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Resumo Cap 24_ DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais

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DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artmed, 2ª ed. 2008.
Resumo
CAPÍTULO 24 – CONSCIÊNCIA E VALORAÇÃO DO EU E SUAS ALTERAÇÕES
Definições básicas
Origem e desenvolvimento do eu
	Alguns autores postulam que no início da vida o bebê não diferencia o eu do não-eu, como ele estivesse fundido com a mãe. Somente, então, ao logo dos anos essa diferenciação aconteceria. Aos 4 anos de idade essa discriminação é mais clara e rica em seu repertório. Para Freud, o Eu aparece como adaptação do aparelho psíquico a partir do contato da criança com a realidade. A formação do Eu seria constituída gradativamente por meio de:
1. Contato contínuo com a realidade;
2. Investimento amoroso e narcísico dos pais;
3. Projeção dos desejos inconscientes dos pais sobre a criança;
4. As identificações da própria criança.
	A ideia de que existe algo fora marca significativamente a formação do que se denomina Consciência do eu. Esse conceito significa ter consciência do próprio corpo físico, abrangendo o psíquico e o somático, o que a psicologia denominou como esquema ou imagem corporal.
Características do eu segundo Jaspers (1979)
Consciência de atividade do Eu
	Essa consciência diz respeito do reconhecimento daquilo que sinto, penso, reconheço ou desejo como algo próprio, pertencente à pessoa que vivencia, ou seja, pertencente ao Eu da pessoa. Jasper denomina esse fenômeno de personalização, o qual o Eu percebe o que é feito e vivenciado como dele.
· Alteração da consciência da existência – ocorre o distanciamento do Eu com o mundo, o sujeito já não se sente pertencente em sua existência. Exemplo: “eu me sinto um nada, como um morto”.
· Alteração da consciência de execução – a pessoa reconhece seus desejos, pensamento ou ações como produtos de alguém ou uma força externa, ele já não é mais dono de si. Isso pode abarcar os pensamentos, o caminhar, as falas e seus impulsos, mas também podem se sentir inibidos ou contidos.
Consciência de unidade do Eu
	O Eu é sentido como algo uno e indivisível. Sua alteração não se dá por perceber conflituoso, o que é pertencente a personalidade. A questão fundamental é o reconhecimento de dualidade no Eu, cuja as partes se desenvolvem independentes, com suas particularidades. O sujeito se vê anjo e demônio ao mesmo tempo ou homem e mulher. Isso se aproxima do conceito de ambivalência de Bleuer. 
Consciência de identidade do Eu no tempo
	Apesar das mudanças ao longo do tempo, o Eu nuclear é vivenciado como o mesmo. Contudo, em alguns casos, como na psicose, os pacientes relatam não serem os mesmos, havendo uma cisão radical na linha do tempo. Outros chegam a referir na terceira pessoa, não havendo reconhecimento de si.
Consciência da oposição do Eu em relação ao mundo
	A consciência reconhece a barreira entre o mundo subjetivo e o objetivo. Sua alteração produz a ausência desse reconhecimento, pois os pacientes se identificam com os objetivos do mundo externo. Eles perdem a clareza do que é o Eu e o não-eu, como se essas duas dimensões fossem unas. O indivíduo se identifica com um animal, por exemplo. As vivências de publicação do pensamento ou eco do pensamento são comuns. Aparecem comumente na esquizofrenia, intoxicações por substâncias, como em fenômenos culturais.
Despersonalização e desrealização
Na despersonalização, o indivíduo percebe suas vivências como algo estranho. Há um sentimento de perda e transformação do Eu. A infamiliaridade, o estranho, são características desse transtorno.
· Despersonalização psíquica – perda da familiaridade e reconhecimento dos desejos, sentimentos e vivências como próprios;
· Despersonalização corporal – não há reconhecimento do próprio corpo.
	Na desrealização ocorre a perda da relação de familiaridade com o mundo. Acontecimentos diários, sua rotina, é percebida como estranha. Tanto a despersonalização quanto a desrealização são vivenciadas com muita angústia pelos pacientes. Essas alterações acontecem em casos de crises de ansiedade, formas graves de depressão, crises de pânico, quadros agudos de esquizofrenia, etc.
Alterações do Eu corporal (esquema corporal)
Definições básicas
	A imagem ou esquema corporal é definida como o sujeito percebe o seu corpo. Essa representação é constituída por sentidos internos e externos, como também influenciada pela cultura e pela história individual de cada sujeito. A percepção do corpo diz mais de uma organização e constituição de uma imagem sobre o corpo do que uma percepção objetiva. A imagem corporal está ligada aos afetos do indivíduo.
Cenestesia – conjunto de sensações internas de todos os pontos do corpo que produzem um sentimento de existência agradável.
Cenestopatia – conjunto de sensações incômodas, associadas a casos de ansiedade, quadros depressivos, psicossomáticos e psicóticos.
Somatognosia – consciência do corpo.
Anosognosia – perda da capacidade em reconhecer a doença.
