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GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
OS DESAFIOS NA ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL diante à violência contra a mulher em tempos de pandemia
Macapá - AP
2021
OS DESAFIOS NA ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL diante à violência contra a mulher em tempos de pandemia
Trabalho apresentado ao Curso de graduação em Serviço Social para a disciplina Atividade Interdisciplinar.
Profs. Maria Luzia Mariano;
Maurício Bergamo;
Maria Gisele de Alencar;
Mayra Campos.
Macapá – AP
2021
INTRODUÇÃO
A violência contra a mulher é um problema de saúde pública que atinge todas as classes sociais e diferentes graus de formação cultural, religiosa, profissional e educacional, em diversos países.
Pinafi (2007) descreve essa violência como toda e qualquer ação baseada no gênero, que seja causa passível ou não de morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, seja na esfera público ou na privada.
Do ponto de vista histórico, as mulheres eram vistas pela ótica biológica e social nas sociedades patriarcais, discriminadas e desvalorizadas, culminando na desigualdade de gênero, consequentemente, no fenômeno da violência baseada no sexismo muitas vezes, assim como, social, religiosa e etnológico.
Atualmente são identificados, por lei, cinco tipos de violência praticados contra as mulheres, são, física, psicológica, sexual, moral e patrimonial.
Essas formas de agressão são descritas como complexas e perversas, além de, violarem os direitos humanos, não ocorrem isoladamente. Geralmente, são causadas por indivíduos próximos da vítima, como familiares, colegas de trabalho e, até mesmo por outras mulheres.
Observando estes aspectos, podemos inferir que o legado da sociedade patriarcal perdura nos dias atuais e mesmo em um cenário de evolução de medidas protetivas e políticas públicas efetivas no combate à violência contra a mulher, ainda vemos novos aumentos estatísticos de agressão a este grupo, tendo como principal motivo o isolamento social adotado como medida preventiva contra o Covid-19.
Lisboa e Pinheiro (2005) descrevem que enquanto profissão, o serviço social vem caminhando junto as conquistas do movimento feminista, porém, somente recentemente veio trabalhar com a problemática da violência contra a mulher, pois tentavam avançar seu conservadorismo, abandonando sua doutrina para assumir uma postura mais crítica diante da sociedade. Assim, a aplicação dos instrumentos essenciais no processo de trabalho do assistente social potencializa sua ação sobre o objeto de trabalho.
Logo, o objetivo deste trabalho é apresentar o papel do assistente social frente a este tipo de violência, descrevendo alguns programas e projetos no Estado já existentes que satisfazem a atual necessidade, apesar dos entraves encontrados para sua efetividade. Visto que, os problemas apresentados são bastante complexos e requerem multidisciplinariedade.
DESENVOLVIMENTO
BREVE HISTÓRICO DAS LUTAS FEMINISTAS
Ao serem submetidas a exploração, opressão e humilhação, as mulheres tomaram consciência da sua “condição” de inferioridade, o que deu origem ao movimento feminista, surgido no final do século XVIII e tomando corpo no século XIX, em países europeus e nos EUA (COSTA, SARDENBERG, 2008; GREGORI, 2017).
No Brasil, a primeira manifestação pública do movimento feminista ocorreu pelo direito ao voto, em 1910; porém, foi conquistado somente em 1932, com a promulgação do Novo Código Eleitoral Brasileiro. Ainda nessa primeira onda de manifestos, o movimento das operárias de ideologia anarquista, também ganhou destaque, visto que, eram indescritíveis as condições de trabalho das mulheres fábricas e nas oficinas (PINTO, 2003; 2010).
Historicamente, este feminismo inicial perdeu força em 1930, reaparecendo em 1960; no entanto, o livro “O segundo sexo” de Simone de Beauvoir, foi lançado em 1949, o qual marcou este período (PINTO, 2010). Posteriormente, ocorreu a revolução musical com estilos mais críticos e discretos, o golpe militar (1964) instaurando os atos institucionais e a ditadura militar.
