações que irão agregar conhecimento ao aluno. 8 1.2 Normas Regulamentadoras A Segurança do Trabalho é o conjunto de atividades relacionadas com a prevenção de acidentes, doenças e com a eliminação de condições inseguras de trabalho. A finalidade, portanto, é de criar ambientes saldáveis, seguros e produtivos. Para alcançar esses objetivos desenvolveu-se uma série de técnicas, procedimentos e principalmente aschamadas Normas Regulamentadoras (conhecida como NR ou no plural NRs) que tem sua obrigatoriedade amparada pela força de Lei N.º 6.514/77. Referida Lei 6514/77 nada mais fez que alterar o capítulo 5 da CLT. Daí então surgiu as Normas Regulamentadoras. A Lei diz o que se deve fazer, mas nem sempre diz como se faz, então é importante em alguns casos dizer como fazer. O como fazer é justamente o que se encontra prescrito nas chamadas Portarias, ato do poder executivo que diz como fazer para atender tal Lei. Exemplificando. CLT = Consolidação das Leis Trabalhistas Decreto 5.452 de 01-05-1943 Capítulo V: Artigos 154 até 201 LEI 6.514 de 22-12-1977 Capítulo V: Artigos 154 até 201 “O que se deve fazer” Portaria 3.214 de 08-06-1978 Normas Regulamentadoras de 1 a 36 “Como se deve fazer” 9 A seguir de forma resumida vamos explicitar o que trata cada Norma Regulamentadora (NR) conforme consta na Portaria 3.214/77. NR1 - Disposições Gerais: Campo de aplicação de todas as Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho, bem como os direitos e obrigações do Governo, dos empregadores e dos trabalhadores no tocante a este tema específico. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 154 a 159 da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT. NR2 - Inspeção Prévia: Estabelece as situações em que as empresas deverão solicitar ao MTE a realização de inspeção prévia em seus estabelecimentos, bem como a forma de sua realização. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 160 da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT. Norma Regulamentadora 1. Fonte (DOVER ELECTRONIC PICTORIAL AND DESIGN, 1995). Norma Regulamentadora 2. Fonte (SESMT). 10 NR3 - Embargo ou Interdição: Paralisação de serviços, máquinas ou equipamentos, pela não observancia dos procedimentos trabalhista, podendo ser adotada medidas punitivas no tocante à Segurança e a Medicina do Trabalho. A fundamentação legal, é o artigo 161 da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT. NR4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho: Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT a contratarem pessoas especializadas em segurana e medician do trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 162 da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT. Norma Regulamentadora 3. Fonte (SESMT). Norma Regulamentadora 4. Fonte (DOVER ELECTRONIC PICTORIAL AND DESIGN, 1995) 11 NR5 - CIPA: Estabelece a obrigatoriedade nas empresas organizarem e manterem em funcionamento, uma comissão constituída exclusivamente por empregados com o objetivo de prevenir infortúnios laborais, eliminando as possíveis causas de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. A fundamentação legal, que dá embasamento jurídico, são os artigos 163 a 165 da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT. NR6 - EPI: Estabelece e define os tipos de EPI’ s a que as empresas estão obrigadas a fornecer a seus empregados, sempre que as condições de trabalho o exigir, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, que dá embasamento jurídico, são os artigos 166 e 167 da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT. Norma Regulamentadora 5. Finte (SESMT) Norma Regulamentadora 6. Fonte (SESMT). 12 NR7 - PCMSO: Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com os respectivos exames ocupacionais: Admissional, demissional, mudança de função, retorno ao trabalho e periódico. A fundamentação legal, desta NR, são os artigos 168 e 169 da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT. NR8 - Edificações: requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 170 a 174 da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT. Norma Regulamentadora 7. Fonte (SESMT) Norma Regulamentadora 8. Fonte (Pixbay). 13 NR9 – PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais): Estabelece a obrigatoriedade de elaboração, implementação, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, visando à preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 175 a 178 da CLT. NR10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade: Trata da segurança dos trabalhadores que se ativam em instalações elétricas de baixa ou alta tensão. Norma Regulamentadora 9. Fonte (Pixbay). Norma Regulamentadora 10. Fonte (Pixbay). 14 NR11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais: Estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais de trabalho, no que se refere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma mecânica quanto manual, objetivando a prevenção de infortúnios laborais. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 182 e 183 da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT. NR12 - Máquinas e Equipamentos: Estabelece as medidas prevencionistas de segurança e higiene do trabalho a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes do trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 184 e 186 da CLT. Norma Regulamentadora 11.Fonte (Pixbay) Norma Regulamentadora 12. Fonte (Pixbay) 15 NR13 - Caldeiras e Vasos de Pressão: Estabelece todos os requisitos técnico-legais relativos à instalação, operação e manutenção de caldeiras e vasos de pressão (compressores), de modo a se prevenir a ocorrência de acidentes do trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 187 e 188 da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT. NR14 - Fornos: Estabelece as recomendações técnico-legais pertinentes à construção, operação e manutenção de fornos industriais nos ambientes de trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 187 da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT. Norma Regulamentadora 13.Fonte (Pixbay) Norma Regulamentadora 14. Fonte (Pixbay). 16 NR15 - Atividades e Operações Insalubres: As atividades, operações e agentes insalubres, as situações que, quando vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos trabalhadores, ensejam a caracterização do exercícioinsalubre, e também os meios de proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas à sua saúde. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 189 e 192 da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT. NR16 - Atividades e Operações Perigosas: Regulamenta as atividades e as operações legalmente consideradas perigosas. A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à caracterização da periculosidade é a NR16, para atividades com explosivos, inflamáveis, energia elétrica, vigilância patrimonial e radiação ionizante, sob determinadas condições. Norma Regulamentadora 15. Fonte (Pixbay). Norma Regulamentadora 16. Fonte (Pixbay). 