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Taenia Solium e Saginata Sistema Imune contra infecções helmínticas -Padrão Th2: IL4 e IL5 • IL4: estimula produção de IgE, que se liga ao receptor Fc de eosinófilos e mastócitos • IL5: ativa eosinófilos -Interferência na resposta imune: • Interferir no processamento ou apresentação do antígeno • Induzir a supressão de macrófagos → inibem a proliferação de Linfócito T • Induzir Tregs • Induzir a tolerância de linfócitos T ou B por exaustão clonal ou pela indução de anergia • causar ativação policlonal • inibir diretamente a ativação de linfócitos T ou B Filo Platyhelmintehes: -Classe: Cestoda -Vermes multicelulares alongados, achatados, contendo cabeça, pescoço e corpo segmentado -Não possuem tubo digestivo (se alimentam por difusão) -A forma adulta apresenta ventosas na cabeça para fixação -Hermafroditas -Popularmente conhecida como “solitária” Ciclo de vida: -Ovo (embrióforo): • Membrana espessa e estriada transversalmente → resistência • Embrião/larva embrionária que eclode do ovo (oncosfera) -Larvas (cisticercos) • Vesículas translucidas, ovoides ou alongadas, contendo o escólex invaginado → origem do futuro verme adulto no intestino delgado do hospedeiro -Verme adulto Verme Adulto: -Cabeça (escólex): 4 ventosas musculares -Pescoço (colo) -Corpo: • 1-12m • Centenas de segmentos proglotes → imatura, maduras e grávidas Doenças causadas por Tênias: -Taenia Solium: Teníase e Cisticercose -Taenia Saginata: Teníase no ser humano -Teníase: • Ingestão de carne bovina ou suína crua ou mal-cozida contendo cisticercos • Presença de verme adulto no intestino • Geralmente, assintomática -Cisticercose: • Ingestão de água ou alimentos contaminados por ovos de Taenia Solium, a partir de fezes humanas • Presença de cisticercos nos tecidos -áreas não vitais: poucos sintomas -áreas vitais (cérebro e olhos): convulsões, danos ao nervo cerebral e defeitos visuais Caso Clínico 1: Mulher, 61 anos, comparece a UBS com queixa de perda ponderal estimada de 7 kg e fadiga progressiva há cerca de 1 ano. Nega tosse, febre ou alteração do hábito intestinal. Testes laboratoriais revelaram anemia ferropriva. Endoscopia digestiva alta normal. Exame parasitológico de fezes com suspeita de infecção por Taenia Solium. Colonoscopia confirmou diagnóstico de Teníase. Taenia Solium – Ciclo biológico e síndromes clínicas -Infecção ocorre pela ingestão de cisticercos na carne suína crua ou mal- cozida -Verme adulto no ID raramente causa sintomas -Pode ocorrer: desconforto abdominal, indigestão crônica e diarreia -Cisticercose pode ocorrer -No porco: ovo embrionado ou proglote ingerida → eclode na circulação → cisticerco no músculo → ingerido pelo homem → larva desencista no intestino delgado → verme adulto no intestino delgado → proglote grávida (estágio de diagnóstico nas fezes ou ambiente) Maturação do verme na vesícula (cisticerco): -Cisticerco ingerido: • Estágios da maturação: -cisticerco com pró-escólex -evaginação da pró-escólex -cisticerco com escólex envaginado -verme em desenvolvimento – até 3 meses -verme adulto – liberando proglotes grávidas e ovos pelas fezes Teníase: -Infecção humana pelo verme adulto • Consequência da ingestão de carne suína ou bovina, crua ou mal- passada contendo cisticercos viáveis -Fisiopatogenia: • Suco gástrico e os sais biliares estimulam a evaginação do escólex existente no seu interior do cisticerco, que se fixa na mucosa do jejuno • Verme adulto desenvolve-se em 5- 12 semestres (T. Solium) ou 10-12 semanas (T. Saginata) • A infecção pelos vermes adultos provoca pouca lesão na mucosa do jejuno; as raras biopsias realizadas evidenciaram uma reação inflamatória mínima -Transmissão oral: cisticercos na carne suína mal-cozida -Infecção pelo verme adulto Caso Clínico 2: Homem, 30 anos deu entrada na emergência após uma convulsão neurológica focal. Ele havia emigrado recentemente do México e estava em seu estado habitual de boa saúde antes da convulsão. O exame neurológico não revelou achado focal persistente. Uma tomografia computadorizada (TC) da cabeça revelou pequenas lesões císticas múltiplas em ambos os hemisférios cerebrais. A calcificação pontuada foi notada em diversas lesões. Uma punção lombar revelou um nível de glicose de 65 mg/dL (normal) e um nível de proteína de 38 mg/dL (normal) no líquido cefalorraquidiano. A contagem de leucócitos foi de 20 células/mm3 (normal até 4 cels/mm3) com um diferencial de 5% de neutrófilos, 90% de linfócitos e 5% de monócitos. O diagnóstico foi de neurocisticercose. Cisticercose: -Transmissão é fecal-oral (inter-humana, ambiente domiciliar) -Infecção ocorre pela ingestão de ovos de T. Solium através da água e alimentos contaminados com fezes humanas -Heteroinfecção é a forma mais comum de contágio, mas a autoinfecção pode ocorrer -Ovos eclodem no estômago liberando as oncosferas -Cisticerco se desenvolve em 3-4 meses e são viáveis por até 5 anos (cisticercus cellusae) -Poucos cisticercos em áreas não vitais = assintomáticos -Cérebro: hidrocefalia, meningite, lesões em nervos cranianos, convulsões, reflexos hiperativos e defeitos visuais -Olhos: perda da acuidade e campo visual -Morte da larva → intensa reação inflamatória Como as pessoas contraem cisticercose: -Heteroinfecção: ingestão de alimentos ou água contaminados por ovos de T. Solium liberados por um indivíduo com teníase -Autoinfecção externa: maus hábitos de higiene e coprofagia -Autoinfecção interna: ativação das oncosferas pelo suco gástrico provocadas por movimentos antiperistálticos Fisiopatologia: -Passagem do ovo pelo suco gástrico → liberação do embrião (oncosfera) → invade o intestino delgado e através da corrente sanguínea atinge os tecidos -3 fases: 1. Fase Inicial de invasão do embrião: • Enzimas proteolíticas e acúleos que desempenham papel importante → invasão e fixação • O tipo e a velocidade da resposta imune determinarão a resistência (Th1) ou susceptibilidade (Th2) ao parasita • Embriões que sobrevivem: +80% dos casos → SNC e olhos 2. Fase intermediária: • O cisto permanece viável pela imunomodulação da resposta imune (Th2 e IL10) • Cistos viáveis sobrevivem em até 5 anos (cistos em estágio vesicular) • Involução (após 2 anos viáveis) os cistos no parênquima cerebral e imunopatogênese associada • Mecanismo de evasão do cisto: locais imunoprivilegiados e mimetismo molecular (determinantes antigênicos semelhante aos dos hospedeiro) 3. Fase final: • Destruição do cisticerco por reação inflamatória • Cistos entram em involução através dos estágios coloidal, granular e calcificado Taenia Saginata – ciclo biológico e síndromes clínicas: -Homem contaminado libera ovos/proglotes nas fezes → bovino ingere → oncosfera eclode e penetra a parede intestinal → circulação → cisticerco na carne → estágio de infecção → humano ingere a carne → larva desencista no intestino delgado → verme adulto no intestino delgado → ovos ou proglotes nas fezes ou ambiente → início do ciclo -Infecção ocorre pela ingestão de cisticercos na carne bovina crua ou mal- cozida -Verme adulto no ID raramente causa sintomas → pode ocorrer desconforto abdominal leve, indigestão crônica e “dores de fome” -Proglotes podem ser liberadas ativamente pelo ânus -Cisticercose não ocorre em humanos por T. Saginata Principais diferenças entre T. Solium e Saginata:
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