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INTRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO DE AÇÕES DE DESENVOLVIMENTO E CAPACITAÇÃO DE PESSOAS Professor: Me. Ricardo Azenha L. Albuquerque Diretoria de Design Educacional Débora Leite Diretoria de Pós-graduação e Graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Head de Pós-graduação e Extensão Fellipe de Assis Zaremba Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Projeto Gráfico Thayla Guimarães Designer Educacional Rossana Costa Giani Editoração Alessandro Cerqueira Barbosa Ilustração Jaime Junior / Bruno Pardinho Qualidade Textual Maria Fernanda Canova Vasconcelos DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site shutterstock.com C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; ALBUQUERQUE, Ricardo Azenha; Educação Corporativa, Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas . Ricardo Azenha L. Albuquerque; Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. 47 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Educação Corporativa. 2. Treinamento. 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 658.3 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 04 sumário 06| COMPREENDENDO O QUE É TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO - T&D 11| LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES DE TREINAMENTO 20| TIPOS PRINCIPAIS DE TREINAMENTOS 30| PLANEJANDO, FORMATANDO E EXECUTANDO T&D OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Conceituar e contextualizar o treinamento e desenvolvimento de pessoas. • Compreender os principais instrumentos e técnicas para treinamento. • Estabelecer a importância do treinamento nas organizações. • Conhecer alguns tipos de treinamento oferecidos. • Entender a importância de se realizar um bom planejamento de T&D. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Compreendendo o que é Treinamento e Desenvolvimento - T&D • Levantamento das Necessidades de Treinamento • Tipos Principais de Treinamento • Planejando, Formatando e Executando T&D INTRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO DE AÇÕES DE DESENVOLVIMENTO E CAPACITAÇÃO DE PESSOAS INTRODUÇÃO introdução O treinamento e desenvolvimento, popularmente conhecido como T&D é, sem sombra de dúvida, o atual diferencial competitivo entre as organizações. Atual? Se você fizer uma pequena pesquisa irá perceber que todas as empresas que se destacam no mercado têm em comum o fato de investirem parte de sua lu- cratividade em T&D. Não se consegue evoluir sem aprender algo novo e nas empresas acontece justamente da mesma forma. Boog e Boog (2001, p.2) re- forçam esse fato quando afirmam que “as organizações que estão investindo em T&D no Brasil vêm aumentando significativamente nos últimos anos”. Estas empresas, vale destacar ainda, segundo o autor, são pequenas e médias com uma postura inovadora. O Brasil tem uma característica interessante, apesar da grande quantidade de escolas, faculdades e universidades espalhadas pelo país, o número de anal- fabetismo em 2013, segundo dados do IBGE, cresceu para 8,7% da população. Essa informação é muito preocupante, uma vez que são pessoas com mais de 15 anos e que, muito provavelmente, chegaram à idade economicamente ativa com graves deficiências educacionais, como mostra outro dado do IBGE, onde 18,3% da população nessa mesma idade é considerada analfabeta funcional, ou seja, consegue ler e escrever, mas com dificuldade em compreender e in- terpretar dados e informações. Esses dados deixam claro que o problema educacional no Brasil só será re- solvido a longo prazo. Entretanto, para ser resolvido, políticas públicas sérias precisam ser aplicadas, o que, claramente, não ocorre no país. Assim, caro(a) amigo(a), esse problema ainda vai durar muitos anos com o agravante de poder piorar. Cabe então às empresas ter que investir em T&D e complementar aquilo que o governo não tem mostrado competência para fazer. Vamos então iniciar nosso processo de aprendizagem aprendendo, justa- mente, o que é Treinamento e Desenvolvimento. Pós-Universo 6 Antes de definirmos Treinamento e Desenvolvimento, é importante contextualizar- mos historicamente o surgimento do mesmo. A expressão Treinamento e Desenvolvimento – T&D é recente. Boog e Boog (2006, p. 31) mencionam que esta expressão “designou, durante a maior parte da segunda metade do século XX, um amplo conjunto de atividades de ensino profissional suple- mentar conduzido pelas empresas”. Ou seja, as empresas, percebendo a dificuldade das instituições de ensino em preparar trabalhadores, precisaram buscar mecanis- mos para resolver essa situação. Boog e Boog (2006) colocam que “o ensino profissional surge juntamente com a revolução industrial, entretanto, o T&D só apareceria com o surgimento da grande empresa industrial, nos Estados Unidos”: Compreendendo o que é Treinamento e Desenvolvimento - T&D Pós-Universo 7 “ A primeira ‘escola de fábrica’ conhecida foi a da Hoe & Co., fabricante de má- quinas impressoras, criada em 1872 para formar operadores das máquinas que a empresa fabricava. Seguiram-se escolas similares em outras empresas, tais como Westinghouse (1888), General Eletric (1901), Baldwin Locomotive Works (1901) e International Harvester Co. (1907). As propostas da Administração Científica, de F.W. Taylor e outros, davam então a necessária sustentação teórica a essas iniciativas (BOOG; BOOG, 2006, p.32). No Brasil, o ensino profissional, ainda segundo Boog e Boog (2006), tem início em 1909 quando o então presidente da república Nilo Peçanha cria as escolas de apren- dizagem. Entretanto, apenas em 1940 o ensino profissional industrial se consolida, segundo Cunha (2005), quando é criada a lei orgânica do ensino industrial (Decreto- lei n.4.078, de 30 de janeiro de 1942), deslocando todo o ensino profissional até então existente no país para o grau médio. Imagino que você já tenha intuído o que vem a ser Treinamento e Desenvolvimento, ou seja, concluiu que treinamento seja ensinar alguém a realizar alguma coisa e Desenvolvimento seja o crescimento para melhor. Para nos ajudar com estes concei- tos, o dicionário online Aulete define Treinamento e Desenvolvimento como: “ Treinamento: [...] 2. Capacitação ou adestramento para algum trabalho ou atividade; TREINO (TREINAMENTO, online). Desenvolvimento: 1. Ação ou efeito de desenvolver(-se); EVOLUÇÃO [ antôn.: Antôn.: involução. ] 2. Crescimento, aumento, progresso, de entidades e seres organizados [ antôn.: Antôn.: declínio, retrocesso. ] [...] (DESENVOLVIMENTO, online). Agora, com essas definições, fica mais fácil entender que treinar e desenvolver nada mais é do que ensinar de modo que as pessoas possam se tornar melhores profis- sionais e, por que não, melhores cidadãos. É preciso ficar atento(a) para não confundir educação escolar com treinamento e de- senvolvimento organizacional. A escola tem o papel de alfabetizar e desenvolver as pessoas para que estas estejam preparadas para enfrentar o mundo. A empresa irá utilizar o T&D Pós-Universo 8 para preparar e desenvolver o profissional de modo a se tornar eficiente e eficaz em de- terminado segmento da organização. É claro que todo tipo de conhecimento muitas vezes pode ser aproveitado como desenvolvimento pessoal, ou seja, quando você treina seu funcionário, de certo modo está, paralelamente, contribuindo para o seu desenvol- vimento e, consequentemente, tornando-ouma pessoa melhor. Como você pode ter percebido, definir treinamento não é algo complexo, aliás, existem muitos autores que fazem isso de maneira muito