17 NR17 - Ergonomia: Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. A fundamentação legal, que dá embasamento jurídico, são os artigos 198 e 199 da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT. NR18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção: Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento de organização, que objetivem a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção civil. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 CLT. Norma Regulamentadora 17. Fonte (Pixbay). Norma Regulamentadora 18. Fonte (Pixbay). 18 NR19 - Explosivos: Estabelece as disposições regulamentadoras acerca do depósito, manuseio e transporte de explosivos, objetivando a proteção da saúde e integridade física dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso II da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT. NR20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis: Estabelece as disposições regulamentares acerca do armazenamento, manuseio e transporte de líquidos combustíveis e inflamáveis, objetivando a proteção da saúde e a integridade física dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho. A fundamentação legal, que dá embasamento jurídico, é o artigo 200 inciso II da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT. Norma Regulamentadora 19. Fonte (Pixbay). Norma Regulamentadora 20. Fonte (DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM, 2005) 19 NR21 - Trabalho a Céu Aberto: Tipifica as medidas prevencionistas relacionadas com a prevenção de acidentes nas atividades desenvolvidas a céu aberto, A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT. NR22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração: Estabelece métodos de segurança a serem observados pelas empresas que desenvolvem trabalhos subterrâneos de modo a proporcionar a seus empregados satisfatórias condições de Segurança e Medicina do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 293 a 301 e o artigo 200 inciso III, todos da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT. Norma Regulamentadora 21. Fonte (SESMT). Norma Regulamentadora 22. Fonte (Pixbay). 20 NR23 - Proteção Contra Incêndios: Estabelece as medidas de proteção contra Incêndios, que devem dispor os locais de trabalho, visando à prevenção da saúde e da integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, jurídica, é o artigo 200 inciso IV da Consolidação das Leis Trabalhistas - Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT. NR24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho: Disciplina os preceitos de higiene e de conforto a serem observados nos locais de trabalho, especialmente no que se refere a: banheiros, vestiários, refeitórios, cozinhas, alojamentos e água potável, visando à higiene dos locais de trabalho e a proteção à saúde dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 CLT. Norma Regulamentadora 23. Fonte (Pixbay). Norma Regulamentadora 24. Fonte (Pixbay). 21 NR25 - Resíduos Industriais: Estabelece as medidas preventivas a serem observadas, pelas empresas, no destino final a ser dado aos resíduos industriais resultantes dos ambientes de trabalho de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso VII da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT. NR26 - Sinalização de Segurança: Estabelece a padronização das cores a serem utilizadas como sinalização de segurança nos ambientes de trabalho, de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, que dá embasamento jurídico, é o artigo 200 inciso VIII, da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT. Norma Regulamentadora 25. Fonte (Pixbay). Norma Regulamentadora 26. Fonte (DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM, 2005). 22 NR27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do Trabalho: Estabelece os requisitos a serem satisfeitos pelo profissional que desejar exercer as funções de técnico de segurança do trabalho, em especial no que diz respeito ao seu registro profissional como tal, junto ao Ministério do Trabalho. NR28 - Fiscalização e Penalidades: Estabelece os procedimentos a serem adotados pela fiscalização trabalhista de Segurança e Medicina do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, tem a sua existência jurídica assegurada, em nível de legislação ordinária, através do artigo 201 da Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT. Norma Regulamentadora 27. Fonte (Pixbay). Norma Regulamentadora 28. Fonte (Pixbay). 23 NR29 - Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário: Regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiros socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários. A sua existência jurídica está assegurada em nível de legislação ordinária, através da Medida Provisória n° 1.575-6, de 27/11/97, do artigo 200 da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT, o Decreto n°99.534, de 19/09/90 que promulga a Convenção n° 152 da Organização Internacional do Trabalho - OIT. NR3O - Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário: Aplica-se aos trabalhadores de toda embarcação comercial utilizada no transporte de mercadorias ou de passageiros, na navegação marítima de longo curso, na cabotagem, na navegação interior, no serviço de reboque em alto-mar, bem como em plataformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento, e embarcações de apoio marítimo e portuário. A observância desta Norma Regulamentadora não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições legais com relação à matéria e outras oriundas de convenções, acordos e contratos coletivos de trabalho. Norma Regulamentadora 29. Fonte (Pixbay). Norma Regulamentadora30. Fonte (Pixbay). 24 NR31 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA AGRICULTURA, PECUÁRIA SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQÜICULTURA: Esta Norma Regulamentadora tem por objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho. Esta Norma Regulamentadora se aplica a quaisquer atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura, verificadas as formas de relações de trabalho e emprego e o local das atividades. NR32 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE: Esta Norma Regulamentadora - NR tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. Norma Regulamentadora 31. Fonte (Pixbay). Norma Regulamentadora 32. Fonte (Pixbay). 25 NR33 - SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS: Esta Norma tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços. NR34 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO E REPARAÇÃO NAVAL: Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval. Consideram-se atividades da indústria da construção e reparação naval todas aquelas desenvolvidas no âmbito das instalações empregadas para este fim ou nas próprias embarcações e estruturas, tais como navios, barcos, lanchas, plataformas fixas ou flutuantes, dentre outras. Norma Regulamentadora 33. Fonte (SESMT). Norma Regulamentadora 34. Fonte (Pixbay). 