Na década de 1970 as manifestações feministas eram motivo de desconfiança pelos militares, por entende-las como política e moralmente perigosas. Seguindo muitos embates, em 1984, foi criado o Conselho Nacional da Condição da Mulher, que juntamente com outras frentes, possibilitou o direito da mulher na Constituição de 1988.
E avançando bastante na história das lutas, uma das mais recentes conquistas, foi a lei nº 11.340/2006, que fez vigorar a lei Maria da Penha, sofrendo novas alterações, criando mecanismos de proteção e defesa para interromper esse ciclo de agressão no atual período de pandemia referente ao Covid-19 (SOBOLH, 2020). Bem como, estão sendo disponibilizados programas na educação que incentivam mulheres nas mais diversas faixas de idade, como é o programa UniMulher, um incentivo das universidades federais.
DESCRIÇÕES DE VIOLÊNCIA
O CNJ (2021) apresenta vários tipos de violência, porém, serão descritos os mais relevantes:
A violência contra a mulher, como qualquer conduta de discriminação, agressão ou coerção, ocasionada pelo fato de ser mulher e que cause danos, morte, constrangimento, limitação, sofrimento físico, sexual, moral psicológico, social, político ou econômico ou perda patrimonial, ocorridos tanto em espaço público como em privados.
A violência doméstica, quando ocorre em casa, em ambiente doméstico ou em relação de familiaridade ou coabitação. A violência familiar, ocorrida dentro da família, ou seja, entre os membros da comunidade familiar, de vínculo natural (pai, mãe, filhos, irmãos) ou civil (marido, sogra, padrasto), por afinidade (primo ou tio do marido) ou afetividade (amigo(a) que resida no mesmo local).
A violência institucional, motivada por desigualdades (de gênero, étnico-raciais, econômicas), predominantes em diferentes sociedades; essas “desigualdades se formalizam e institucionalizam nas diferentes organizações privadas e aparelhos estatais, como também nos diferentes grupos que constituem essas sociedades”.
Segundo a lei nº 11.340 de 7 de agosto de 2006 (BRASIL, 2010), a violência doméstica e familiar contra a mulher configura-se como “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial” e é descrita em cinco tipos:
1. Violência Física: ocorre visualmente, e, é entendida como qualquer ação de ofender a integridade ou saúde corporal da mulher, ou seja, nela, o agressor utiliza força física ou armas para machucar as vítimas;
2. Violência Psicológica: não é visual, mas ocorre de forma muito extensa, pois, é uma ação que causa abalo emocional, redução da autoestima, além de controlar as ações, comportamentos, crenças e decisões das vítimas, por exemplo, proibir a mulher de trabalhar, estudar, sair de casa, viajar ou falar com amigos e/ou parentes;
3. Violência Sexual: é visual e está baseada fundamentalmente na desigualdade entre homens e mulheres. Sendo caracterizada pelo constrangimento à mulher em presenciar, manter ou participar de relação sexual não desejada, por intimidação, ameaça, coação ou uso de força. Segundo o TJSE (2019), ocorre também quando é obrigada a se prostituir, fazer aborto, utilizar anticoncepcionais contra sua vontade ou sofre assédio sexual;
4. Violência Moral: não ocorre visualmente e compreende qualquer ação de calúnia (quando agressor afirma falsamente que a mulher praticou um crime que não cometeu), difamação (o agressor suja a reputação da mulher) ou injúria (ofensa da dignidade da mulher). O TJSE (2019) afirma que este tipo de violência ocorre também pela internet;
5. Violência Patrimonial: acontece visual e materialmente, quando ocorre retenção, subtração, destruição parcial ou total de objetos, bens, documentos, valores e direito ou recursos econômicos, incluindo os para satisfazer suas necessidades.
DIREITOS HUMANOS E DIREITOS DA MULHER
Segundo Correa (2020) a violência contra a mulher é apresentada “por organizações e governos internacionais como um problemade saúde pública de primeira ordem, que requer vontade política para estabelecer objetivos e estratégias eficazes, baseados na prevenção e no monitoramento constante”, apesar na prática ocorrer a bastante tempo, somente houve destaque a partir dos anos 90, com a instauração dos direitos humanos.