competente, entretanto, em resumo, todas as definições acabam interagindo em um mesmo ponto, apresen- tando a educação profissional como uma maneira de adaptar o homem ao trabalho de forma sistemática, possibilitando a aquisição de habilidades, regras, conceitos ou atitudes sempre com o intuito de melhorar as características dos funcionários. Para complementar essa explicação, buscamos em Hoyler (1970 apud ARAÚJO, 2006, p. 92) uma definição de treinamento bastante inovadora para a época e ainda hoje: “ A medida que trata o treinamento como um processo voltado para a equipe, ou seja, não somente visa aos resultados individuais, mas nos mostra a im- portância de termos uma visão integrada as pessoas da organização. Sendo assim, considera o treinamento um “investimento empresarial destinado a capacitar uma equipe” (grifo nosso). Bohlander et al. (2005, p.134) complementam essas definições explicando que: “ A razão básica de as empresas treinarem novos funcionários é levar seus Conhecimentos, Habilidades e Aptidões – CHAs ao nível exigido para um desempenho satisfatório. À medida que esses funcionários continuam no emprego, o treinamento adicional lhes oferece oportunidades de adquirir conhecimentos e habilidades. Como resultado desse treinamento, os funcio- nários podem ser mais eficientes no emprego e capazes de desempenhar cargos em outras áreas ou níveis superiores. Acredito que você tenha percebido com clareza que treinar nada mais é do que preparar o funcionário para desempenhar tarefas organizacionais de modo mais eficiente e eficaz, sempre procurando ser mais produtivo, por este motivo é que des- tacou-se o termo investimento empresarial na definição de Hoyler. Albuquerque (2012) reforça essa informação colocando que o setor de T&D foi estabelecido, nas Pós-Universo 9 organizações, com o objetivo de capacitar as pessoas das organizações acerca de suas atuais ou futuras atividades, de modo a possibilitar a execução das tarefas de forma mais eficiente e eficaz. É preciso perceber que as organizações só estão preocupadas com sua lucrativida- de e qualquer tipo de ação por parte das mesmas só é executada se esta possibilitar maiores ganhos. Felizmente, percebeu-se que investir em treinamento e desenvolvi- mento de pessoas torna a empresa mais lucrativa. O efeito colateral? Desenvolve, em alguns casos, a educação e cultura do profissional, tornando-o um melhor cidadão, ou seja, o funcionário desenvolve a aprendizagem e este passa a ser o objetivo da empresa, não apenas treinar, mas fazer com que o funcionário efetivamente aprenda de modo que este se desenvolva. Para compreender melhor esse aspecto da aprendizagem, buscou-se no dicio- nário online Aulete a definição de aprender: “ 1. Alcançar, obter conhecimento, compreensão ou domínio de (informa- ção, assunto, matéria etc.), por meio de estudo ou prática. [td. : aprender um idioma.] [int. : Crianças desnutridas têm dificuldade para aprender.] [tr. + com : aprender com os próprios erros.] 2. Adquirir a habilidade de; tornar-se adestrado em. [td. : Quero aprender ca- poeira.] [tr. + a (seguido de verbo no infinit.): “....Eu sou poeta e não aprendi a amar....” ( Cássia Eller , Malandragem) ] 3. Fixar na memória; DECORAR; MEMORIZAR [td. : João aprendeu todos os rios da Amazônia.] 4. Entender melhor, tirar como lição. [td. : Aprendemos que é melhor dar que receber.] [tdr. + com, de : Maria aprendeu a prudência com os avós.] [F.: Do lat. apprendere. Hom./Par.: aprender, apreender (em todas as fl.).] (APRENDER, online). Fica claro que aprendizagem nada mais é do que aprender ou adquirir conhecimento e habilidade para fazer algo. Em outras palavras, treina-se para aprender. Réus (2002 apud ARAÚJO, 2006, p. 93) vai um pouco além dessa definição em que, para ele, “a aprendizagem significa uma mudança no comportamento das pessoas por meio da incorporação de novas atitudes, novos hábitos, conhecimentos e destreza”. Aprender para o autor é se transformar como pessoa ou desenvolver. Por isso, a preocupação das empresas está no treinamento e desenvolvimento. Não adianta em nada treinar o funcionário se ele não se desenvolver. Pós-Universo 10 Para tirar as dúvidas, observe o quadro 1: Quadro 1 - Similaridade e distinção entre treinamento e desenvolvimento TREINAMENTO DESENVOLVIMENTO Processo de aprendizagem Processo de aprendizagem Voltado para o condicionamento da pessoa; para a execução de tarefas. Voltado ao crescimento da pessoa em nível de conhecimento, habilidade e atitude. Fonte: Araújo (2006, p.94) Como você pode ver, treinamento e desenvolvimento buscam os mesmos resultados, ou seja, contribuir para melhorar o desempenho das pessoas em suas atividades labo- rais. O que efetivamente diferencia um do outro é justamente o escopo de atuação. O treinamento foca em tarefas e, por sua vez, o desenvolvimento preocupa-se em melhorar o CHA. Uma das conclusões da pesquisa “O Retrato do Treinamento no Brasil 2013- 2014” divulgada no Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento 2013 (CBTD), realizado de 26 a 29 de novembro em Santos (SP), mostra que o investimento que as empresas brasileiras farão em Treinamento e Desenvolvimento em 2014 é maior que a projeção de aumento do Produto Interno Bruto do Brasil: 9%. “Este número confirma uma tendência de reto- mada dos investimentos em T&D como ação estratégica pelas empresas. É uma resposta para dar sustentabilidade ao crescimento do país”, avalia Alfredo Castro. A notícia completa pode ser lida no link:<http://www.investimentosenoticias. com.br/financas-pessoais/carreiras-e-cursos/pesquisa-aponta-que-empre- sas-treinarao-mais-seus-colaboradores-em-2014>. fatos e dados Pós-Universo 11 Uma das características da nossa contemporaneidade é o fácil acesso à educação básica, ou seja, as crianças irão treinar e desenvolver recursos de modo a se tornarem aptas a exercer plenamente sua inteligência. Interessante destacar que, na maioria dos países, a educação de base é obrigatória, ou seja, todas as crianças devem fre- quentar a escola. No Brasil, acontece um fenômeno engraçado no qual a educação tem uma co- notação de status. Talvez por um contexto histórico que perdurou por muitos anos, convencionou-se uma condição de superioridade àquelas pessoas que fazem o chamado curso superior em Faculdades ou Universidades, de modo que os ado- lescentes são praticamente obrigados a escolher qual curso superior deverão se Levantamento das Necessidades de Treinamento Pós-Universo 12 matricular. Essa condição relegou a segundo plano os cursos técnicos, caracterizando- -os como cursos voltados para as classes mais simples. O que as pessoas não sabem é que cursos técnicos ou cursos superiores têm características distintas, que muitas vezes são fundamentais no momento da escolha da profissão pelos adolescentes. Como em nosso país a procura é muito maior pelo ensino superior, evidente- mente que as empresas encontrarão dificuldade em encontrar profissionais aptos a saírem das cadeiras universitárias e assumirem cargos onde consigam aplicar na prática tudo aquilo que foi aprendido na Faculdade. A pessoa saiu pesquisador e não técnico. O correto, pelo modelo de ensino brasileiro, seria incorporar o ensino técnico ao final do ensino médio e só depois o jovem pudesse decidir por qual curso superior seguir tendo em vista que, assim, estaria aprimorando teoricamente os conceitos aprendidos na prática do curso técnico. Dada a necessidade das empresas em realizar treinamentos corporativos e tendo em vista a condição primordial das empresas, que vivem constantes batalhas