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Antibacterianos que atuam na parede celular

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Antibacterianos 
Antibióticos que inibem a síntese de parede celular
Estrutura da parede celular bacteriana 
A maioria das bactérias é classificada como gram-
positiva ou gram-negativa, dependendo se 
mudarem de coloração quando sujeitas à técnica de 
Gram. 
 
A parede celular dos microrganismos gram-
positivos é uma estrutura relativamente simples, 
com cerca de 15 a 50 nm de espessura, englobando 
aproximadamente 50% de peptidoglicano, 40 a 
45% de polímero acídico, bem como 5 a 10% de 
proteínas e polissacarídios. A superfície celular é 
altamente polarizada e tem carga elétrica negativa, 
e isso influencia a penetração de alguns 
antibióticos. 
A parede celular de microrganismos gram-
negativos é muito mais complexa e consiste no 
seguinte (a partir da membrana plasmática): 
 Um espaço periplásmico que contém enzimas 
e outros compostos; 
 Uma camada de peptidoglicano com 2 nm de 
espessura, que representa 5% da massa da 
parede celular e que, com frequência, está 
ligada por lipoproteínas que se projetam para 
fora; 
 Uma membrana externa constituída por uma 
camada dupla lipídica, em alguns aspectos 
semelhante à membrana plasmática, que 
contém proteínas e (no interior) lipoproteínas 
ligadas ao peptidoglicano. 
 Outras proteínas formam canais aquosos 
transmembrana, denominados porinas, através 
dos quais alguns antibióticos hidrofílicos 
conseguem se movimentar livremente; 
 Polissacarídios complexos que formam 
compostos importantes da membrana externa. 
Diferem entre espécies de bactérias e são os 
principais determinantes de seu potencial 
antigênico. Também são fonte de endotoxinas, 
um lipopolissacarídio que, quando aplicado in 
vivo, incita vários aspectos da resposta 
inflamatória ao ativar o complemento e as 
citocinas, causando febre e outros sintomas. 
 
A dificuldade em penetrar essa membrana exterior 
complexa explica o porquê de alguns antibióticos 
serem menos ativos contra bactérias gram-
negativas do que em bactérias gram-positivas. Os 
lipopolissacarídios da membrana externa 
constituem uma barreira importante para alguns 
antibióticos, incluindo benzilpenicilina, meticilina, 
macrolídios, rifampicina, ácido fusídico e 
vancomicina. 
A parede celular das bactérias contém 
peptidoglicano, uma substância que não ocorre nos 
Farmacologia 
eucariontes e que contém D-aminoácidos e 
açúcares pouco usuais. Nas bactérias gram-
negativas, este saco consiste em uma monocamada, 
mas nas bactérias gram-positivas pode haver até 40 
camadas de peptidoglicano. Cada camada consiste 
em múltiplos esqueletos de aminoaçúcares – 
resíduos de N-acetilglicosamina alternados com 
ácido N-acetilmurâmico – tendo este último 
cadeias laterais peptídicas curtas que mantêm 
ligações cruzadas para formar uma rede polimérica. 
As ligações cruzadas diferem nas diversas espécies. 
Nos estafilococos, por exemplo, elas consistem em 
cinco resíduos de glicina. 
 
Para construir esta grande camada de 
peptidoglicano insolúvel no exterior da membrana 
celular, a célula bacteriana tem o problema de 
como transportar os “blocos de construção” 
citoplasmáticos hidrofílicos através da estrutura da 
membrana celular hidrofóbica. Isso é conseguido 
por meio de sua ligação a um grande transportador 
lipídico, contendo 55 átomos de carbono, que os 
“reboca” através da membrana. Primeiro, o ácido 
N-acetilmurâmico, ligado à uridina difosfato 
(UDP) e a um pentapeptídio. Esse peptídeo termina 
em d-alanil-d-alanina. Este complexo N-
acetilmurâmico + pentapeptídeo é transferido para 
o transportador lipídico C55 na membrana, com a 
liberação de uridina monofosfato. Isso é seguido 
por uma reação com a UDP-N-acetilglicosamina, 
resultando na formação de um complexo 
dissacarídio pentapeptídio ligado ao transportador. 
Este complexo é um bloco de construção básico do 
peptidoglicano. No Staphylococcus aureus, os 
cinco resíduos de glicina são ligados à cadeia 
peptídica nesta fase. O bloco de construção é agora 
transportado para fora da célula e adicionado à 
extremidade terminal crescente do peptidoglicano, 
o “receptador”, com a liberação do lipídio C55, que 
ainda tem dois fosfatos ligados. O transportador 
lipídico perde, então, um grupo fosfato, tornando-
se assim disponível para outro ciclo. A ligação 
cruzada entre as cadeias peptídicas laterais dos 
resíduos de açúcar na camada de peptidoglicano 
ocorre então, sendo a energia necessária fornecida 
pela remoção hidrolítica da terminal alanina. A 
proteína de ligação da penicilina (PBP, uma 
enzima) remove a alanina terminal no processo de 
formação de uma ligação cruzada com um peptídeo 
adjacente. As ligações cruzadas conferem à parede 
celular a sua rigidez estrutural. Esta síntese de 
peptidoglicano é um passo vulnerável que pode ser 
bloqueado em vários pontos pelos antibióticos. 
A ciclosserina, um análogo estrutural da D-alanina, 
previne a adição dos dois resíduos terminais de 
alanina à cadeia lateral tripeptídica inicial no ácido 
N-acetilmurâmico por inibição competitiva. A 
vancomicina inibe a liberação da unidade de bloco 
de construção do transportador, impedindo, assim, 
a sua adição à extremidade crescente do 
peptidoglicano. A bacitracina interfere na 
regeneração do transportador lipídico por meio do 
bloqueio da sua desfosforilação. Penicilinas, 
cefalosporinas e outros betalactâmicos inibem a 
transpeptidação final mediante formação de 
ligações covalentes com as proteínas de ligação à 
penicilina que têm atividade de transpeptidase e 
carboxipeptidase, impedindo, assim, a formação de 
ligações cruzadas. 
 
