Buscar

Anti inflamatórios esteroidais

Prévia do material em texto

Gabriela scortegagna. 
 
Anti-inflamatórios esteroidais 
[Revisão sobre fisiologia] 
Glândula Adrenal (cápsula fibrosa) 
Extremamente importante para o 
corpo e para os AIEs!!! 
Região: cortical (90%) e medular (10%) 
Medular: catecolaminas (epinefrina)- 
tônus simpático 
Cortical: sintetiza e secreta hormônios 
esteroides. Dividida em 3 zonas: 
• Zona glomerular: 
Mineralocorticoide 
(aldosterona): balanço hídrico e 
eletrólitos. 
• Zona fasciculada: 
glicocorticoides (cortisol) 
• Zona reticulada: androgênios 
(sexuais) 
 
Mineralocorticoide: Aldosterona 
Atuação: 
▪ Rim: Estimula a reabsorção de Na+ 
Estimula a secreção de K+ 
▪ Atua nos TCD 
▪ Aumenta volume liq. extracelular 
(hipocalemia). 
Sua produção está associada a níveis 
de renina-angiotensina 
▪ Síntese é estimulada pela 
angiotensina II 
▪ Não tem atividade glicocorticoide 
 
Glicocorticoides 
Produzidos e secretados córtex adrenal 
 
 
Exerce funções em diferentes sistemas 
 
 
Regulação fisiológica e adaptativa 
 
 
Sua concentração é regulada: 
Eixo hipotálamo-hipófise-adrenal 
 
Regulação: resposta ritmo 
circadiano/estresse 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CORTISOL 
Hormônio do estresse, sua concentração é 
maior durante o dia principalemante no 
processo pós o sono, auxiliando no 
acordar. 
Gabriela scortegagna. 
 
90% do cortisol liberado circula ligado 
as globulinas (GBC), albumina. 
 
 
Níveis plasmáticos cortisol: 10-20 µg/dl 
 
 
Níveis plasmáticos maiores: excede 
GBC: saturação 
 
 
Ficando mais cortisol livre para atuar 
(mais disponivel para ligar nos outros 
receptores) 
 
Metabolizado no fígado: conjugação 
ácido glicurônico (urina) 
Anti-inflamatórios esteroidais 
Glicocorticoides 
Corticoides 
= 
Hormônios sintéticos que mimetizam a 
ação do cortisol tendo atividade anti-
inflamatória e imunossupressora. 
Recetores nucleares 
 
 
Mecanismo genômico de ação 
➢Os receptores não estão localizados 
na membrana da célula. 
➢Início de ação mais lento: síntese 
proteica (interior da célula) 
➢Início de ação mais lento: síntese 
proteica (interior da célula) 
Principais proteínas: 
Vasocortina (inibe a liberaçãod de 
substancias vasoativas de histaminas = 
sem edema e vasodilatação) 
lipocortina (inibe os fatores 
quimiotáticos = inibição da fosfolipase 
A2) 
Ação dos AIEs 
A inibição da fosfolipase A2 (anexina-1) 
vai bloquear o excesso de ácido 
araquidônico, parando toda a cascata 
de inflamação. 
Inibição de edema, vasodilatação e do 
efeito quimiotático dos leucócitos 
(vasocortina). 
Mantem a integridade capilar; 
Inibem a resposta de acúmulo de 
macrófagos, ↑ fagocitose. 
Inibem a produção de citocinas; 
Dessa forma, eles são MODULADORES 
DA AÇÃO IMUNITÁRIA em diferentes 
frentes, sendo assim de exelência. 
 
Efeitos 
Diminuíção dos macrofágos e dos 
neutrófilos: Redução da transcrição dos 
genes: moléculas de adesão e 
citocinas. (bom) 
Diminuíção da ativ de células T helper: 
redução da transcrição de genes para 
o IL-2 e seu receptor. 
Gabriela scortegagna. 
 
