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Revelações de Impressões Digitais: do Clássico à Nanotecnologia 
 
 A identidade é o conjunto de caracteres que individualizam uma pessoa 
pela ocorrência de propriedades, sinais ou marcas específicas. É, portanto, 
exclusiva e intransferível. Diante disso, o método de identificação consiste na 
determinação da identidade. 
Um dos métodos de identificação humana bastante utilizada é a 
Papiloscopia. A Papiloscopia é a ciência responsável pela identificação por 
meio das papilas dérmicas. As papilas dérmicas são reentrâncias que 
representam o local de contato entre a derme e a epiderme. As papilas são 
irrigadas e apresentam receptores sensoriais. 
 
 
FIGURA - ESTRUTURA DA PELE 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br>. 
 
A Papiloscopia é, portanto, baseada na perenidade, individualidade, 
viabilidade e imutabilidade das papilas dérmicas: 
 
Perenidade: 
 
 
 
As papilas dérmicas apresentam a capacidade de resistir à ação do 
tempo; 
 
Individualidade: 
As papilas dérmicas são específicas de indivíduo para indivíduo; 
 
Viabilidade: 
O estudo das papilas dérmicas é viável às práticas periciais, pelo seu 
baixo custo e fácil operacionalização; 
 
Imutabilidade: 
As papilas dérmicas não variam com o passar do tempo. 
 
A Papiloscopia é dividida em várias áreas de acordo com o objeto de 
estudo em questão. A área responsável pela identificação por meio das 
impressões digitais é a Datiloscopia. O uso das impressões digitais na 
identificação humana remonta à pré-história. Desde essa época é conhecido 
que o homem primitivo realizava marcações de seus objetos e cavernas com 
as mãos. Em geral, essas marcações eram feitas em argila, reproduzindo 
principalmente as extremidades digitais. 
Após isso, várias descobertas tiveram importância no campo das 
impressões digitais e vários sistemas de identificação por meio destas foram 
propostos. Porém, em 1891, Juan Vucetich apresentou o novo sistema de 
identificação, que ficou conhecido como Iconofalangometria. Porém, a dúvida 
acerca da confiabilidade do método de identificação humana por meio de 
impressões digitais ainda pairava. 
Depois de anos de estudos e investigações chegou-se à conclusão de 
que a identificação por impressões digitais era mesmo confiável, ou seja, era 
possível a identificação individual por meio destas. A partir daí o sistema 
Vucetich passou a ser amplamente utilizado em todas as circunstâncias, ou 
seja, deixou de ser apenas um processo destinado à identificação de 
 
 
 
criminosos e passou a ser utilizado pela sociedade civil. Nesta época, o 
sistema passou a ser chamado de Datiloscópico ou simplesmente Datiloscopia. 
O processo datiloscópico divide-se em: 
 
a) Monodatilar 
 
É quando se refere à impressão digital de um só dedo. 
 
b) Decadátilar 
 
É quando se trata da impressão do conjunto dos 10 dedos. 
 
 Os desenhos papilares estão presentes desde a vida embrionária e só 
desaparecem com a putrefação corporal, ocorrida após a morte. Os desenhos 
são expressos em datilogramas que podem ser divididos de três formas: 
 
a) Datilogramas naturais: são aqueles realizados diretamente pelo 
auxílio da lupa. 
b) Datilogramas artificiais: são aqueles realizados de forma artificial, 
ou seja, com o auxílio de meios gráficos de impressão. Um exemplo é a ficha 
datiloscópica. 
 
FIGURA - FICHA DATILOSCÓPICA 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.papiloscopia.com.br>. 
a) Datilogramas acidentais: são aqueles encontrados acidentalmente 
nos locais de crime. 
 
No Sistema Vucetich, há quatro tipos de desenhos fundamentais que 
servem de base para toda a classificação datiloscópica. Esses desenhos são 
baseados na presença de duas características: o delta e as linhas do sistema 
nuclear. 
 