26 NR35 - TRABALHO EM ALTURA: Esta Norma estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. NR36 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM EMPRESAS DE ABATE E PROCESSAMENTO DE CARNES E DERIVADOS: O objetivo desta Norma é estabelecer os requisitos mínimos para a avaliação, controle e monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indústria de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano, de forma a garantir permanentemente a segurança, a saúde e a qualidade de vida no trabalho, sem prejuízo da observância do disposto nas demais Normas Regulamentadoras - NR do Ministério do Trabalho e Emprego. Dica Recomendamos acessar o site www.mte.gov.br. Norma Regulamentadora 35.Fonte (Pixbay). Norma Regulamentadora 36. fonte (MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO, 2013). http://www.mte.gov.br/ 27 1.3 Documentos e Treinamentos Para facilitar a aplicação das NRs faremos uma tabela das principais preocupações que devem nortear nossa gestão. Assim quando você iniciar os trabalhos poderá fazer um check list da condição de trabalho conforme a legislação. Alguns destes itens você terá maiores informações na NR específica e também nesta apostila. Exigência Norma Regulamentadora Recomendações Elaborar Ordem de Serviço (Instruções de Segurança) NR1 Sempre que necessário, para todas as atividades. Declaração de Instalações NR2 Sempre que solicitado Antes do empreendimento Registro do SESMT NR4 Se for necessário pelo dimensionamento do Grau de Risco e Número de Funcionários Implantação da CIPA NR5 Se necessário Treinamento dos membros da CIPA NR5 Treinamento de 20 horas. Renovado a cada gestão de CIPA (Anual) Registro do fornecimento de EPI NR6 Revisar mensalmente Verificação do CA Certificado de Aprovação do EPI NR6 A cada compra. Revisar anualmente Programa de Controle Médico Ocupacional - PCMSO NR7 Revisar Anualmente. Manter o documento básico a disposição da fiscalização. Sempre deve ser elaborado por Médico do Trabalho Exames Médicos NR7 Conforme a determinação do Médico do PCMSO Manter cópia do ASO (Atestado de saúde ocupacional) no registro do funcionário Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA NR9 Revisar Anualmente Manter o documento a deposição da fiscalização. 28 Exigência Norma Regulamentadora Recomendações Manter um prontuário de Instalação Elétrica e Diagrama Unifilar NR10 Uma vez e sempre que houver alguma modificação, ou a critério do engenheiro eletricista que fez o prontuário. Treinamento aos eletricistas da empresa NR10 Inicial e reciclagem a cada dois anos. Manter certificado no prontuário Treinamento de operador de Empilhadeira NR11 Inicial e Reciclagem anual. Se habilitado (CNH) emitir crachá de identificação interna. Exame médico especial. Capacitação para trabalho em máquinas NR12 Treinamento periódico e antes d iniciar o trabalho Inspeção de Máquinas e Equipamentos NR12 Ter um relatório de inspeção antes da máquina entrar em funcionamento. Manter atualizado o prontuário de caldeiras e Vasos sob Pressão NR13 Abrir prontuário e fazer a revisão conforme apontado pelo engenheiro mecânico no prontuário. Fazer laudo de Insalubridade NR15 Rever sempre que houver modificações no ambiente ou locais novos ou funções novas. Fazer laudo de Periculosidade NR16 Rever sempre que houver modificações no ambiente ou locais novos ou funções novas. Fazer laudo de ergonomia NR17 Rever sempre que houver modificações no ambiente ou locais novos ou funções novas. Fazer o PCMAT de uma obra NR18 Sempre que a obra atingir ou for atingir vinte funcionários. Deve ser feito por Engenheiro de Segurança do Trabalho Para trabalhos com explosivos deve ter análise da condição de segurança no PPRA. NR19 Elaboração diferenciada do PPRA Para trabalhos com inflamáveis deve ter análise da condição de segurança no PPRA. NR20 Elaboração diferenciada do PPRA Treinamentos em locais com inflamáveis. NR20 Vários treinamentos de 4h até 32h dependendo da instalação. 29 Exigência Norma Regulamentadora Recomendações Elaborar Programa de Gerenciamento de Risco em Minas NR22 Programa sob a supervisão de engenheiro de segurança para atender toda a norma. Treinamento de Brigada de incêndio NR23 Fazer treinamento conforme determina o Copo de Bombeiros Estadual. Inspeção e Relatório dos locais de trabalho NR24 Verificação do ambiente conforme as prescrições da NR24, sobre número de banheiros, vestiários, bebedouros, etc. Verificação dos resíduos e poluentes gerados. Fazer relatório. NR25 Verificar normas Municipais e Estaduais sobre meio ambiente. Utilizar sinalização de segurança NR26 Fazer um relatório ou projeto de sinalização do ambiente. Atentar para as normas do copo de bombeiros. Para trabalhos em hospitais com explosivos deve ter análise da condição de segurança no PPRA. NR32 Elaboração diferenciada do PPRA Treinamento em espaço Confinado NR33 Treinamento de 8h ou de 40h para o supervisor de entrada. Reciclagem anual. Treinamento para trabalho em altura. NR35 Treinamento de 8h e reciclagem anual. Com relação a estas normas nemtodas se aplicam as atividades do local em que você trabalha. Por exemplo, se você trabalha em telemarketing com certeza não possui obrigação de fazer treinamento de para trabalho altura, conforme determina a NR35, mas certamente terá de atender a NR17 que trata de ergonomia. Na continuidade do curso progressivamente iremos nos aprofundar em algumas NRs, por exemplo, no capítulo 3 trataremos mais de perto o assunto CIPA (NR5) e SESMT (NR4). Por hora vamos finalizando este capítulo, que possui muita legislação, fazendo exercícios de fixação. Curiosidade Veja este vídeo da FUNDACENTRO (Órgão do Ministério do Trabalho). Você vai ter mais informações sobre a Norma Regulamentadora de N.º 9 o PPRA. Site www.youtube.com/watch?v=y7gWkS1lVHo http://www.youtube.com/watch?v=y7gWkS1lVHo 30 Explore seu Conhecimento Capítulo 1 1. Faça uma correspondência entre as colunas Norma Regulamentadora NR e o assunto. Por exemplo: NR32 = ( z ) z) Segurança Hospitalar Assim por diante conforme o modelo abaixo. NR 3 = ( ) a) Assunto Eletricidade NR 6 = ( ) b) Assunto Exame Médico NR 7 = ( ) c) Assunto Embargo e interdição NR 9 = ( ) d) Assunto Espaço Confinado NR 10 = ( ) e) Assunto Ergonomia NR 17 = ( ) f) Assunto Obra de Construção NR 18 = ( ) g) Assunto Equipamento de Proteção individual NR 33 = ( ) h) Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 2. Diga se é verdadeiro (V) ou Falso (F), as frases a seguir. ( ) As Convenções da OIT podem ser ratificadas e possuem então força de Lei. ( ) O Brasil não faz parte da OIT. ( ) Conforme a Convenção 155 da OIT saúde é ausência de doença. ( ) Conforme a Constituição Federal do Brasil cabe indenização aos acidentes de trabalho. 3. Complete a frase a seguir. O primeiro medico, conhecido, a usar da anamnese para identificar doenças do trabalho foi __________________________. 