contra custos desnecessários, de modo a conseguir aumentar sua lucratividade, a organiza- ção precisa ter o máximo cuidado quando oferecer treinamentos internos para evitarpossíveis desperdícios de recursos financeiros. Boog e Boog (2001, p.10) reforçam a importância de se realizar previamente o levantamento de necessidades de treinamento – L.N.T. desde que sejam seguidas algumas condições para que o processo tenha pleno sucesso: “ a) Definir claramente as necessidades de treinamento; b) Expressar numericamente as necessidades de treinamento; c) Definir, com precisão, os objetivos do treinamento e construí-los a partir das necessidades; d) Levar os treinandos envolvidos no compromisso a absorver e transferir os conteúdos para a esfera das suas funções; e) Conscientizar os superiores hierárquicos de que serão parte efetiva de todo o processo; Pós-Universo 13 f ) Disponibilizar instrumentos para o desdobramento do processo; g) Organizar um cronograma para orientar as ações que se seguirão ao treinamento. A maioria das empresas procura ofertar treinamentos organizacionais apenas em situações tem que problemas estejam sendo identificados. O autor explica ser pri- mordial que seja realizada, previamente, a distinção entre problemas tratáveis ou não por uma ação de treinamento. Assim, sua recomendação é considerar as seguintes variáveis: • Quando a pessoa não está devidamente preparada para a função ou para uma de suas etapas. • Quando não há especificações ou parâmetros para orientar o trabalho, di- ficultando a execução das tarefas e afetando a sua qualidade. • Quando há um problema de desempenho motivado por falta de condi- ções para o trabalho. • Quando existe muita pressão dos colegas, restrições impostas pelas chefias, receios de sobrecarga motivada por mais e mais tarefas etc. • Quando a pessoa está desmotivada, por inúmeras razões (BOOG; BOOG, 2001, p.11). Uma recomendação de Araújo (2006) é que os treinamentos sejam aplicados sempre buscando o desenvolvimento das pessoas, de modo que estas se adequem naquilo que a organização espera delas. O grande desafio quando se oferta treinamentos corporativos é justamente mi- nimizar o risco de perdas financeiras na elaboração dos treinamentos. Por isso a importância da realização do L.N.T. Para tanto, Bohlander et al. (2005) recomendam a utilização de uma abordagem sistêmica de treinamento conforme o quadro 1: Pós-Universo 14 Quadro 1 - Modelo de Sistemas de Treinamento Fonte: Bohlander et al. (2005, p. 136) A fase 1 apresentada no quadro 1 diz respeito ao L.N.T., de modo que o autor Bohlander et al. (2005), explica a necessidade da realização de uma análise sistemá- tica das necessidades, utilizando os três tipos de análise apresentados no quadro 2: Quadro 2 - Avaliação das Necessidades de Treinamento Fonte: Bohlander et al. (2005, p. 137) Pós-Universo 15 O que o quadro 2 está mostrando é a necessidade de, em um primeiro momento, realizar uma análise da organização, buscando contextualizar sua realidade frente ao ambiente, as estratégias utilizadas e os recursos disponíveis justamente para determi- nar o escopo do treinamento a ser oferecido. Em um segundo momento, inicia-se a análise da tarefa onde, conforme Bohlander et al. (2005, p. 139), “envolve a revisão da descrição de cargos e a especificação para identificar as atividades desempenhadas num cargo específico e os CHAs (Conhecimentos, Habilidades e Atitudes) necessá- rios para desempenhá-lo”. Na sequência, o autor recomenda a realização da avaliação de competência. No quadro 3, é possível verificar algumas dicas para realizar uma avaliação da competência: Quadro 3 - Dicas para conduzir uma avaliação da competência Fonte: McNerney e Briggins (1995 apud BOHLANDER et al., 2005, p. 140) Feito tudo isso, neste momento, procura-se determinar quais funcionários têm ne- cessidade de treinamento e, principalmente, quais não querem. Fazer isso é evitar que funcionários sem necessidade de treinamento sejam enviados para a realização do mesmo, fazendo com que a empresa desperdice recursos. Pós-Universo 16 Criar padrões é uma prática bastante utilizada e disseminada pelo mundo. Talvez a padronização mais conhecida seja a ISO 9001, que trata dos padrões de qualidade. Em processos de treinamento e desenvolvimento, não poderia ser diferente e, para tanto, se tem a ISO 10015. A figura 1 mostra o que se busca alcançar com programas de treinamento e desenvolvimento em suas diferentes instâncias do saber, saber fazer e querer fazer, e sua relação com o CHA. Em Busca da Eficácia em Treinamento – Norma ISO 10015 20 •As habilidades são atributos relacionados não apenas ao saber-fazer, mas aos saberes (conhecimentos), ao saber ser (atitudes) e ao saber-agir (práti- cas no trabalho). •A competência é formada ao longo da vida do trabalhador, exigindo um processo de educação contínua, as habilidades devem seguir essa mesma configuração. Assim, habilidades básicas, específicas e de gestão podem ser desenvolvidas em qualquer momento da vida de uma pessoa. •As habilidades básicas podem ser entendidas em uma ampla escala de atributos, que parte de habilidades mais essenciais, como ler, interpretar, calcular, até chegar ao desenvolvimento de funções cognitivas que propi- ciem o desenvolvimento de raciocínios mais elaborados. •As habilidades específicas estão estreitamente relacionadas ao trabalho e dizem respeito aos saberes, saber-fazer e saber ser exigidas por postos, pro- fissões ou trabalhos em uma ou mais áreas correlatas. •As habilidades de gestão estão relacionadas às competências de autoges- tão, de empreendimento, de trabalho em equipes. •No planejamento das habilidades, devem-se considerar as expectativas não apenas do mercado de trabalho, mas as expectativas e interesses do trabalhador. •Na perspectiva das ações educativas, deve-se pensar na formação de for- madores para que as habilidades tenham potencial para serem realmente incorporadas. •Os planejamentos de desenvolvimento das habilidades básicas, específicas e de gestão devem prever o acompanhamento e a avaliação dos resulta- dos obtidos. saiba mais Pós-Universo 17 Uma outra maneira de levantar as necessidades de treinamento para a organização é utilizando a ISO 10015. Campos e Guimarães (2008, p.27) colocam que “estas dire- trizes abrangem o desenvolvimento, implementação, manutenção e melhoria das estratégias e dos métodos de treinamento que afetem a qualidade dos produtos for- necidos por uma organização”. A figura 2 mostra claramente a necessidade estratégica da utilização de treinamentos. Figura 2 - Melhorando a qualidade pelo treinamento Fonte: NBR ISO 10015:2001 Figura 1: Descrição do CHA Fonte: ISO 10015 Excertos de “Habilidades, uma questão de competências?” Mtb/SEFOR (apud CAMPOS; GUIMARÃES, 2008, p.20). Disponível em: <http://ucbweb2.castelo- branco.br/webcaf/arquivos/120350/11415/Eficacia_no_Treinamento.pdf>. Acesso em: 08 ago. 2014. saiba mais Pós-Universo 18 Como é possível observar na figura 2, o levantamento de necessidades de treina- mento proposto pela NBR ISO 10015:2001 é muito parecido com o apresentado na figura 3, elaborada por Bohlander et al. (2005). Entretanto, para facilitar o entendi- mento, Campos e Guimarães (2008) descrevem cada uma das etapas a seguir: • Necessidades de melhoria: A alta direção da empresa e os gestores devem levantar todas as necessidades e não somente as necessidades de treinamento. • Análise das necessidades da organização: Uma vez conhecidas as ne- cessidades de melhorias, deve-se analisá-las para separar as necessidades requeridas pela