 FIGURA - REPRESENTAÇÃO DO DELTA E DAS LINHAS NUCLEARES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.papiloscopia.com.br>. 
Delta 
Linhas 
nucleares 
 
 
 
 
Diante disso, os quatro tipos de desenhos fundamentais e suas 
características são: arco, presilha interna, presilha externa e verticilos. Esses 
tipos apresentam a seguinte denominação de acordo com os dedos: 
 
a) Arco (A – polegar; 1 – demais dedos); 
 
FIGURA - REPRESENTAÇÃO DO ARCO 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.papiloscopia.com.br>. 
 
Características do Arco: 
 
I) Ausência de delta; 
II) As linhas atravessam o campo da impressão de um lado para o 
outro, assumindo forma abaulada. 
 
b) Presilha interna (I – polegar; 2 – demais dedos); 
 
FIGURA - REPRESENTAÇÃO DA PRESILHA INTERNA 
 
 
 
 
FONTE: <http://www.papiloscopia.com.br>. 
 
Características da Presilha Interna: 
 
I) Um delta à direta do observador; 
II) As linhas nucleares ocorrem para a esquerda do observador. 
 
c) Presilha externa (E – polegar; 3 – demais dedos); 
 
FIGURA - REPRESENTAÇÃO DA PRESILHA EXTERNA 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.papiloscopia.com.br>. 
 
Características da Presilha Externa: 
 
I) Um delta à esquerda do observador; 
II) As linhas nucleares ocorrem para a direita do observador. 
 
d) Verticilo (V – polegar; 4 – demais dedos). 
 
 
 
 
 FIGURA - REPRESENTAÇÃO DO VERTICILO 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.papiloscopia.com.br>. 
 
Características do Verticilo: 
 
I) Apresenta dois deltas: um à direita e outro à esquerda do 
observador; 
II) As linhas nucleares ficam encerradas entre dois deltas. 
 
 Há mais de um milhão de fórmulas datiloscópicas baseadas nesses 
quatro tipos fundamentais e ambas estão à disposição do Serviço de 
Identificação do Exército. Os datiloscopistas são os profissionais responsáveis 
por realizar os trabalhos de pesquisa nos arquivos datiloscópicos e comparar 
com as impressões digitais em avaliação. 
As impressões digitais podem ser: 
 
• Impressões latentes (IPL): são as impressões formadas por óleo ou 
secreções de suor depositadas pelo dedo de uma pessoa quando esta toca 
determinada superfície ou objeto. São invisíveis a olho nu e necessitam de 
técnicas que as faça visíveis. 
• Impressões visíveis: são formadas quando o dedo do criminoso 
está contaminado com algum tipo de fluido. Daí é deixada uma marca visível. 
 
 
 
• Impressões plásticas ou moldadas: são formadas quando a 
impressão do dedo é deixada em uma substância macia. Raras de serem 
encontradas nas cenas de crime. 
 
Há diversas técnicas para coleta de impressões digitais na cena do 
crime. Saber escolher a técnica se torna importante do ponto de vista que uma 
escolha errada acarreta na destruição do vestígio, da evidência, 
comprometendo, assim, o andamento das investigações. 
Nas técnicas de revelação de impressões digitais são utilizados 
reveladores. Os reveladores reagem com os produtos liberados no suor e 
tornam visíveis as impressões digitais. 
 
TABELA - RELAÇÃO ENTRE AS GLÂNDULAS E OS COMPOSTOS 
EXCRETADOS NO SUOR HUMANO 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.ebah.com.br>. 
 
Os reveladores podem ser classificados em químicos e físicos. Dentre 
os reveladores químicos encontram-se os pós como: carbonato de chumbo ou 
 
 
 
cerusa, negro de marfim, negro de fumo, pó de alumínio, pó de grafite, pó de 
ferro, pó magnético, rodamina-B, eosina, sulfato de para-rosanilina, violeta 
cristal, crisoidina, fluoresceína, naftolato AS, verde malaquita, fosfina R, azul 
demetileno, nitrato de uranilo, etc. Entre os meios físicos destacam-se a luz 
comum oblíqua e a luz ultravioleta (com ou sem filtros adequados). 
 
A técnica do pó 
 
Na revelação de impressões digitais utilizando a técnica do pó são 
utilizados diversos tipos de pó (TABELA 3). A escolha depende da superfície 
avaliada, das condições climáticas e da experiência do perito. O pó pode ser 
aplicado com o auxílio de um pincel com cerdasmacias, spray de aerossol e 
aparato eletrostático. 
 
