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Implementacaoevalidacao_Macedo_2020

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMPLEMENTAÇÃO E VALIDAÇÃO DE SOFTWARE PARA 
GESTÃO DOS RISCOS ERGONÔMICOS NA JUSTIÇA 
FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
THIAGO ALLAN MARQUES DE MACÊDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2020 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
IMPLEMENTAÇÃO E VALIDAÇÃO DE SOFTWARE PARA GESTÃO DOS 
RISCOS ERGONÔMICOS NA JUSTIÇA FEDERAL DO RIO GRANDE DO 
NORTE por 
THIAGO ALLAN MARQUES DE MACÊDO 
DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM 
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO 
GRANDE DO NORTE COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A 
OBTENÇÃO DO GRAU DE 
MESTRE EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
AGOSTO, 2020 
2020 THIAGO ALLAN MARQUES DE MACÊDO 
TODOS DIREITOS RESERVADOS. 
O autor aqui designado concede ao Programa de Engenharia de Pós-graduação em 
Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte permissão 
para reproduzir, distribuir, comunicar ao público, em papel ou meio eletrônico, esta 
obra, no todo ou em parte, nos termos da Lei. 
Assinatura do Autor: 
APROVADO POR: 
Prof. Dr. Ricardo Pires de Souza— l'residente 
Prof. Dr. José Alfredo Ferreira Costa — Examinador Interno ao programa 
Pro TT rancisco Soares Másculo — Examinador Externo á Instituição 
 
 
4 
Reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
Prof. Dr. José Daniel Diniz Melo 
 
Diretor do Centro de Tecnologia 
Prof. Dr. Luiz Alessandro Pinheiro da Câmara Queiroz 
 
Coordenador de Pós-Graduação de Engenharia de Produção 
Prof. Dr. José Alfredo Ferreira Costa 
 
Orientação 
Prof. Dr. Ricardo Pires de Souza 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
DEDICATÓRIA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a 
minha família, meus pais 
e amigos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
A Deus, por sempre ter concedido deliberadamente sabedoria e saúde para 
que eu pudesse trilhar meus primeiros passos no ensino universitário e na vida 
profissional de maneira ética, responsável e com boa vontade para o enfretamento 
dos percalços do dia a dia. 
A minha família que me deu todo apoio necessário, minha esposa Larissa 
Macêdo e nossa filha Alice Macêdo pela compreensão e paciência. Meus pais 
Melquiades Macêdo e Maria Lúcia Macêdo pela oportunidade da educação que me 
proporcionaram que com muito carinho e apoio, não mediram esforços para me ajudar 
no que fosse necessário para que eu chegasse até esta etapa de minha vida 
profissional. 
Ao professor Dr. Ricardo Pires de Souza, pela paciência, confiança e dedicação 
apresentada na orientação desse aluno de mestrado durante dois anos na vida 
profissional e acadêmica. Agradeço pelo incentivo ao desenvolvimento de dissertação 
de excelência, zeloso às prescrições normativas. Esse zelo corrobora para o 
desenvolvimento de trabalhos técnicos qualificados. Tenho convicção que suas lições 
serão jamais esquecidas. 
Ao professor Dr. Veder Ralf F. de Medeiros, por todas as contribuições que me 
concedeu nesta fascinante área da Ergonomia e por proferir aconselhamentos sempre 
pertinentes e respeitosos a ética profissional. Suas lições e zelo para o 
desenvolvimento de um trabalho técnico de excelência jamais serão esquecidas. 
Ao ilustríssimo Professor PhD. Francisco Soares Másculo pelas contribuições 
acadêmicas que deram notoriedade as produções cientificas as quais participei. 
A empresa Riachuelo, principalmente, aos meus gestores por me permitirem a 
realização deste mestrado durante estes dois anos, permitindo assim, minha 
qualificação profissional e acadêmica. 
Aos servidores da Justiça Federal do Rio Grande do Norte pela colaboração 
efetiva com projeto implementado nas cinco unidades do órgão em nosso estado. 
Ao amigo Eric Cabral que me acompanhou nessa passagem que diz respeito a 
produção cientifica qualificada tornando-a instigante e valorosa. 
Aos estagiários do projeto de pesquisa Aleson Belo, Clodoaldo Júnior e Ana 
Jamile que contribuíram valiosamente para essa pesquisa conseguir a amplitude que 
alcançou. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“De tudo ficaram três coisas: 
A certeza de que estamos sempre começando, 
A certeza de que é preciso continuar e 
A certeza de que podemos ser interrompidos 
antes de terminarmos. 
Fazer da interrupção um caminho novo, da 
queda um passo de dança, do medo uma 
escada, do sonho uma ponte, da procura um 
encontro”. 
(Fernando Sabino) 
 
 
RESUMO 
O avanço das novas tecnologias inseridas nas atividades laborais nas últimas 
décadas, ocasionou mudanças nos motivos de afastamentos por doença. De acordo 
com Organização Mundial de Saúde - OMS, em 2020, o afastamento por depressão 
e doenças do sistema do músculo esquelético serão os principais motivos de 
afastamento de colaboradores em organizações, pois o uso dos novos sistemas, 
máquinas e softwares possibilitaram as mudanças nos riscos ergonômicos das 
atividades laborais. A presente dissertação de mestrado tem como objetivo implantar 
e validar um Software ERGO interativo para identificação e gerenciamento dos riscos 
ergonômicos na Justiça Federal do Rio Grande do Norte (JFRN). Com isso, foi 
estruturado uma equipe multidisciplinar com o propósito de realizar a gestão dos riscos 
ergonômicos a partir do uso de software ERGO, possibilitando a interatividade entre 
os servidores e a equipe multidisciplinar do órgão judiciário. O Software ERGO 
permitiu um acompanhamento das atividades laborais a partir da captação de imagens 
por meio de uma câmera localizada no monitor do posto de trabalho, com intuito de 
captar as posturas assumidas durante a jornada laboral, gerando um Índice 
Ergonômico de Desempenho (IED) individualizado para o gerenciamento riscos 
ocupacionais de cada unidade. Para garantir a eficácia do Software ERGO, foram 
realizados testes situados com os servidores membros do Comitê de Ergonomia 
(COERGO) e membros da equipe multidisciplinar do Programa de Ergonomia 
(PROERGO), com intuito de garantir a melhor usabilidade do software de acordo com 
as características das atividades laborais. Após validação dos testes situados, o 
Software ERGO foi implantado para uso dos servidores com resultados satisfatórios 
de prevenção e mitigação dos riscos ergonômicos. 
 
Palavras chaves: Ergonomia; Análise Ergonômica do Trabalho; Teletrabalho; Software. 
 
 
 
9 
ABSTRACT 
The advancement of new technologies inserted in labor activities in the last decades, 
has caused changes in the reasons for sick leave. According to the World Health 
Organization - WHO, in 2020, the withdrawal due to depression and diseases of the 
skeletal muscle system will be the main reasons for the withdrawal of employees in 
organizations, since the use of new systems, machines and software enabled changes 
in the ergonomic risks of work activities. This master's dissertation aims to implement 
and validate an interactive ERGO Software for the identification and management of 
ergonomic risks in the Federal Court of Rio Grande do Norte (JFRN). With this, a 
multidisciplinary team was structured with the purpose of carrying out the management 
of ergonomic risks from the use of ERGO software, allowing interactivity between the 
servers and the multidisciplinary team of the judiciary. The ERGO Software will allow 
the monitoring of work activities from the capture of images through a camera located 
on the monitor of the workstation, in order to capture the postures assumed during the 
working day, generating an Ergonomic Performance Index (IED) for the occupational 
risk management of each unit. To guarantee the effectiveness of the ERGO Software, 
tests were carried out with the server’s members of the Ergonomics Committee 
(COERGO) and members of the multidisciplinaryteam of the Ergonomics Program 
(PROERGO), in order to guarantee the best usability of the software in accordance 
with characteristics of work activities. After validation of the located tests, the ERGO 
Software was deployed for use by the servers with satisfactory results of prevention 
and mitigation of ergonomic risks. 
 
 
Keywords: Ergonomics; Ergonomic Analysis of Work; Teleworking; Software 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
LISTA DE QUADROS 
Quadro 1 – Definição das dimensões do NASA-TLX...........................................................................32 
Quadro 2 – Seções para o desenvolvimento de protocolo na pesquisa ação......................................52 
Quadro 03 – Resultados das demandas ergonômicas.........................................................................66 
Quadro 04 – Funcionalidades do software ERGO................................................................................69 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 – Descritores utilizados para pesquisa em base de dados....................................................54 
 
LISTA DE EQUAÇÕES 
Equação 1 – Equação do Índice de Desempenho Ergonômico (IDE) .................................................84 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1 – Número de Publicações por ano.........................................................................................16 
Figura 2 – Número de Publicações por área........................................................................................17 
Figura 3 – Autores que mais se destacam............................................................................................17 
Figura 4 – Países que mais se destacam em publicação.....................................................................18 
Figura 5 – Número de Publicações (ano) .............................................................................................19 
Figura 6 – Número de Publicações por área..........................................................................................25 
Figura 7 – Autores que publicam...........................................................................................................26 
Figura 8 – Países que publicam.............................................................................................................34 
Figura 9 - Discussão Esquemática……………………………………………………………………………34 
Figura 10– Comparação mediana tempo de resposta..........................................................................35 
Figura 11 – Comparação mediana tempo de resposta......................................................................... 35 
Figura 12 – Framework de Seleção dos Artigos................................................................................... 35 
Figura 13 – Representação esquemática da metodologia da pesquisa...............................................40 
Figura 14 – Passos para o estudo de simulação..................................................................................41 
Figura 15 – Posicionamento Atual (I) e proposito (II) ...............................................................42 
Figura 16 – Comparativo entre os chamados reais e simulados..........................................................43 
Figura 17 – representação esquemática da metodologia da pesquisa...............................................56 
Figura 18 – Audiodosímetro SVANTEK SV 102+ .............................................................................. 58 
Figura 19 – Luxímetro digital Extech LT 300 .......................................................................................60 
Figura 20 – Termômetro de Globo Net Temp (marca: Chrompack) .....................................................62 
 
