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DIREITO DE FAMÍLIA II PADRÃO- RESPOSTA 2 Atividades de Estudo 1. Ana, filha de Joaquim, casou-se com Ricardo, que é filho de Augusto, sendo este irmão de Joaquim. Pergunta-se: a) Existe parentesco ou afinidade entre Ana e Ricardo? b) Entre Ana e Augusto? c) É válido tal casamento segundo o Código Civil? d) Existe afinidade entre Joaquim e Augusto? e) O irmão de Ricardo é o que de Ana? R.: a) Ana e Ricardo são parentes (consanguíneos) em linha colateral de quarto grau, são primos. O casamento não estabelece afinidade entre eles, são simplesmente marido e mulher. b) Ana é parente de Augusto em terceiro grau, na linha colateral, eles são sobrinha e tio. Por afinidade são parentes em linha reta, em primeiro grau, são nora e sogro. c) Sim, é válido. O impedimento na linha colateral só alcança o terceiro grau. d) Não. Joaquim e Augusto são irmãos, colaterais de segundo grau, mas a afinidade não os une. e) O irmão de Ricardo é primo de Ana, portanto, parente na linha colateral em quarto grau, mas é também parente por afinidade em segundo grau. Eles são cunhados. CAPÍTULO I Atividades de Estudo 1. Analise a seguinte situação hipotética: CAPÍTULO II 3 Ana possui um pai registral, que é também o seu pai afetivo. Contudo, ao completar 18 anos, sua mãe lhe conta que Carlos não é seu pai biológico. Ana descobre, então, que João é seu pai biológico e resolve ir atrás dele, curiosa para conhecê-lo. Diante do caso concreto, responda: a) Há alguma medida judicial para que Ana possa estabelecer o vínculo de parentalidade biológica com seu pai genético? Qual seria a medida mais adequada? b) Quem são as partes legítimas para figurar nos polos da ação? R.: a) Há, sim. Como Ana já tem um pai registral, não pode o pai biológico simplesmente pretender registrá-la. Nesse caso, Ana teria que ingressar com uma ação de Investigação de Paternidade cumulada com retificação de registro civil para comprovar que João é de fato seu pai biológico. A partir disso, várias situações podem ocorrer. Pedidos possíveis: - Ana poderia pretender retificar o registro civil, excluindo seu pai socioafetivo, substituindo todos os dados registrais pelo pai biológico. - Ana pode pretender retificar o registro civil, para manter o pai socioafetivo, incluindo o pai biológico (teoria da multiparentalidade). Posicionamento do Judiciário: - O juiz poderia acolher o primeiro pedido de Ana, determinando a retificação. - O juiz poderia negar o pedido de Ana, mantendo tudo como está, em razão do estabelecimento do vínculo socioafetivo, reconhecendo o direito de investigação de paternidade apenas para fins de conhecimento genético. - O juiz pode acolher o segundo pedido de Ana, de acordo com a teoria da multiparentalidade. b) A parte legítima ativa é Ana. Já a parte legítima passiva será formada por um litisconsórcio, sendo necessária a presença do suposto pai - João -, mas também do pai registral e socioafetivo. 4 CAPÍTULO III Atividades de Estudo 1. Para este capítulo, proponho uma reflexão acerca do espinhoso tema da devolução de crianças e adolescentes. Para isso, colaciono parte das reflexões tecidas em um artigo científico, intitulado “Devolução de crianças adotadas: uma revisão integrativa da literatura”, de autoria das psicólogas Jussara Glória Rossato e Denise Falcke. ‘Texto disponível no livro da disciplina’. Com base no texto, quais as principais questões levantadas para o problema de devolução de crianças e adolescentes? R.:Um dos grandes argumentos acerca da adoção sempre passa pela demora no processo. É fato que a falta de agilidade é um complicador para que um maior número de adoções se concretize. Todavia, a rapidez do processo não pode servir para desconsiderar ou não dar a devida importância para uma etapa fundamental que é o estágio de convivência. O acompanhamento de equipe interdisciplinar durante o processo de adoção é fundamental para que se verifique se efetivamente a adoção naquele caso é o melhor e atende aos reais interesses da criança. Segundo o texto, um principal argumento desponta e está diretamente relacionado ao não estabelecimento de vínculos entre adotante e adotado. A razão disso é apontada por meio de alguns fatores, como: a) não acolhimento da criança ou adolescente em sua singularidade, ou seja, fantasia-se muitas vezes acerca da perfeição do filho, não respeitando se tratar de um ser humano já com história e não uma página em branco; b) a não posse da criança como filho(a), o não pertencimento àquele núcleo familiar; c) a falta de adaptabilidade dos pais à criança; d) a ausência de preparação das partes para a adoção. 