Pereira (2019) diz que essa violação dos Direitos Humanos, atingem os direitos essenciais que as mulheres possuem, como, o direito à vida, à liberdade, à saúde e à integridade física.
Na Constituição Brasileira e na Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU), predominam a garantia da dignidade da pessoa humana, sendo a violência contra a mulher um grande exemplo de desrespeito à dignidade e uma das mais graves e marcantes formas de violência a serem enfrentadas, pois, se ignoram fronteiras, princípios e leis” (CAVALVANTI, 2005; FERNANDES, CERQUEIRA, 2017).
De acordo com UN Women (2021), no mundo cerca de 30% das mulheres com 15 anos ou mais sofreram violência sexual de parceiro íntimo ou não; em 2018, 49% das mulheres adultas foram vítimas de tráfico humano; e cerca de 16% de jovens entre 15 e 24 anos sofreram violência física e/ou sexual de um parceiro íntimo ou marido, nos últimos 12 meses.
Em 2020, pelo menos 155 países aprovaram leis sobre violência doméstica e 140 já possuem leis sobre assédio sexual no local de trabalho, no entanto, não significa que estejam em conformidade com as normas e recomendações internacionais, ou mesmo que as leis sejam implementadas e aplicadas (WBG, 2020).
E no Brasil, as estatísticas quanto a perspectiva universalidade de igualdade de direitos não se mostra suficiente para que o “ornamento jurídico assegure a equidade desejada entre homens, mulheres, brancos, índios e negros”, pois, o problema central dessa desigualdade é social, econômico e cultural, que levam a prática de violência doméstica e a violação dos direitos fundamentais (CAVALVANTI, 2005).
Este autor ainda descreve que a desigualdade ganha novo contorno e destaque quando se fala dos indicadores como raça/etnia e gênero na situação de grupos historicamente excluídos e culturalmente discriminados.
No Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2019, referente a 2018, houveram 1.206 vítimas por crime de feminicídio, sendo 88,8% dos casos de autoria de companheiros ou ex-companheiros da vítima, além disso, nos mostra um aumento de 4% de morte quando comparado ao ano anterior, pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2018 (BRASIL, 2019).
Com o advento da pandemia, os casos primeiros de pessoas infectadas pelo CoronaVírus ocorreram em março de 2019 e desde então os níveis de contágio, aumentaram levando as gestões a adotarem medidas preventivas, dentre elas o isolamento domiciliar; o que diminuiu o contágio mais aumentou exponencialmente o número de casos de violência doméstica.
Sobolh (2020) comparou o quantitativo de denúncias, realizados pelo canal 180, e constatou um aumento de 40%, quando comparados o mês de abril de 2019 e 2020. E vemos que a ideia de a casa ser o local mais seguro, principalmente às mulheres, não passa de ilusão, pois, muitas dividem seu espaço com agressores e convivem em clima de tensão e medo durante muitos anos, devido a insegurança econômica e social.
Assim, Simões (2011) reforça a ideia que a violência contra as mulheres é uma questão de desrespeito pelo direito humano e diz ser dever do Estado evitar e se responsabilizar por esses abusos, sejam cometidos nas esferas pública ou privada, pois, trata-se de crime contra a humanidade.
Em contrapartida, segundo VIDIGAL (2020), no Estado do Amapá no período de março de 2020, houve uma redução de aproximadamente 50% dos casos registrados, de violência contra a mulher, quando comparado ao período anterior aos decretos. No entanto, são dados questionáveis, visto que, nem sempre os casos são denunciados, pela “regra do silêncio”.
PROGRAMAS E PROJETOS DE ASSISTÊNCIA ÀS MULHERES
A Rede de Enfretamento, apresenta vários Centro, Coordenadorias, Defensorias, Delegacias, Juizados, Núcleos, entre outros instrumentos de apoio às pessoas que sofrerem algum tipo de violência ou vulnerabilidade social. Dentre eles, temos o CRAS (Centro de Referência da Assistência Social), destinado ao atendimento socioassistencial de famílias, funcionando como porta de entrada à rede de Proteção Básica e referência para encaminhamentos à Proteção Especial (TJSE, 2021).