 
11 
Figura 21 – Posto de Trabalho da JFRN...............................................................................................64 
Figura 22 – Ocorrências de Afastamentos por CID 10- 2017................................................................65 
Figura 23 – Esquema básico de funcionamento do Software ERGO.....................................................68 
Figura 24 – Ocorrências por CID 10 – 2019..........................................................................................71 
Figura 25 – Ocorrências por CID 10 – 2019 (simplificado) ...................................................................72 
Figura 26 – Dias de trabalho perdidos por ano (2017 -2019) ...............................................................73 
Figura 27 – Tela Dashboard do Software ERGO...................................................................................75 
Figura 28 – Tela Dashboard do Software ERGO....................................................................76 
Figura 29 – Tela das insatisfações do Software ERGO.......................................................................77 
Figura 30 – Tela das solicitações por categoria do Software ERGO....................................................78
Figura 31 – Tela da lista de usuários com acesso ao Módulo administrador.......................................79 
Figura 32 – Tela das cidades cadastradas do módulo administrador..................................................80 
Figura 33 – Tela do módulo administrador de gerencia dos chamados...............................................81 
Figura 34 – Tela de gerencia dos questionários do módulo administrador..........................................82 
Figura 35 – Tela Ergo Captura.............................................................................................................83 
Figura 36 – Tela de calibração do Ergo Captura.................................................................................84 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
JFRN – Justiça Federal do Rio Grande do Norte 
OMS – Organização Mundial da Saúde 
FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duprat Figueiredo 
ABHO – Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais 
OIT – Organização Internacional do Trabalho 
AET – Análise Ergonômica do Trabalho 
COERGO – Comitê de Ergonomia 
PROERGO – Programa de Ergonomia 
ABERGO – Associação Brasileira de Ergonomia 
IEA – International Ergonomics Association 
IDE – Índice de Desempenho Ergonômico 
NR – Norma Regulamentadora 
RULA - Rapid Upper Limb Assessment 
NASA TLX - Task Load Index 
QVT – Qualidade de Vida no Trabalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
SUMÁRIO 
 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 15 
1.1 APRESENTAÇÃO .................................................................................................. 15 
1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................ 17 
1.2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 17 
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 17 
1.3 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 18 
1.4 ESTRUTURA DE APRESENTAÇÃO DO TRABALHO ........................................................ 21 
 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................... 23 
2.1 ERGONOMIA .......................................................................................................... 23 
2.2 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO .................................................................... 26 
2.3 CARGA DE TRABALHO ............................................................................................ 29 
2.4 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E MODELO WALTON ........................................ 32 
2.5 NASA TLX ...........................................................................................................33 
2.6 MÉTODO RULA ..................................................................................................... 35 
2.7 CONSTITUIÇÃO FEDERAL, SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO ................................ 38 
2.8 ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO ........................................................... 38 
2.9 E-SOCIAL NO BRASIL .............................................................................................. 41 
2.10 SISTEMA JUDICIÁRIO BRASILEIRO ......................................................................... 42 
2.11 TECNOLOGIAS DIGITAIS ....................................................................................... 45 
2.12 TELETRABALHO ................................................................................................... 49 
 METODOLOGIA DA PESQUISA ......................................................... 51 
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA............................................................................. 51 
3.2 DEFINIÇÃO DA POPULAÇÃO E AMOSTRA .................................................................. 55 
3.3 METODOLOGIA DA REVISÃO BIBLIOMÉTRICA .......................................................... 55 
3.4 ETAPAS DA PESQUISA .............................................................................................. 57 
3.5 HIPÓTESES ............................................................................................................ 63 
 RESULTADOS ......................................................................................... 65 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 91 
REFERENCIAS ..................................................................................................................... 97 
APÊNDICES ......................................................................................................................... 102 
APÊNDICE A – DIAGRAMA DE CORLLET. ................................................................ 102 
 ................................................................................................................................................ 102 
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO NÓRDICO ADAPTADO. ....................................... 103 
APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO NASA E CORRELAÇÃO DE CARGA MENTAL.
 ................................................................................................................................................ 104 
APÊNDICE D – ROTEIRO DINÂMICO DE CONVERSAÇÃO (ENTREVISTA 
SEMIESTRUTURADA) ...................................................................................................... 106 
 
 
14 
APÊNDICE F – LUXÍMETRO (MARCA: EXTECH). ................................................... 109 
APÊNDICE G – TERMÔMETRO DE GLOBO NET TEMP (MARCA: CHROMPAK).
 ................................................................................................................................................ 110 
APÊNDICE H – ATAS DAS REUNIÕES DO COMITÊ DE ERGONOMIA (COERGO)
 ................................................................................................................................................ 111 
APÊNDICE I – CERTIFICADO DE REGISTRO DO SOFTWARE ERGO 
INTERATIVO ...................................................................................................................... 127 
 
 
 
 
15 
 
 INTRODUÇÃO 
1.1 Apresentação 
Ergonomia possui dois objetivos gerais: um deles é centrado nas 
organizações e no seu desempenho como eficiência, produtividade e qualidade, por 
exemplo. O outro objetivo estaria centrado nas pessoas em sua segurança, saúde e 
conforto. Além disto, a ergonomia também deve dar ênfase a compreensão 
fundamental das pessoas assim como das suas interações e aplicações com proposito 
de melhorar essas interações (JOHN, 2000; FALZON,2007). 
 Nesse contexto é indissociável a ideia de que modificação positiva na 
produtividade das organizações está intrinsecamente ligada às condições de 
segurança e conforto que as organizações proporcionam. Esta concepção pode ser 
associada com o desenvolvimento de novas tecnologias da informação e 
comunicação (TIC) que contribuíram para inovar as formas de organização do 
trabalho, e como resultados surgiram o teletrabalho, o teleatendimento e o trabalho 
em equipe com comunicação utilizando computadores e dispositivos 
moveis(CARAYON; SMITH, 2000). 
O teletrabalho também intitulado como trabalho remoto está ganhando 
popularidade e se tornando característica comum na vida profissional devido não só 
aos avanços na tecnologia digital, mas também a mudança de atitudes em relação ao 
local que o trabalho deve ser executado e quando o trabalho deve ser realizado. 
Para esclarecer a discussão acerca do tema, teletrabalho é definido como 
a organização e/ou execução de tarefas desempenhadas distantes dos escritórios 
centrais ou instalações de produção de organizações por determinado período em 
cronogramas de trabalho pré-estabelecidos. Para isso são utilizadas as tecnologias 
da informação e comunicação (TIC) para estabelecer a comunicação entre 
colaboradores e responder as demandas da organização de forma remota (MELO; DE 
ABREU E SILVA, 2017 GAJENDRAN; HARRISON, 2007; HUNTON; NORMAN, 2010; 
ARVOLA et al., 2017). 
As pesquisas em ergonomia ainda não têm focado com devida atenção 
para o fenômeno do teletrabalho, como por exemplo, o estudo da ergonomia de 
escritórios domésticos. De modo que surge o questionamento a respeito da 
 
 
16 
responsabilidade para assegurar condições ergonômicas ideais no escritório 
doméstico(CARAYON; SMITH, 2000). Deste modo, o teletrabalho é identificado como 
questão significativa para trabalhos futuros em ergonomia (BENTLEY et al., 2016). 
Devido à sua importância, organizações públicas e privadas têm estudado 
o teletrabalho como arranjo flexível de trabalho. Os resultados empíricos decorrentes 
desses estudos revelam que o teletrabalho possibilita não só benefícios a sociedade, 
mas também a organizações e indivíduos(CAILLIER, 2016). 
Os conceitos de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) e equilíbrio trabalho-
vida não são novos. Uma definição foi explicitada em termos de técnicas e abordagens 
usadas para melhorar o trabalho, como o enriquecimento do trabalho, equipes auto 
gerenciadas e comitês de gestão do trabalho (DAVID; CHERNS, 1975; DAVIS, 1977). 
A expansão da QVT além do desenvolvimento inicial inclui recursos do local de 
trabalho que podem afetar a produtividade e a satisfação dos funcionários, como 
sistemas de remuneração, fluxos de trabalho, estilos de gerenciamento e ambiente de 
trabalho físico (CUMMINGS; WORLEY, 2005). 
Com o avanço das novas tecnologias inseridas nas atividades laborais nas 
últimas décadas, houve uma mudança nos motivos de afastamentos por doença, de 
acordo com OMS (Organização Mundial de Saúde), há uma expectativa do 
afastamento por depressão e músculo esquelético como os principais motivos de 
afastamento até 2020, já que com a implementação de novos sistemas, máquinas e 
softwares, ocorreu uma mudança nos riscos ergonômicos das atividades. 
A presente dissertação de mestrado diz respeito a uma pesquisa com 
objetivo de desenvolver, aplicar e validar um software ergo interativo para identificação 
e gerenciamento dos riscos ergonômicos, visando a identificação das demandas 
ergonômicas, implantação de comitê de Ergonomia, estabelecendo um programa 
continuado de Ergonomia para garantir maior conforto, segurança, saúde e 
desempenho eficiente nas atividades laborais dos servidores. Dessa forma, foi 
definido uma equipe multifuncional, formado por: ergonomistas, engenheiros, médico 
do trabalho, fisioterapeutas, equipe de TI, servidores e estagiários, com o propósito 
de realizar a gestão dos riscos ergonômicos a partir do software desenvolvido 
possibilitando a interatividade entre o servidor, a equipe do COERGO (Comitê de 
Ergonomia)e a equipe de saúde ocupacional da Justiça Federal do Rio Grande do 
Norte (JFRN). 
 
