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Campilobacteriose Etiologia Campylobacter fetus possui duas subespécies, C. fetus subsp. fetus, que causa aborto esporádico em bovinos e infertilidade enzoótica em ovinos, e C. fetus subsp. venerealis, causador da CGB. C. fetus subsp. venerealis é um bastonete Gram-negativo, espiralado, em forma de vírgula ou em "S", possui um ou dois flagelos polares e não forma esporos. É microaerófilo, necessitando de atmosfera rica em CO2 (10%) e reduzida concentração de O2 (5%) para seu crescimento (Vandamme 2000). C. fetus é classificado em dois sorotipos denominados A e B, com base na composição do lipopolissacarídeo da membrana externa da bactéria, sendo que C. fetus subsp. fetus apresenta ambos os sorotipos (A e B), enquanto C. fetus subsp. venerealis apresenta somente o sorotipo A (Thompson & Blaser 2000). Epidemiologia A Tricomonose bovina e a Campilobacteriose genital bovina são doenças de distribuição mundial e na década de 1970 já haviam sido registradas sua presença suspeito nos rebanhos bovinos de 36% e 41% dos 168 países informantes da WHO-OIE, respectivamente. Tanto o T. foetus como o C. fetus veneralis tem por habitat o trato genital de bovinos, sendo transmitido do macho para a fêmea, e vice- 11 A Campilobacteriose e a Tricomonose são doenças reemergentes? versa, por ocasião da cobertura. A transmissão entre machos pode também ocorrer, por fômites ou cama contaminada, podendo justificar a infecção de touros em Centrais de Inseminação. O touro é o portador assintomático permanente, do T.foetus e C. fetus venerealis, não apresentando sinais clínicos dessas doenças mas também não adquirindo imunidade contra os seus agentes. A transmissão do C. fetus venerealis de touros infectados para fêmeas pode variar de 50% à 100% e a infertilidade, representada pela repetição de cio atinge mais comumente as novilhas e vacas jovens, sendo que o aborto, em torno do 5º mês, ocorre em menos que 10%, das que se infectam, sendo que a taxa de prenhez de fêmeas infectadas pode estar em torno de 20%. Patogenia É uma doença infecciosa venérea causada pela bactéria C. fetus subsp. Veneralis e é caracterizada principalmente por infertilidade e morte embrionária, evidenciadas pela repetição do estro a intervalos regulares, abroto nas fêmeas e infecção assintomática nos machos, como é observado nas doenças venéreas da maioria das espécies domésticas, a infecção no macho é limitada e o touro assume a condição de portador assintomático. Os touros comumente infectam-se ao acasalar-se com fêmeas e cama contaminada, também, podem servir como fontes de infecção. A infecção é mais difícil de se tornar-se permanente em touros com menos de quatro a cinco anos de idade. Touros mais velhos têm mais chances de desenvolverem o estado de portadores permanentes do que de touros jovens, possivelmente devido ao aumento no múmero e na profundidade das criptas epiteliais do pênis e prepúcio. Com o avanço da idade o ambiente prepucial torna-se mais fovorável á colonização por C. fetus subsp. Veneralis. Sinais clínicos Os sinais clínicos que podem ser notados no rebanho são abortos e repetição de cio, nas fêmeas, já nos machos a infecção é assintomática. Embora esta bactéria colonize as criptas prepuciais, não causam reação do hospedeiro à sua presença. Por serem portadores assintomáticos, os touros são considerados os grandes responsáveis pela difusão da doença no rebanho. Como esta doença geralmente é de apresentação subclínica, sendo pouco perceptível no rebanho, especialmente quando não é feito um bom controle zootécnico, por diversas vezes não são observadas as repetições de cio, e quando se suspeita da doença, o prejuízo econômico já é grande. Diagnóstico Os métodos de rotina disponíveis no Brasil atualmente são o isolamento, a imunofluorescência direta, que podem ser utilizados para o diagnóstico individual, a muco-aglutinação e, experimentalmente o Elisa IgA (Pellegrin, 2001), que pode auxiliar também na triagem de rebanhos e, também, o ensaio da polimerase em cadeia (PCR) que ainda necessita mais estudos para sua aplicação. Para o diagnóstico de fêmeas portadoras podem ser utilizados o isolamento e a muco-aglutinação e, para a detecção de touros portadores no rebanho, também o isolamento e a imunofluorescência direta. O isolamento é o único que tem 100% de especificidade, significando que animais positivos neste método são realmente considerados positivos. A imunofluorescência direta é um método de grandes vantagens porque pode ser efetuado em menor espaço de tempo, não tendo o seu resultado comprometido pela presença de contaminantes (o que compromete o isolamento), e o material pode ser acondicionado sob refrigeração durante um período de tempo maior até o envio. Uma boa coleta do material é fundamental para o sucesso do diagnóstico. Para a imunofluorescência, o lavado prepucial pode ser coletado com uma técnica adaptada por Leite (1995) e para coletar muco vaginal, a técnica do tampão intra-vaginal, descrito por Fernandes & Gomes (1992). De todos os aspectos a serem considerados no diagnóstico da Campilobacteriose Genital Bovina devemos enfatizar a necessidade de repouso sexual dos touros, no mínimo de 15 dias, antes de cada coleta, devendo ser realizados três exames para que um animal seja considerado realmente negativo. Tratamento O tratamento geralmente é realizado nos touros. No entanto, se estes não possuem alto valor zootécnico e não são utilizados em coletas de sêmen, a relação curto-benefício, na maioria dos casos, não é favorável ao tratamento. Controle O controle fundamenta-se em três aspectos principais: o fato de a transmissão ser venérea, dos touros serem portadores permanentes e das fêmeas infectadas poderem obter imunidade após um período entre 3 e 6 meses. Baseados nisso, devemos considerar primordialmente as seguintes ações: prevenir a transmissão do C.fetus subsp.venerealis e eliminar a infecção do rebanho e evitar uma nova introdução do agente no rebanho. Colibaciolose Etiologia O agente da colibacilose é uma bactéria gram-negativa, pertencente ao Reino, Monera, filo Proteobacteria, ordem Enterobacteriales, família Enterobacteriaceae e gênero Escherichia. É um microrganismo aneróbico facultativo, crescendo facilmente na maior parte dos meios de cultura e que habitualmente é encontrado no trato intestinal. Possui 2 µm de comprimento e cerca de 1 µm de diâmetro, parede celular protetora e membrana celular, DNA de fita dupla como material nuclear e plasmídeos. Ao redor da parede celular, são encontradas estruturas denominadas fímbrias que permitem a fixação da bactéria no trato intestinal, impedindo sua liberação junto com a diarréia. Epidemiologia A colibacilose ocorre com mais frequencia em animais de produção recém nascidos, causando significativas perdas ecômicas. É uma doença complexa por englobar muitos fatores de risco e que existem interação com outros agentes. Pode ser classificada em dois tipos: a entérica, que causa vários gruas de diarréia, desidratação,a cidose e morte em poucos dias, se não realizado o tratamento, a septicemia, que causa a morte em poucas horas. Os índices de morbidade variam conforme método de criação e aptidão, leite ou carne, em bezerros leiterios sob condições intensificadas e manejo inadequado este índice pode chegar a 75%, mas 30% é o normal, já em bezerros d ecorte este índice varia de 10 a 50%. Os índices de mortalidade também variam de 3% em rebanhos bem manejados até 60% em rebanhos com problemas de manejo. Patogenia Esta bactéria é classificada dentro de 150 a 200 sorotipos e sorogrupos com base nos antígenos somáticos (O), capsular (K) e flagelar (H). Apenas alguns sorogrupos são patogênicos, sendo classificados baseados na produção de fatores de virulência. Três grupos de E. coli foram identificados como causadores de diarréia em bezerros: E. coli enterotoxigênica(ETEC): é o enteropatógenos mais comum e elabora toxinas termo-estáveis (ST) e termo-lábeis (LT) no intestino delgado de animais recÉm-nascidos. https://www.infoescola.com/biologia/reino-monera/ https://www.infoescola.com/reino-monera/proteobacteria/ https://www.infoescola.com/biologia/dna/ https://www.infoescola.com/reino-monera/plasmideo/ https://www.infoescola.com/doencas/disenteria/ E. coli entoropatogênica (EPEC): coloniza a mucosa do intestino delgado, causando diarréia, entretanto não produz enterotoxinas. Frequentemente, causam lesões nas microvilosidades intestinais conhecidas como “fixadoras e destruidoras” (ECFD). E. coli enterohemorrágica (EHEC): fixa-se no cólon e no intestino delgado distal. Encontra-se também dentro da classe ECFD, levando à uma colite hemorrágica. Produz também verotixinas, sendo conhecida como E. coli verocitotóxica (ECVT) e também como E. coli necrotoxigênica (FCN1/FCN2), pois produz fatores necrotizantes citotóxicos. Sinais clínicos Os sinais clínicos da doença vão depender de fatores como a virulência da cepa, da idade do animal e da sua imunidade. Inicialmente, é observado uma diarréia pastosa, profusa, amarelada ou esbranquiçada, podendo progredir para diarréia aquosa severa, seguida por desidratação, acidose metabólica e morte. Em alguns casos, a doença pode progredir rapidamente, levando à morte antes do aparecimento da