31 4. O artigo 927 do Código Civil Brasileiro obriga o empregador à indenizar as vítimas de acidente desde que tenha havido um ato faltoso. Diga quais são os dois artigos do CCB que tratam do ato faltoso. Resposta: Artigo n.º _________________ Resposta: Artigo n.º _________________ 5. Complete com o exame médico que o funcionário deve ser submetido e que não consta na lista abaixo: Admissional, Mudança de Função, Demissional, Retorno ao Trabalho e ______________. 32 2 Atividades de Risco Nesse capítulo será apresentada uma breve visão sobre os riscos existentes no mundo do trabalho. Na primeira etapa vimos à legislação, suas Normas Regulamentadoras, Leis, Código Civil e Código Penal entre outros detalhes. De fato a sociedade exige certas medidas de cautela. As Leis e Códigos são as respostas dadas aos problemas de segurança existente no ambiente laboral. Mas como você já pode perceber nem tudo se aplica e nem tudo se relaciona com a atividade que está sob seu amparo como gestor de uma empresa. Em outras palavras as Leis são respostas, mas qual é afinal a pergunta? Isto é o que veremos neste capítulo. Qual é o risco que existe no ambiente em que trabalho? A partir deste conhecimento poderemos então verificar as Normas Regulamentadoras que devem ser aplicada. Algumas normas são comuns a todos os ambientes, mas algumas são específicas e para sabermos como aplicar precisamos conhecer os riscos do ambiente. Como faremos isto? Através da análise de risco. Neste capítulo você irá analisar riscos, verificar quais as condições de proteção contra estes riscos e também ver como a NR poderá ajudar nesta etapa. 2.1 Os riscos ambientais A palavra risco recebe popularmente várias conotações, pode ter um aspecto econômico, pode ser usado para representar uma condição ambiental ou de incerteza. Na matéria de segurança e saúde do trabalho a palavra risco possui uma definição muito clara conforme o quadro a seguir. 33 Vamos dar um exemplo. Se você trabalha com eletricidade existe uma probabilidade de ter um choque elétrico, então existe um fator de risco ou simplesmente risco no seu ambiente de trabalho. Vamos chamar de Risco Elétrico. Se você não trabalha com eletricidade a probabilidade de choque é praticamente nenhuma então o risco é zero, ou seja, não existe o risco elétrico em sua atividade. Se o dano também for inexistente, ou seja, vamos supor que você só trabalha consertando abajur, mas não liga o abajur, você não faz teste é outra pessoa quem faz esta parte, você somente coloca o fio. Então você trabalha com equipamento elétrico, mas a possibilidade de dano por choque não existe, logo o risco elétrico é mínimo, não existe para esta tarefa. Óbvio que outros riscos podem existir, mas o que queremos observar no momento é que risco é uma medida de probabilidade e do dano. Uma coisa interessante de ser percebida é que risco é alguma coisa conhecida e que posso medir de algum modo, veremos um método no próximo tópico. Por outro lado, se eu não conheço o perigo, ou o agente existente, como vou saber qual o risco? Então estamos na área da incerteza e não há como saber ou dimensionar o risco. Por sorte, a grande maioria dos riscos do ambiente de trabalho foi estudada e nós já conhecemos os principais fatores de risco, vamos apresentar estes riscos na figura a seguir. Atenção Risco é definido como uma medida da probabilidade de algo adverso ocorrer juntamente com a dimensão do efeito danoso provocado. Risco = Probabilidade x Dano 34 Olhando para a figura três podemos destacar cinco tipos de risco e suas respectivas cores que designam a natureza do risco: Físico - Verde Químico - Vermelho Biológico - Marrom Ergonômico - Amarelo Acidente - Azul Figura 3: Riscos Ambientais 35 Você já deve estar notando a semelhança com os Mapas de Risco. São usadas estas mesmas cores em círculos para designar o risco do local. O Mapa de Risco é uma das primeiras ferramentas de análise de risco que trataremos no próximo tópico. No momento vamos comentar os riscos da tabela e a área que estuda este risco. a) Riscos Físicos O ruído ocupacional é mais conhecido dos riscos físicos. Historicamente as fábricas não tinham máquinas adequadas e o ruído (vulgarmente chamado de barulho) era excessivo, criando uma verdadeira epidemia de surdez na população trabalhadora. Atualmente isto melhorou muito. Infelizmente não conseguimos eliminar totalmente este agende do ambiente de trabalho. O ruído atinge o órgão sensorial que é o ouvido produzindo a sensação auditiva. Primeiramente o tímpano recebe as ondas e vibra na mesma frequência da onda sonora promovendo um movimento dos ossículos (martelo estribo e bigorna) já na orelha média então este movimento mecânico promove o movimento do líquido coclear (líquido que existe no interior do ouvido) que ao se movimentar movimenta também os cílios (pequenos capilares) e este envia a mensagem ao cérebro (MORAES, 2011). Figura 4: Ouvido humano recebendo ondas sonoras. Fonte (SESMT). 36 O ruído acima de certos valores pode causar traumas auditivos e fazer com que o ouvido perca ao longo do tempo o seu funcionamento provocando a surdez. No caso surdez ocupacional.Também chamamos pela sigla: PAIRO (Perda Auditiva Induzida por Ruído Ocupacional). O limite máximo do ruído é de 85dB(A) para oito horas de trabalho diários. Dizemos que o limite é oitenta e cinco decibéis. O decibel, com a sigla “dB(A)” é a unidade em que medimos ruído, assim como metro é a medida de distância, “dB” é medida do ruído. Existem aparelhos (decibelimetros) que medem estes valores no ambiente. Vibração, também é um risco físico. Nada mais é que a alteração de um movimento. Na figura 4 vemos um diapasão vibrando, ou seja, alternando seu movimento de um lado ao outro e isto gera ondas sonoras. Se o movimento é mais vigoroso, como por exemplo, o de um martelete na mão do trabalhador, dizemos que ocorre uma vibração. Conforme Moraes (2011) as vibrações podem causar perda do equilíbrio, alteração do sistema cardíaco, efeitos psicológicos com falta de concentração no trabalho, distúrbios visuais, além da degeneração do tecido muscular e nervoso com perda do tato, esta doença é conhecida como síndrome do dedo branco ou síndrome de Raynoud. O calor pode causar doenças como exaustão, desidratação, choque térmico, febre. Isto ocorre quando o sistema termorregulador do copo humano, ou seja, a transpiração fica prejudicada pela ação de um calor excessivo. O problema térmico é função de vários fatores e não só da temperatura do ambiente. Temos que ver a ventilação a umidade relativa e também que tipo de atividade o trabalhador está fazendo. Um trabalhador sentado gasta menos energia que um trabalhador que se encontra em movimento e insto interfere na exata condição de agravo à saúde. O calor como agente físico deve ser medido por aparelho especial que leva em conta estes parâmetros de radiação, temperatura e umidade relativa. Este aparelho é chamado de medidor de estresse térmico e a medição é dada pelo Índice de Bulbo Úmido e Termômetro de Globo conhecido como o IBUTG. 