FIGURA - APLICAÇÃO DO PÓ NA REVELAÇÃO DAS IMPRESSÕES 
DIGITAIS 
 
FONTE-<http://quimicaforensic.blogspot.com>. 
 
TABELA - TIPOS DE PÓS UTILIZADOS NAS REVELAÇÕES 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.ebah.com.br>. 
 
 
Vapor de Iodo 
 
 O iodo tem a capacidade de sublimar, ou seja, passar do estado sólido 
diretamente para o estado gasoso. Para realizar essa mudança, necessita 
absorver calor. O vapor gerado por essa mudança apresenta a coloração 
marrom amarelada. O princípio da técnica de revelação utilizando o vapor de 
iodo está relacionado a essa mudança de estado. Coloca-se o material a ser 
examinado em um saco plástico selado junto a cristais de iodo. Agita-se o 
 
 
 
saco, movimento suficiente para gerar calor no microambiente. Ocorre, dessa 
forma, a sublimação e o vapor reagem com a impressão digital latente por meio 
de uma absorção física. 
 É uma técnica extremamente simples e indicada para avaliação de 
pequenos objetos. Apresenta a vantagem de não danificar o vestígio, portanto, 
pode ser realizada antes de outras técnicas. 
 
Nitrato de Prata 
 
 É uma técnica bastante utilizada e baseia-se na reação do nitrato de 
prata com os íons cloreto presentes nas secreções do suor e 
consequentemente nas impressões digitais. 
 
 
 
 O princípio da técnica consiste em imergir a superfície a ser analisada 
em um recipiente contendo solução 5% de nitrato de prata (AgNO3(aq)) por 30 
segundos. O cloreto de prata (AgCl(ppt)) originado é insolúvel em água, ou seja, 
é um precipitado. Após esse procedimento, a superfície deve ser colocada em 
câmara escura para secagem. Depois, deve ser deixada ao sol para que o íon 
prata seja reduzido à prata metálica, revelando a impressão digital sob um 
fundo negro. Deve-se fotografar a impressão digital antes que toda a superfície 
escureça. 
 
Ninidrina 
 
 A ninidrina é uma substância que apresenta afinidade por compostos 
orgânicos como proteínas e aminoácidos. O princípio é o seguinte: é feita uma 
solução de 0,5 g de ninidrina com 30 ml de etanol. Deve-se borrifar a solução 
na superfície a ser analisada, sempre mantendo uma distância de segurança 
 
 
 
de aproximadamente 15 cm. Esse procedimento deve ser repetido o número de 
vezes necessárias para a visualização da impressão. 
 A impressão, caracterizada pela cor púrpura, só aparecerá quando a 
superfície estiver completamente seca. 
 
FIGURA - REAÇÃO QUÍMICA DA NINIDRINA COM AMINOÁCIDOS 
 
 
 
FONTE: <http://www.ebah.com.br>. 
 
FIGURA - IMPRESSÕES DIGITAIS 
REVELADAS COM A TÉCNICA DE 
NINIDRINA EM PAPEL 
 
52 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://quimicaforensic.blogspot.com>. 
 
Identificação de Sangue e Outros Fluidos Biológicos 
 
 O objetivo do perito é encontrar vestígios que auxiliem na elucidação 
dos crimes. Os vestígios biológicos mais comuns em qualquer cena do crime 
são: sangue, cabelos, pelos, sêmen, saliva, urina, fezes, ossos e peças 
dentárias. 
 
a) Sangue 
 
 O sangue é uma mistura constituída pelo plasma (água e sais 
dissolvidos) e os componentes sólidos (eritrócitos – glóbulos vermelhos, 
leucócitos – glóbulos brancos e plaquetas). 
 
FIGURA - CONSTITUINTES DO SANGUE 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br>. 
 
 
 O sangue apresenta as seguintes funções: 
 
• Transporte de oxigênio e dióxido de carbono pelo corpo humano; 
• Responsável por mediar a troca de substâncias entre os órgãos; 
• Transporte de metabólitos; 
• Distribuição de hormônios; 
• Homeostase; 
• Manutenção da temperatura corporal; 
• Regulação do balanço ácido-base em conjunto com os pulmões, 
fígado e rins; 
• Defesa contra agentes patogênicos; 
• Realização da coagulação como mecanismo de autoproteção. 
 