Os antibióticos que interferem na síntese da parede 
celular bacteriana (p. ex., penicilinas) ou inibem 
enzimas cruciais (como as quinolonas) geralmente 
matam as bactérias são chamados de bactericidas, 
enquanto aqueles que inibem a síntese proteica, 
como as tetraciclinas, tendem a ser bacteriostáticos, 
ou seja, previnem o crescimento e a replicação. 
Betalactâmicos 
Possuem um anel fechado, o anel betalactâmico. 
Todos os antibióticos betalactâmicos interferem na 
síntese do peptidoglicano. Depois de se fixarem às 
proteínas de ligação à penicilina nas bactérias 
(podem existir sete ou mais tipos em diferentes 
organismos), inibem as transpeptidases que cruzam 
as cadeias peptídicas ligadas à estrutura do 
peptidoglicano. A ação bactericida final é a 
inativação de um inibidor de enzimas autolíticas na 
parede celular, provocando a lise da bactéria. 
 
Todas as penicilinas apresentam um anel 
tiazolidínico (A) fixado a um anel β-lactâmico (B), 
que transporta um grupo amino secundário (RNH). 
A integridade estrutural do núcleo do ácido 6-
aminopenicilânico (anéis A e B) é essencial para a 
atividade biológica desses compostos. 
Classificação 
3 grupos: 
1. Penicilinas (p. ex., penicilina G): exibem 
maior atividade contra microrganismos Gram-
positivos, cocos Gram-negativos e anaeróbios 
não produtores de b-lactamase. Entretanto, 
apresentam pouca atividade contra bastonetes 
Gram-negativos e são sensíveis à hidrólise 
pelas b-lactamases. 
2. Penicilinas antiestafilocócicas (p. ex., 
nafcilina): essas penicilinas mostram-se 
resistentes às b-lactamases estafilocócicas. 
Exibem atividade contra estafilococos e 
estreptococos, porém são inativas contra 
enterococos, bactérias anaeróbias e cocos e 
bastonetes Gram-negativos. 
3. Penicilinas de espectro ampliado 
(aminopenicilinas e penicilinas 
antipseudomonas): esses fármacos conservam 
o espectro antibacteriano da penicilina e 
apresentam maior atividade contra 
microrganismos Gram-negativos. Entretanto, 
à semelhança da penicilina, mostram-se 
relativamente sensíveis à hidrólise pelas b-
lactamases. 
As primeiras penicilinas foram a benzilpenicilina 
(penicilina G) e congêneres, incluindo a 
fenoximetilpenicilina (penicilina V). As principais 
desvantagens são a má absorção pelo sistema 
digestório(o que significa que tem de ser injetada) 
e sua suscetibilidade às betalactamases. As 
penicilinas semissintéticas, incluem penicilinas 
resistentes às betalactamases (p. ex., meticilina, 
flucloxacilina, temocilina) e penicilinas de amplo 
espectro (p. ex., ampicilina, amoxicilina). 
Pivmecilinam é um profármaco do mecilinam, que 
também apresenta amplo espectro de ação. 
Resistência 
A resistência às penicilinas e outros b-lactâmicos é 
produzida por um de quatro mecanismos gerais: 
(1) inativação do antibiótico pela b-lactamase; 
(2) modificação das PBP-alvo; 
(3) penetração reduzida do fármaco até as PBP-
alvo; 
(4) efluxo do antibiótico. 
Algumas b-lactamases apresentam especificidade 
pelo substrato, enquanto outras possuem grande 
espectro de ação. 
A alteração das PBP-alvo constitui a base da 
resistência à meticilina nos estafilococos e à 
penicilina nos pneumococos e enterococos. Esses 
microrganismos resistentes produzem PBP, que 
exibem baixa afinidade de ligação aos antibióticos 
b-lactâmicos, de modo que não são inibidos, exceto 
na presença de altas concentrações do fármaco, as 
quais com frequência não podem ser alcançadas 
clinicamente. 
A resistência como resultado da penetração 
reduzida do antibiótico nas PBP-alvo só ocorre nas 
espécies Gram-negativas, devido à membrana 
externa impermeável de sua parede celular, que 
está ausente nas bactérias Gram-positivas. Os 
antibióticos b-lactâmicos atravessam a membrana 
externa e penetram nos microrganismos Gram-
negativos por meio de canais de proteína da 
membrana externa, denominados porinas. A 
ausência do canal apropriado ou a infrarregulação 
de sua produção podem comprometer, de forma 
acentuada, a entrada do fármaco na célula. 
Os microrganismos Gram-negativos também 
produzem uma bomba de efluxo, que consiste em 
componentes proteicos citoplasmáticos e 