organização de outras necessidades. • Outras necessidades: As empresas normalmente têm muitas outras ne- cessidades, como por exemplo: necessidade de novos equipamentos, de novos produtos e muitas outras necessidades de melhoria. • Necessidades relacionadas à competência: Convém que a análise das lacunas entre a competência existente e a requerida seja feita para deter- minar se tais lacunas podem ser supridas pelo treinamento ou se outro tipo de ação pode ser necessário. • Outrasnecessidades: Existem outras necessidades que, supridas, melho- ram a competência dos profissionais e da empresa. Desenvolver programas de treinamento, muitas vezes, é a pior alternativa. Se a empresa melhorar o processo de seleção e contratar pessoal mais competente, certamen- te poderá deixar de desenvolver um ou vários programas de treinamento. • Necessidades de treinamento: Feitas as análises anteriores, e se a conclu- são for favorável à realização do treinamento como recurso para melhorar a competência, deve-se programá-lo. • Treinamento: Os programas de treinamento devem ser desenvolvidos de acordo com os quatro estágios do Ciclo do Treinamento (CAMPOS; GUIMARÃES, 2008, p.29-30). Pós-Universo 19 A NBR ISO 10015 apresenta um fluxograma a ser seguido na definição de necessi- dades de treinamento muito parecido com o sugerido por Bohlander et al. (2005), apresentado anteriormente, no quadro 1. Isso nos mostra que tanto o autor referen- ciado quanto a norma estão concordando em como agir quando for realizar o L.N.T. ou D.N.T. Figura 3-CICLO DO TREINAMENTO Fonte: NBR ISO 10015 (2001, p. 3) Uma vez que fique clara a importância da realização do levantamento de necessidade de treinamento, de modo a antecipar os programas destes a serem oferecidos pelas organizações, as mesmas irão, com certeza economizar em tempo, recursos financei- ros e, muitas vezes, contribuir para o fortalecimento positivo do clima organizacional. Pós-Universo 20 Após a realização do L.N.T., é possível que se tenha uma ideia da real necessidade da organização. O próximo passo é decidir pela melhor metodologia de treinamen- to a ser aplicada. Quando se pensa em metodologia, é preciso estar atento(a) que treinamento, na maioria das vezes, tem uma dinâmica diferente da metodologia educacional con- vencional, ou seja, aquela que estamos acostumados quando frequentamos salas de aula em cursos de nível superior ou pós-graduação. Sendo assim, torna-se es- sencial conhecer os tipos de metodologia de ensino voltadas, especificamente, para treinamento. Vale ressaltar o que Ferreira (1985 apud BOMFIM, 1995, p.37) coloca a respeito daquilo que ele chama de técnico-pedagogia. O autor afirma que “é preciso ter presente que o treinamento, enquanto processo de aprendizagem, tem sua base Tipos Principais de Treinamentos Pós-Universo 21 fundada na pedagogia”. Assim, é preciso salientar que, conforme autor, “embora a pe- dagogia tenha o vocábulo oriundo na educação infantil, ela não se restringe apenas à criança, e muito menos só à escola”. Bomfim (1995, p.37) complementa: “ Com isso, fica assegurado que a pedagogia tem, no treinamento, influência e presença necessárias. Por outro lado é bom que se registre que a pedagogia tem suas bases fundadas nas ciências humanas, e, neste sentido, Abramovici (1989) faz o seguinte alerta: As ciências humanas sofrem de um inconveniente inerente ao seu objeto: uma vez que tratam dos fenômenos dos quais todos nós temos uma experiência quotidiana, é fácil a cada um ter uma opinião pessoal de tudo, o que já não sucederia se nos interessássemos pela astro- nomia ou pela física nuclear. Existe, pois o risco de considerar como negócio certo aquilo que não passa de uma ideia recebida e este risco todos corre... Este alerta, de certa forma, denuncia o risco de se terem muitos profis- sionais realizando treinamento sem uma base teórico-metodológica assentada nos princípios pedagógicos das Ciências da Educação. Estando clara essa questão metodológica, é importante ressaltar que, apesar de questões metodológicas, como vimos anteriormente, o treinamento é, também, um processo de ensino focado nos princípios educacionais. O treinamento tem como foco principal, na maioria das vezes, os adultos. Bomfim (1995, p.40) explica que: “ Para dar suporte ao rompimento de orientação autocrática, supostamente responsabiliza à Pedagogia, que traz em si uma compreensão da relação de autoridade do adulto para a criança, surge o termo Andragogia. Essa expres- são surge como sinônimo de Educação de adultos onde, na relação adulto/ adulto, haveria de ser uma relação democrática/participativa e não autocrá- tica, como aquela inerente à concepção de Pedagogia. Pós-Universo 22 Para facilitar o seu estudo, elaborei a tabela 1 com as principais cor- rentes pedagógicas apresentas por Bomfim (1995), em que ficará mais fácil conhecer e diferenciar os tipos pedagógicos de modo a es- colher aquele que melhor se adeque à necessidade da organização quando da necessidade de aplicar treinamentos nas empresas. Para melhorar o nível de atendimento, empresas dos setores de serviço, transporte e turismo investem na capacitação da equipe que vai entrar em campo em 2014. Num dia de forte movimento, Guarulhos chega a receber 16 000 pessoas a mais que o usual. Para evitar assistir a um cenário mais dramático daqui a um ano, o GRU Airport não viu outra saída senão investir em um treina- mento de padronização do atendimento entre os 600 lojistas (ainda que eles não sejam funcionários diretos do aeroporto). A notícia completa pode ser lida no link: <http://exame.abril.com.br/ revista-voce-rh/edicoes/27/noticias/em-ritmo-de-copa?page=1>. fatos e dados Pós-Universo 23 Tabela 1 – Principais correntes pedagógicas Pedagogia Tradicional Pedagogia Nova Pedagogia Tecnicista Pedagogia Libertadora Ensino- Aprendizagem • Atividade sensorial • Memorização • Compreensão Privilegiam-se, igualmente, o verbal (escrito e oral), as ativida- des intelectuais e o raciocínio abstrato. Levar a pessoa a sua própria ex- periência, estruturando- -se para agir. Preparar o aluno para usar as ha- bilidades e conhecimen- tos que ele aprendeu e prepará-lo para apren- der mais a respeito do que lhe foi ensinado. Compreender a codifica- ção-deco- dificação e problema- tização da situação, per- mitindo aos educandos um esforço de compreen- são do vivido, chegando, assim, a um conhecimen- to mais crítico da sua reali- dade, sempre através da troca de ex- periência em torno da prática social. Pós-Universo 24 Pedagogia Tradicional Pedagogia Nova Pedagogia Tecnicista Pedagogia Libertadora Conhecimento Caracterizado pela aquisição de conteúdos culturais trans- mitidos de fora. Ênfase ao acumulo de informações. Conhecimento abstrato cons- truído a partir da experiên- cia da pessoa. A base do conhecimen- to se dá pela experiência planejada, a partir de ob- jetivos bem definidos. O conhe- cimento implica a unidade dialética subjetividade- -objetividade, onde a prática transfor- madora se caracteriza pela interação, pelo sentir e pela per- cepção que o homem tem ao es- tabelecer contato com a realidade. Objetivo Conduzir o aluno ao co- nhecimento da verdade universal. Desenvolver um ser humano com base em um modelo ideal, que inclui o funciona- mento pleno e livre da pessoa em toda a sua po- tencialidade. Estabelecer o objetivo que se deseja atingir de modo que se possa pla- nejar com antecedência o que se pre- tende atingir. Transformação do proces- so mental do educando na sua relação homem-mun- do e não a transmissão de conteú- dos culturais sujeito-objeto. Pós-Universo 