 Quanto à presença de sangue na cena de um crime há três situações 
possíveis de ocorrer: 
 
I) O sangue/mancha de sangue encontra-se visível; 
II) O sangue/mancha de sangue encontra-se invisível; 
III) O sangue /mancha de sangue foi removida pelo criminoso, 
portanto, considerada também invisível. 
 
 
 
 
O tipo de mancha de sangue deixada como vestígio vai depender do tipo 
de ferimento em questão. 
 
FIGURA - MANCHAS DE SANGUE. GOTEJADA (À ESQUERDA), 
TRANSFERIDA (CENTRO) E PROJETADA (À DIREITA) 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.quimicaforensic.blogspot.com>. 
 
 Os eritrócitos ou glóbulos vermelhos do sangue apresentam em seu 
interior uma molécula de hemoglobina, responsável pelo transporte de 
oxigênio. A molécula de hemoglobina possui em sua estrutura um radical 
denominado heme. 
 
FIGURA- ESTRUTURA MOLECULAR DA HEMOGLOBINA (À 
ESQUERDA) E A ESTRUTURA DO RADICAL HEME (À DIREITA) 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com>. 
 
 
 
 
A coleta dos vestígios sanguíneos é um processo de extrema 
importância e deve ser realizado com bastante cautela pelos peritos. Antes 
deve ser feita uma avaliação geral do local do crime, determinar a localização 
exata das manchas, se elas foram lavadas, se há contaminação, o aspecto e o 
tamanho, etc. 
A coleta depende do estado físico do sangue. Caso esteja em estado 
líquido, deve ser coletado com o auxílio de tiras absorventes ou zaragatoas 
estéreis. As tiras deverão ser armazenadas em envelopes de papel após 
estarem completamente secas. Já as zaragatoas deverão ser armazenadas em 
suportes próprios. 
Caso o sangue esteja em estado sólido, há duas possibilidades. A 
primeira é a realização da raspagem e posterior armazenamento em envelopes 
de papel. A segunda é a solubilização com soro fisiológico e coleta em tiras de 
papel, como descrito anteriormente. 
A escolha do teste depende das características da amostra obtida na 
coleta. Os testes podem ser de dois tipos: testes presuntivos, que são aqueles 
que identificam a presença de sangue baseados em reações de oxidação, que 
podem ser reações de cor ou luminescência; e os testes confirmatórios, que 
são aqueles que confirmam a presença de sangue por meio da formação de 
cristais de derivados do grupo heme ou de reações imunológicas com a 
hemoglobina. 
 
Testes presuntivos 
 
Reações de cor 
 
São utilizados peróxido de hidrogênio e um reagente que funciona como 
indicador. O grupo heme atua sobre o peróxido liberando oxigênio que oxida o 
indicador, originando um composto corado. 
 
I) Reação de cor – Reagente de Kastle-Meyer 
 
 
 
 
Reagente de Kastle-Meyer: 
0,1 g de fenolftaleína; 
2,0 g de hidróxido de sódio (sob a forma de pellet); 
2,0 g de pó de zinco metálico; 
10 ml de água destilada. 
 
 A amostra de sangue coletada deve ser macerada com 1 ml de água 
destilada ou hidróxido de amônio concentrado. Duas gotas do macerado são 
colocadas em um tubo de ensaio junto com duas gotas do reagente e duas de 
peróxido de hidrogênio a 5 %. 
 FIGURA- REAÇÕES DO REAGENTE DE KASTLE – MEYER 
 
FONTE: Disponível: <http://www.allchemy.iq.usp.br>. 
 
 
 
 
Caso a amostra contenha sangue, haverá a decomposição do peróxido 
em água e oxigênio. O oxigênio liberado promoverá a mudança de cor da 
fenolftaleína. É essa mudança de cor que evidencia ao perito que a amostra 
contém sangue. É um teste de sensibilidade de 1/1.000.000. 
 
II) Reação de cor – Reagente de Adler- Ascarelli ou Benzidina 
 
Reagente de Adler – Ascarelli ou Benzidina 
0,16 g de benzidina cristalizada; 
4Ml de ácido acético glacial; 
4mL de peróxido de hidrogênio de 3 a 5%. 
 