5 CAPÍTULO IV Atividades de Estudo 1. Para complementar este capítulo, vale colacionar questão importante relacionada à alienação parental e implantação de falsas memórias, como causas a serem ponderadas em ações de suspensão ou destituição de poder familiar. O trecho em destaque foi retirado do artigo de Maria Berenice Dias. ‘Texto disponível no livro da disciplina’. Com base no texto, responda se diante de uma denúncia de alienação parental o melhor para a criança é suspender de imediato o contato com o outro genitor e como este problema pode ser minimizado. R.: A questão precisa ser bem avaliada e o texto demonstra como na prática pode ser difícil estabelecer a suspensão ou destituição do poder familiar. Se a tônica é sempre buscar a proteção, o bem-estar e o melhor interesse da criança e do adolescente, a implementação de medidas tão drásticas pode surtir efeito contrário, quando aplicadas de modo desmedido, ou sem elementos de convicção suficientes. Afastar os filhos dos pais é uma medida que precisa ser ponderada e adotada somente em casos excepcionais e extremos. Em muitos casos, a criança já está sendo vítima de um dos pais, não do acusado de alienação, mas do implantador de falsas memórias, e sofrerá ainda mais sendo dele afastado. A suspensão do poder familiar pode ser uma medida de proteção, mas quando não avaliada da forma correta, pode servir como mais um ato de violência emocional contra a criança, que ficará privada do contato e do carinho do outro genitor. Para evitar isso, “é indispensável não só a participação de psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais, com seus laudos, estudos e testes, mas também que o juiz se capacite para poder distinguir o sentimento de ódio exacerbado que leva ao desejo de vingança a ponto de programar o filho para reproduzir falsas denúncias com o só intuito de afastá-lo do genitor”. É preciso mais atenção e profissionais mais qualificados, sensíveis e atentos a estas causas. 6 CAPÍTULO V Atividades de Estudo 1. Analise a situação a seguir: Maria Luiza Siqueira e Alberto de Albuquerque casaram-se em maio de 2006. Maria Luiza possuía um veículo ao casar no valor de R$ 50.000,00. Alberto possuía um veículo também no valor de R$ 50.000,00, além de um imóvel no valor de R$ 150.000,00. Durante a união, Maria Luiza recebeu uma herança no valor de R$ 100.000,00. O casal adquiriu durante o casamento um imóvel no valor de R$ 300.000,00. Alberto, que sempre jogava na loteria, ganhou no último final de ano um prêmio de R$ 500.000,00, que investiu em uma lancha de R$ 250.000,00, além de outro imóvel no valor de R$ 250.000,00. Há dois meses, o casal decidiu terminar a união. Diante do enunciado, elabore a divisão patrimonial, conforme as regras do regime de comunhão parcial de bens prevista no Código Civil, identificando os bens particulares de cada cônjuge e os bens comuns. R.: Bens de Maria Luiza: - veículo de R$ 50.000,00 - herança no valor de R$ 100.000,00 Bens de Alberto: - veículo de R$ 50.000,00; - imóvel no valor de R$ 150.000,00 Bens comuns que deverão ser divididos entre o casal: - imóvel no valor de R$ 300.000,00 - lancha de R$ 250.000,00 (dinheiro da loteria) - imóvel no valor de R$ 250.000,00 (dinheiro da loteria) 7 CAPÍTULO VI Atividades de Estudo 1. Como atividadepropõem-se a leitura de um interessante acórdão na íntegra, julgado recentemente pelo STJ, tendo como relator o Ministro Marco Aurélio Bellize, na Resp 1623098, de 23/03/2018, como uma exceção do dever dos pais de prestarem contas enquanto na administração e usufruto dos bens dos filhos. Em tese, os pais podem utilizar os frutos gerados pelos bens dos