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Brucelose - Resumo (Aula 3)

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Brucelose 
AGENTE: bactéria gram negativa do gênero Brucella.
ESPÉCIE: Animais domésticos e silvestres.
SINTOMAS: Febre aguda, suores noturnos, fadiga,
anorexia, perda de peso, dor de cabeça e artralgia.
SINAIS CLÍNICOS: placentite e aborto em fêmeas
gestantes no terço final da gestação, em machos
epididimite e orquite.
FORMAS DE TRANSMISSÃO: 
• Seres humanos: contato direto com materiais
contaminados ou indiretamente por ingestão
de produtos contaminados.
• Animais: contato com a bactéria em restos
placentários, inseminação artificial ou monta
natural.
DIAGNÓSTICO: isolamento bacteriano, PCR, imuno-
histoquímica ou sorologia.
 De acordo com o PNCEBT a brucelose bovina e
bubalina é de notificação obrigatória.
CONTEXTO: 
Inicialmente a brucelose foi descrita em seres
humanos no século XIX. Por meio de casos de febre
ondulante seguidos de morte, ocorridos na Ilha de
Malta, no Mar Mediterrâneo, por isso sendo
denominada Febre de Malta. A primeira descrição
clínica da doença foi feita por Marston em 1859 e o
isolamento do agente etiológico foi realizado por
Bruce em 1887, que o denominou “Micrococcus
melitensis”. Mais tarde, em sua homenagem a
bactéria foi denominada de Brucella melitensis.
EVOLUÇÃO: 
O trato gastrointestinal é a via mais comum de
infecção. As bactérias são endocitadas pelas células
epiteliais do intestino delgado (células M das placas de
Peyer), após a ingestão e se alojam nos linfonodos
regionais, onde proliferam no interior dos fagócitos. A
invasão dos vasos linfáticos e a bacteremia,
permitem a disseminação pelos tecidos, especialmente
os dos órgãos genitais dos machos, útero gestante e
glândulas mamárias. A infecção fetal ocorre após a
multiplicação da bactéria nas células trofoblásticas, o
que acarreta na necrose dessas células, vasculite,
separação da placenta materna e fetal e ulceração
da membrana corioalantóide.
Nos animais, as brucelas possuem grande afinidade
pela placenta, o que leva à ocorrência de placentite,
morte fetal e aborto. Essa afinidade pelo trofoblasto,
parece estar relacionada à presença de elevadas
concentrações de eritritol e progesterona na
placenta.
Nos humanos, diferente das outras espécies o aborto
não é uma manifestação comum da brucelose. A
principal característica na fase inicial é na verdade, a
presença de febre aguda e intermitente,
acompanhada de mal estar, anorexia e prostração.
Esta fase aguda tende a evoluir para uma fase
crônica com sintomas difusos, chamados de
“síndrome da fadiga crônica”. Nessa fase predominam
artralgias, artrites, perda de peso e apetite,
constipação, dores abdominais e testiculares, tosse,
perturbações do sono, linfoadenopatia, esplenomegalia
e hepatomegalia. A bactéria localizada no endocárdio é
a única situação em que a brucelose pode levar à
óbito, entretanto essa condição é incomum.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA:
FORMAS DE TRANSMISSÃO: 
A brucela é transmitida entre os animais por contato
com placentas, fetos, fluidos fetais e descargas
vaginais de animais infectados, seja através do aborto
ou parto a termo. Depois primeiro aborto, as fêmeas
são assintomáticas. Mas, tornam-se portadoras
crônicas e continuam a eliminar através do leite e
descargas uterinas durante os partos subsequentes,
em que o aborto pode ocorrer ou não. Na terceira
gestação após a infecção, o aborto já não ocorre. 
A importância da transmissão venérea varia com a
espécie. Essa é a primeira via de transmissão para B.
ovis e B. suis e na B. canis é disseminada com certa
frequência. A B. abortus e a B. melitensis podem ser
também encontradas no sêmen, mas a transmissão
venérea é pouco comum.
A bactéria pode ser disseminada por fômites,
incluindo-se água e alimentos. Em condições de
umidade alta ou baixas temperaturas, em ausência de
raios solares diretos, o organismo pode permanecer
viável por vários meses. Equinos, que convivem com
animais infectados, podem adquirir brucelose e a
manifestação mais comum é a presença de
abscessos na região da cernelha. Humanos
normalmente se infectam por contato direto com
produtos de aborto, ou ingestão por meio de
alimentos como os derivados lácteos não
pasteurizados. Em laboratórios e abatedouros é
transmitida em aerossóis. A carne pode ser uma
fonte de transmissão da bactéria quando mal cozida.
O contacto com culturas, amostras contaminados e a
aplicação acidental de vacinas vivas são fontes de
infecção para humanos. Há casos na literatura de
transmissão por meio de transfusão de sangue,
transplante de medula e até por relação sexual.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO: 
Todo aborto deve ser considerado como suspeito de
brucelose e deve ser investigado. O diagnóstico
inequívoco da brucelose é feito pelo isolamento e
identificação da bactéria. Em situações onde este
exame não é possível de ser realizado, o diagnóstico
deve ser baseado em métodos sorológicos. De acordo
com o PNCEBT, são aceitos hoje o teste do Antígeno
Acidificado Tamponado (AAT) e o teste do Anel em
Leite (TAL) como testes de triagem. Os soros com
resultado positivo no A AT, devem ser submetidos
aos testes confirmatórios .O diagnóstico
bacteriológico ou sorológico pode ajudar a confirmar a
suspeita.
O tratamento de bovinos e suínos com antibióticos
não é prático ou econômico, pois além do alto valor
dos medicamentos e do longo período exigido,
ocorrem recidivas. Além disso, o uso prolongado de
antibióticos pode ter reflexos na saúde pública, uma
vez que persistem na carne e no leite. Nos humanos,
tratamento com antibióticos é recomendado, sendo
de eleição a doxiciclina e a estreptomicina. Quando
vacina RB5 não estiver envolvida a estreptomicina
pode ser substituída pela rifampicina.
PREVENÇÃO E CONTROLE: 
A prevenção deve ser baseada na eliminação de
fontes de contaminação. Medidas de proteção devem
ser tomadas, como proteção individual ao manipular
fetos ou produtos de abortos e também a
pasteurização de produtos lácteos. A brucelose é
introduzida num rebanho por meio de animais
infectados. Por isso só devem ser adquiridos animais
de rebanhos ou áreas livres. Animais de outras fontes
devem ser isolados e testados antes de serem
adicionados. Segundo o PNCEBT, a vacina oficial no
Brasil é vacina B19, aplicada somente nas fêmeas
entre 3 e 8 meses de idade. 
A restrição na idade é devido à interferência na
sorologia em animais vacinados acima deste período,
confundindo o diagnóstico. Em função disto, as
fêmeas vacinadas dentro da idade recomendada, só
poderão ser testadas depois dos 24 meses de idade.
Em situações especiais, é permitido o uso da vacina
RB51 em fêmeas adultas.

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