A Rede de Atendimento à Mulher (RAM), contendo em sua estrutura a Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres (CMPPM), a Secretaria Municipal de Direitos Humanos (SEMDH), o Centro de Referência em Atendimento à Mulher (CRAM), o Centro de Atendimento à Mulher e à Família (CAMUF), a Secretaria Extraordinária de Políticas para as Mulheres (SEPM), entre outros (KAISER, 2017; PMM, 2021).
Esta autora apresenta ainda o Projeto Namoro sem Violência, implantado em mais de 25 escolas e o aplicativo Denuncie Mulher Amapá, como forma de atuação no enfrentamento à violência contra a mulher.
Em julho de 2008, foi criado o CRAM, como um espaço de acolhimento e atendimento psicológico, social e jurídico à mulher em situação de violência e vulnerabilidade social e tem como objetivo apoiar e desenvolver as políticas públicas no estado do Amapá, através de ações coletivas e individuais aos municípios do estado (SEPM, 2021).
FERRAMENTAS DE ATUAÇÃO E O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL
Para Pereira (2019), a política de enfrentamento à violência possui os princípios de igualdade, liberdade, equidade, autonomia, laicidade do Estado, justiça social participação e controle social, transparência e universalidade das políticas e tem como objetivo a prevenção e a proteção da mulher que venha ter seus direitos violados.
O Assistente Social atua através do diálogo e da intervenção, utilizando instrumentos e técnicas para reduzir os impactos sofridos pelas vítimas de violência, além de atuar combatendo a violência, também o faz como prevenção. Assim como, possui um posicionamento ético-político, tendo como objetivo lutar para efetivação do acesso aos direitos sociais (PEREIRA, 2019).
Segundo Iamamoto (1999), os instrumentos presentes no processo de trabalho do assistente social e sua aproximação do objeto, são embasados em:
1. As bases teórico-metodológicas, que consistem no conjunto de conhecimentos, sobre as questões sociais, possibilitando se aproximar e entender melhor o objeto e sua dinâmica da vida social;
2. O instrumento técnico-operativo, realiza efetivamente a transformação do objeto e do Serviço Social, através de entrevistas, observações, estudos, entre outros;
3. As condições institucionais, referente as condições materiais para a realização do trabalho.
Lisboa e Pinheiro (2005) além dessa, trabalha com a dimensão ética-política, relacionada aos valores morais, onde, o profissional pode se posicionar e ter intencionalidade perante as questões sociais e com a dimensão técnica-operativa, base da prática profissional, na qual, se materializam suas ações com a intervenção prática.
Assim como, o “Código de Ética da profissão também tem sido um marco orientar para a intervenção dos assistentes sociais, na medida em que explicita a dimensão ético-política assumida diante o indivíduo” (LISBOA, PINHEIRO, 2005).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As agressões contra as mulheres, é um problema que sempre existiu mundialmente, mas com a evolução do papel feminino no ambiente social, político e profissional, observamos que se consolidou o movimento feminista e a luta pela igualdade de direitos.
As mulheres deixaram de fazer parte da “minoria”, ganhando seu reconhecimento social e adquirindo espaços de direito; e cada vez mais pessoas estão conscientes e engajadas no combate à violência de gênero.
Quando falamos que as diferentes formas de violência, geralmente, não ocorrem sozinhas, podemos trazer como exemplo a violência sexual, que pode ser caracterizada na forma física, psicológica ou com ameaça, o que compreende o estupro, a tentativa de estupro, o atentado violento ao pudor e oato obsceno.
Ao serem praticadas em ambiente público ou privado, comprometem consciente e inconscientemente as vítimas, tendo que fazer acompanhamento social com o assistente e psicólogos, na tentativa de “desbloqueá-las” e mostrar-lhes que não tiveram culpa alguma sobre o ocorrido.