 
17 
Os diferentes modelos de organização e gestão do trabalho são 
apresentados aproximando o conceito de modelo ao de paradigma de Kuhn (1987), 
como proposto por Veltz e Zarifian (1993). 
A análise das situações de trabalho a partir da abordagem da ergonomia, 
com o reconhecimento do trabalho vivo (DEJOURS, 2012), das arbitragens realizadas 
pelo trabalhador (BLANDIN, 2013), a defesa da centralidade do homem no trabalho e 
a discussão da autonomia e da discricionariedade no trabalho (MAGGI, 2006; 
HUBAULT, 2011), são conduzidas para que a variabilidade das situações e dos 
indivíduos seja considerada pela organização e gestão na prescrição do trabalho, 
estabelecendo sua relação com o desempenho organizacional e no desempenho 
humano. 
Tendo como base as considerações descritas, como se dá o 
desenvolvimento de um software interativo para mitigação dos riscos ergonômicos em 
um órgão do judiciário federal? 
1.2 Objetivos 
1.2.1 Objetivo geral 
Implantar e validar o Software ERGO Interativo para identificação e 
gerenciamento dos riscos ergonômicos na Justiça Federal do Rio Grande do Norte 
(JFRN). 
1.2.2 Objetivos específicos 
 Identificar demandas ergonômicas; 
 Modelar o Software ERGO Interativo de acordo com estas demandas; 
 Realizar Sessões de uso situado do Software ERGO Interativo com servidores 
da Justiça Federal do Rio Grande do Norte (JFRN); 
 Avaliar resultados a partir da implementação do Software ERGO Interativo; 
 Elaborar relatório com indicadores de saúde ocupacional e qualidade de vida 
no trabalho; 
 Estabelecer Programa de Ergonomia (PROERGO) continuado na JFRN. 
 
 
 
18 
 
1.3 Justificativa 
Segue de forma detalhada a discussão da justificativa deste trabalho para 
academia, para empresa (no caso, pública) e para sociedade, respectivamente. Os 
trabalhos apresentados em discussão no decurso dessa dissertação foram obtidos na 
base de dados Scopus e Science Direct. 
As Figuras 1 e 2 detalham o total de publicações por ano e por área na 
base de dados Scopus, já que esta base oferece excelente detalhamento sobre 
publicações qualificadas publicadas em todo o mundo. A partir dela é possível, por 
exemplo, fazer avaliação de tendências em relação a publicações a partir das palavras 
chave “Ergonomics” AND “Ergonmic Analysis” AND “Software”. 
 
 
Figura 1 - Número de Publicações por ano 
 
Fonte: Scopus, 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1995 2000 2005 2010 2015 2020
 
 
19 
 
 
 
Figura 2: Número de Publicações por área 
 
 
Fonte: Scopus, 2019 
 
As Figuras 1 e 2 apresentam circunstância favorável ao desenvolvimento 
de trabalhos originais já que existe tendência de queda no número de publicações nos 
últimos anos em relação as palavras-chave supramencionadas. As que se mais 
destacam enquanto área para publicações são Engenharia, Medicina, Ciências da 
Computação e Ciências Sociais. As Figuras 3 e 4 representam os autores e os países 
que se destacam: 
 
Figura 3: Autores que mais se destacam 
 
 
 
457
294
217195
78 65 52 43 37 22 21 20 16 15 12 11 9 7 4 4 4 4 2 2 1 1
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
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14
16
18
20
Chaffin,
D.B.
Reed, M.P. Messing,
K.
Bures, M. Duffy, V.G. Friesdorf,
W.
Longo, F.
Fonte: Scopus, 2019 
 
 
20 
 
 
 
 
 
Figura 4: Países que mais se destacam em publicação 
 
 
 
As Figuras 3 e 4 apresentam respectivamente, os autores e os países que 
mais se destacam em publicações periódicas qualificadas. Tendo por base essas 
representações gráficas é possível compreender que os Estados Unidos, Brasil e Itália 
são os que se mais destacam em publicações periódicas qualificadas. Os autores 
Chaffin e Reed apresentam quantidade significativa de trabalhos publicados 
disponíveis para acesso. 
A relevância desse trabalho para a empresa pública Justiça Federal do Rio 
Grande do Norte, por sua vez, consiste em realizar um diagnóstico ergonômico no 
ambiente laboral analisado, com intuito de melhorar o conforto, segurança, 
desempenho eficiente e redução de afastamentos por doença ocupacional. Como 
também, os indicadores das causas de afastamentos por demanda ergonômica. Onde 
em 2017 foram registrados 4.667 dias perdidos (dias não trabalhados por motivo de 
doença) e 466 afastamentos, representando um total de 200 servidores afastados. 
A relevância desse trabalho para a sociedade, por sua vez, consiste no 
gerenciamento dos riscos ergonômicos e diagnóstico preventivo no ambiente laboral 
em diversas áreas de atuação, sendo uma tecnologia essencial para redução ou 
mitigação dos riscos ergonômicos dos trabalhadores ou servidores de qualquer área 
de atuação. 
191
130
77 72 67
49 42 35
25 24
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50
100
150
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Fonte: Scopus, 2019 
 
 
21 
 
 
 
1.4 Estrutura de apresentação do trabalho 
Essa dissertação de mestrado por ora apresenta-se dividida em três 
capítulos, que permitem a sua leitura e compreensão de forma estruturada e 
condizente com o itinerário a que se propõe. São eles: 
 Figura 5: Discussão Esquemática dessa dissertação 
 
Fonte: Autor, 2019 
 
 Capítulo 1 – nele é abordado o contexto da Ergonomia, e de como ela 
está inserida no contexto do gerenciamento dos riscos ergomômicos. Nele apresenta-
se também a problemática, os objetivos gerais e específicos, as justificativas (para a 
academia, para a instituição e para a sociedade). 
Capítulo 2 – Discussão teórica da dissertação com apresentação dos 
principais autores da atualidade que discutem Ergonomia, Análise Ergonômica do 
Trabalho e Software. 
Capítulo 3 - são abordados os procedimentos metodológicos necessários 
para a realização teórica e prática deste estudo, sendo esses divididos em: 
Introdução 
Capítulo 1
Contextualização
Problema de 
Pesquisa
Objetivos
Justificativa
Estrutura do 
Trabalho
Capítulo 2
Fundamentação 
Teórica 
Ergonomia e seus 
conceitos
Análise 
Ergnômica do 
Trabalho e suas 
ferramentas
Desenvolvimento 
do Software Ergo 
Interativo
Capítulo 3
Metodologia-
Caracterização da 
Pesquisa
Estudos 
Bibliográficos
População e 
Amostra
Etapas da 
pesquisa
Capítulo 4 
Estudo de Caso
Descrição do 
campo e 
apresentação dos 
dados
Discussão da 
Solução proposta
Capítulo 5-
Considerações 
finais
 
 
22 
Caracterização da pesquisa e método, este último utilizado para realização da parte 
experimental do mesmo; população e a amostra e etapas da pesquisa. 
Capítulo 4 – Neste capítulo será apresentado o Estudo de Caso desta 
pesquisa. 
Capítulo 5 – Aqui serão explicitadas as considerações finais do trabalho; 
a discussão neste capítulo está versada pela retomada do objetivo geral e 
específicos do trabalho. Além disso, serão explicitadas limitações concernentes ao 
estudo assim como propostas de trabalhos futuros. Em seguida as referências 
bibliográficas citadas para a construção teórica da ideia. 
 
 
 
23 
 
 REFERENCIAL TEÓRICO 
2.1 Ergonomia 
 
Segundo Vidal (2007), a palavraErgonomia surgiu em 1857, definida pelo 
polonês Wojciech Jastrzebowski,e provém de uma associação de dois termos antigos 
oriundos da Grécia, Ergon e nomos. O primeiro termo significa trabalho, enquanto 
nomos expressa arranjo (leis). Com o termo utilizado, o rearranjo organizacional do 
trabalho contrapõe a ideia de que o trabalhador deve se adaptar as condições 
presentes no ambiente de trabalho, induzindo os projetos a se adequarem com as 
características individuais dos seres humanos (STYLOPOULOS; RATTNER, 2003). 
Existem diversas definições de ergonomia. Todas procuram ressaltar o 
caráter interdisciplinar e o objeto de seu estudo, que é a interação entre o ser humano 
e o trabalho, no sistema humano-máquina-ambiente. Ou, mais precisamente, as 
interfaces desse sistema, onde ocorrem trocas de informações e de energias entre o 
ser humano, máquina e ambiente, resultando na realização do trabalho. Diversas 
associações de ergonomia apresentam as suas próprias definições. A mais antiga foi 
formulada pela Ergonomics Research Society (1950) e sintetiza que esta ciência é o 
estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento, ambiente e, 
particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia 
na solução dos problemas que surgem desse relacionamento. 
A ergonomia juntamente com os fatores humanos e habilidades não técnicas 
são terminologias utilizadas que descrevem fatores que possam afetar a segurança 
do trabalhador (MONKS; MACLENNAN, 2016). Segundo a International Ergonomics 
Association (2000), Ergonomia (ou fatores humanos) é a disciplina científica 
relacionada com a compreensão das interações entre seres humanos e outros 
elementos de um sistema, e a profissão que aplica teoria, princípios, dados e métodos 
para projetar a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho do sistema 
global. 
Desde a sua origem, na década de 1950, a ergonomia passou a realizar 
estudos cada vez mais abrangentes sobre o trabalho humano. Ela deixou de ser 
 
