Prévia do material em texto
ANTIBIOGRAMA Professora: Patrícia Maria de Freitas e Silva Disciplina: Microbiologia Clínica Aluno: Jonas Lira do Nascimento OBJETIVO Avaliar o padrão de resposta da bactéria (padrão de sensibilidade) diante de concentrações preestabelecidas de antibióticos correlacionadas com níveis séricos atingidos após doses terapêuticas habituais; INDICAÇÃO 1. Para bactérias consideradas patogênicas num determinado sítio anatômico ● Staphylococcus aureus; ● Qualquer bactéria acima de 100.000 UFC/mL; ● Salmonella, Shigella, E. coli enteropatogênica; ● Qualquer bactéria. Quando dispensar o TSA (Teste de Sensibilidade aos Antimicrobianos): 1. Quando as bactérias a serem testadas fizerem parte da microbiota de um sítio anatômico 2. Para bactérias que apresentam comportamento constante frente às drogas. Exemplo: Streptococcus pyogenes (são classicamente sensíveis à penicilina); a. Nesse caso é dispensado se o paciente for fazer o tratamento com penicilina G, caso deseje fazer com outro medicamento (ex.: eritromicina), deve-se fazer o antibiograma, pois já existem Streptococcus pyogenes resistentes a esse aminoglicosídeos. No caso de uso de eritromicina e derivados (azitromicina, claritromicina), deve-se testar os antibióticos. Comitês internacionais de padronização: ● CLSI - EUA (Clinical Laboratory Standard Institute) - PRINCIPAL USADO NO BRASIL ● Societè Française de Microbiologie Methodologie ● British Society for Antimicrobial methodology ● Deutsches Institut fur Normund Methodology 1 Comitê brasileiro: Br Cast TSA: Concentração dos antibióticos nos discos é baseado na concentração inibitória mínima ou Minimal Inibitory concentration (CIM ou MIC) Métodos para antibiograma: ● Kirby & Bauer (Técnica de disco-difusão) ○ Meio de cultura padrão: ágar Mueller Hinton ■ Cor: amarelo claro; ■ Deve possuir 4 mm de espessura; ■ Deve ser realizado a partir da cultura pura; ■ Adquirem cor do pigmento de algumas bactérias, como Pseudomonas (verde) e Serratia (vermelho). ○ Meios de cultura comuns não devem ser utilizados porque: 1. Apresentam ác. paraminobenzóico, constituinte de peptonas que compete com sulfamídicos, reduzindo ação da droga; 2. Presença de eletrólitos, como magnésio, reduz atividade de certos antibióticos (ex.: gentamicina); 3. Concentrações de glicose menores que 0,5% reduzem ação de vários antibióticos. Procedimento para TSA: 1. Cultura pura: ○ Inóculo puro, sem estar misturado com outras bactérias; ○ Repicar 4-5 colônias puras para caldo. 2. Inóculo padronizado (escala de 0,5 de Mac Farland - para padronizar 108 ○ Preparada com cloreto de bário; ○ Também é possível comprar já pronta. 3. Semear a bactéria em toda a placa (sem deixar espaços); 4. Escolha dos discos de antimicrobianos para o TSA: Urina Gram + Gram - Gram + e - Nitrofurantoína Norfloxacin Ciprofloxacina Sulfas (para Crianças) Azitromicina Eritromicina Lincomicina Lomefloxacina Oxacilina Penicilina G Rifampicina Vancomicina Cefepime Cefoxitina Ceftriaxona Gentamicina Meropenem* Imipenem* Tobramicina Amicacina Amoxicilina Ampicilina Ampicilina/Sulbactam Cefalotina Cefazolina Cefoperazona Ciprofloxacina Cloranfenicol Sulfametoxazol 2 Tetraciclina Teicoplanina 5. Dispensar os discos de antibióticos na placa e incubar 24h em estufa a 35-37ºC ○ Dispor os discos na placa de modo que permita visualizar ESBL e AMPc p/ Gram-negativos; ■ Para ESBL: se aparecer gargalo, mesmo o antibiograma que dê sensível, o resultado deve ser liberado como resistente. ■ Para AMPc: Formação do halo na forma de D. ○ Atenção para colocação de discos na posição de avaliar a produção de enzimas de resistência; Posicionamento de discos para pesquisa das enzimas de resistência Leitura do Halo do TSA: ● Conclusões: Sensível, Resistente, Intermediário ou pouco sensível; ● Multiplica-se o valor em mm por 10, para liberação em cm; ● Uso de régua ou paquímetro; ● OBS: Nem sempre o tamanho do halo caracteriza sensibilidade da bactéria a um determinado antibiótico. É necessário avaliar a produção de enzimas de resistência para liberação do laudo do exame. ● Peculiaridades da leitura de halos de cepas mutantes: ○ Quando em um TSA surgirem colônias dentro do halo de inibição, e se não se tratar de contaminação da placa, deve-se considerar o antibiótico em questão como resistente, em função da presença destas cepas mutantes (que sofreram mutação e adquiriram resistência crescendo dentro do halo). ○ Ler o halo considerando as colônias que estão dentro do halo; ○ Ler a inibição do crescimento ignorando o swarming (observado mais frequentemente com Proteus spp.) Controle de qualidade do TSA: ● Deve ser realizado o controle dos discos utilizando-se cepas ATCC a cada 30 dias e quando vai utilizar algum disco pela primeira vez. ○ CEPAS ATCC (American typing culture collection): cepas padronizadas com halos de sensibilidade conhecidos. ● A conservação dos discos deve ser feita em freezer a -20°C se não para todos os discos, pelo menos para as drogas menos estáveis como Imipenem, Cefaclor e combinações com ácido clavulânico. Outras técnicas para TSA: ● Diluição em caldo; 3 ● Diluição em placas; ● Automação; ○ Vantagens: ■ Agilização das rotinas com redução das variáveis capazes de produzir erros (gerenciamento através de softwares); ■ Emissão de Estatística Epidemiológica como ferramenta importante para as Comissões de Infecção Hospitalar. ○ Desvantagens: ■ Não é uma metodologia de referência, com falhas na indicação de procedimentos prévios, ou seja, reisolamentos, contaminações, microrganismos misturados; ■ Regulação do tempo de leitura para micro-organismos fastidiosos, falha na acurácia, em função de diferentes logaritmos de crescimento para micro-organismos como P. aeruginosa, Acinetobacter spp. e S. pneumoniae; ■ Utilização de painéis pré-definidos para Gram positivos, Gram negativos e perfil urinário; ■ Também é necessária a participação de um técnico muito especializado, com conhecimento em Microbiologia e habilidade para proceder uma análise crítica adequada do resultado final. * E-test: Verifica a [] da droga em disco de difusão. 4