37 As radiações ionizantes são as chamadas de Rx da área médica e áreas nucleares. Podem causar câncer e morte dependendo da exposição. As radiações não ionizantes são menos agressivas que as ionizantes, são os ultravioletas, as microondas e o infravermelho. Por exemplo, das praias e que podem também causas males a saúde. O soldador que faz soldas em indústrias está normalmente sujeito a ação da radiação não ionizante. O frio é também perigoso à saúde. Na primeira fase de resfriamento surge os vasos sanguíneos diminuem e, portanto a pressão arterial aumenta. Como tempo ocorre mecanismo de lesão nos tecidos que podem levar a necrose dos tecidos internos e não havendo socorre médico poderá resultar em morte. Nos frigoríficos este problema, pode ser muito intenso. A legislação impõe limites de temperatura e tempo de exposição para trabalhos sujeitos ao frio. A tabela é a seguinte. Figura 5: Instrumento para medir o calor ocupacional. Possui três termômetros. Da esquerda para a direita, termômetro de globo, termômetro seco e termômetro de bulbo úmido. Fonte (INSTRUTHERM, 2015). 38 Já as pressões anormais são típicas de mergulhadores e outras atividades que trabalham em locais onde a pressão é artificialmente mantida. Podem causar traumas os chamados barotraumas, que são traumas por pressão excessiva. Podem atingir os ouvidos ocasionando ruptura de tímpano ou alterações mais graves. O mergulhador quando está na fase de descompressão, se não respeitar os tempos prescritos pode sofrer uma baurotrauma pulmonar que rompe com os tecidos pulmonares pela expansão de gás (MORAES, 2011). O agente físico umidade é devido à grande exposição à água. Veja não é a umidade relativa do ar, mas sim de lugares encharcados ou atividades com grande uso de água. Devemos lembrar que mesmo a água sem outros elementos pode remover as gorduras protetivas da pele ocasionando dermatites que podem se agravar em infecções secundárias com fungo e bactérias. Figura 6: Artigo 253 da CLT, que impões limitação do tempo para cada temperatura. 39 b) Riscos Químicos Considera-se aquentes químicos aqueles que podem penetrar no organismo pelas vias aéreas, cutâneas (pela pele) ou serem ingeridos. O principal problema ocupacional é a absorção por pele ou o que é ainda pior a absorção pela via respiratória, que é muito mais rápida e agressiva. De forma genérica os produtos químicos que se encontram na atmosfera são chamados de aerodispersoides. São eles: Poeiras, ou seja, partículas ou pedaços de sólidos finamente fragmentados. Fumos são partículas sólidas, mas que estão na forma volátil como vapores metálicos. Névoas são pedacinhos pequeninos de líquidos. São produzidos mecanicamente, como por exemplo, os spray. Neblina são partículas líquidas produzidas por condensações, bem menores que as névoas. Gás, portanto não é líquido e nem sólido como os itens acima, são variados e sua ação depende de qual é o produto. Exemplos é o gás de cloro, gás cianídrico, gás amônia. Cada um com sua característica própria. Ainda existem os produtos químicos que são os solventes, por exemplo, o Benzeno, o Tolueno, o Xileno, conhecido pela sigla BTX. Eles são muito agressivos. No mundo existem centenas de agentes químicos a cada momento outros compostos estão sendo criados. Para conhecer especificamente o produto é necessário que o fornecedor, ou fabricante, nos envie a Fixa de Segurança de Produto Químico (FISPQ). Isto é obrigatório e é normalizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A FISPQ é assinada pelo químico responsável e possui diversas informações sobre a composição e a segurança do produto a norma que trata da FISPQ é a NBR 14725. Caso sua empresa tenha laboratórios ou manipule e trabalhe com produtos químicos, por exemplo, uma empresa de cosméticos ou até mesmo uma petroquímica. Devemos providenciar treinamentos sobre segurança química. Isto se aplica quando é necessário um treinamento mais detalhado. 40 c) Riscos Biológicos Os riscos biológicos mais comuns são os apresentados na figura 3, vírus, bactérias, fungos. Como você pode estar pensando devem Sr extremamente comuns em hospitais. Sem dúvida os trabalhadores na área hospitalar devem ter o máximo de cuidado com estes agentes. Existe até um órgão interno nos hospitais, chamada de Centro de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH) que cuida tanto dos pacientes, que são os mais atingidos por estarem já com a saúde debilitada, como dos trabalhadores. Figura 7: Imagem de uma FISPQ (BUSCHINELLI & KATO, 2012). Saiba Mais Veja este filme da FUNDACENTRO sobre transporte de cargas perigosas. Site: https://www.youtube.com/watch?v=nqdLT450nd0 https://www.youtube.com/watch?v=nqdLT450nd0 41 Mas não é só em hospitais, veja, por exemplo, que em salão de beleza existem inúmeros agentes agressivos que podem sim ser transmitido sendo comum a incidência de fungos (muito comum nas micoses de unha). Um problema adicional nestes agentes é a capacidade de multiplicação. Em poucas horas pode ocorrer uma infestação de diversos microorganismos: piolhos, bactérias, fungos. No caso de hospitais existe uma norma a NR32, que fornece uma série de detalhes sobre estes parasitas sendo que o método de trabalho um importante meio de prevenção, uma vez que estes parasitas se encontram em quase todos os locais. A vacinação preventiva pode ser necessária, sempre a critério médico, conforme indicará o PCMSO (NR7). Também aqueles que trabalham em campo ao ar livre, podem estar sujeito a ação de roedores, cobras escorpião, os chamados animais peçonhentos estes são também considerados riscos biológicos. O livro O Mapa Fantasma mostra a devastaçãode Londres no século XIX pela cólera. No trecho, curiosidades, a seguir tentem ver a conexão entre tecnologia, riscos de doenças e a infra- estrutura do meio ambiente. Curiosidade O MAPA FANTASMA No inicio do século XIX a cidade de Londres esteve às voltas com centenas de mortes. Na maioria por cólera. Esta doença é transmitida por uma bactéria chamada popularmente de vibrião da cólera. Causa perdas de água e pode levar a morte. Na época não se sabia de onde vinha esta bactéria. Foi então criado um mapeamento para saber em que região ocorria à maioria dos casos. Este mapa chamado o Mapa Fantasma, percebeu que esta doença atingia principalmente os que tomavam água em uma das fontes da cidade. Fontes de água do subsolo, sempre são consideradas de boa qualidade, mas isto não é verdade. Existem inúmeros casos atualmente de poços infectados. O Mapa Identificou a fonte e após várias pesquisas soube-se que o poço foi infectado por causa de uma mãe que limpou as roupas de uma criança infectada com cólera na água do poço. Esta história passou como um ensinamento das doenças transmitidas de forma hídrica (pela água). O bebê ficou conhecido como bebê de Lewis, por causa do nome da mãe Sarah Lewis (JOHNSON, 2008). 