 
24 
apenas “operacional” em nível do “chão de fábrica” para abranger problemas mais 
amplos, em níveis gerenciais. 
Segundo Falzon (2007), a Ergonomia possui dois objetivos gerais: um deles 
seria centrado nas organizações e no seu desempenho como eficiência, produtividade 
e qualidade, por exemplo. O outro objetivo estaria centrado nas pessoas em sua 
segurança, saúde e conforto. Nesse contexto, dentro da perspectiva sistêmica dos 
sistemas produtivos é indissociável a ideia de que modificação positiva na 
produtividade das organizações está intrinsecamente ligada às condições de 
segurança e conforto que os empreendimentos proporcionam para seus operadores. 
Nesse aspecto, a Ergonomia possui ampla interdisciplinaridade e interage 
com várias disciplinas no campo das Ciências da Vida, Técnicas, Humanas e Sociais 
(MÁSCULO; VIDAL, 2011) e as questões inerentes a essa área do conhecimento 
descambam em discussões a respeito da execução da atividade laboral. 
Alguns pesquisadores entendem que Ergonomia e Fatores Humanos são 
termos complementares, porém devem ser entendidas como a mesma coisa, uma vez 
que não há Ergonomia sem se entender os fatores humanos implicados, pelo motivo 
de serem considerados na Análise Ergonômica do Trabalho. A ergonomia retrata a 
interação entre os seres humanos com os demais elementos do sistema o qual está 
incluído o aspecto tecnológico, organizacional e do ambiente interno e externo, 
enquanto que os fatores humanos correspondem a grupos informacionais que estão 
intrinsecamente relacionados com habilidades, limitações entre outros aspectos do 
subsistema humano (MÁSCULO; VIDAL, 2011). 
Dessa forma, o trabalho nessa ciência assume um sentido mais abrangente 
do que possa parecer e abarca “[...] também toda situação em que ocorre o 
relacionamento entre o homem e sua atividade produtiva. Isso envolve não somente 
o ambiente físico, mas também os aspectos organizacionais” (IIDA, 2005, p.2). Assim, 
de acordo com a International Ergonomics Association (IEA), a Ergonomia pode ser 
analisada sob três domínios de especialização: Ergonomia Física, Ergonomia 
Cognitiva e Ergonomia Organizacional. 
 
 A Ergonomia Física lida com as respostas do corpo humano à carga física e 
psicológica. “Interessa-se pelas características da anatomia humana, 
antropometria, fisiologia e biomecânica e sua relação com a atividade física” 
 
 
25 
(ABRAHÃO, 2009, p. 30). Analisa a manipulação de materiais, o arranjo físico 
e os fatores que se relacionam com os distúrbios no trabalho. É a parte mais 
comumente associada pelas pessoas à ergonomia. 
 
 A Ergonomia Cognitiva, também, conhecida como engenharia psicológica, 
refere-se aos processos mentais, como percepção, cognição, memória, 
raciocínio, e sua relação nas interações entre os seres humanos e outros 
elementos do sistema, ou seja, a resposta dada durante a realização da 
atividade (MÁSCULO; VIDAL, 2011; ABRAHÃO, 2009). Estuda a carga mental 
de trabalho, o estresse, o desempenho, a capacidade, etc., enfim, o sistema 
perceptual, motor e cognitivo. 
 
 Ergonomia Organizacional, de acordo com Iida (2005) ocupa-se da 
otimização dos sistemas socio-técnicos, abrangendo as estruturas 
organizacionais, políticas e processos. Os tópicos relevantes incluem 
comunicações, projeto de trabalho, programação do trabalho em grupo, projeto 
participativo, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em 
rede, teletrabalho, e gestão da qualidade. (IIDA, 2005, p.3). 
 
A incompatibilidade psicofisiológica dos trabalhadores com as condições 
laborais, levando em consideração suas necessidades, habilidades e limitações 
ocasionam sofrimento por afetar a segurança e saúde dos trabalhadores 
(INTERNATIONAL ERGONOMICS ASSOCIATION, 2000). Na atualidade, os 
profissionais disseminadores dessa ciência (os ergonomistas) buscam desenvolver: 
 
 O planejamento, projeto e avaliações de tarefas, postos de trabalho, produtos, 
ambientes e sistemas, tornando-os compatíveis com as necessidades, 
habilidades e limitações das pessoas. Os ergonomistas devem analisar o 
trabalho de forma global, incluindo os aspectos físicos, cognitivos, 
organizacionais, ambientais e outros (IIDA, 2005, p.3). 
 
 
26 
Assim, “[...] a ergonomia foi se desenvolvendo, adotando como referência a 
noção de variabilidade, a distinção entre tarefa e atividade e a regulação das ações 
associada ao reconhecimento da competência dos trabalhadores” (ABRAHÃO, 2009, 
p. 19). 
Segundo Theorell et. al (2015), as condições organizacionais impostas no 
trabalho podem resultar em complicações para os funcionários quanto para o 
empregador. Os trabalhadores são acometidos com transtornos psicossociais por não 
estarem em ambientes sadios e seguros, sendo considerado um ambiente de trabalho 
que apresenta falha de funcionamento, além de prejudicar os empregadores na 
questão financeira, por terem que compensar os danos causados aos seus 
trabalhadores, reduzindo o seu lucro por negligência as normas relativas à segurança 
e saúde do trabalho. 
 
2.2 Análise Ergonômica do Trabalho 
A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é um importante instrumento de 
identificação dos riscos inerentes ao ambiente de trabalho. É uma metodologia 
previamente experimentada e testada. É por meio dela que se realiza um estudo 
global da relação entre o trabalhador e suas atividades realizados no ambiente de 
trabalho no exercício de suas funções, adaptando suas características 
psicofisiológicas às condições laborais (VERÔNICA; CRISTINA; BARBOSA, 2012). 
Fornece a percepção de como o operador constrói o problema, indica 
estorvos durante suas atividades e como esses problemas podem ser solucionados 
através da ação ergonômica de modo a facilitar a vida destes operadores (WISNER, 
1995). A ação ergonômica do trabalho tem a finalidade de transformar o trabalho 
contribuindo para não alterara saúde do trabalhador, de modo que exerça suas 
competências e valorize suas capacidades produtivas e, ao mesmo tempo, alcançar 
a os objetivos econômicos da empresa (GUÉRIN et al., 2001). 
O método da AET, segundo Wisner (1987, p.145) e Vidal (2003, p.118), 
consiste de um conjunto de ações interacionais e observacionais que ajudam a 
compreender as situações de trabalho. Este método é definido por Vidal (2003, p.31), 
como sendo “um conjunto estruturado de análises Inter complementares dos 
 
 
27 
determinantes da atividade de trabalho dos indivíduos numa organização”. 
 
Figura 6 - Esquema geral da abordagem AET. 
 
Fonte: Guérin et al. (2001, p. 86) 
Nesse sentido, a esquematização proposta por Guérin et al (2001) e 
explicitada na Figura 6 esclarece que a abordagem AET necessita de protocolos para 
geração de dados globais, materiais estes que deverão ser aplicados a catalogação 
de dados in loco frutos da interação do ergonomista com as pessoas do setor 
escolhido para discussão. 
Segundo Másculo e Vidal (2011), a AET se molda em um conjunto 
estruturado e interligado em análises de situações laborais, globalmente e 
sistematicamente, sobre as atividades dos trabalhadores no meio organizacional 
formulando diagnósticos a partir dos problemas no ambiente de trabalho. As ações 
 
 
28 
ergonômicas são realizadas após demandas de uma AET e, podem ser casos 
simples, em que há apenas sínteses de recomendações na transformação laboral, 
ou casos complexos, em que há uma série de esquematizações refletidas na 
Qualidade de Vida no Trabalho, dependendo das demandas necessárias descritas 
na AET, conforme demonstrado na Figura 7. 
 
Figura 7- Fluxo da Análise Ergonômica do Trabalho 
 
Fonte: Másculo e Vidal (2011) 
Segundo Lima (2000), a AET é descrita minuciosamente no ponto de vista 
comportamental dos homens ao decorrer de suas atividades, antecipando a 
identificação dos riscos e posteriormente a eliminação. Segundo Prottes, Oliveira e 
Andrade (2012), é de fundamental interesse o uso desse instrumento uma vez que 
uma AET de forma preliminar é justificada pela prevenção dos riscos, desempenho 
eficiente, máximo conforto segurança (NR-17), bem como a redução das despesas 
públicas, em específico se tratando dos benefícios cedidos pela previdência social 
por acidentes de trabalhos e/ou doenças ocupacionais. 
A ergonomia se adapta ao nível de exigência do país. Aos poucos a 
ergonomia brasileira foi se desenvolvendo mesmo com as adversidades que são 
encontradas no país. Os ergonomistas brasileiros se preocupam com a saúde do 
trabalhador, uma vez que se considera um dos maiores problemas que manifesta na 
economia do Brasil é a baixa produtividade aliada aos baixos salários e limitadas 
vantagens sociais (WISNER, 1998). 
Neste sentido, para se realizar uma análise da atividade ergonômica do 
trabalho, o ergonomista questionará como as pessoas se sentem, se comunicam, 
cooperam, por exemplo, ao desempenhar suas atividades laborais. Um dos pilares 
 