25 Pedagogia Tradicional Pedagogia Nova Pedagogia Tecnicista Pedagogia Libertadora Metodologia Exposição e de- monstração feitas pelo pro- fessor. O aluno atua como re- ceptor das verdades univer- sais que lhe são transmitidas. Autonomia do aluno para pesqui- sa, crítica, aperfeiçoa- mento e até substituição dos conteú- dos que não tenham signi- ficados para si. A preo- cupação metodoló- gica se dá a partir do ob- jetivo que se pretenda atingir. Não se envolve apenas às ati- vidades de sala de aula, mas envolve toda uma preparação prévia, abolin- do posturas que indicam aula exposi- tiva e outras técnicas didá- ticas usuais. Avaliação Medição quan- titativa da exatidãode in- formações que o aluno conse- gue reproduzir. Autoavaliação, onde o aluno é diretamente responsável por este processo, assegurando, através dos pontos de controle, se os objetivos que preten- de alcançar estão sendo atingidos. A avalia- ção está diretamen- te ligada com os objetivos específicos do passo a passo ou como o ob- jetivo geral. Do pré-tes- te à avaliação final, todo o processo estará vin- culado ao objetivo. Consiste na autoavaliação e/ou na ava- liação mútua professor aluno e aluno professor. Pós-Universo 26 Pedagogia Tradicional Pedagogia Nova Pedagogia Tecnicista Pedagogia Libertadora Relação pro- fessor e aluno Verticalização onde o profes- sor é o detentor de todo o saber, programa, recur- sos e controle. O professor não ensina, apenas cria condi- ções para que o aluno aprenda. O profes- sor assume o papel de facilitador. O professor é que define o que, como e quando o professor e aluno farão. Fonte: o autor com base em Bomfim (1995, p. 45-90) Por fim, Baptista (2002 apud ALBUQUERQUE, 2012, p.16) caracteriza os treinamentos em Treinamento Cognitivo ou Comportamental e Treinamento Motriz ou Técnico, como é possível ver na tabela 2: Tabela 2 – Tipos principais de treinamento Tipo de Treinamento Características Principais Cognitivo ou Comportamental Objetivos: Correção de atitudes, mudança de valores, implan- tação de novas políticas. Avaliação e mensuração dos resultados: Complexa. Abordagem: Conceitual e teórica. Investimentos: Menor parcela do orçamento de T&D. Resultados esperados: correção de postura de líderes, resgate de valores da empresa, entre outros. Motriz ou Técnico Objetivos: Avançar em níveis de desempenho em relação a uma tarefa ou atividade. Avaliação e mensuração dos resultados: Simples, com utiliza- ção de técnicas métricas. Abordagem: Técnica e prática. Investimentos: Maior parcela do orçamento de T&D. Resultados esperados: Aumento da produtividade, redução de perdas, elevação do desempenho, entre outros. Fonte: o autor com base em Baptista (2002 apud ALBUQUERQUE, 2012, p.16) Pós-Universo 27 Outra maneira interessante de aplicar treinamento é utilizando a Taxonomia de Habilidades de Bloom, conforme é possível ver na tabela 3: Tabela 3 - Taxonomia de Bloom Taxonomia de Bloom das habilidades Cognitivas Competência Habilidades Verbos úteis Perguntas Conhecimento Memorizar Lembrar Reconhecer Relembrar Liste Identifique Diga Defina Classifique Nomeie Colecione Quem...? O quê...? Quando...? Onde...? Descreva o que aconteceu... Quantos...? Compreensão Interpretar Organizar e selecionar Traduzir de uma linguagem Identificar Resuma Explique Parafraseie Ilustre Avalie Distinga Preveja Você pode recontar a história...? Você pode dar um exemplo de...? Você pode prever...? Calcule quantos...? Aplicação Usar informação Resolver proble- mas usando as habilidades ou conhecimentos necessários Usar métodos/con- ceitos/teorias em situações novas Aplique Demonstre Descubra Modifique Classifique Calcule Compete Solucione Experimente Você consegue aplicar isto a...? Que pergunta você faria para...? Estabeleça um con- junto de instruções para... Isso teria aconteci- do em...? Pós-Universo 28 Taxonomia de Bloom das habilidades Cognitivas Competência Habilidades Verbos úteis Perguntas Análise Reconhecer padrões Organizar partes Reconhecer signifi- cados ocultos Identificar componentes Identificar fatos e falácias Ligue Selecione Analise Compare Organize Divida Categorize Ordene Qual foi o ponto importante para a solução...? Por que você pensa que...? Que comentários são verdadeiros...? Você consegue dis- tinguir entre... e...? Síntese Usar velhas ideias para criar novas Fazer previsões e chegar a conclusões Relacionar conheci- mentos de diversas áreas Fazer generaliza- ções a partir de fatos dados Avalie Recomende Modifique Reescreva Crie Componha Construa Invente Preveja Argumente Imagine Planeje Você consegue pla- nejar um...? Você conse- gue comprar um novo...? O que aconteceria se...? De quantas ma- neiras você consegue...? Avaliação...? Comparar e discri- minar entre ideias Avaliar o valor das ideias Desenvolver opi- niões e julgamentos Fazer escolhas com base em ar- gumentos bem fundamentados Julgue Selecione Escolha Recomende Priorize Classifique Ordene segundo notas Determine Debata Estime Verifique Justifique Avalie O quão efetivos são...? Você conse- gue priorizar e classificar...? Que critérios você utilizaria para avaliar...? Você pode justificar sua decisão...? Fonte: Bates e Munday (2007, p.71 - 73) Pós-Universo 29 Perceba que existe uma grande quantidade de ferramentas pedagógicas que podem ser aplicadas em treinamento. O importante é você escolher aquela que melhor se adeque a sua necessidade no momento do treinamento. Para isso, é necessário que seja identificado com antecedência o perfil dos participantes que irão integrar seu grupo de treinamento. A melhor maneira de se identificar este perfil é fazer uma en- trevista com antecedência, sempre que possível. Espero que tenha ficado clara a correlação existente entre o L.N.T. e a escolha do tipo de metodologia pedagógica que será utilizado em seus programas de trei- namento e desenvolvimento. O principal é lembrar que, apesar da diversidade de metodologias e ferramentas, estas só poderão ser utilizadas em situações específicas para obter resultados específicos, assim, sua análise e correlação com as necessida- des organizacionais sempre deverão ser levadas em consideração. Pós-Universo 30 Feitas, então, as análises que antecedem pelo tipo de treinamento a ser implemen- tado, inicia-se o momento de preparar o treinamento, realizando seu planejamento, sua formatação e, por fim, a execução do mesmo. O planejamento do treinamento pode ser realizado seguindo algumas suges- tões apresentadas por Boog e Boog (2006, p.24): “ 1) Quantificar o treinamento necessário a ser ministrado. 2) Definir um horizonte de tempo para que o treinamento seja realizado. 3) Definir o conteúdo do treinamento de acordo com as necessidades. 4) Estabelecer a metodologia a ser utilizada para a transmissão dos conteúdos. 5) Documentar as ações de treinamento. 6) Programar os eventos de treinamento. Planejando, Formatando e Executando T&D Pós-Universo 31 7) Definir os recursos internos e externos que serão utilizados no treinamento. 8) Elaborar um orçamento de treinamento. 9) Apresentar o plano de treinamento e obter autorização para executá-lo dos setores com autoridade para isso. Para facilitar seu entendimento, inserimos a tabela 1 elaborada por Albuquerque (2012), com um resumo das ações envolvidas em cada etapa do planejamento do treinamento visto anteriormente: Tabela 1 - Ações num planejamento de T&D Etapa Ações/Detalhamento 1) Quantificar o trei- namento necessário a ser ministrado Determinar a quantidade de pessoas a serem treinadas com base no L.N.T. e nas necessidades comuns. Considerar o turnover previsto para o período. Considerar as contra- tações a serem efetivadas até a realização do treinamento, visando aproveitar as mesmas ações de T&D para os recém-contratados. 