Diminuíção da função dos fibroblastos: 
menor prod de colágeno e menor 
cicatrização. 
Síntese aumentada de fatores anti-
inflamatórios, como IL-10 e anexina-1. 
Mantém a integridade vascular. 
Redução da liberação de histamina 
pelos basófilos. 
1855: Tomas Addison: descreveu 
síndrome decorrente da destruição das 
adrenais: fatal. Deficiência na 
produção de corticoides. Autoimune. 
Sintomas: fraqueza muscular, 
hipotensão, anorexia, hipoglicemia. 
Doses substitutivas ou fisiológicas: 
Não ter a glandula é incompativel com 
a vida, porém, com o avanço da 
tecnológia, podemos fazer doses 
substitutívas equivalentes à secreção 
endógena diária de cortisol. 
Hipofunção da adrenal -> Terapias 
substitutivas 10 mg 
Doses farmacológicas 
Alergia, doença autoimune, 
transplante órgãos, ação 
antiinflamatória, asma, leucemia 
linfocítica 
Efeito anti-inflamatório: doses 
farmacológicas 
Efeito imunossupressor: doses altas (1-2 
mg/kg/dia), esquemas crônicos (1g/dia 
por 3 dias), doenças graves 
Sobre os AIEs 
São os mais eficazes disponiveis; a 
melhora do paciente é sintomática, 
sem afeitar a evolução da doença 
base. 
Uso agudo por até 7 dias. 24-72 horas 
O uso prolongado traz vários efeitos 
adversos graves (como choque 
anafilatico). 
Prescrição: situações eficácia 
comprovada ou em casos de falha 
terapêutica com outros agentes. 
Uso tópico: eficaz e sem efeitos 
adversos sistêmicos. 
Usar menor dose eficaz, menos tempo, 
menor efeitos adversos. 
Função da duração do efeito 
(classificação): 
• Ação curta – entre 8 e 12 horas: 
Hidrocortisona, Cortisona 
- Menor potência que os de ação 
prolongada 
• Ação intermediária – entrer 12 e 36 
horas: Prednisona (pro-fármaco), 
Prednisolona, Metilprednisolona 
- Uso em terapias crônicas 
• Ação prolongada – entre 36 e 72 
horas: Betametasona, Dexametasona 
- Alta ligação com proteínas 
plasmáticas 
- Menor velocidade de excreção 
- a mais prescrita na odontologia 
Fração ligada, metabolização (enzimas), 
lipofilicidade, afinidade pelo receptor. 
Uso crônico: usar fármacos com 
duração intermediária, permite 
tratamento em dias alternados. A 
Glândula precisa recuperar sua função 
 
Farmacocinética 
Vias de adm: Via Oral, Intra-Muscular, 
Intra-Venosa, uso tópico, intra-articular. 
 
Gabriela scortegagna. 
 