 
29 
da atividade busca, através da subjetividade, a inserção de qualidade” na vida e no 
trabalho refletindo a busca incessante do homem ao longo das gerações por 
condições dignas laborais, como também em ser feliz. (MÁSCULO; VIDAL, 2011). 
No Brasil, a Análise Ergonômica do Trabalho é regulamentada pela Norma 
Regulamentadora n°17 (NR-17 - Ergonomia) e orientada quanto à aplicação pelo 
Manual de Aplicação da NR-17 do Ministério do Trabalho e Emprego (BRASIL, 
2011). 
As etapas e fases para a implementação de uma intervenção 
ergonomizadora, são: Apreciação ergonômica; Diagnose ergonômica; Projetação 
ergonômica; Avaliação, validação e/ou testes ergonômicos e, por fim o Detalhamento 
ergonômico e otimização (MORAES; MONT’ALVÃO, 2015). 
A Apreciação ergonômica visa explorar, compreender e mapear os 
problemas ergonômicos da empresa in loco entrevistando supervisores e 
trabalhadores. A Diagnose ergonômica aprofunda esta etapa por meio de testes de 
predições e/ou hipóteses, caracterizando as observações sistemáticas das 
atividades e registrando o comportamento habitual da jornada laboral. Na projetação 
ergonômica, ajusta-se o ambiente de trabalho as características psicofisiográficas e 
cognitivas do trabalhador, terminando com o projeto ergonômico. A Avaliação, 
validação e/ou testes ergonômicos mostram as propostas e alternativas para a 
realização do trabalho. Por fim, o Detalhamento ergonômico objetiva-se em detalhar 
e revisar o escopo do projeto aliando as opções do decisor (MORAES; 
MONT’ALVÃO, 2015). 
2.3 Carga de Trabalho 
Para compreender as relações entre o trabalho e o indivíduo, é conveniente 
entender a carga de trabalho exercida por cada atividade sobre o trabalhador. O 
termo carga de trabalho é construído com a necessidade de entender as exigências 
de cada atividade sobre as condições do trabalhador no sistema (FRUTUOSO; 
CRUZ, 2005). Dessa forma, existem várias interpretações que definem carga de 
trabalho. 
Podemos entender carga de trabalho como as exigências, físicas, 
cognitivas e psíquicas, do trabalho que superam as capacidades, habilidades e 
 
 
30 
competências de cada trabalhador para realizar determinada atividade (FRUTUOSO; 
CRUZ, 2005). Envolve a carga e as repercussões impostas sobre o comportamento 
e as funções do operador. No entanto, diversas outras definições são dadas por 
diferentes autores. 
Toda atividade, inclusive o trabalho, tem pelo menos três aspectos: físico, 
cognitivo e psíquico. Cada um deles pode determinar uma sobrecarga. Eles 
estão inter-relacionados e são bastante frequentes, embora não seja 
necessário que uma forte sobrecarga de um trabalho seja acompanhada de 
uma carga bastante alta nos dois outros domínios (WISNER, 1994 apud 
FRUTUOSO; CRUZ, p. 33, 2005) 
 
[...] carga de trabalho é composta de pelo menos dois aspectos: físico e 
mental. As físicas compõem as exigências de desempenho corporal 
necessárias à realização de uma tarefa. As mentais agregam um universo de 
condutas cognitivas e afetivas associadas à elaboração de uma tomada de 
decisão e seus respectivos processos motivacionais (CRUZ; CORRÊA, p. 
142, 2000) 
 
As cargas de trabalho são definidas como exigências ou demandas 
psicobiológicas do processo de trabalho, gerando ao longo do tempo as 
particularidades do desgaste do trabalhador. Em outras palavras, as cargas 
são mediações entre o processo de trabalho e o desgaste psicobiológico 
(GRECO; OLIVEIRA; GOMES 1996, p.61 apud CORRÊA, p. 19, 2003) 
 
Segundo Vidal, et al (2011), em Ergonomia, a carga de trabalho é entendida 
como a consequência das exigências sobre o indivíduo no decorrer da realização da 
atividade que prejudica o seu desempenho. Para os autores (p. 249, 2011), “[...] a 
ideia de carga quer traduzir que a capacidade individual é um limitante sine qua non 
para qualquer [...] processos de trabalho”. Assim, uma atividade se bem 
dimensionada não implicaria em carga de trabalho. 
Em resumo, pode-se definir carga de trabalho como “[...] o custo da 
atividade de trabalho para um determinado indivíduo, num momento preciso e em 
condições específicas, sendo que estas se encontram em permanente mudança” 
(COTRIM, p. 8, 2004). 
Para investigar a carga de trabalho é preciso partir da premissa da análise 
das ações, das condições em que elas ocorrem e das consequências de tais ações 
para o trabalhador. “É preciso investigar quais características da carga a que o 
trabalhador está submetido podem facilitar na elaboração de diagnósticos e no 
planejamento de mudanças nas condições de trabalho, no sentido de promover a 
 
 
31 
saúde e o bem-estar” (FRUTUOSO, CRUZ, p. 31, 2005). 
Nesse contexto, a carga de trabalho tem relação direta com a saúde e 
satisfação do trabalhador, tendo por base que ela define as tensões e pressões 
provocadas no trabalho que se relacionam às modificações das condições físicas e 
da organização (FRUTUOSO;CRUZ, 2005). Quando as cargas de trabalho vão além 
das capacidades do trabalhador tem-se uma situação de sobrecarga. No caso em 
que as cargas de trabalho estão aquém das capacidades do trabalhador em 
desempenhar suas atividades, entende-se que ocorreu subcarga de trabalho. 
Paralelo à subcarga, “manifestações de sobrecarga refletem fadiga, 
absenteísmo no trabalho, incidência de distúrbios musculoesqueléticos, transtornos 
comportamentais e mentais, entre as mais recorrentes” (FRUTUOSO; CRUZ, p. 32, 
2005). Por outra perspectiva, “entre as cargas ou fatores psicossociais destacam-se 
situações estressantes, posturas das chefias, disputas entre colegas, condições de 
insegurança no emprego, remuneração ou salário inadequado, desvalorização do 
trabalho dentre outros. ” (LEITE; CARVALHO, p. 8, 2012). 
De acordo com Vidal et al (2011), a mensuração da carga de forma mais 
objetiva é uma tarefa difícil, sendo mais eficaz uma abordagem mais subjetiva. É 
importante analisar os efeitos da atividade, de forma qualitativa e quantitativa, para 
compreender as adaptações necessárias impostas pelo sistema de trabalho 
(COTRIM, 2004). Desde que a atividade desempenhada pelo trabalhador seja 
efetivamente investigada, “a possibilidade de mensurar e avaliar a carga de trabalho 
por meio de medidas subjetivas permite aferir constrangimentos físicos e 
psicológicos que podem estar associados ao processo de adoecimento do 
trabalhador [...]” (FRUTUOSO; CRUZ, p. 34, 2005). 
Dentro desse contexto, a mensuração dos aspectos fisiológicos abrange 
alto potencial diagnóstico por possibilitar a avaliação de níveis da carga de trabalho 
por meio de manifestações psicomotoras. Assim, 
 
O interessante desse tipo de avaliação é que se torna um indicador de 
reações do avaliado sem que este precise se manifestar verbalmente. Tais 
medidas também servirão de complemento ou suporte para as medidas 
classificadas como subjetivas ou comportamentais. (CARDOSO; GONTIJO, 
p.876, 2012). 
 
 
 
32 
As medidas classificadas como subjetivas são as mais usadas na 
mensuração da carga mental de trabalho, uma vez que partem do pressuposto de 
que o nível de desgaste mental está associado as capacidades do trabalhador de 
desempenhar seu trabalho (CARDOSO; GONTIJO, 2012). Umas dessas medidas e 
de grande utilização é o NASA-TLX. 
2.4 Qualidade de Vida no Trabalho e Modelo Walton 
De acordo com Kovaleski, Pedroso e Pilatti (2008) os conceitos de 
qualidade de vida no trabalho vêm se modificando ao longo dos tempos, o que 
acontece em função de diversas transformações pelo qual o trabalho vem passando 
no decorrer das décadas. 
Gramms e Lotz (2017) dizem que qualidade de vida no trabalho (QVT) é 
um termo que tem sido utilizado para expressar a ampla experiência que a pessoa 
vivencia no trabalho. Mas uma só definição não abrange toda a subjetividade de QVT, 
pois esse conceito não contempla aspectos somente organizacionais, como fatores 
de qualidade de vida como um todo. 
Segundo Chiavenato (2004), o conceito de qualidade de vida engloba 
vários fatores do tipo: ambiental, físicos e psicológicos dentro do local de trabalho. 
Essa preocupação existe há anos em relação à qualidade de vida, onde o maior 
objetivo é proporcionar satisfação ou facilitar a execução das tarefas do trabalhador. 
A partir disso, segundo Gramms e Lotz (2017), Richard Walton identificou 
que a geração e a manutenção da QVT perpassam pelo atendimento das 
necessidades e aspirações do ser humano e da responsabilidade social da empresa. 
Sendo então que a partir disso Walton criou oito categorias conceituais que mostram 
como avaliar e analisar a qualidade de vida no trabalho. 
As oito categorias conceituais segundo Walton (1973): 
1. Remuneração justa e adequada: A remuneração como justa, são a demanda e 
disponibilidade de profissionais com a habilidade para o trabalho que se 
pretende realizar, e também padrões de remuneração já estabelecidos em uma 
comunidade; 
2. Condições de trabalho: Envolve as dimensões jornada de trabalho e ambiente 
físico adequado à saúde e bem-estar do trabalhador; 
 
