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EMERGÊNCIA OBSTÉTRICA 
SÍNDROME HIPERTENSIVA ESPECIFICA DA GRAVIDEZ
SHEG
Enfermeira Obstétrica: Ana Cláudia Telles de Souza 
Manaus
2021
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442001000400008
CONCEITO
Segundo Silva (2017), conhecida também como toxemia gravídica,
este distúrbio da gravidade é caracterizado pela tríade hipertensão arterial,
edema e proteinúria (albuminúria), com aparecimento após 20ª semana de
gravidez, podendo ter seu quadro agravado e evoluir para a pré-eclâmpsia
e, posteriormente eclampsia, levando a gestante a apresentar convulsões
e coma. Dentre as patologias obstétricas , a DHEG está entre as comuns e
mais graves, por levar a gestante a óbito.
FATORES PREDISPONENTES
• Primiparidade: a DHEG tem sido observada entre as primigestas jovens.
• Multiparidade: também incide majoritariamente entre as multíparas.
• Gestantes portadoras de polidrâmnio e mola.
• Hipertensão crônica e Diabetes Mellitus.
• Alimentação inadequada, pobre em proteínas e rica em sal e carboidratos,
associada a condições socioeconômicas menos favorecidas.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
-Pré-eclâmpsia leve
- Ganho de peso (acima de 450g/semana) a partir da 20ª semana
- Hipertensão arterial leve (140 x 90 mm Hg)
- Protenúria (variando de 0,5 a 1,0 g/l em 24 horas)
- Edema (mão e face, região lombossacra,pernas ) - Pode ser localizado ou generalizado
DIAGNÓSTICO (Diagnóstico diferencial entre DHEG e Hipertensão crônica)- O diagnóstico de hipertensão
na gravidez é feito quando os níveis pressóricos são iguais ou superiores a 140/90 mmHg.
Fonte: MONTENEGRO, 2003.
DHEG Hipertensão crônica
Paridade Primigesta Multípara
Início da Hipertensão Após a 20ª semana Antes da 20ª semana 
Reatividade vascular Aumentada Normal
História familiar da DHEG Positiva Negativa
História prévia de HAC Negativa Positiva
Fundoscopia Normal Alterações Anatômicas
Achado Anote
Edema ausente 
-
Edema de tornozelo sem hipertensão ou aumento súbito de peso
+
Edema limitado aos membros presença 
de hipertensão ou ganho de peso aumentado e/ou de proteinúria + 
(urina I)
+ +
Edema generalizado (face, tronco e membros), ou que já se manifesta 
ao acordar acompanhado ou não de hipertensão ou risco
aumento súbito de peso
+ + +
Edema unilateral de MMII, com dor ou sinais flogísticos
Brasil, Manual t´cnico do Pré-Natal
EDEMA
AVALIAÇÃO LABORATORIAL DE ROTINA NA DHEG
Montenegro (2019), relata que a avaliação laboratorial da DHEG visa ao diagnóstico
precoce das formas graves, possibilitando assim seu melhor controle ou mesmo a resolução
da gestação por indicação materna. Os principais exames laboratoriais necessários estão
listados na tabela abaixo:
Hemograma completo
Uréia e creatinina
Eletrólitos
TGO, TGP e LDH
Bilirrubina
Ácido úrico
Urina tipo I
Proteinúria de 24 horas
Fundoscopia ocular
Eletrocardiograma
Ultra-som obstétrico
com doppler
TRATAMENTO
A avaliação para o tratamento correto depende do diagnóstico confirmado nas situações de:
 Pacientes com PA diastólica entre 90mmHg e 110mmHg ou com acréscimo de 15mmHg na
pressão diastólica podem realizar tratamento ambulatorial;
 Nos casos de doença hipertensiva grave ou com comprometimento da vitalidade fetal, a
internação hospitalar é obrigatória, menor efeito para mãe e feto, ficar em repouso;
 O sulfato de magnésio deve ser utilizado em gestantes com DHEG, forma pura ou sobreposta,
com cifra pressórica diastólica superior a 120mmHg e naquelas com iminência de eclampsia.
 Em quadros agudos de hipertensão grave, caracterizados por pressão diastólica maior que 120
mmHg, distúrbios visuais, cefaléia, dor abdominal e distúrbios do comportamento, devemos
utilizar drogas para um controle mais imediato.
CUIDADOS PARA O PREPARO DO SULFATO DE MAGNÉSIO
Deve-se estar atento para as diferentes concentrações do MgSO4 para evitar dosagens
errôneas.
MgSO4 50% : 1amp = 10 ml = 5g (Via EV)
MgSO4 10% : 1amp = 10 ml = 1g
Realizar os Esquemas de Zuspan ou Pritchard conforme prescrição médica- A aplicação da
dose intravenosa deve ser efetuada lentamente ( em 20 minutos).