 A amostra coletada deve ser macerada em 1 ml de água destilada ou 
ácido acético glacial. Colocam-se duas gotas do macerado em um tubo de 
ensaio juntamente com duas gotas do reagente e duas de peróxido de 
hidrogênio. Caso a amostra contenha sangue, o oxigênio liberado irá oxidar a 
benzidina fazendo com que haja o aparecimentoda coloração azul. 
 
FIGURA- REAÇÃO DE BENZIDINA 
 
FONTE: Disponível: <http://www.allchemy.iq.usp.br>. 
 
 A sensibilidade desse teste é de 1/ 2.000.000. 
 
 
 
 
Reações de Luminescência 
 
 As moléculas do sangue podem ser excitadas quimicamente por meio 
de fluorocromos produzindo luminescência por reação de oxidação com o 
grupo heme. Esses testes em que se utilizam reações de luminescência 
servem para detectar vestígios em cenas de crimes em que não há manchas 
visíveis a olho nu. 
 
I) Reação de Luminescência - Reagente de Luminol 
 
 O composto luminol (5-amino-2,3-di-hidro-1,4-ftalazinadiona) pode ser 
obtido a partir do ácido 3-nitroftálico. 
 
FIGURA - SÍNTESE DE LUMINOL 
 
 
FONTE: Disponível: <http://www.allchemy.iq.usp.br>. 
 
O luminol produz uma reação quimioluminescente em solução básica 
quando em contato com o sangue. A vantagem da utilização do luminol é que 
ele é capaz de reagir com quantidades ínfimas de sangue, mesmo se já tenha 
passado longos períodos ou se tenha sido realizada a remoção prévia pelo 
criminoso. A sensibilidade do teste pode chegar a 1/ 1.000.000.000. 
 
 
 
Hoje, há kits especiais no mercado facilitando a vida dos peritos na 
revelação de manchas de sangue. 
 
FIGURA - DETECÇÃO DE MANCHAS OCULTAS DE SANGUE POR 
MEIO DO LUMINOL 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.quimicaforensic.blogspot.com>. 
 
Reações confirmatórias 
 
 
 
 
I) Cristais de Teichmann 
 
Os cristais de Teichmann são a forma química particular da heme, cujo 
átomo de ferro está oxidado. São cristais rômbicos ou prismáticos, isolados ou 
agrupados de cor castanho-escuros. Podem formar-se no sangue quando 
adicionado um reagente de Bertrand, assim confirmam que a amostra é 
sangue. É visto em lâmina ao microscópio. 
 
FIGURA - CRISTAIS DE TEICHMANN 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.ebah.com.br>. 
 
b) Sêmen 
 
 É um vestígio secretado pelo homem e pode ser encontrado na forma 
de manchas nas roupas, chão, tapetes e outros; nas formas líquida e seca. 
Após secagem, dá um efeito engomado aos tecidos. 
 Os procedimentos que devem ser realizados pela perícia forense são: 
• Verificação se de fato a mancha trata-se de sêmen ou não; 
• Identificação da origem (se é humano ou não); 
• Determinação do grupo sanguíneo; 
• Determinação do tipo de ejaculação (se interna ou externa); 
• Determinações toxicológicas (se há ou não presença de drogas); 
 
 
 
• Exames genéticos – Exames de DNA. 
 
 O estudo dos fluidos seminais na cena do crime está diretamente 
relacionado à individualização da evidência biológica para confronto com 
possíveis suspeitos. O esquema de avaliação forense quanto a vestígios de 
sêmen pode ser visualizado na Figura. 
 
FIGURA - ESQUEMATIZAÇÃO DO ESTUDO DO SÊMEN 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.ebah.com.br>. 
 
 A coleta de vestígios de sêmen deve ser feita com a máxima cautela, já 
que se deve preservar ao máximo a presença de espermatozoides na amostra. 
 
Testes presuntivos 
 
I) Luz UV 
Consiste na exposição da mancha à luz UV. É utilizado apenas para 
uma avaliação preliminar, já que a reação à luz UV não é exclusiva do sêmen. 
 