 
33 
3. Uso e desenvolvimento das capacidades: Deve fornecer autonomia, 
necessidade de uso de diversas habilidades, informações e perspectivas 
referentes ao trabalho executado, o planejamento do trabalho em sua 
totalidade; 
4. Oportunidade de crescimento contínuo e segurança: Possibilidade de carreira 
na organização, crescimento e desenvolvimento pessoal e segurança no 
emprego de forma durável; 
5. Integração social no Trabalho: Deve haver igualdade no trabalho, sem 
formação de classes diferenciadas ou de uma cadeia hierárquica, a 
possibilidade de alcançar cargos superiores, o senso de trabalho em equipe e 
uma comunicação aberta entre os funcionários; 
6. Constitucionalismo: A união entre os trabalhadores, como grupos e sindicatos, 
tem buscado trazer mais constitucionalidade para o ambiente de trabalho, com 
finalidade de proteger os funcionários, além de informa-los sobre os seus 
direitos e deveres, bem como garantir que esses sejam respeitados; 
7. Trabalho e espaço total de vida: Manter a carga horária, trabalho balanceado e 
disponibilizar tempo para os funcionários com a família e outros lazeres; 
8. Relevância social: Além de o trabalho trazer orgulho para quem o executa, a 
organização deve ter uma imagem diante da sociedade, responsabilidade 
social, responsabilidade pelos produtos e serviços oferecidos e práticas de 
emprego. 
2.5 NASA TLX 
Um relevante domínio dos modelos estocásticos é o campo da Teoria das 
Filas (queueing theory). Sistemas reais podem ser reduzidos a componentes que 
podem ser modelados pelo conceito de uma determinada fila. A teoria das filas tem 
sido aplicada, com sucesso, na resolução de uma grande variedade de problemas: 
projeto de redes telefônicas, gerenciamento de centros de serviço, alocação de mão 
de obra em centros de reparo e manutenção, por exemplo. A ideia básica do conceito 
é emprestada da experiência de balcões de pagamento de supermercado 
(ANTONIOL; CIMITILE, et al., 2004; BREUER; BAUM, 2005). 
De acordo com Moray (1986 apud CARDOSO; GONTIJO, 2012), as 
medidas subjetivas da carga de trabalho apresentam-se como as mais confiáveis e 
 
 
34 
com melhor desempenho para mensurar a carga mental. As medidas de carga de 
trabalho surgiram com os estudos de Cooper e Harper (1969), autores que 
desenvolveram trabalhos em duas vertentes que geraram: a escala de Sheridan-
Simpson e o método NASA-Ames, desenvolvida no laboratório de pesquisas da 
NASA. Em 1987, esse método originou o NASA-TLX (Task Load Index), desenvolvido 
por Hart e Staveland. 
O NASA TLX: Task Load Index (1986) é um questionário multidimensional 
que busca avaliar a subjetividade da carga de trabalho. Ele foi projetado para reduzir 
entre os avaliadores a variabilidade usando as definições a priori de carga de trabalho, 
a média de pesos e avaliações em sub-escalas (NASA, 1986). É uma classificação 
que fornece uma pontuação de carga de trabalho com base em uma média ponderada 
de seis sub-escalas: Demanda (Exigência) Mental, Demanda (Exigência) Física, 
Demanda (Exigência) Temporal, Desempenho, Esforço e Frustração. As definições 
de cada sub-escala são apresentadas no Quadro 1. 
Quadro 1 – Definição das dimensões do NASA-TLX 
 
Fonte: Adaptado de Manual NASA-TLX apud Cardoso; Gontijo (2012, p. 878) 
 
Apesar do NASA-TLX ter sido construído para medir a carga de trabalho 
mental, ele mensura a carga de trabalho de uma forma geral, pois inclui o esforço e a 
carga física entre os fatores (MÁSCULO; VIDAL, 2011). “Assim, sua sensibilidade 
para manipulações experimentais foi a melhor encontrada entre outras técnicas 
Dimensões Definições
Mental
Quantidade da atividade mental e perceptiva que a tarefa necessita 
(pensar, decidir, calcular, lembrar, olhar, procurar, etc.)
Física
Quantidade de atividade física que a tarefa necessita(puxar, 
empurrar,girar, deslizar, etc.)
Nível de pressão temporal sentida. Razão entre o tempo necessário 
disponível
Até que ponto o indivíduo se sente satisfeito com o desempenho no
trabalho
Grau de esforço mental e físico que o sujeito tem que realizar para 
seu nível de rendimento.
Frustação
Até que ponto o sujeito se sente inseguro, estressado, 
irritado,descontente, etc., durante a realização da atividade
Temporal
Desempenho
Esforço
 
 
35 
populares e uma avaliação global da carga de trabalho unidimensional suficiente.” 
(CARDOSO; GONTIJO, 2012, p. 878). Ele pode ser utilizado para estimar a carga de 
trabalho em vários ambientes que envolvam homem e máquina. 
O método do NASA-TLX avalia a carga de trabalho a partir da perspectiva 
dos entrevistados, atribuindo o grau de contribuição de cada escala por meio de 
comparações binárias das dimensões e através da atribuição de pontos a cada 
dimensão para cada atividade realizada (NASA, 1987). 
2.6 Método RULA 
 
O método RULA (Rapid Upper Limb Assessment) é uma ferramenta para 
avaliação de postura, força e uso muscular. Desenvolveu-se a metodologia RULA com 
o objetivo de investigar a exposição individual de cada trabalhador a fatores de riscos 
correlacionados com os distúrbios de membros superiores relacionados ao trabalho. 
Utiliza-se de diagramas de posturas corporais, com tabelas que fornecem a avaliação 
de fatores de riscos (CORLETT; MCATAMNEY, 1993). 
São dois grupos, A e B respectivamente, em que se atribui os escores 
relacionados com a postura, conforme é demonstrado nas Figuras 8 e 9. O grupo A 
está associado aos braços, punhos e antebraços enquanto que no grupo B são 
relacionados ao pescoço, pernas, pés e tronco. As posturas são medidas a partir da 
avaliação dos ângulos formados entre os membros e o corpo, definindo o nível de 
ação a ser tomado. Na avaliação, o número 1 equivale ao movimento ou postura 
correspondente ao menor risco de lesão, e a medida que esse número aumenta, maior 
é a susceptibilidade ao risco de lesão, podendo atingir o máximo de 7 (CAPELETTI, 
2013). 
 
 
 
36 
Figura 8- Grupo A 
 
Fonte: Adaptado de McAtmney et al. (1993) 
Figura 9 - Grupo B 
 
Fonte: Adaptado de McAtmney et al. (1993) 
 
 
37 
 
Segundo Capeletti (2013), após registro das pontuações dos grupos A e B, 
os valores são cruzados e consultam-se as Figuras 10 e 11 referentes à contração 
muscular e à aplicação de força e carga, respectivamente. Assim, gera-se a pontuação 
final a partir deste cruzamento de valores (Figura 12). 
 
Figura 10 – Contração Muscular 
 
Fonte: Capeletti (2013) 
 
Figura 11 -Força e Carga 
 
Fonte: Adaptado de McAtmney et al. (1993) 
 
Figura 12 - Pontuação Geral 
 
Fonte: Adaptado de McAtmney et al. (1993) 
 
 
38 
 
2.7 Constituição Federal, Segurança e Saúde no Trabalho 
A Constituição Federal Brasileira de 1988 (CF/88) retrata em seu Artigo 7º 
preceitos constitucionais relacionados à Segurança e Saúde no Trabalho (SST): 
 Direito Constitucional a trabalhar em ambiente de trabalho sadio e seguro: 
“Redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde, 
higiene e segurança” (Artigo 7º, inciso XXII, da CF/88); 
 Direito Constitucional à compensação financeira pela exposição nociva à 
saúde ou à integridade física: “Adicional de Remuneração para as atividades 
Penosas, Insalubres ou Perigosas, na forma da Lei”. (Artigo 7º, inciso XXIII, da 
CF/88); 
 Direito Constitucional à reparação pelo dano acidentário sofrido: “Seguro contra 
acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que 
este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa”. (Artigo 7º, inciso XXVIII, 
da CF/88); 
 Direito Constitucional do menor não ser exposto a agentes nocivos à saúde ou 
à integridade física: “Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a 
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo 
na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos”. (Artigo 7º, inciso XXXIII, 
da CF/88). 
 