Formas farmacêuticas: comprimidos, 
xaropes, aerossol, colírio, gota nasal, 
cremes e pomadas. 
Absorção: rápida Trato GastroIntestinal 
(Via Oral), mucosa e pele. 
Aumento da ligação a proteínas 
plasmáticas 
Biotransformação hepática e 
eliminação renal (metabólitos) 
Uso odontologico 
USO SISTÊMICO: 
-Extração traumática: redução de 
edema. 
-Exodontia de inclusos, terceiro molar. 
-Cirurgias periodontais ou radiculares 
-Artrite da articulação 
temporomandibular (Não usar +3x 
ano) 
Adm intra-articular, cuidado, pode ocasionar 
necrose do côndilo e destruição articular 
injeção de glicocorticoide, como a 
prednisolona ou a dexametasona 
- Pênfigo oral, líquen plano 
- Manifestações alérgicas: graves 
choque anafilático, edema de glote, 
broncoespasmo, reação a fármacos e 
materiais dentários, transfusões. 
USO EM CIRÚRGIAS: 
Pré (horas antes) – dose única 
Betametasona (4-8mg) 
Ex. Celestone® 2mg (2-4 comp) 
Dexametasona (4-8mg) 
Ex. Decadron® 4mg (1-2comp) 
Crianças: Betametasona gotas 30min, 
dose única. 1 gota para cada 2kg 
Pós 
24 h – betametasona/dexametasona 
4mg 8/8h 
48-72h: betametasona/dexametasona 
4mg 12/12h 
Uso de corticosteroide no pré operatório 
vai reduzir as complicações do pós, 
principalmente em questão do edema e 
do trismo(não conseguir abrir a boca 
corretamente ). 
Obs: corticoides suprimem o edema, mas 
não tem poder analgésico, seu uso pode 
estar associado a um fármaco de 
potência álgica. 
USO TÓPICO = ulcerações orais 
 Aftas 
 Ulcerações 
 Gengivite descamativa 
 Pênfigo (autoimune) 
 Líquen plano (erupção 
inflamatória, recorrente e 
pruriginosa) 
 Estomatite bolhosa penfigoide: uso 
de betametasona valerato e 
beclometasona dipropionato. 
(+potente) 
Betametasona 0,5mg/mL 1-3 gotas de 
solução intracanal 
Afecções endodônticas: pulpotomia e 
biopulpectomia. 
NÃO USAR: polpa necrótica e nem em 
um herpes pois persiste a doença base e 
agrava 
O benefício proporcionado pela 
aplicação tópica de glicocorticoides é 
maior quando o tempo de contato com 
o tecido é o maior Uso do fármaco em 
pasta que possa aderir à mucosa. 
Gabriela scortegagna. 
 
Opção: carboximetilcelulose em base 
de resina de polietileno e óleo mineral 
(Orabase) 
Triancinolona Oncilon-A em Orabase 
3 aplicações/dia 
 
Efeitos adversos 
Hiperglicimia/aumento dos níveis 
insulina Resistência. 
Estímulo da gliconeogênese e ↓ a 
utilização periférica da glicose 
hiperglicemia 
- Diabetes mellitusFraqueza muscular 
Inibição da síntese e aumento do 
catabolismo de proteínas redução de 
massa muscular Atrofia muscular (fibras 
contração rápida) 
EFEITOS METABÓLICOS: 
Lipólise 
Alteração metabolismo lipídeos: 
inibição síntese de ácidos graxos, 
Distribuição Anômala da gordura 
-Face em formato de lua cheia, 
escápula corcunda e abdômen com 
aspecto de barril. 
Calcio 
Tendem a produzir balanço negativo 
de cálcio (↓absorção no TGI e ↑sua 
excreção renal). 
Osteoporose 
Reduz função dos osteoblastos e 
aumenta atividade dos osteoclastos 
Principais limitações ao tratamento. 
 
 
EFEITOS ENDÓCRINOS 
- Retardo de crescimento linear em 
crianças (caso o tratamento seja 
continuado por mais de 6 meses) 
- Sinais de masculinização (hirsutismo e 
acne) 
- Anormalidades menstruais 
- Impotência 
- Insuficiência adrenal 
A retirada abrupta após terapia 
prolongada pode resultar em 
insuficiência aguda adrenal, devido a 
supressão da capacidade de sintetizar 
corticosteroides. 
A retirada deve ser gradual; 
- Recuperação da função adrenal:mais 
ou menos 2 meses 
- Supressão do eixo HHA: após 7 dias de 
uso de altas doses e evidente após 30 
dias de doses diárias convencionais. 
- Efeito rebote – no fim da utilização do 
farmaco o paciente pode ter um caso 
pior do que o quadro inicial. 
Doses únicas matinais: 
Esse horário simula o ritmo circadiano da 
secreção do cortisol endógeno, cujo o 
pico é as 8 h da manhã (16 µg/100ml) e a 
concentração mínima (4 µg/100ml) 
-diminuíção da supressão do eixo HHA 
SUPRESSÃO DA RESPOSTA A INFECÇÕES 
OU LESÕES 
•Infecções oportunistas 
•Mascaramento de manifestações 
clínicas de infecção. 
Gabriela scortegagna. 
 