filhos, para compensarem com as despesas advindas da criação e educação dos menores. Entretanto, sempre em prol destes. Se comprovado que o dinheiro não foi empregado com os filhos, poderá configurar abuso de direito. Sobre esse assunto, segue a ementa. Se possível, ler o acórdão todo disponível na página do Superior Tribunal de Justiça. ‘Texto disponível no livro da disciplina’. Por qual motivo, no julgado destacado, o STJ entendeu ser um caso que permitiria o pedido do filho de prestação de contas? R.: Em princípio, o pai e a mãe, enquanto no exercício do poder familiar, são considerados usufrutuários dos bens dos filhos - usufruto legal -, bem como têm a administração dos bens dos filhos menores sob sua autoridade, nos termos do art. 1.689, incisos I e II, do Código Civil. Por essa razão, em regra, não existe o dever de prestar contas acerca dos valores recebidos pelos pais em nome do menor, durante o exercício do poder familiar, porquanto há presunção de que as verbas recebidas tenham sido utilizadas para a manutenção da comunidade familiar, abrangendo o custeio de moradia, alimentação, saúde, vestuário, educação, entre outros. Ocorre que esse munus deve ser exercido sempre visando atender ao princípio do melhor interesse do menor, introduzido em nosso sistema jurídico como corolário da doutrina da proteção integral, consagrada pelo art. 227 da 8 Constituição Federal, o qual deve orientar a atuação tanto do legislador quanto do aplicador da norma jurídica, vinculando-se o ordenamento infraconstitucional aos seus contornos. Diante de clara suspeita apresentada nos autos de abuso de direito cometido pelos pais na administração dos bens do filho, não se deve inviabilizar, de plano, o ajuizamento de prestação de contas, devendo-se permitir a produção de provas para saber se o abuso de fato ocorreu. CAPÍTULO VII Atividades de Estudo 1. Quais foram as novas alternativas trazidas pelo CPC na tentativa de dar maior efetividade à cobrança dos alimentos? R.: O novo CPC resolveu algumas questões divergentes, como a possibilidade de executar os títulos extrajudiciais, resolveu também a questão do sincretismo processual e trouxe expressamente a possibilidade de utilização do cumprimento de sentença, dos títulos executivos judiciais. Quanto às novas alternativas, aparecem o protesto (art. 528, § 1 do CPC) que poderá ser aplicado cumulativamente à pena de prisão. Embora não na parte dos alimentos, mas também previsto está a inscrição do nome do devedor nos cadastros de inadimplentes, no art. 782, § 3º do CPC. Outra novidade traz o parágrafo 3 do artigo 529 do CPC, que permite o desconto não só das prestações futuras, mas também das prestações atrasadas, em montante que pode chegar a 50% dos ganhos líquidos do devedor. A praxe do desconto em folha já existia, mas, em geral, dificilmente se viam descontos superiores a 30%. Esse patamar foi elevado, só não podendo ultrapassar 50% do rendimento líquido, o que vem como uma novidade em prol do credor de alimentos. 9 CAPÍTULO VIII CAPÍTULO IX Atividades de Estudo 1. Como atividade de revisão, aponte um resumo esquemático de semelhanças e distinções sobre o bem de família convencional e legal. R.: Bem de Família Convencional 1.Previsão: art. 1.711 a 1.722 do CC. 2.Instituição: por ato voluntário dos membros da entidade familiar. 3.Limite: o bem de família não poderá superar 1/3 do patrimônio. 4. Exceções à impenhorabilidade. 4.1 dívidas anteriores à instituição. 4.2 dívidas de impostos prediais. 4.3 dívidas de condomínio. Bem de Família Legal 1. Previsão: Lei 8.009/90. 2. Proteção automática. 3. Não há limites. A regra é que o bem de família incide sobre o imóvel de moradia permanente. 4. Exceções: casos listados no art. 3º da Lei. Atividades de Estudo 1. Apesar das muitas semelhanças, é de se recordar as distinções que ainda existem em relação ao casamento e união estável. Faça um quadro comparativo sobre o casamento e a união estável. 