2.8 Engenharia de Segurança do Trabalho 
A segurança do trabalho, também denominada segurança ocupacional, é a 
ciência que objetiva identificar, analisar e estudar a relação multicausal dos acidentes 
de trabalho, preocupando-se com o desenvolvimento, promoção e manutenção do 
ambiente do trabalho. Deste modo, tem-se a finalidade de prevenção mediante 
políticas, programas, técnicas ou procedimentos que visam proporcionar ambientes 
sadios e seguros para os trabalhadores, minimizando os riscos potenciais de gerar 
acidentes, sempre observando os limites aceitáveis da capacidade e potencialidade 
 
 
39 
humana (GONÇALVES, 2013; NYIRENDAAVWIL; CHINNIAH; AGARD, 2015). 
No escopo da engenharia de segurança do trabalho, os trabalhadores se 
depararão com situações que não estão em conformidade com as regras previstas 
em Normas Regulamentadoras (NRs), Leis, Súmulas, por exemplo. Neste sentido, é 
interessante formular procedimentos que visem o bem-estar e saúde dos 
trabalhadores, orientando o comportamento seguro aos perigos assimilados, bem 
como demonstrar a conscientização da organização na prevenção dos acidentes de 
trabalho (REASON; PARKER; LAWTON, 1998). 
Segundo o Ministério da Fazenda (2016), e hoje, encontrado na Secretaria 
do Trabalho vinculado ao Ministério da Economia, contabilizou-se no ano de 2016, 
474.736 (quatrocentos e setenta e quatro mil e setecentos e trinta e seis) Acidentes 
de Trabalho com registro da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) em que 
estão presentes os Acidentes Típicos, de Trajeto e as Doenças do Trabalho. 
Segundo a FUNDACENTRO (2004), a Higiene Ocupacional é o termo mais 
utilizado, uma vez que abrange a Higiene Industrial e Higiene do Trabalho, além de 
manter uma interface com outros campos de estudo, como a Segurança e a 
Ergonomia, por exemplo. É uma ciência de caráter preventivo, uma vez que seu 
objetivo é na prevenção das doenças ocupacionais, ao qual aborda a individualidade 
do trabalhador, interligando-a com o tipo de atividade e o ambiente de trabalho. Na 
essência do termo, o conceito de Higiene reflete à preservação da saúde enquanto o 
termo ocupacional está associado ao ambiente laboral. 
Segundo Rocha, Mollo e Daniellou (2015), um sistema de gerenciamento 
de segurança eficiente para a prevenção de situações que possam desencadear os 
acidentes de trabalho, permite a integração das experiências passadas com as 
situações atuais e sempre visando ações futuras que possam propiciar qualidade de 
vida dos trabalhadores, prevenindo as situações de riscos. Além da capacidade 
adaptativa no progresso da segurança, deve-se levar em consideração o 
envolvimento dos trabalhadores para uma melhor compreensão e percepção das 
situações que abrangem no meio ambiente de trabalho (HAIMS; CARAYON,1998). 
Segundo Mckinnon (2014), define-se um Sistema de Gerenciamento de 
Segurança como o conjunto de atividades e esforços de maneira contínua que está 
voltado para o controle de acidentes, monitorando os elementos julgados críticos para 
a segurança do trabalhador. Neste sentido, considera-se um sistema para prevenção 
 
 
40 
de perdas, reduzindo o potencial de acidentes, bem como melhorando nos processos 
gerais de uma organização. 
A falta de aptidão técnica pelo profissional ou mesmo negligência por parte 
do empregador ao não cumprimento das normas regulamentadores podem levar o 
trabalhador ao acidente de trabalho. O plano de benefícios da previdência social, por 
intermédio da Lei 8.213, datada em 24/07/1991, em seu Artigo 19, define que o 
acidente de trabalho pode ser entendido em qualquer situação que provoque lesão 
corporal ou que implique em perturbação funcional no trabalhador, que resulte em 
morte, limitações ou perdas para sua aptidão ao trabalho durante a jornada laboral. 
A percepção de meio ambiente de trabalho está além de um simples 
espaço físico fixadoem algum lugar, como em uma empresa. Entende-se que o 
ambiente de trabalho pode ser móvel, visto que, segundo o Artigo 21 da Lei 8.213 de 
1991 (Benefícios da Previdência Social), há a possibilidade de ocorrência de 
acidentes de trabalho por prestação espontânea de serviço, viagem a serviço e 
acidente de trajeto. 
Neste contexto, máquinas e equipamentos estão intrinsicamente ligadas às 
pessoas no exercício da jornada de trabalho. Além do mais, é o ambiente em que o 
trabalhador se expõe aos agentes físicos, químicos, biológicos e ergonômicos, ou 
associação deles que podem prejudicar a qualidade de vida dos trabalhadores 
(GONÇALVES, 2019). Os agentes ergonômicos são frutos da incompatibilidade do 
homem ao ambiente de trabalho, e como consequências, têm-se: desgastes 
psicofisiológicas, redução na produtividade e segurança do trabalho, por exemplo. 
O risco é definido como a probabilidade de ocorrer o dano e a magnitude 
do evento indesejado. Os indivíduos estão submetidos a diferentes situações em que 
podem gerar os acidentes, afetando a sua qualidade de vida no trabalho. A avaliação 
de risco é um processo sistemático que descreve e quantifica os riscos definindo seu 
grau de tolerabilidade. Em contrapartida, o gerenciamento de riscos é um processo de 
implementação de medidas para minimizar os riscos existentes. Deste modo, a 
avaliação do risco se torna uma ferramenta essencial para tomada de decisão em 
gerenciamento de riscos (COVELLO E MERKHOFER, 1993; FUNDACENTRO, 2004). 
Exemplos de agentes ergonômicos são: levantamento e transporte manual 
de cargas incorreto, postura não adequada do próprio trabalhador, ritmos excessivos 
de trabalho e movimentos repetitivos devido às metas impostas durante a jornada 
 
 
41 
laboral, como outras situações que possa desgastar psíquico ou fisicamente. 
(GONÇALVES, 2019). 
2.9 E-social no Brasil 
O Governo do Brasil (2019), o e-social é um moderno sistema de registro 
de dados relacionando os trabalhadores, empresas e escritórios de contabilidade 
desenvolvido pelo governo federal que foi criado com o objetivo de simplificar o 
gerenciamento de informações que estão correlacionadas com os trabalhadores que 
visa reduzir os custos gerais e o tempo do processamento de informações fiscais, 
previdenciárias e trabalhistas. A obrigatoriedade do uso do e-social começou a vigorar 
desde o dia 01 de junho de 2018 para todos os empregadores e contribuintes 
independentemente do valor faturado anual. 
Este sistema transforma as informações que até então eram registradas em 
documentos impressos para o mundo digital, armazenando os dados em um ambiente 
público, seguro e reduzindo os gastos para as empresas. É um sistema que dar uma 
maior garantia para o trabalhador em relação a efetivação de seus direitos trabalhistas 
e previdenciários, uma vez que há maior transparência dos dados informados e 
também minimiza a possibilidade nos erros de cálculos oriundos de empresas a 
respeito de emissão de guias pelos seus próprios sistemas. Além de contribuir para 
melhorias em tomadas de decisão em políticas públicas e benefícios previdenciários 
(GOVERNO DO BRASIL, 2019). 
No Anexo I dos leiautes do e-social, a tabela 23 descreve os Fatores de 
Riscos do Meio Ambiente de Trabalho, separando em fatores físicos, químicos, 
biológicos, os ergonômicos, subdivididos em organizacionais, mobiliário e 
equipamentos, psicossociais ou cognitivos, além dos fatores mecânicos ou de 
acidentes, periculosos, penosos e associação de fatores de riscos (GOVERNO DO 
BRASIL, 2019). 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
2.10 Sistema Judiciário Brasileiro 
Segundo o Supremo Tribunal Federal (2011), o sistema judiciário brasileiro 
é composto por vários órgãos, nos quais os principais objetivos destes são manter a 
ordem, o cumprimento da constituição e esclarecer as leis da legislação federal. 
Dentre os órgãos que compõe o sistema judiciário brasileiro, há aqueles que 
desempenham funções no âmbito da União, como por exemplo, o poder judiciário, 
que tem o apoio das unidades da justiça federal, incluindo os juizados especiais 
federais e a justiça especializada, na qual é composta por Justiça do Trabalho, Justiça 
eleitoral e Justiça Militar. 
Já no âmbito dos Estados, no qual se inclui a Justiça Estadual, fica sob a 
responsabilidade de cada estado brasileiro e do Distrito Federal, os juizados especiais 
cíveis e criminais. No Sistema Judiciário Brasileiro, o sistema da união e dos estados 
conta com juizados especiais competentes e qualificados para julgar causas de menor 
potencial ofensivo e econômico. O organograma geral do poder judiciário brasileiro 
está esquematizado como a Figura 13. (ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS 
BRASILEIROS, 2005). 
 
Figura 13 - Organograma do Poder Judiciário 
 
Fonte: Gonçalves (2019) 
 
 
 
43 
 
Cada Orgão do poder Judiciário possuem 1ª, 2ª e 3ª instância. Na primeira 
instância estão presente os Juízes de Direito, Federais, Eleitorais, do Trabalho e de 
Direito, que podem atuar em Foros, Varas Especializadas, Seções Judiciárias, Juntas 
Eleitorais, Varas do Trabalho como realizar Auditorias Militares, respectivamente. Na 
segunda instância, estão presentes os Desembargadores, Juízes Federais, Juízes 
Eleitorais, Juízes do Trabalho e Colegiado de Juízes Civis e Militares que atuam no 
Tribunal de Justiça, Tribunais Regionais Federais, Tribunal Regional Eleitoral, 
Tribunais Regionais do Trabalho e Tribunal de Justiça Militar, respectivamente 
(GONÇALVES, 2019). 
Além disso, na terceira instância estão os Ministros que podem atuar no 
Superior Tribunal de Justiça (Justiça Comum e Federal), Tribunal Superior Eleitoral 
(Justiça Eleitoral), Tribunal Superior do Trabalho (Justiça do Trabalho) e Superior 
Tribunal Militar (Justiça Militar). Por fim, caso os processos sejam passados por 
recursos das demais instâncias, cabe aos Ministros que atuam Supremo Tribunal 
Federal julgar as ações que envolvam lesão ou ameaça a Constituição Federal 
Brasileira (SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, 2011). 
O Tribunal Regional Federal da 5ª região (TRF5) com sede em Recife/PE 
é composto pelas unidades estaduais de Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio 
Grande do Norte conforme a Figura 14. Das decisões do TRF, cabe recurso ao 
Superior Tribunal da Justiça (STJ) ou ao Supremo Tribunal Federal (STF) (TRIBUNAL 
REGIONAL FEDERAL, 2007). 
 
