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Gestantes e lactantes x atividades consideradas insalubres

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Introdução: 
O presente estudo de caso versa sobre o artigo art. 394-A da CLT, norma que admite trabalhadoras gestantes a exerçam atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo e lactantes desempenhem atividades insalubres em qualquer grau, exceto quando apresentarem atestado de saúde emitido por médico de confiança da mulher que recomende o afastamento durante a gestação e a lactação. 
todavia o STF julgou procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5938 para declarar inconstitucionais os incisos II e III do artigo 394-A da CLT vez que tal permissão legal, segundo a entidade autora, afronta a proteção que a Constituição Federal atribui à maternidade, à gestação, à saúde, à mulher, ao nascituro, aos recém-nascidos, ao trabalho e ao meio ambiente do trabalho equilibrado.
Desenvolvimento: As atividades consideradas insalubres estão elencadas nor art 118 a 197 da CLT, trata das atividades que expõem o empregado a agentes nocivos à saúde acima dos parâmetros legais permitidos, seja por sua natureza, intensidade ou pelo tempo de exposição, podem ser de nivel, maximo, medio e minimo com adicional em sua remuneração de 40%, 20% e 10% respectivamante.
Exemplificando, é o caso de ambientes de trabalho com exposição a ruídos intensos, calor, frio, elevado nível de umidade, radiação, agentes químicos e biológicos acima do limite de tolerância e poeiras minerais.
Anteriormente ao advento da Lei 13.467/2017, mais conhecida como Reforma Trabalhista, o trabalho em condições insalubres era vedado para mulheres grávidas ou em período de amamentação. E ia ao encontro com dispositivo da Constituição Federal, portanto. A Constituição de 1988 prevê, assim, em seu artigo 6º, a proteção à maternidade e às crianças, incluindo-se os nascituros
O fato é que a Lei 13.467/2017 contrariou o artigo supracitado. E trouxe, assim, a possibilidade de labor em condições insalubres por grávidas e lactantes nas atividades tipificadas em graus mínimo e médio. Excluiu-se, portanto, apenas as atividades insalubres em grau máximo. A referida norma considerou, igualmente, a possibilidade de afastamento da empregada nos casos em que houver atestado de saúde emitido por médico de confiança da mulher, que recomende seu afastamento
Em 30 de abril de 2019, o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, em decisão extremamente assertiva, declarou, enfim, a inconstitucionalidade do artigo 394-A da CLT e suspendeu a possibilidade do trabalho em condições insalubres, em qualquer grau, por gestantes ou lactantes, independentemente de atestado médico, em razão da proteção à maternidade e à criança garantida pela Constituição Federal e relatou: 
"O que é inconstitucional é esse ataque ao direito social da mulher, à maternidade, proteção integral da criança, permitindo como regra que se possa trabalhar em ambientes insalubres (...) Lhe dando o ônus de comprovar que o ambiente é insalubre.”
Os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Dias Toffoli acompanharam o relator.
Ministro Marco Aurélio foi o único a divergir, votando pela improcedência da ação. Para ele, não há inconstitucionalidade na norma uma vez que a reforma trabalhista previu a situação atual no que concerne à escassez de trabalho. Para o ministro, a proteção alargada ao gênero feminino acaba prejudicando o próprio gênero feminino. "A mulher deve ter liberdade e liberdade em sentido maior", afirmou.
Necessário salientar que a decisão supramencionada possui caráter liminar em Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos. Esta foi a primeira decisão da Corte, ainda que em caráter provisório, que contraria a Reforma Trabalhista.
Conclusão: 
Deste modo, nota-se que a novidade trazida pela Reforma Trabalhista fere diretamente dispositivo Constitucional. E suprime, desse modo, direitos sociais indisponíveis como o do caso em tela
Bem como afirma a ministra Rosa Weber ainda que a maternidade representa para a trabalhadora um período de maior vulnerabilidade devido às contingências próprias de conciliação dos projetos de vida pessoal, familiar e laboral. Dessa forma, os direitos fundamentais do trabalhador elencados no artigo 7º “impõem limites à liberdade de organização e administração do empregador de forma a concretizar, para a empregada mãe, merecida segurança do exercício do direito ao equilíbrio entre trabalho e família”. A alteração promovida pela Reforma Trabalhista, concluiu a ministra, implicou “inegável retrocesso social”.
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=412571
https://blog.sajadv.com.br/reforma-trabalhista-trabalho-insalubre-gestante/#:~:text=compara%C3%A7%C3%A3o%20e%20an%C3%A1lise%3A-,Art.,pagamento%20de%20adicional%20de%20insalubridade.
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=412571
https://conexaotrabalho.portaldaindustria.com.br/noticias/detalhe/trabalhista/-geral/stf-ministro-suspende-norma-que-possibilita-trabalhadoras-gravidas-e-lactantes-desempenharem-atividades-insalubres/
https://www.conjur.com.br/2019-dez-21/observatorio-constitucional-stf-protege-gestantes-lactantes-face-reforma-trabalhista
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=409885

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