 
 
 
II) Fosfatase Ácida 
A fosfatase ácida é uma enzima presente no sêmen. O princípio consiste 
na detecção da atividade enzimática por meio de substratos. O mais específico 
é timolftaleínamonofosfato de sódio. 
 
III) Reação de Florence 
 A reação de Florence é baseada na formação de cristais de iodeto de 
colina, que se encontram presentes no esperma sob a forma de fosforil-colina e 
lecitina. 
 
Reagente de Florence: 
 
2,54 gramas de Iodo etálico; 
1,56 gramas de Iodeto de potássio; 
30 ml de água destilada. 
 
 Os cristais são vistos na forma de lâminas romboides de coloração 
parda. 
 
Testes confirmatórios 
 
I) Teste a fresco 
A análise é realizada em microscópio a fresco para a determinação de 
espermatozoides, já que a determinação de um espermatozoide íntegro já é 
suficiente para confirmar a presença de sêmen. Porém, não deve descartar o 
fato de que há muitos homens azoospérmicos e submetidos à vasectomia. 
 
O Bafômetro e Outras Técnicas de Quantificação do Etanol 
 
 O “álcool” e as “drogas de abuso” são as substâncias que, na 
atualidade, fazem parte da maioria das requisições de exames toxicológicos. 
De acordo com a especificidade do caso e o tipo de análise toxicológica 
 
 
 
pretendida procede-se à coleta das amostras mais adequadas. Dessa forma, 
existem análises que requerem apenas um tipo de amostra, enquanto outros 
diversos tipos. No caso da quantificação de etanol é necessária apenas a 
coleta de amostra de sangue da pessoa sob suspeita. Porém, quando não é 
possível realizar a coleta sanguínea, pode ser realizada a coleta de saliva, 
urina, líquido sinovial, medula óssea, etc. 
O etanol pode ser quantificado de várias formas: 
 
Bafômetro 
O bafômetro é um instrumento utilizado no trânsito para comprovação da 
embriaguez dos motoristas. A reação química ocorrida dentro do aparelho é a 
seguinte: 
 
K2Cr2O7(aq.) + 4 H2SO4(aq.) + 3 C2H5OH(v)3 C2H4O(g) + 
K2SO4(aq.) + Cr2(SO4)3(aq.) + 7 H2O(l) 
 
Ao ser exalado pelo motorista, o álcool presente no ar reage com a 
solução de dicromato de potássio, provocando uma reação de oxirredução. É 
formado nessa reação aldeído acético (C2H4O), caso esteja presente o álcool 
etílico. Nessa reação, como confirmação da embriaguez do motorista, há uma 
mudança de coloração: o dicromato (amarelo-alaranjado) dá origem ao Sulfato 
de Crômio III (coloração verde). 
Nem sempre é possível a aplicação desse procedimento simples, que é 
a técnica do bafômetro. Dessa forma, tornam-se necessárias avaliações de 
amostras de fluidos biológicos para detecção da presença de etanol. As 
principais técnicas são: 
 
I) Utilização de marcadores biológicos 
 
Marcadores biológicos são substâncias, produtos de biotransformação 
ou alterações bioquímicas cuja determinação em fluidos biológicos permite 
avaliar a intensidade de exposição à determinada substância. Dessa forma, a 
 
 
 
presença dos marcadores biológicos indicam a presença da substância sob 
suspeita. 
Os principais marcadores biológicos do etanol são: 
 
• Gama-Glutamiltranspeptidade (GGT); 
• Alanina aminotransferase (ALT); 
• Transferrina deficiente em carboidrato (CDT); 
• Etilglicuronídeo (EtG); 
• Ésteres de ácidos graxos (FAEEs); Etilsulfato (EtS). 
 
II) Técnicas analíticas 
 
Cromatografia em fase gasosa, utilizando a técnica de separação por headspace 
(GC – HS) 
 
A cromatografia é uma técnica analítica de grande importância nas 
análises de amostras forenses. A cromatografia gasosa (GC) é um método de 
análise de misturas cujos constituintes tenham pontos de ebulição de até 
300ºC e que sejam termicamente estáveis. Na cromatografia gasosa de 
separação por headspace (GC – HS) é utilizado o método de separação 
headspace, que constitui na extração de compostos orgânicos voláteis e 
semivoláteis da amostra.

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