Estereognosia – conjunto de impressões sensoriais organizadas e integradas pelas regiões dos lobos parietais.
Asteriognosia – perda por lesão da capacidade de reconhecimento tátil de objetos familiares.
Alterações da imagem ou do esquema corporal em alguns transtornos mentais
Depressão – o paciente vivencia seu corpo como um peso morto, lento e sem prazer. Diz estar esgotado, fraco. A astenia é essa perda de energia e disposição física. Em casos graves, pode ocorrer o delírio de negação de órgãos.
Mania – o paciente tem vivências opostas do sujeito deprimido. Diz ter muito vigor, energia, porém, em muitos casos possui a incapacidade de reconhecer os próprios limites do corpo, trazendo prejuízos à saúde.
Esquizofrenia – esses pacientes experimentam diversas e profundas alterações. Podem vivenciar que seu corpo é influenciado por terceiros, sendo manipulado e controlado. Outra experiência é o delírio de negação de órgãos e de lírio cenostopático.
Psicoses tóxicas – podem ter vivências de deformação corporal, como a cabeça grande ou braços encolhendo e pernas crescendo. O corpo pode ser sentido de forma consideravelmente leve ou pesada.
Histeria – buscam erotizar expressivamente o corpo, mas podem reconhecer os genitais como frígidos.
Neurótico – constantemente experienciam sentimento de inferioridade, percebendo o corpo impotente, fraco ou doente.
Ansiedade e pânico – sentem o corpo oprimido, asfixiado, como se houvesse uma pressão sobre eles. Nas crises de pânico são comuns a despersonalização corporal e a sensação de morte iminente.
Obsessão-compulsão – pode sentir o corpo como sujo, impuro ou contaminado. Destina grande energia na busca em limpá-lo ou protege-lo da contaminação.
Hipocondríaco – o corpo é o seu principal motivo de sofrimento. Sua energia se volta todo para ele.
Anorexia nervosa – apesar de muito magras, percebem o corpo como gordas. Devido a alteração na percepção, lançam mão de dietas e atividades rigorosas.
Dismorfobia – a pessoa reconhece os membros do seu corpo de modo desproporcional, deformado. Algo que passaria abatido, como o nariz ou a orelha, acredita ser motivo de vergonha.
Membro fantasma – em alguns casos de amputação, posteriormente o paciente percebe o membro como ainda presente, sentido dores no membro ausente.
Mastectomia – podem ser averiguadas diversas alterações no esquema corporal. A mulher se sente diminuída, alterando sua autoestima, como se houvesse perdido sua feminilidade.
A valoração do EU: os conceitos de narcisismo e de autoestima
Definições básicas
Narcisismo – é o direcionamento do amor a si mesmo. A libido volta ao Eu deixando de investir em outros objetos ou pessoas. O prazer é percebido oriundo de seu interior o mundo como fonte de desprazer. No narcisismo, há a ilusão de autossuficiência, grandiosidade e desprezo pelo mundo. Contudo, o narcisismo não bom ou ruim, patológico ou saudável, mas necessário para sobreviver, para se cuidar e amar outras pessoas. O que importante é o grau e intensidade com que o amor ou libido é investido em si e nos outros.
Transtorno da personalidade narcisista – existe um modo próprio na manutençãoe investimento da libido em si, o qual predomina o narcisismo.
Diminuição da valoração do Eu
Encontram-se em muitos pacientes deprimidos a diminuição e depreciação da autoestima. Sentimentos e ideias de que é um fardo, que incomoda ou é fracassado, são marcantes no quadro depressivo. Em doenças crônicas ou deficiências é comum apresentar tais sentimentos.
O conceito de identidade psicossocial
	Erik Erikson define a identidade psicossocial como o sentimento de reconhecer o Eu como unidade e continuidade. Esse sentimento permite ao indivíduo se orientar nas relações interpessoais e no mundo, estabelecendo fronteiras entre o Eu corporal, o Eu mental e o Eu sociocultural. Ao mesmo tempo que essa identidade está no âmbito subjetivo ela também perpassa pela cultura. A identidade é um processo constante, levando em consideração o julgamento sobre si e dos outros. Engloba, também, as ideias, os valores, a práticas culturais, o modo de ser do indivíduo e dos grupos socioculturais. Contudo, deve-se falar em identidades e não no singular, pois a identidade psicossocial é composta de múltiplas identidades: identidade sexual, étnica ou racial, religiosa, profissional, etc.
Os transtornos de identidade – estão relacionados à confusão de identidade, a desorientação ao que a pessoa é no seu meio e o que esperam dela.
Crise de identidade – refere-se a dificuldades intensas, em curto prazo, da sensação de insegurança, confusão em relação ao que quer, sobre suas amizades, a identidade sexual, profissional, religiosa, aos valores morais, etc. é comum na adolescência.
Estados de possessão – podem ocorrer em pacientes com ou sem transtornos mentais. Em casos de histeria por exemplo ou em casos produzidos por rituais religiosos. O sujeito apresenta perda temporária de sua identidade pessoal. Pode haver ou não amnésia após a possessão.

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