42 d) Riscos Ergonômicos A palavra Ergonomia é formada pela junção de duas outras palavras gregas: Ergon (trabalho) e nomos (regra) sendo então entendida com a regra do trabalho. Nos Estados Unidos da América (EU), a chamada ergonomia americana, em oposição à francesa, usa-se a denominação de Fatores Humanos (human factors) e não ergonomia. Portanto este ramo da segurança e saúde no trabalho insere o ser humano como essencial nas concepções dos processos de trabalho. Esforço físico intenso, como por exemplo, remoção ou carregamento de sacos (estivadores), posturas incomodas sendo as piores as posições estáticas, em contra ponto da posição dinâmica (ver dica). No quadro da figura 3 também encontramos a parte organizacional, quase sempre desprezada nos ambientes de trabalho. Trata de como são realizadas as tarefas, a pressões por tempo, as jornadas extensas de trabalho. Dica Posição estática é aquela em que o trabalhador fica suportando um peso sem se movimentar. Por exemplo, o garçom que fica parado segurando uma bandeja. Posição dinâmica é aquela em que o trabalhador fica suportando um peso, mas com movimento. Por exemplo, lavando pratos ou panelas. OBS: A posição estática é mais prejudicial do que a dinâmica, devido à dificuldade, na posição estática, de irrigação sanguínea. Saiba Mais Alain Wisner, doutor em medicina, um dos maiores expoentes da ergonomia francesa define a ergonomia como: “Ergonomia é o conjunto dos conhecimentos científicos relacionados ao homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficiência” (Ministério do Trabalho, 2002). 43 Já na NR17, encontramos a obrigatoriedade de analisar os seguintes aspectos: Esforços ou força física necessária. Mobiliário de trabalho. Atividades com computadores e inserção de dados. Condições ambientais: Calor, umidade, ruído, iluminação. Organização do trabalho: tempo e forma de trabalho. No caso do levantamento de peso, a ergonomia recomenda no máximo 23kg independente do sexo, nos casos de levantamento manual (sem equipamentos) e individual (por uma única pessoa). Para se obter, entretanto uma avaliação precisa recomenda-se, conforme o capítulo anterior, elaborar o chamado laudo ergonômico que, conforme NR17 cabe ao empregador realizar. Os principais fatores a serem observados nas atividades são: O peso, a velocidade da tarefa, a forma do que está sendo carregado, o trajeto (distância) percorrido. Sempre que possível Figura 8: Situações não ergonômicas e possíveis soluções. Fonte (SESMT). 44 devemos manter a carga ou pacote próximo ao copo e se possível usar meios mecanizados como carrinhos ou mesmo empilhadeiras. Uma das doenças mais disseminada na era moderna é a Lesão por Esforços Repetitivos (LER), que é um tipo de Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (DORT). A ergonomia tenta evitar esta grave doença através do melhor dimensionamento dos postos de trabalho bem como da organização do ritmo (velocidade) das tarefas. Outro fator importante na LER é a rigidez do posto de trabalho sem possibilidade do trabalhador efetuar mudanças que propiciem uma adequação melhor a sua condição tanto física como cognitiva. Isto é particularmente grave no chamado telemarketing, onde o trabalhador deve estar preso a um roteiro rígido e sofre todo tipo de pressão, tanto interna por resultado, como externa das pessoas com quem interage, por vezes sendo mal educadas e ríspidas com que as atende. Figura 9: trabalho administrativo muito intenso. Fonte (SESMT). Glossário Cognitivo é um termo relacionado ao pensamento a forma de pensar sobre os fatos (cognição). DORT: Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho. A LER é um tipo de DORT. 45 e) Riscos de Acidente Os acidentes são um grande desafio para qualquer gestor de RH. A definição usual é de que acidente é um fato, danoso, que interrompe o fluxo normal de trabalho. O custo dos acidentes em especial os fatais são enormes, tanto devido às indenizações e multas, como também pelo próprio impacto no ambiente de trabalho. Imagine um funcionário ter que trabalhar com uma máquina que amputou o braço de seu colega? Dessa forma os esforços para combater estes eventos devem ser rigorosos. Máquinas sem proteção, pisos escorregadios, fios elétricos desencapados, armazenamento inadequado de materiais, pode ser causa de acidentes inclusive graves. Alguns ainda acham que o acidente é obra do azar, ou mesmo que o trabalhador é normalmente imprudente. Até existem alguns que acreditam que não a nada a fazer uma zes que chegou a hora. Claro está que existem formulações filosóficas sobre o acidente principalmente o fatal. Mas isto não é assunto desta apostila. Pode ser que tudo o que falamos seja verdade e o acidente seja uma fatalidade, não sabemos, mas sabemos que se adotarmos algumas providências matematicamente os acidentes diminuem. Então é importante fazer um gerenciamento das condições ambientais de risco para evitar acidentes. Figura 10: Acidente grave com perda de membro. Fonte (SESMT). 46 Ao analisar os riscos no trabalho, como no tópico seguinte poderemos identificar e tomar providências para diminuir se não até evitar completamente o acidente grave ou fatal, vale à pena tentar. Atenção Apre Devemos separa algumas coisas para poder entende melhor o fenômeno do acidente. O acidente, em termos prevencionistas pode não ocasionar lesão corporal. Vejamos os exemplos. Quando uma caixa de ferramentas cai no chão e nada se quebra, apenas se perdeu tempo (interrupção do fluxo de trabalho) é um acidente sem lesão e sem dano material. Se esta caixa ao cair danificar peças, então temos acidente com dano material mas sem lesão ao ser humano. Se a caixa cair no pé do trabalhador machucando o mesmo, ocorreu uma lesão corporal e finalmente se a caixa cair e as peças se quebram e o trabalhador se machucar dizemos que houve um acidente com lesão corporal e dano material. Alguns acidentes são tão comuns que existem nomes já consagrados. São conhecidos como acidentes tipo ou acidentes típicos. Vejamosa seguir. Atenção O risco de acidente (azul) às vezes é confundido com outros riscos. Por exemplo, animais peçonhentos podem ferir, ou machucar o trabalhador, isto é risco de acidente. Mas as bactérias que ele transmite é risco biológico. A iluminação pode levar o trabalhador a tropeçar, isto é acidente, mas a fadiga visual é risco ergonômico. 47 1- Batida contra, ocorre com mais frequência em movimentos bruscos e em lay out inadequado. 2- Batida por, neste caso a pessoa sofre a batida, ocorre por se colocar em locais perigosos. 3- Prensagem entre, é quando uma pessoa fica com parte do corpo entre objetos fixos ou móveis. Ocorre devido a atos inseguros, descansar mão e pés em pontos perigosos, falta de proteção coletiva. 4- Queda de pessoa, a lesão ocorre devido a bater em qualquer objeto durante uma queda. A pessoa cai por escorregar, tropeçar, por desequilibrar, normalmente por condições inseguras, ou por quebra de escada/proteção. 