2) Definir um hori- zonte de tempo para que o treinamento seja realizado Determinar o momento ideal para a realização do treina- mento considerando exigências normativas de capacitação para promoção e critérios econômicos que busquem o melhor e maior retorno do treinamento ofertado. Como as empresas podem se certificar de que todos os participantes da sua cadeia respeitam as boas práticas de tratamento de seus colaboradores? reflita Pós-Universo 32 Etapa Ações/Detalhamento 3) Definir o conteú- do do treinamento de acordo com as necessidades Classificar o treinamento a ser ofertado à luz das classes CHAs (Conhecimentos, Habilidades e Atitudes). (C) Conhecimentos: Compreensão de uma ciência ou tec- nologia. “Saber as causas de um efeito”, o “por quêfazer” as coisas. Envolve o aprendizado através de 2 fases: Comunicação e Compreensão. (H) Habilidades: Envolve a capacidade de executar tarefas motoras ou mentais com certo automatismo e preci- são. “Como fazer”. Habilidades nem sempre dependem de conhecimentos. O indivíduo pode aprender através de pro- cessos de comunicação e prática. (A) Atitudes: São respostas automáticas a estímulos percebidos pelo indivíduo, com componentes motores, racionais e emocionais. São hábitos adquiridos ao longo da vida e que podem ser alterados. 4) Estabelecer a me- todologia a ser utilizada para a transmissão dos conteúdos Considerando os aspectos de CHAs, definir a melhor meto- dologia conforme o volume de treinamento e os recursos disponíveis. Em alguns casos, treinamentos isolados podem ser aplicados, enquanto que em outros, o treinamento cole- tivo, em grupo, seria o mais indicado. 5) Documentar as ações de treinamento Independente da metodologia, o treinamento deve ser do- cumentado, copiado e arquivado, com anexos de quaisquer materiais utilizados, bem como o plano de aula estabelecido. 6) Programar os eventos de treinamento Definido quem, como e quando treinar, confeccionar um programa de treinamento visualmente compreensível (utili- zando, por exemplo, tabelas demonstrativas do programa). 7) Definir os recursos internos e externos que serão utilizados no treinamento Definir os quadros próprios que serão utilizados e em quais funções, e os especialistas em áreas pré-determinadas que serão contratados para ministrar treinamentos específicos. 8) Elaborar um orçamento de treinamento Elaborar um orçamento de T&D, considerando os custos de pessoal próprio, equipamentos, depreciações, custo de pessoal externo contratado para treinamentos específicos. 9) Apresentar o plano de treinamento e obter autorização para executá-lo dos setores com autorida- de para isso Preparar um relatório contendo todas as informações relevantes sobre L.N.T., quantidade e pessoas que serão trei- nadas, o orçamento necessário, os resultados esperados e os valores que agregam à empresa. Fonte: O autor com base em Boog e Boog (2006 apud ALBUQUERQUE, 2012, p. 18) Pós-Universo 33 A NBR ISO 10015 complementa a tabela 1 sugerindo a utilização de um formulário para especificação do programa de treinamento, de modo a dar uma ideia das ne- cessidades da organização, dos requisitos e objetivos do treinamento para definir o que os participantes estarão aptos a alcançar como resultado, conforme a figura 1. Figura 1 - Especificação do programa de treinamento Fonte: Campos e Guimarães (2008, p.49) Feito isso, a mesma norma recomenda a elaboração do plano de aula. Este deverá conter: objetivo geral, objetivos específicos, conteúdo programático, recursos instru- cionais e tempo, como pode ser observado na figura 2: Pós-Universo 34 Figura 2 - Plano de aula Fonte: Campos e Guimarães (2008, p.50) Por fim, é muito importante ao término do treinamento realizar uma avaliação a res- peito da percepção dos participantes com relação ao treinamento em si, como nos apresenta a NBR ISO 10015: “ O objetivo principal da monitoração é assegurar que o processo de treina- mento, como parte do sistema da qualidade da organização, está sendo devidamente gerenciado e implementado, de forma a comprovar a eficá- cia do processo em alcançar os requisitos do treinamento e da organização (NBR ISO 10015). Em resumo, conhecer a opinião das pessoas que vivenciaram o treinamento irá auxiliar na elaboração de novos treinamentos, de modo que seja possível eliminar proble- mas e dificuldades que possam ter surgido. Acredito que você percebeu a importância do planejamento do treinamento para que o mesmo possa ser formatado de acordo com a demanda organizacional de maneira que, após a sua execução, seja alcançado exatamente aquilo que se propusera em seu planejamento. O resultado positivo só, e somente só será alcançado caso esses três itens cumpram adequadamente seus propósitos, tendo como escopo os objetivos da empresa. atividades de estudo 1. Uma empresa deve escolher qual ferramenta, entre treinamento e desenvolvimento, oferecer aos seus colaboradores visando melhorar o desempenho dos mesmos em suas atividades laborais. Sabendo disso, assinale a alternativa correta. I. Quando a empresa procura melhorar o desempenho em tarefas específicas, deve optar por programas de treinamentos . II. Quando a empresa procura melhorar o desempenho em tarefas específicas, deve optar por programas de desenvolvimento. III. Quando a empresa procura melhorar os conhecimentos, habilidades e aptidões de seus colaboradores, deve optar por programas de desenvolvimento. IV. Quando a empresa procura melhorar os conhecimentos, habilidades e aptidões de seus colaboradores, deve optar por programas de treinamento. a) Estão corretas apenas I e V. b) Estão corretas apenas I e III. c) Estão corretas apenas I, II e III. d) Estão corretas apenas II, III e V. e) Todas as afirmativas estão corretas. f ) Nenhuma das afirmativas está correta. 2. Não faz muito tempo que se utiliza a expressão Treinamento e Desenvolvimento – T&D. Esta surgiu em meados do século XX e procura definir as ações praticadas pelas organizações para melhorar o desempenho de seus colaboradores. Sabendo disso, assinale a alternativa correta: a) A expressão Treinamento e Desenvolvimento – T&D surgiu para designar, durante a maior parte da segunda metade do século XX, um amplo conjunto de ativida- des educacionais suplementares conduzido pelas empresas. b) A expressão Treinamento e Desenvolvimento – T&D surgiu para designar, durante a maior parte da segunda metade do século XX, um amplo conjunto de ativida- des do ensino médio conduzido pelas empresas. atividades de estudo c) A expressão Treinamento e Desenvolvimento – T&D surgiu para designar, durante a maior parte da segunda metade do século XX, um amplo conjunto de atividades do ensino superior que deveria ser conduzido pelas empresas. d) Todas as alternativas anteriores estão corretas. e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. 3. O grande desafio quando se oferta treinamentos corporativos é justamente mini- mizar o risco de perdas financeiras na elaboração dos treinamentos. Bohlander et al. (2005) recomendam a utilização de uma abordagem sistêmica de treinamento divi- dida em 4 fases. Sobre este assunto, leia as afirmações e assinale a alternativa correta: I. A fase 1 diz respeito à avaliação das necessidades de treinamento. II. A fase 2 irá trabalhar os objetivos instrucionais e princípios de aprendizagem. III. A fase 3 se preocupa com a avaliação do aprendizado e os resultados alcançados. IV. A fase 4, por ser a última, irá se preocupar com a avaliação do treinamento. V. A fase 2 trabalha a implementação do desenvolvimento gerencial. a) Somente I e IV estão corretas. b) Somente II e III estão corretas. c) Somente I, II e IV estão corretas. d) Somente I, III e IV estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. f ) Nenhuma das afirmativas está correta. 