•O efeito anti-inflamatório crônico 
afeta a cicatrização e o reparo 
tecidual gera uma disseminação do 
processo infeccioso. 
Ex: candidíase oral. Considerar: uso de 
antissépticos 
 
Uso crônico de corticoide: supressão 
imunológica Considerar profilaxia 
antimicrobiana 
 
Patógenos (fungos, bactérias e vírus) 
em vez de causarem infecção 
localizada, disseminam-se 
amplamente e produzem 
consequências sérias e até fatais 
Ex: A tuberculose latente pode ser reativada 
depois de iniciada a terapia com 
glicocorticoides 
 
Sistema GI: diminuíção da barreira da 
mucosa gástrica e interferem na 
reparação tecidual; 
SNC: euforia, insônia, depressão, 
sintomas psicóticos. 
Síndrome de abstinência: 
corticodependência–mal-estar, febre, 
mialgia, artralgia (como um efeito 
rebote) 
Hematológicos: diminuíção dos 
linfócitos, basófilos, monócitos e 
eosinófilos. 
Aumento da coagulação sanguínea: 
fenômenos tromboembólicos. 
Equilíbrio hidroeletrolítico: ação 
mineralocorticoide, retenção de Na e 
água (edema, HAS) 
Efeitos cutâneos: afinamento da pele, 
estrias. Degradação colágeno. A 
cicatrização de lesões é prejudicada. 
• Glaucoma (em pessoas com 
predisposição genética) 
• Aumento da pressão intracraniana 
• Aumento da incidência de catarata 
 
EFEITOS SOBRE FETO E LACTANTE 
Insuficiência adrenal reversível em RN 
(uso de altas doses pela gestante; 
Predisposição a infecções 
Mascaramento de manifestações 
clínicas de infecção 
Diminuição da cicatrização e reparo 
tecidual. 
Ausência de efeitos teratogênicos ou 
problemas para o lactente. 
 
Síndrome de Cushing 
Exposição excessiva a glicocorticoides 
ou superprodução endógena de 
glicocorticoides 
Causas: adm prolongada de fármacos, 
tumores 
Sintomatologia: braços e pernas finos 
(atrofia muscular), má redistribuição 
gordura corporal, aumento da gordura 
abdominal, HAS, equimoses, cicatrização 
deficiente de feridas corcova de búfalo. 
Interações 
Farmacocinéticas: 
 indutores (fenobarbital, fenitoína, 
rifampicina) ou inibidores (estrógenos) do 
metabolismo hepático de corticoides: 
ajuste de dose para ter efeito terapêutico 
e evitar efeitos adversos. 
Glicocorticoides diminui a eficácia dos 
anticoagulantes, exigindo ajuste de 
doses. 
Gabriela scortegagna. 
 
Antiácidos (hidróxido de magnésio e 
alumínio) interferem com a absorção 
dos glicocorticoides. 
Prescrição 
Gravidade da doença; duração da 
terapia; 
Quantidade do fármaco necessário 
para obter o efeito desejado: menor 
dose; 
Adm às 6-9h (manhã) mimetizar 
padrão diurno normal da secreção 
corticoides endógenos; 
Diminuição gradual e lenta das doses 
em tratamentos prolongados = 
recuperação da função da glândula 
adrenal; 
Tratamentos longos: dias alternados 
para minimizar a supressão eixo HHA 
A administração tópica reduz a 
possibilidade de efeitos tóxicos 
sistêmicos, a não ser que sejam 
empregadas quantidades muito 
grandes; 
Contra-indicação 
• Cardiopatia ou HAS 
• Diabetes mellitus 
(descompensado) 
• Catarata, glaucoma 
• Doença mental (psicoses) 
• Algumas doenças infecciosas 
(varicela, tuberculose) 
• Osteoporose

Continue navegando