5- Esforço excessivo, mau jeito, a pessoa na é atingida não há agente externo o agente é o movimento inadequado, evidente que há razões outras estruturais (lombalgias, lesões da coluna) posto não ergonômico. 6- Exposição a, são casos em que apenas a exposição causa um mal (radiações ionizantes, temperaturas excessivas. 7- Contato com produtos químicos, a pessoa aspira ou ingere ou tem contato com substância perigosa. Ocorre por desinformação ao perigo ou confusão de produtos. 8- Contato com eletricidade, as lesões são por conato direto ou indireto, ocorre por instalação mal feita ou por negligência pessoal. Saiba Mais Algumas características pessoais podem contribuir para os acidentes, mas dificilmente são causas únicas. Dentre elas sublinhamos: Pessoa displicente, exibicionista, distraído, ingênuo, teimoso, gozador. Pessoa que acha que sabe de tudo, pessoa curiosa. Estes fatores podem levar ao chamado ato inseguro. O ambiente com problemas: buracos nos pisos, ausência de guarda copo, fios elétricos expostos são considerados como condição insegura. 48 2.2 Avaliações de riscos Na primeira parte deste capítulo dois, você verificou conforme a figura 3 que existem diversos riscos já estudados, então ficará mais fácil reconhecer, ou seja, perceber que estes riscos estão presentes no ambiente, após este estudo. Mas agora temos é que avaliar este risco. Avaliar é ter uma ideia da importância do risco no ambiente. Se você observar bem é evidente que existe ruído em toda parte, mas isto é um problema. Com certeza não, o ruído passará a ser problema se superar o limite que dissemos acima, ou seja, 85 dB(A). Para saber é necessário usar um aparelho o decibelimetro. Mas mesmo sem ter aparelho, você pode perceber com facilidade se o ruído é o não um problema. Como? Basta tentar conversar com outra pessoa, num ambiente qualquer. Se você não escuta e nem a pessoa consegue te ouvir, certamente estamos diante de um problema como o ruído. De outro lado problemas ergonômicos podem ser facilmente identificados, pelo menos os mais visíveis, apenas observando as queixas dos trabalhadores. Se eles estão reclamando e a todo instante vão a o médico para tratar de dores, é possível que estejamos num ambiente com problemas ergonômicos. Os acidentes são bem mais visíveis. Se no local existe várias quedas ou mesmo pessoas que frequentemente se machucam é evidente que existe sim risco de acidente no local. O que queremos mostrar é que a percepção, principalmente do trabalhador, é suficiente para reconhecer o risco. Esta é a base para a elaboração do chamado Mapa de Risco. O Mapa de risco é uma ferramenta das mais importantes e é obrigatório conforme a NR5. Atenção Apre Atenção O Mapa de Risco é a percepção que o trabalhador possui dos riscos do ambiente e é a primeira fonte de análise que devemos ter dos riscos ambientais. 49 O Mapa de Risco, também avalia o tamanho do risco, ou seja, se o risco é pequeno, médio ou grande de forma a podermos priorizar as atividades de prevenção. Mapeamento de riscos Não existe definição na legislação atual, de como fazer o Mapa. Entretanto convém adotar a metodologia instituída pela Portaria nº 25 de 29/12/94, da SSST, e que consiste numa análise do processo de produção e das condições de trabalho. O seu objetivo é reunir informações necessárias para que seja estabelecido o diagnóstico da situação de segurança e saúde no trabalho da empresa, além de possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e a divulgação de informações entre os trabalhadores, estimulando a sua participação nas atividades de prevenção e contribuindo para a conscientização a respeito dos riscos no ambiente de trabalho. É um instrumento que pode ajudar a diminuir a ocorrência de acidentes do trabalho e a incidência de doenças ocupacionais, que interessa sobremaneira aos empresários e trabalhadores. Para realização do Mapa de Riscos, deve-se contar com a participação dos cipeiros (CIPA) e dos trabalhadores além de profissionais de segurança e medicina do trabalho (SESMT). É uma metodologia que busca a participação dos envolvidos no processo produtivo para determinar os riscos existentes. As etapas são: Identificação dos riscos existentes (figura 3). Identificação das medidas preventivas existentes e verificação de sua eficácia. Conhecimento dos levantamentos ambientais já realizados no local (mapa anterior). Elaboração do mapa de riscos sobre layout da empresa. O mapa de risco é a representação gráfica do reconhecimento dos riscos existentes nos locais de trabalho, por meio de círculos de diferentes tamanhos e cores. 50 Vamos ver um mapa na figura a seguir. Observando a figura 11, temos os seguintes riscos identificados. Na caldeira o ruído, representado pela cor verde e produtos químicos como óleos lubrificantes, representado na cor vermelha. Também um risco menor, ergonômico, representado pela cor amarela, uma vez que existe levantamento de peso. Note o número ao lado que representa o número de funcionários expostos a cada risco. Na secção da pintura temos ainda o risco de acidente e também o risco químico. Assim sucessivamente. Este é apenas um exemplo. No ambiente real você, um membro da CIPA, um membro do SESMT e o trabalhador deverão juntos identificar os riscos. Para tanto farão o que chamamos de roteiro de abordagem. Roteiro de abordagem é nada mais que uma planilha contendo os riscos e as opiniões dos trabalhadores. Lembre-se o Mapa reflete a percepção do trabalhador. A seguir mostramos um exemplo de roteiro. Figura 11: Exemplo de Mapa de Risco. Fonte (SESMT). 51 ROTEIRO DE ABORDAGEM Data: Elaborado por: Local Risco Quantos estão Expostos Proteção existente ou sugerida Queixas Tamanho Escritório Ergonômico / Teclados mal posicionados 10 Funcionários Compra de moveis com ajuste Dores no pulso Circulo Médio Cozinha Acidente / Botijão de Gás 2 Funcionários Retirada do botijão de gás Não há Círculo Grande Cozinha Físico / Calor 2 Funcionários Colocar ventiladores Não há Círculo Pequeno De posse deste levantamento e de um lay out, ou seja, de um desenho do local, ficará fácil fazer o Mapa, basta colocar os círculos correspondentes. O Mapa de Risco deve estar sempre visível a todos os empregados. Sendo preferencialmente colocado na entrada de cada secção. Você deve estar se perguntando como eu sei se o circulo é pequeno médio ou grande? Você poderá verificar com o trabalhador o que ele acha, mas pode também aplicar um método para diminuir a subjetividade. O método que vamos sugerir é o matricial. Este método é derivado da própria definição de risco. Vamos simplesmente dividir orisco em duas partes lembrar-se da atenção que inserimos anteriormente e repetimos agora: Risco é dano e probabilidade do dano ocorrer. Se separarmos as duas partes teremos diminuída a subjetividade da avaliação. Vamos ver a figura a seguir. 