Atualmente muitas pessoas ainda estereotipam as vítimas, dizendo que é exagero, que foi culpa da própria pessoa por não fazer as tarefas domésticas ou atenderem as necessidades dos filhos ou do marido, ou que elas procuraram serem violentadas pela roupa provocante por estar muito apertada ou muito decotada ou muito curta. Estes são comentários típicos de pessoas machistas (que podem ser tanto homens quanto mulheres) de uma cultura ainda patriarcal.
Existem países em que as mulheres precisam andar totalmente cobertas, literalmente, dos pés à cabeça, por questões religiosas, mas também para não sofrerem com qualquer tipo de assédio que possa ocorrer, mesmo assim, ainda não se livram da violência psicológica e física, muito comuns em seu ambiente de convívio.
Existem diversos programas projetos e iniciativas que incentivam às mulheres vítimas de violência dita como doméstica ou familiar, bem como, às mulheres que sofreram algum outro tipo de agressão, que as atendem de forma inter e multidisciplinar, visto que, o ser humano é um ser complexo que funciona de forma interligada, por exemplo, alguém que foi agredido verbalmente, ficará desmotivado, com a autoestima baixa e possivelmente não se alimentará bem, neste caso, a intervenção deve ocorrer pelo Assistente social, pelo psicólogo e pelo nutricionista.
No entanto, ainda vemos mulheres amedrontadas, se sentindo incapacitadas em denunciar o agressor, com medo de julgamentos que a sociedade possa fazer; atitudes assim comprometem e dificultam o trabalho dos assistentes sociais, em prestar-lhes auxílio. Da mesma forma, que algumas pessoas próximas também se sentem constrangidas em realizar a denúncia.
Assim, a melhor forma de se trabalhar a sociedade para reduzir a incidência de agressões e aumentar as denúncias é educando a sociedade, seja pelas escolas, por ações de atendimento e acolhimento coletivas e/ou individuais; para assim extinguirmos essa cultura patriarcal e machista. Ou seja, deve-se estudar a realidade e compreender através das vivencias e experiências as situações em que cada pessoa se encontra, identificando suas necessidades e trabalhando sobre elas.
REFERÊNCIAS
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BRASIL.    Anuário     Brasileiro     de      Segurança     Pública, 2018.     Disponível em: https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2019/03/Anuario-Brasileiro-de-Seguran%c3%a7a-P%c3%bablica-2018.pdf. Acesso em 29 abr. 2021.
BRASIL. Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 2019. Disponível em: https://www.forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2019/09/Anuario-2019-FINAL-v3.pdf. Acesso em 29 abr. 2021.
CNJ – Conselho Nacional de Justiça. Formas de violência contra a mulher. 2021. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/violencia-contra-a-mulher/formas-de-violencia-contra-a-mulher/. Acesso em: 25 abr. 2021.
CAVALCANTI, Stela Valéria Soares Farias. A violência doméstica como violação dos direitos humanos. Revista Jus Navigandi, ano 10, n. 901, dez. 2005. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/7753/a-violencia-domestica-como-violacao-dos-direitos-humanos. Acesso em: 28 abr. 2021.
COSTA, Ana Alice Alcantara; SARDENBERG, Cecilia Maria. O feminismo no Brasil: uma (breve) retrospectiva. In: COSTA, Ana Alice Alcantara; SARDENBERG, Cecilia Maria (orgs.). O feminismo no Brasil: reflexões teóricas e perspectivas. Salvador: UFBA / Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher, 2008.
GREGORI, Juciane de. Feminismos e resistência: trajetória histórica da luta política para conquista de direitos. Caderno Espaço Feminino, Uberlândia, v. 30, n. 2, jul./dez., 2017.
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PEREIRA, Thalita Mendes. A atuação do Assistente Social no enfrentamento da violência doméstica contra a mulher. Rev. Serviço Social. v. 1, n. 3, 2019.
PINAFI, Tânia. Violência contra a mulher: políticas públicas e medidas protetivas na contemporaneidade. Portal do Governo de São Paulo, São Paulo, n. 21. abr./mai., 2007. Disponível em: http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao21/materia03/. Acesso em: 25 abr. 2021.
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