diarréia. Diagnóstico O diagnóstico presuntivo de infecção entérica por E. coli baseia-se no histórico clínico e sinais, determinação de pH fecal, e confirmação por cultura nas fezes. O diagnóstico é mais preciso se a E. coli pertencer a um sorogrupo patogênico e é positivo para os fatores de virulência apropriados para genes prováveis, PCR, prova de algutinação, E.L.I.S.A., imunofluorescência para antígenos fimbriais, teste em ratos e cultura tecidual. O diagnóstico pode ser considerado conclusivo apenas quando são observadas, simultaneamente, evidências histológicas da colonização da mucosa intestinal por bacilos e E. coli K99 positivas são isoladas. Tratamento Quando a desidratação e a acidose são intensas, é indicado as soluções que contêm o íon bicarbonato para a hidratação do animal, sendo que animais severamente desidratados é recomendado a fluidoterapia intravenosa, enquanto que para animais com uma desidratação modera recomenda-se fluidoterapia oral. Para o tratamento da infecção pela E. coli patogênica é recomendado a administração de antibióticos de amplo espectro até a revelação do antibiograma. Um dos problemas apresentados pela antibioticoterapia é o rápido desenvolvimento de resistência para bactérias entéricas e a depressão da flora intestinal. Existem drogas que podem auxiliar no tratamento dos sintomas do choque endotóxico, como o flunixin meglumine juntamente com a dexametasona. Controle O controle a profilaxia desta doença é realizado minimizando o grau de exposição dos recém-nascidos aos agentes infecciosos, as áreas devem possuir boa drenagem, devem também ser protegida do vento e evitar a superlotação. https://www.infoescola.com/medicina/teste-elisa/ https://www.infoescola.com/exames-medicos/antibiograma/ Outro ponto importante é a realização da antissepsia umbilical do bezerro, além da ingestão do colostro pelos bezerros. De um modo geral, o necessário para o controle desta doença é a realização de medidas de manejo que melhorem às condições higiênico-sanitárias do rebanho, associadas ao tratamento precoce dos animais doentes junto com a realização da imunoprofilaxia (vacinação). A vacinação é muito eficiente no controle de infecção por ETEC e animais jovens. Em fêmeas gestantes, a vacinação é feita com bacterinas contendo os sorogrupos mais importantes. A administração desta é parenteral, de 6 a 2 semanas pré-parto e sua eficácia é variável. Animais que são imunodeficientes podem ser tratados com plasma de animais adultos da mesma área ou ainda com colostro de vacas velhas que fora coletado e armazenado sob congelamento. Existe também uma vacina com uma certa cepa da E. coli que é destinada à bezerros de um a três dias de idade com reforço após duas semanas. https://www.infoescola.com/biologia/imunoprofilaxia/ REFERÊNCIAS LEAL, Diogo. Estudo da campilobacteriose no Distrito Federal e Minas Gerais. UnB. Brasília, 04/2012. Disponível em: https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/11157/1/2012_DiogoRamosLeal.pdf. Acesso em: 22/06/2021 MENDAU, Débora. Campilobacteriose Genital Bovina. Infoescola. Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: https://www.infoescola.com/doencas/colibacilose- em-bezerros/. Acesso em: 16/06/2021 MENDAU, Débora. Colibacilose em bezerros. Infoescola. Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: https://www.infoescola.com/doencas/colibacilose-em-bezerros/. Acesso em: 16/06/2021 RECK, Márcio. Diarreia bovina. UFRS. Porto Alegre, 2009. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/22919/000735566.pdf?seque nc. Acesso em: 16/02/2021 SOUZA, Renato. O que você sabe sobre a campilobacteriose genital bovina. Milkpoint. 25/08/2000. Disponível em: https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao-de-leite/o-que-voce-sabe-sobre- a-campilobacteriose-genital-bovina-16644n.aspx. Acesso em: 22/06/2021 https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/11157/1/2012_DiogoRamosLeal.pdf https://www.infoescola.com/doencas/colibacilose-em-bezerros/ https://www.infoescola.com/doencas/colibacilose-em-bezerros/ https://www.infoescola.com/doencas/colibacilose-em-bezerros/ https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/22919/000735566.pdf?sequenc https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/22919/000735566.pdf?sequenc https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao-de-leite/o-que-voce-sabe-sobre-a-campilobacteriose-genital-bovina-16644n.aspx https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao-de-leite/o-que-voce-sabe-sobre-a-campilobacteriose-genital-bovina-16644n.aspx
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