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LEISHMANIOSE • São infecções crônicas, não contagiosas, causadas por protozoários do gênero Leishmania e transmitidas de animais infectados para o homem por fêmeas de flebotomíneos; • Tipos: o Leishmanioses tegumentares: tegumentar oriental, tegumentar americana, e tegumentar difusa; o Leishmanioses viscerais: visceral indiana ou calazar, mediterrânea ou infantil, visceral neotropical ou americana, visceral meridional asiática, e visceral sudanesa. ▪ No Brasil: tegumentar americana, tegumentar difusa e a visceral neotropical ou americana; LEISHMANIOSES TEGUMENTARES LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA • Formas cutânea ulcerada e a mucosa: forte resposta imunecelular; • Leishmaniose cutânea difusa: ausência da imunidade celular, múltiplas lesões e grande número de parasitas; Manifestações clínicas: • As lesões cutâneas são similares nas várias formas de leishmanioses tegumentares; • Leishmaniose cutâneo-mucosa: o Após um período de incubação de 1 a 4 semanas, surge a lesão inicial: pápula eritematosa, única ou múltipla - adenopatia regional e linfangite são frequentes; o Lesões com aspecto papulovesiculoso, papulopustuloso e papulocrostoso e formam úlceras; o Úlceras: contornos circulares, bordas altas e infiltradas, em moldura de quadro, fundo com granulações grosseiras, cor vermelho- vivo, podendo estar recobertas por exsudato seroso ou seropurulento; o Podem ocorrer lesões em várias fases evolutivas, surgindo lesões-satélite (satelitose); o A lesão pode evoluir para cicatrização espontânea ou dar origem a placas vegetantes-verrucosas;ou sarcóideas, infiltradas; o Lesões mucosas: geralmente surgem um ou dois anos após o início da infecção; o Eritema e discreta infiltração no septo nasal; depois, segue-se processo ulcerativo, que se desenvolve, acometendo a mucosa das faces laterais das asas do nariz e elementos contíguos - destruição do septo, o nariz tomba para a frente (“nariz de anta” ou tapir); o Edema, eritema e hipertrofia nasal; o Cavidade oral: lesões são ulcerovegetantes com granulações grosseiras - “cruz da espundia” ou cruz de Escomel; o Sintomas gerais: calafrios, febre e mialgia - após a lesão inicial ulcerada característica; o As lesões aumentam em número, podendo chegar a centenas, evoluindo para pápulas, nódulos e ulcerações, leishmaniose Diagnóstico diferencial: • Forma ulcerada: as úlceras de estase, tropical e da anemia falciforme; sífilis cutânea tardia e a fase tardia resultante de acidente com aranhas do gênero Loxosceles; • Lesões mucosas: granuloma mediofacial, rinoscleroma, sífilis cutânea tardia, carcinomas e perfuração septal dos usuários de cocaína; • Paracoccidioidomicose; • Lesões cutâneas vegetantes verrucosas: síndrome LECT (Leishmaniose, Esporotricose, Cromomicose e Tuberculose); Diagnóstico laboratorial: • Exame de esfregaço: corado pelo Leishman ou Giemsa; quase sempre positivo em lesões recentes e raramente positivo em lesões tardias; • Exame histopatológico: exibe um granuloma linfo-histioplasmocitário, com áreas ou faixas de células epitelioides, que são os centros claros ou clareiras; grande número de plasmócitos; • Cultura e inoculação; • Reação de Montenegro: aplicação intradérmica de 0,1 a 0,3 mL de uma solução fenolada de leptomonas (formas promastigotas) na concentração de 2 a 3 milhões por mL; a reação deve ser considerada positiva com pápula maior do que 5 mm de diâmetro; o Pode ser negativa até um ou dois meses após o início da doença, em imunodeprimidos e na leishmaniose tegumentar difusa e visceral; o Fracamente positiva na tuberculose cutânea; o Continua positiva após a cura da doença; • Sorologia: reação de imunofluorescência indireta; reagente em cerca de 75% dos doentes, exceto na forma mucosa; Tratamento: • Antimoniais: N-metil-glucamina (Glucantime®), pela maior atividade e menor toxicidade; o Cutâneas: dose de 15 mg de Sb/kg/dia; o Cutâneo-mucosas: 20 mg de Sb/kg/dia; • Anfotericina B (Fungison® 50 mg/frasco): indicada para formas resistentes à terapia antimonial; o Por IV, diluída em soro glicosado a 5%, com 25 a 50 mg de hidrocortisona solúvel e administrada gota a gota, em um período de 6 a 8 horas; ▪ Em adultos: iniciar com 15 mg, seguindo-se 25 e 50 mg de anfotericina B; ▪ Em crianças: iniciar com 0,25 mg/kg, seguindo-se 0,5 a 1 mg/kg até a dosagem total de 20 a 40 mg/kg; o Não deve ser usada em idosos, nefropatas, cardiopatas e gestantes; • Anfotericina B lipossomal (AmBisome®): eficaz e tem menor toxicidade do que a anfotericina B; indicada para formas graves ou resistentes; • Pentamidina – isotionato de pentamidina (Pentacarinat® 300 mg por ampola): leishmaniose cutânea pela L. guyanensis; o Dose de 4 mg/kg de peso, total de três aplicações, IM, com intervalo de dois dias; • Imunoterapia: citoquinas; o GM-CSF (granulocyte-macrophage colony-stimulating factor) + antimônio: na leishmaniose cutânea pode acelerar a cicatrização; • Eletrocirurgia e criocirurgia: lesões verrucosas; • Cirurgia dermatológica corretiva: indicada nas sequelas cicatriciais pós-tratamento; LEISHMANIOSE TEGUMENTAR DIFUSA • Os reservatórios são roedores e marsupiais e o vetor principal é a L. flaviscutellata; • Características clínicas: lesões queloides múltiplas, infiltração e ulceração na mucosa nasal, não havendo em geral destruição do septo;; lesão laringofaringiana; • Não há comprometimento visceral; • Exame de esfregaço ou histológico: formas amastigotas de leishmanias; • Reação de Montenegro e teste de transformação blástica são negativos; • Não tem terapia efetiva; • Glucamina, anfotericina B e pentamidina: regressão parcial de lesões, com recidiva após suspensão; REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: AZULAY, Rubem David. Dermatologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia para o Controle da hanseníase. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. SAMPAIO, S.A.P.; RIVITTI, E.A. Dermatologia. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2018.
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