A administração da manutenção deverá ser suspensa caso a freqüência respiratória tenha
menos de 16 incursões por minuto, os reflexos patelares estejam completamente abolidos ou a
diurese seja inferior a 100 ml durante as 4 horas precedentes.
 Manter a mão 1 amp. de gluconato de cálcio 10%, pois é o antídoto para a intoxicação pelo
MgSO4, o qual deve ser administrado por via endovenosa, lentamente, nos casos de
depressão respiratória importante.
LOCAL PARA ADMINISTRAÇÃO DO SULFATO DE MAGNÉSIO
Deve-se utilizar:
Agulha de raquianestesia;
Luvas estéreis, para manusear a agulha;
Administrar a medicação em forma de leque;
Administração ventroglútea
Administração dorso glútea
ESQUEMA DE 
PRITCHARD
CONDUTAS DE ENFERMAGEM
 Controle rígido da pressão arterial e dos sintomas da paciente;
 Dieta hipossódica/normossódica e hiperprotéica;
 Avaliar vitalidade fetal ( controle do BCF);
 Administrar hipotensores ( sulfato de magnésio, hidralazina, b-
Bloqueador,nifedipina), conforme prescrito;
 Hidralazina- (1ampola = 1 ml; completa em 3 ml de AD=4 ml e aplicar 1 a cada
20 minutos) no tratamento hipotensor.
 Fazer controle da diurese (sonda vesical de demora);
 Manter os acessos venosos periférico calibrosos pérvios;
 Orientar paciente para manter decúbito lateral esquerdo
 Proporcionar apoio emocional;
 Orientar a higiene diária;
 Solicitar exames laboratoriais e avaliar os valores dos mesmos.
Observar sinais de eclampsia eminente;
CUIDADOS DO ENFERMEIRO
Relata o Manual do Ministério da Saúde (BRASIL, 2020) que o enfermeiro 
através das orientações ao pré-natal e através do assistencial deve ser um elo 
na ação educativa, através do seu conhecimento e habilidades pode: 
 Observar o bem-estar fetal e prevenir riscos que comprometam o estado do
feto e da mãe de acordo com o alto risco que possa apresentar;
 Orientar adequadamente os cuidados domiciliares durante o controle pré-natal,
referente à alimentação, repouso entre outros e seguir rigorosamente o regime
terapêutico;
 Detectar complicações precocemente durante a gravidez e no puerpério;
 Prevenir a pré- eclampsia e assim evitar eclâmpsia.
 Condutas que devem ser tomados pelo enfermeiro no manejo da doença
hipertensiva específica da gravidez, relata o Ministério da Saúde (2020) a
paciente com eclâmpsia apresenta comprometimento de múltiplos órgãos e,
portanto, além do tratamento anticonvulsivante e da interrupção da gestação,
deve receber terapêutica global dirigida para correção dos distúrbios
metabólicos e respiratórios.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 BARROS, Sonia Maria O; MARIN Heimar de Fátima; ABRAO Ana Cristina F.V.; Enfermagem Obstétrica e 
ginecológica Guia para pratica assistencial; Editora Rocca Ltda. primeira edição; São Paulo, 2012.
 BRASIL. Ministério da Saúde. Gestação de alto risco. Brasília (DF), 2020. Disponível em:
<http://www.saude.gov.br/Programas/mulher/Gestao.htm>. Acesso em: 02 junho 2009.
 DUSSE, Luci Maria Sant'Ana; VIEIRA, Lauro Mello; CARVALHO, Maria das Graças. Revisão sobre
alterações hemostáticas na doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG), 2017. Disponível em:
< http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442001000400008>. Acesso em: 03 junho
2019.
 FREITAS, Fernando. Rotinas em Obstetrícia – [et al.] 4.ed. – Porto Alegre: Ed. Artmed, 2019.
 MONTENEGRO,Rezende. Obstetrícia Fundamental; Editora Guanabara Koogan, 9ª edição, Rio de Janeiro
2019.
 MONGRUT, Andrés Steane; Tratado de obstetrícia. Editora Sensator, 3 edição, Lima 1990.
 KATHRYN, A.NELSON. Enfermagem Materno-Infantil: Planos de Cuidados; 3º ed. Rio de Janeiro:
Reichmann & Affonso Editora. 2002.
 REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos A. Barbosa. Obstetrícia Fundamental. 9 ed. Rio de Janeiro:
Koogan, 2017.
 SILVA, Janize C. Manual Obstétrico: um guia prático de enfermagem. 2.ed. ver e ampl. São Paulo: Editora
Corpus,2017.
 SMELTZER, Suzzane.C.; BARE, Brenda G.Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 10. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
http://www.saude.gov.br/Programas/mulher/Gestao.htm
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442001000400008
MENSAGEM
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