4. Após a realização do L.N.T., é possível que se tenha uma ideia da real necessidade da organização. O próximo passo é decidir pela melhor metodologia de treinamento a ser aplicada. Sabendo disso, assinale a alternativa correta referente às metodolo- gias pedagógicas: I. O modelo ensino-aprendizagem da pedagogia tradicional privilegia, igualmen- te, o verbal (escrito e oral), as atividades intelectuais e o raciocínio abstrato. II. O modelo ensino-aprendizagem da pedagogia tecnicista prepara o aluno para usar as habilidades e conhecimentos que ele aprendeu. atividades de estudo III. O modelo ensino-aprendizagem da pedagogia nova leva a pessoa à sua própria experiência, estruturando-se para agir. IV. O modelo ensino-aprendizagem da pedagogia libertadora compreende a codifi- cação-decodificação e problematização da situação, permitindo aos educandos um esforço decompreensão do vivido. a) Somente I e IV estão corretas. b) Somente II e III estão corretas. c) Somente I, II e IV estão corretas. d) Somente I, III e IV estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. 5. Existem 4 tipos de metodologia pedagógica e cada uma tem uma maneira específi- ca de proporcionar o aprendizado. Com essa informação, relacione corretamente os tipos com seus objetivos assinalando a alternativa que apresente a sequência correta: 1. Pedagogia tradicional. 2. Pedagogia nova. 3. Pedagogia tecnicista. 4. Pedagogia libertadora. )( Conduzir o aluno ao conhecimento da verdade universal. )( Desenvolver um ser humano com base em um modelo ideal. )( Estabelecer o objetivo que se deseja atingir de modo que se possa planejar com antecedência o que se pretende. )( Transformação do processo mental do educando na sua relação homem-mun- do, e não a transmissão de conteúdos. a) 1, 2, 3, 4. b) 4, 3, 2, 1. c) 4, 1, 3, 2. d) 1, 4, 2, 3. atividades de estudo e) 2,1,3,4 6. Ao se decidir por aplicar programas de treinamento, é fundamental seu planejamen- to. Sabendo disso, relacione as etapas de planejamento de treinamento com suas ações e assinale a alternativa com a sequência correta: 1. Quantificar o treinamento necessário a ser ministrado. 2. Definir um horizonte de tempo para que o treinamento seja realizado. 3. Definir o conteúdo do treinamento de acordo com as necessidades. 4. Programar os eventos de treinamento. )( Classificar o treinamento a ser ofertado à luz das classes CHAs (Conhecimentos, Habilidades e Atitudes). )( Determinar o momento ideal para a realização do treinamento considerando exi- gências normativas de capacitação para promoção e critérios econômicos, que busquem o melhor e maior retorno do treinamento ofertado. )( Determinar a quantidade de pessoas a serem treinadas com base no L.N.T. e nas necessidades comuns. Considerar o turnover previsto para o período. )( Definido quem, como e quando treinar, confeccionar um programa de treina- mento, visualmente compreensível. a) 1, 2, 3, 4. b) 4, 3, 2, 1. c) 1, 4, 2, 3 d) 3, 2, 1, 4. e) 1, 2 ,4 ,3 7. Para ser realizado o planejamento do treinamento, é necessário seguir uma sequên- cia lógica, sendo assim, assinale a alternativa correta que apresente essa sequência: a) Quantificar o treinamento; Definir o horizonte de tempo; Definir o conteúdo; Estabelecer a metodologia; Documentar as ações; Programar os eventos; Definir os recursos; Elaborar o orçamento; Apresentar o plano de treinamento. b) Quantificar o treinamento; Documentar as ações; Programar os eventos; Definir os recursos; Elaborar o orçamento; Definir o horizonte de tempo; Definir o conteúdo; atividades de estudo Estabelecer a metodologia; Apresentar o plano de treinamento. c) Elaborar o orçamento; Definir o horizonte de tempo; Definir o conteúdo; Estabelecer a metodologia; Apresentar o plano de treinamento; Quantificar o treinamento; Documentar as ações; Programar os eventos; Definir os recursos. d) Todas as alternativas anteriores estão corretas. e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. resumo As empresas têm investido significativamente em treinamento e desenvolvimento – T&D, muito como consequência do fraco desempenho educacional brasileiro. O número de analfabetismo em 2013, segundo dados do IBGE, cresceu para 8,7% da população. Essa informação é muito preocupante, uma vez que são pessoas com mais de 15 anos e que, muito provavelmente, che- garam à idade economicamente ativa com graves deficiências educacionais, como mostra outro dado do IBGE, onde 18,3% da população nessa mesma idade é considerada analfabeta funcio- nal, ou seja, consegue ler e escrever, mas com dificuldade em compreender e interpretar dados e informações. É preciso ficar atento(a) para não confundir educação escolar com treinamento e desenvolvi- mento organizacional. A escola tem o papel de alfabetizar e desenvolver as pessoas para que estas estejam preparadas para enfrentar o mundo. A empresa irá utilizar o T&D para preparar e desenvolver o profissional de modo a se tonar eficiente e eficaz em determinado segmento da organização. Entretanto, para que T&D sejam eficientes, é fundamental, por parte da empresa, a realização do levantamento das necessidades de treinamento – L.N.T., ou seja, os treinamentos devem ser aplicados sempre buscando o desenvolvimento das pessoas, de modo que esta se adeque àquilo que a organização espera dela e que a organização consiga minimizar o risco de perdas financeiras na elaboração dos treinamentos e, consequentemente, economizar em tempo e, muitas vezes, contribuir para o fortalecimento positivo do clima organizacional. Com a realização do L.N.T. é possível que se tenha uma ideia da real necessidade da organização. O próximo passo é decidir pela melhor metodologia de treinamento a ser aplicada. Uma vez realizadas as análises que antecedem o de treinamento a ser implementado, inicia-se o momento de preparar o treinamento, realizando seu planejamento, sua formatação e, por fim, a execução do mesmo em que, em seu encerramento, é fundamental que seja feita uma avalia- ção do mesmo para que erros e acertos possam ser corrigidos ou aprimorados em um próximo treinamento. Considerações Finais Caro(a) aluno(a), estudamos ao longo desta unidade conteúdos que, provavelmente, em pelo menos alguns aspectos, já deveria ser de seu conhecimento. Entretanto, o escopo que procura- mos foi de levá-lo(a) a aprofundar-se nestes conceitos. Qualquer gestor deve compreender que, sem uma clara visão das necessidades de treinamento e desenvolvimento, qualquer tipo de esforço desprendido neste sentido será, no mínimo, pouco eficaz. Num grau maior, poderemos pensar em desperdícios enormes de recursos empregados em treinamento, sem que a efetividades deste investimento seja comprovada. Assim, é vital compreender claramente que as ações de capacitação devem sempre estar alinha- das às metas organizacionais e que sua atuação em desenvolver pessoas seja em contribuição ao alcance destas. Se a organização não atingir os objetivos para os quais ela existe – sua missão – de nada adian- tará ter pessoas que fizeram dezenas de cursos dos mais diferentes assuntos. Portanto, o L.N.T. é um passo fundamental em todo o planejamento de T&D. Feito isso, a escolha do tipo de treinamento a ser