Figura 14 - Unidades Estaduais do TRF5 
 
Fonte: Tribunal Regional Federal (2007) 
 
 
44 
 
 Segundo a Justiça Federal do Rio Grande do Norte (2019), cada Estado 
da Federação tem a disposição uma Seção Judiciária da Justiça Federal, com Varas 
espalhadas nas capitais e outras em cidades do interior que possuem relevância, e 
em cada Vara há um Juíz Federal. Em nosso caso, a Justiça Federal do Rio Grande 
do Norte (JFRN), além de possuir Jurisdição em Natal (Capital), também possue em 
outros municípios como: Açu, Caicó, Mossoró, Pau dos Ferros e Ceará-mirim como é 
demonstrado na Figura 15. O Fórum de Natal está situado na Rua Dr. Lauro Pinto, 
245, Lagoa Nova. CEP:59064-250. 
 
Figura 15 - Competência Territorial da Seção Judiciária do Rio Grande do Norte 
 
Fonte: Justiça Federal do Rio Grande do Norte (2019) 
 
A JFRN possue várias Varas, nomeadas de 1ª a 15ª, bem como a Turma 
Recursal. São distribuídas em Natal e demais municípios do RN. Um organograma 
geral da JFRN é esquematizado conforme a Figura 16. 
 
 
 
 
45 
Figura 16 - Organograma: Justiça Federal do Rio Grande do Norte 
 
Fonte: Justiça Federal do Rio Grande do Norte (2019) 
 
Segundo o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (2013), o Estado do Rio 
Grande do Norte, integrante do TRF5, conforme descrito na Figura 16, é composto 
pela Diretoria do Foro e nela são subordinadas a Assessoria Jurídica, a Seção de 
Controle Interno, a Comunicação Social e a Seção de Planejamento e Intregação 
regional. Além das Turmas Recursais, Varas Federais e JuizadosEspeciais Federais. 
Além disso, a Diretoria do Foro é auxiliado pela Secretaria Administrativa, em que 
estão inseridas várias unidades como de Núcleos de Administração, de Gestão de 
Pessoas, Judiciário e de Tecnologia da Informação. 
 
2.11 Tecnologias Digitais 
As inovações tecnológicas induziram a transformações na vida do homem, 
a automação aliada às tecnologias digitais modificou a forma de se trabalhar uma vez 
que houve a substituição do trabalho manual pelo trabalho executado em uma 
máquina, visando aumentar a produtividade em termos de energia e matérias, 
melhoria da qualidade, exatidão e precisão transferindo o papel de operador de 
controle manual para a supervisão, possibilitando novas formas de trabalho e 
interação social (NICOLACI-DA-COSTA, 2002; ENEGEP, 2015; NICOLACI-DA-
COSTA; PIMENTEL, 2012; SCAPIN, 2015). 
 
 
46 
Acompanhando o desenvolvimento das tecnologias digitais, um software 
que integre os fatores humanos se torna um desafio uma vez que é complicado 
estimar a posição humana em três dimensões pelo motivo que os seres humanos 
possuem diferentes tamanhos (MICHEL; QAMMAZ; ARGYROS, 2017). 
Segundo David (2005), há uma real necessidade da correta medição da 
exposição dos trabalhadores aos fatores que possam contribuir significativamente ao 
desenvolvimento de Lesões por Esforços Repetitivos (LER), Distúrbios 
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORTs) e desconfortos visuais para os 
ergonomistas, médicos do trabalho, empregadores, representantes de funcionários e 
autoridades reguladoras. Além dos fatores de risco como posturas de trabalho 
desconfortáveis, uso prolongado de tecnologias computacionais e estresse. 
(GRĪNBERGA, 2016). Para isso, é imprescindível a utilização de programas de 
prevenção e redução de riscos fundamentados na ergonomia, levando em 
consideração todos os elementos que permeiam a interface trabalhador-ambiente 
laboral. 
Assim sendo, as tecnologias digitais contribuíram significativamente para o 
fornecimento de serviços que permitam essa interface entre o trabalhador e o 
ambiente de trabalho permitindo o desenvolvimento de aplicações interativas em 
diversos setores como jogos, interação humano-computador, segurança, entre outros, 
uma vez que existe uma melhora no processamento de informação (SHOTTON et. Al, 
2013). Para desenvolvimento do software, a atratividade é indispensável, como 
também conter todas as informações necessárias para que os usuários e 
trabalhadores possam ser ajudados ao utilizá-lo (GRĪNBERGA, 2016). 
Entretanto, é impossível desenvolver uma interface de usuário em que 
todos possam usufruir, uma vez que as pessoas executam atividades diferentes de 
maneiras diferentes com necessidades diferentes. Para isso, as interfaces adaptáveis 
surgem para atender as necessidades individuais prezando a variabilidade das 
características humanas (DEBEVC et al., 1996). 
Sendo assim, o avanço tecnológico dos hardwares em imagem e 
algoritmos de cunho computacional geram subsídios para tentar encontrar as 
posições exatas de todas as articulações do corpo humano e, é a partir dessa temática 
que os softwares baseados em ergonomia surgem para contribuir em meio a interação 
homem-máquina, estimando pontos de articulação e segmentos do corpo humano em 
 
 
47 
prol de uma análise ergonômica do trabalho eficaz (JAIN, 2011; MICHEL; QAMMAZ; 
ARGYROS, 2017). 
Ao passo que os sistemas de informação estão sendo cada vez mais 
utilizados, a capacidade de adaptá-los às características psicofisiológicas do 
trabalhador torna-se mais importante (NR-17). À medida que os sistemas de 
informação se tornam cada vez mais importantes em muitos domínios diferentes, o 
potencial para adaptá-los a usuários individuais e suas necessidades torna-se mais 
importante. Interfaces de usuário adaptáveis oferecem muitas maneiras possíveis 
para ajustar exibições e melhorar procedimentos para os padrões individuais de 
trabalho de um usuário (DEBEVC et al., 1996). 
Há uma transformação no mundo corporativo de uma economia industrial 
para a economia da informação. As empresas menores conseguem competir com as 
empresas de grande porte quando se trata no uso de informações de forma ágil. Isto 
é, gerenciar as informações se torna mais importante do que o trabalho e o capital, 
além de melhorar o desempenho dos processos organizacionais (MCGEE; PRUSAK, 
1994). 
Segundo Rezende e Abreu (2003), para definição do conceito de Sistema 
de Gerenciamento da Informação (SIG), são necessários o entendimento de termos 
como dados, informação e conhecimento, uma vez que são gerados a partir da 
tomada de decisões por parte dos gestores, considerados como atos mentais e a 
execução das ações, considerados como atos físicos, auxiliando para a inteligência 
empresarial das organizações. 
 Dados: Davenport (1998) trata a definição de dados como observações sobre 
o estado do mundo que podem ser traduzidas de maneira quantificável por 
pessoas, facilmente estruturado através de tecnologias com capacidade de 
captura, comunicação e armazenamento. Trata-se de uma sequência de fatos 
não analisados (LAUDON; LAUDON, 2010); 
 Informação: é todo o dado que apresenta importância, utilidade ou que tenha 
valor significativo, isto é, tem um sentido lógico para quem usa a informação 
com a necessidade de uma análise prévia. Podem ser transformados em 
informações relevantes mediante pessoas e devem ordenar consenso em 
relação ao significado, uma vez que isoladamente não contém significado 
pertinente (DAVENPORT, 1998; REZENDE; ABREU, 2003); 
 
 
48 
 Conhecimento: a informação mais valiosa da mente humana e mais difícil de 
gerenciar é definida como conhecimento, uma vez que é necessário refletir, 
sintetizar e interpretar as informações obtidas. Pode ser difícil de explicitar, por 
existir simbolicamente na mente humana e há a necessidade de uma 
metodologia estruturada para transmitir o raciocínio (DAVENPORT, 1998). 
 O conhecimento pode ser tácito baseado na aptidão, experiência pessoal, 
valores ou emoções. É difícil de ser formalizado e compartilhado, pode ser 
fomentado por intuições e palpites. Como também pode ser explícito baseado 
em regras, procedimentos padrões, organizacionais, como também baseado 
em palavras, números ou sons de forma disseminando-os facilmente as 
pessoas (CHOO, 2003; NONAKA; TAKEUCHI, 2004). 
Segundo Laudon e Laudon (2010), um Sistema de Informação (SI) pode 
ser definido como um conjunto de componentes intrinsecamente relacionados 
capazes de coletar, processar, armazenar e distribuir informações, a partir de três 
atividades (Entrada, Processamento e Saída) com o objetivo de gerar conclusões para 
apoio à tomada de decisões, a coordenação, o controle de uma organização, além de 
analisar problemas, visualizar questões complexas e criar produtos ou serviços. 
Segundo Choo (2003), a gestão da informação é avaliada como uma 
sequência continuada de seis processos intrínsecos: identificação das necessidades 
de informação; aquisição de informação; organização e armazenamento de 
informações; desenvolvimento de produtos e serviços de informação; distribuição de 
informações; e uso de informação. A eficácia no uso de informações traduz no 
comportamento adaptativo mesclando o equilíbrio entre a execução de um padrão de 
ações com a adaptação as condições do ambiente. 
Desse modo, o gerenciamento da informação é definido como um conjunto 
planejado e sequenciado de atividades que tem como objetivo obter, distribuir e utilizar 
a informação e o conhecimento promovendo mudanças em sua estrutura 
organizacional, dando subsídios necessários para a competitividade empresarial 
(DAVENPORT, 1998; CHOO, 2003). 
De um ponto de vista amplo, abrangendo a compreensão da dimensão 
organizacional e humana dos sistemas, é conhecida como capacitação em Sistemas 
de Informações e envolve uma abordagem comportamental e técnica. Neste ponto,

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