10 R.: 1 CASAMENTO - ART. 1.511 DO CC • União formal e solene. • Constituição: pelo preenchimento de requisitos que passam pela fase de habilitação, celebração e registro (reconhecida no início e comprovada pela certidão de casamento). • Estado civil: casados. • Nome: possibilidade de adoção do patronímico do outro cônjuge - 1565, par. 1. • Alimentos: desde que provada a necessidade do(a) ex-cônjuge. • Regime de Bens: obrigatória a escolha no momento da habilitação. - Requer a confecção de pacto antenupcial, exceto se eleito o regime de comunhão parcial: - possibilidade de alteração de regime, mediante pedido judicial. - Aplicação do regime de separação obrigatória aos casos elencados no art. 1.641 do CC; - Necessidade de outorga do outro cônjuge no caso de alienação ou oneração de bens ao longo do casamento, exceto no regime de separação convencional (art. 1.647 do CC). • Sucessões: aplicação do artigo 1.829 e seguintes do CC. • Dissolução: divórcio ou morte. 2 UNIÃO ESTÁVEL - ART. 1.723 DO CC • União informal, não solene. • Constituição: pelo preenchimento dos requisitos da convivência pública, contínua, duradoura e com objetivo de constituir família, sem impedimentos. • Estado Civil: não existente; (Projeto de Lei nº 470/2013 - Estatuto das Famílias – estado civil de convivente) - CPC prevê no art. 319, II, a qualificação como: convive em união estável. • Nome: possibilidade por pedido judicial - art. 57, par. 2 Lei 6.015/77. - STJ: é possível quando do reconhecimento judicial da união, por analogia ao art. 1565, par. 1; - possibilidade por meio de escritura pública (TJ/SP decisão de 2014); • Alimentos: desde que provada a necessidade da(0) ex-companheira(o). • Regime de Bens: aplicação: regime de comunhão parcial, caso outro não seja escolhido; - não exige confecção de pacto, a não ser que seja eleito outro regime que não o da comunhão parcial, mas nesse caso, não há qualquer formalidade, podendo ser feito por contrato particular; - alteração não regulamentada, porém se entende possível, sem pedido judicial; 11 - não há previsão, mas o entendimento jurisprudencial majoritário é no sentido de estender a aplicação do art. 1.641 do CC; - não há previsão específica sobre necessidade de outorga do companheiro para atos de disposição de bens. A jurisprudência majoritária dispensa. • Sucessões: aplicação art. 1.729 do CC - declarado inconstitucional pela decisão STF - agora aplicação do art. 1.829; com dúvidas acerca da aplicação dos demais artigos, por exemplo, a questão de ser ou não o companheiro herdeiro necessário; • Dissolução: automática ou por ação ou escritura pública de Dissolução de União Estável ou morte. CAPÍTULO X Atividades de Estudo 1. Levando em consideração que este conteúdo sofreu recentes reformulações, com a entrada em vigor do Estatuto da Pessoa com Deficiência, aponte as principais alterações no tocante à curatela e seus limites. R.: Após a edição do Estatuto da Pessoa com Deficiência, as hipóteses de incapacidade foram redefinidas. Os deficientes passam a ser considerados capazes para todos os atos existenciais e patrimoniais. A nova redação do art. 3º do CC, que trata da incapacidade absoluta, passou a considerar apenas os menores de 16 anos como tal, retirando os deficientes de seu rol. Já o art. 4º passou a ter nova redação, sendo considerados como relativamente incapazes os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; os ébrios habituais e os viciados em tóxico; aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderemexprimir sua vontade e os pródigos. Dentro dessa nova sistematização de incapacidades, uma pessoa com deficiência pode estar impossibilitada de manifestar a sua vontade, seja de forma transitória ou absoluta. Exclusivamente nessas situações poderá ser considerada absolutamente incapaz, aplicando-se a curatela quando necessário. 12 A curatela, portanto, passou a ser medida protetiva excepcional e proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso e durará o menor tempo possível. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial, conservando-se a autonomia do curatelando para a prática dos atos de natureza existencial, relacionados aos direitos de personalidade, sexualidade, planejamento familiar, voto, trabalho, entre outros, sempre que viável.
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