ministrado vem em seguida comprovar que as pessoas, via de regra, desenvolvem-se melhor quando conseguem estabelecer relações entre o aprendizado e a vivên- cia profissional. Daí termos um grande desenvolvimento nos últimos tempos dos treinamentos do tipo vivencial. Sem querer ser prescritivo entre essa ou aquela técnica, o que deve ser avaliado é a correspon- dência com os objetivos a serem atingidos. Sempre esse deve ser o ponto principal em qualquer situação. A partir desse ponto, você já está preparado(a) para implementar e desenvolver treinamentos em sua empresa. Muito sucesso!! Prof. Me. Ricardo Azenha L. Albuquerque material complementar Manual de treinamento e desenvolvimento: processos e operações. Autor: BOOG, Gustavo G.; BOOG, Magdalena. Editora: Makron Books Sinopse: Dividido em dois livros - ‘Gestão e estratégias’ e ‘Processos e operações’ -, ‘Manual de treinamento e desenvolvimento’ reúne diferen- tes aspectos para o tratamento do tema e o apresenta a partir de uma perspectiva que busca atingir o máximo de aproveitamento e clareza. Este volume, ‘Processos e operações’, demonstra roteiros de operação, cuidados de implantação, benefícios e custos, além das tendências do setor. Este livro também busca ser uma ferramenta a todos os pro- fissionais interessados nos fundamentais processos de aprendizagem organizacional. A obra apresenta os seguintes assuntos - Paradigma do desenvolvimento; Palavra dos coordenado- res - A ABTD e o Manual de treinamento e desenvolvimento; Desenvolver para transformar; Palavra dopresidente da ATD; Mensagem paulista de gestores de pessoas; Parte 1 - O proces- so de T&D; Parte 2 - Tipos de programas de T&D; Parte 3 - Métodos e técnicas em T&D; Parte 4 - Aplicação em T&D das ferramentas de gestão de pessoas; Parte 5 - Fornecedores e recur- sos T&D; Parte 6 - Aspectos especiais em T&D. Administração de recursos humanos. Autor: BOHLANDER, George et al. Editora: Pioneira. Sinopse: ‘Administração de Recursos Humanos’ traz um enfoque claro das mudanças que estão ocorrendo em todos os níveis gerenciais. Tem como orientação a aplicação prática e a apresentação de situações reais, propiciando o desenvolvimento da análise crítica de RH. Casos, dicas e sugestões oferecem formas efetivas de lidar com problemas de comunicação, liderança, disciplina, recompensa por desempenho e outros aspectos da administração de RH. A obra tem como foco o papel de RH dos gerentes, sem excluir o impacto e a importância do papel do departamento de RH no desenvolvimento, na coordenação e no cumprimento de políticas e procedimentos relacionados às funções de RH. material complementar Bee Movie – A história de uma abelha Ano: 2007 Sinopse: Barry B. Benson (Jerry Seinfeld) formou-se recentemente e sonha com um emprego na Honex, onde poderá produzir mel. Desta forma, ele se aventura fora da colmeia, onde descobre um mundo até então inteiramente desconhecido. É quando conhece Vanessa Bloome (Renée Zellweger), uma alegre florista de Manhattan com quem quebra as regras das abelhas e passa a conversar regularmente. Logo eles se tornam amigos, o que faz com que Barry conheça melhor os humanos. Porém, Barry descobre que qualquer pessoa pode comprar mel nos supermercados, o que o deixa profundamente irritado por conside- rar que estão roubando a produção das abelhas. É quando ele decide processar os humanos, na intenção de corrigir esta injustiça. Comentário: Assistir ao filme Bee movie é uma excelente forma de perceber, de forma lúdica, como ocorre na prática o resultado da aplicação de ferramentas de treinamento e desenvol- vimento, uma vez que as abelhas são retratadas no filme como operárias que trabalham em uma linha de produção de mel e, para tanto, novos funcionários precisam passar por treina- mentos para alcançar o padrão desejado. referências ABNT. NBR ISO 10015:2001. ALBUQUERQUE, Ricardo Azenha L. Capacitação e desenvolvimento de pessoas. Maringá: Unicesumar, 2012. APRENDER. In: Dicionário Online Caldas Aulete. Lexikon Editora Digital. Disponível em: <http:// aulete.uol.com.br/aprender#ixzz2hElEX6q1>. Acesso em: 09 out. 2013. ARAUJO, Luis César Gonçalves de; GARCIA, Adriana Amadeu. Gestão de pessoas: estratégias e integração organizacional. São Paulo: Atlas, 2006. BATES, Janet; MUNDAY, Sarah. Trabalhando com Alunos Superdotados, Talentosos e com Altas Habilidades. Editora Galpão, 2007. BOHLANDER, George et al. Administração de recursos humanos. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. BOMFIM, David. Pedagogia no treinamento: correntes pedagógicas no treinamento empre- sarial. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., 1995. BOOG, Gustavo G.; BOOG, Magdalena. Manual de treinamento e desenvolvimento: gestão e estratégias. São Paulo: Makron Books, 2006. _____. Manual de treinamento e desenvolvimento: processos e operações. São Paulo: Makron Books, 2006. _____. Manual de treinamento e desenvolvimento: um guia de operações. São Paulo: Makron Books, 2001. CAMPOS, Jorge de Paiva; GUIMARÃES, Sebastião. Em busca da eficácia em treinamento – Norma ABNT NBR ISO 10015:2001 – Gestão da qualidade, diretrizes para treinamento, 2008. Disponível em: <http://qualidadeonline.files.wordpress.com/2010/03/em-busca-da-eficacia-em-treinamento. pdf>. Acesso em: 02 abr. 2014. CONTE, Alvacir C. C.; SCHNEIDER, Ernani J. Educação Corporativa: Empresa, lugar de trabalhar e crescer. Revista ICPG, 2004. referências CUNHA, Luis Antonio. O ensino profissional na irradiação da industrialismo. São Paulo: Editora UNESP, 2005. DESENVOLVIMENTO. In: Dicionário Online Caldas Aulete. Lexikon Editora Digital. Disponível em: <http://aulete.uol.com.br/desenvolvimento#ixzz2hEB9oqYM>. Acesso em: 09 out. 2013. EBOLI, Marisa. O desenvolvimento das pessoas e a educação corporativa. In: FLEURY, Maria Tereza Leme. As pessoas nas organizações. São Paulo: Editora Gente, 2002. GAU BENI, Bettyna P. B.; LUCHETI, Wilson David; POERNER, Marcos. Avaliação dos resultados em treinamento comportamental: como o investimento no capital humano pode retornar às or- ganizações. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002. GRAMIGNA, Maria Rita Miranda. Jogos de empresas e técnicas vivenciais. São Paulo: Makron Books, 1995. LÜCK, Heloisa. A construção do conhecimento no trabalho: uma condição para o desenvolvimen- to da qualidade organizacional e profissional. Rev. FAE, Curitiba, v.5, n.1, p.1-13, jan./abr. 2002. SAUAIA, Antonio C. A. Conhecimento versus desempenho das organizações: um estudo empíri- co com jogos de empresas. REAd, Edição 49, Vol. 12, No. 1, jan./fev. 2006. SAUL, Renato P. As raízes renegadas da teoria do capital humano. Sociologias, Porto Alegre, ano 6, nº 12, jul./dez. 2004, p. 230-273. TREINAMENTO. In: Dicionário Online Caldas Aulete. Lexikon Editora Digital. Disponível em: <http:// aulete.uol.com.br/treinamento#ixzz2hEBFCanm>. Acesso em: 09 out. 2013. resolução de exercícios 1. b) Estão corretas apenas I e III. 2. e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. 3. c) Somente I, II e IV estão corretas. 4. e) Todas as afirmativas estão corretas. 5. a) 1, 2, 3, 4. 6. d) 3, 2, 1, 4. 7. a) Quantificar o treinamento; Definir o horizonte de tempo; Definir o conteúdo; Estabelecer a metodologia; Documentar as ações; Programar os eventos; Definir os recursos; Elaborar o orçamento; Apresentar o plano de treinamento. Compreendendo o que é Treinamento e Desenvolvimento - T&D Levantamento das Necessidades de Treinamento Tipos Principais de Treinamentos Planejando, Formatando e Executando T&D
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