52 Matriz: Dano x Probabilidade A matriz diz que o dano pode ser pequeno, quando não temos afastamento do funcionário, ou um simples corte sem nenhuma consequência maior. Já quando o dano implica em afastamento, mesmo que de apenas um dia, ou então quando o trabalho não pode continuar trabalhando após um pequeno socorro, dizemos que o dano é médio. Já para danos irreversíveis, como perda de membros, dizemos que o dano é grande. Se a possibilidade de ocorrer o fato ou a exposição a este perigo for contínua, dizemos que a probabilidade é grande, já se for intermitente, com exposição de vez em quando dizemos que o grau de probabilidade é médio. Finalmente se a exposição for eventual, ou seja, raramente a exposição é pequena. Então se, por exemplo, um trabalhador tem que operar uma máquina todos os dias e a prensa não possuem proteção, temos exposição Grande e o dano, perda de membro, é também Grande, o que significa: Risco Grande (G). Se o trabalho, entretanto, for de vez em quando ou raramente, teremos uma probabilidade Pequena, mas o dano continua Grande. Na linha probabilidade é pequeno, na linha dano é grande o que significa: Risco Médio (M). M G G P M G P P M Grau de Dano Grande Médio Pequeno Pequeno / Médio / Grande Grau de Probabilidade P M G P M G 53 Com isto concluímos a mais importante avaliação de risco que existe. A base é o trabalhador que conhece sempre o trabalho que faz. Por certo que esta metodologia pode ser mais apurada. Normalmente os Técnicos de Segurança usam o que chamamos de Análise Preliminar de Risco (APR). No fundo não é muito diferente. Ocorre que normalmente as APRs são aplicadas a tarefas específicas e não a condição ambiental geral. Vamos ver uma planilha de APR. M G G P M G P P M Figura 12: Risco médio, se o uso é eventual, raramente usado. Fonte do autor. Figura 13: Exemplo d APR para trabalho em altura. P G 54 Explore seu Conhecimento Capítulo 2 1. Descreva abaixo o tipo de grupo a que pertence o risco nomeado. Use a figura 3 da apostila. Por exemplo: Ruído = Risco Físico Umidade = ___________________ Eletricidade = _________________ Bactérias = ___________________ Batida por... = _________________ Esforço físico excessivo__________ 2. Diga se é verdadeiro (V) ou Falso (F), as frases a seguir. ( ) Todo EPI deve possuir o respectivo Certificado de Aprovação (CA). ( ) O grupo A e o Grupo B são respectivamente para proteção de cabeça e de olhos. ( ) Para avaliar Riscos é necessário reconhecer e dimensionar o seu tamanho. ( ) Conforme a NR6 todo EPI é de uso coletivo. 3. Em 10/07/1976, ocorreu uma falha no processo químico de uma empresa do grupo farmacêutico ROCHE, liberando para atmosfera o triclorofenol (produto utilizado na composição do agente laranja utilizado na guerra do Vietnan). A intoxicação de centenas de pessoa na cidade de Sevezo (Itália) deu origem à chamada diretriz de Sevezo, que influenciou várias legislações prevencionistas. No quadro de grupos de risco podemos dizer que. a) O risco de acidente (azul) é maior que o risco químico (vermelho). b) A empresa não precisa se preocupar com estes acidentes, pois sua obrigação é apenas trabalhista e previdenciária. c) Os profissionais da empresa devem estar preparados para este tipo de acidente químico. 55 4. (ENAD-2011) A preocupação com questões de segurança é crescente nas indústrias modernas. Uma empresa que possui baixos índices de acidente tem como grande benefício, a disponibilidade de sua força de trabalho, boa imagem junto à sociedade e aos órgãos fiscalizadores e conseqüentemente melhor avaliação do mercado. Os departamentos de operação e manutenção são os que possuem maior risco devido ao grande efetivo, alteração constante da natureza dos trabalhos e o próprio local onde a atividade laboral é desenvolvida. A Análise Preliminar de Risco (APR) é uma ferramenta simples e extremamente útil para que os aspectos de segurança de uma atividade sejam conhecidos pelos envolvidos. Considerando a aplicação da APR para a manutenção de um sistema eletroidráulico realizado por equipe mista (própria e terceirizada), analise as afirmações abaixo. I. Somente participa da elaboração da APR, um dos seguintes envolvidos: o encarregado ou executante da empresa terceirizada, ou o técnico de segurança da equipe de manutenção. II. A APR deve conter, no mínimo, informação sobre descrição do evento indesejado ou perigoso causa, conseqüência, categoria de risco, medidas de controle e área responsável pela ação. III. A APR é um documento formal, que pode ser realizado pela equipe terceirizada sem o conhecimento e aprovação da equipe de manutenção própria local. IV. A APR pode ser utilizada em eventos emergenciais. É correto apenas o que se afirma em: a. I. b. III. c. I e III. d. II e IV. e. III e IV. 5. Um técnico de segurança do trabalho em sua vistoria rotineira, de campo, encontra um funcionário trabalhando em altura, a mais de dois metros do solo. Em conformidade com a Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho e suas NRs, trabalhos em altura devem ser feitos 56 com o uso de cinto de segurança. Sendo que o funcionário não estava usando o cinto, a melhor maneira de agir neste momento é: a) Rever o planejamento de perigos e risco para identificar o porquê tais fatos acontecem na empresa. b) Paralisar a atividade e adotar os procedimentos legais cabíveis advertindo o funcionário. c) Acionar o plano de atendimento de emergência, para evitar a queda do funcionário. d) Não se importar com isso, pois o serviço deve ser feito. 6. Em um trabalho onde o funcionário deverá ficar em pé por várias horas segurando uma caixa de ferramentas, para o colega e sem poder apoiá-la ou movimentá-la, podemos: a) Trata-se de atividade dinâmica, pois o trabalhador perde calorias. b) Trata-se de uma atividade estática, que causa males ao trabalhador por ser monótona. c) Trata-se de atividade estática que é pior ao trabalhador que a dinâmica. d) Trata-se de atividade estática que é melhor ao trabalhador que a dinâmica. 57 3 Adicionais de Risco Até aqui foi observado que existem várias leis que impões ao empregador a manutenção de um ambiente saudável ao trabalhador. Apesar disto verificamos que existe vários riscos que podem estar presente e que é necessário reconhecer estes riscos, avaliar os risco e finalmente tomar medidas preventivas para neutralizar a ação destes agentes. As medidas preventivas serão tratadas no capítulo seguinte, neste vamos falar dos adicionais de risco. São situações onde o empregador não adota as medidas de prevenção, como por exemplo, o fornecimento de equipamento de proteção individual (EPI) e acaba por ter que pagar um adicional financeiro ao trabalhador. 3.1 Insalubridade Inicialmente devemos frisar que toda substancia pode ser considerada agressiva dependendo das condições de exposição, em nosso caso, em conformidade com a Norma Regulamentadora n.º15, serão considerados agentes insalubres as que se desenvolvem. 1. Acima dos limites de tolerância previstos nos Anexos n.º 1, 2, 3, 5, 11 e 12 2. Nas atividades mencionadas nos Anexos n.º 6, 13 e 14; 15.1.4 3. Comprovadas através de laudo de inspeção dos Anexos n.º 7, 8, 9 e 10.
Compartilhar