periplasmáticos que transportam de maneira 
eficiente alguns antibióticos b-lactâmicos do 
periplasma de volta à membrana externa. 
Farmacocinética 
A absorção oral das penicilinas varia, dependendo 
de sua estabilidade em meio ácido e de sua 
adsorção às partículas alimentares no intestino. A 
absorção gastrintestinal da nafcilina é errática, de 
modo que esse fármaco não é apropriado para 
administração oral. A dicloxacilina, a ampicilina e 
a amoxicilina são estáveis em ácido e relativamente 
bem absorvidas. As penicilinas também podem ser 
administradas por meio de injeção intravenosa. 
Também existem compostos para injeções 
intramusculares, incluindo compostos de ação 
prolongada como a benzilpenicilina benzatínica. A 
administração intravenosa de penicilina G é 
preferida à via intramuscular, devido à irritação e 
dor local produzidas pela injeção intramuscular de 
grandes doses. 
As penicilinas são amplamente distribuídas pelo 
corpo, penetrando nas articulações; nas cavidades 
pleural e pericárdica; na bile, saliva e leite; e 
através da placenta. Pelo fato de serem 
lipoinsolúveis, não penetram nas células dos 
mamíferos e apenas atravessam a barreira 
hematencefálica se as meninges estiverem 
inflamadas; nesse caso, podem atingir 
concentrações terapeuticamente efetivas no LCR. 
A meia-vida plasmática relativamente curta é um 
problema no uso clínico da benzilpenicilina, mas, 
como a penicilina funciona ao impedir a síntese da 
parede celular em microrganismos, a exposição 
intermitente e não contínua pode ser uma 
vantagem. As penicilinas benzatina e procaína são 
formuladas para retardar a absorção, resultando em 
concentrações prolongadas no sangue e nos 
tecidos. 
A penicilina é excretada pelos rins com rapidez, ao 
mesmo tempo em que pequenas quantidades são 
excretadas por outras vias. A secreção tubular 
responde por cerca de 90% da excreção renal. 
Efeitos adversos 
As penicilinas estão relativamente isentas de 
efeitos tóxicos diretos (exceto as convulsões 
quandoadministradas por via intratecal). Os efeitos 
adversos principais consistem em 
hipersensibilidade causada pelos compostos 
degradáveis da penicilina, que se combinam com as 
proteínas do hospedeiro e se tornam antigênicos. 
Erupções e febre são comuns; um tipo tardio de 
doença do soro ocorre raramente. Muito mais grave 
é o choque anafilático agudo, que pode, embora 
raro, ser fatal. Quando as penicilinas são 
administradas por via oral, em especial as de amplo 
espectro, alteram a flora bacteriana do intestino. 
Isso pode estar associado a distúrbios GI e, em 
alguns casos, a suprainfecções por outros 
microrganismos resistentes à penicilina, 
provocando problemas como a colite 
pseudomembranosa (causada por Clostridium 
difficile). 
Apresentam o mesmo mecanismo de ação das 
penicilinas. 
São mais estáveis em relação a muitas b-lactamases 
bacterianas e, portanto, exibem um espectro de 
atividade mais amplo. Todavia, cepas de E. coli e 
Klebsiella sp. que expressam b-lactamase de 
espectro ampliado capazes de hidrolisar a maioria 
das cefalosporinas representam um problema 
clínico crescente. 
Resistência 
A resistência a esse grupo de fármacos tem 
aumentado devido às betalactamases codificadas 
por plasmídios ou cromossomos (este último está 
presente em quase todas as bactérias gram-
negativas). A resistência também ocorre quando há 
baixa penetração do fármaco como resultado de 
alterações nas proteínas da membrana exterior ou 
de mutações nas proteínas de ligação. 
As cefaloporinas são classificadas em quatro 
grandes grupos ou gerações, dependendo 
principalmente do espectro de atividade 
antimicrobiana. 
Cefalosporinas de 1ª geração 
As cefalosporinas de primeira geração consistem 
na cefazolina, cefadroxila, cefalexina, cefalotina, 
cefapirina e cefradina. Esses fármacos são muito 
ativos contra cocos Gram-positivos, como 
estreptococos e estafilococos. 
Farmacocinética 
A cefalexina, a cefradina e a cefadroxila são 
absorvidas em graus variáveis pelo intestino. Esses 
fármacos são excretados sobretudo por filtração 
glomerular e secreção tubular na urina. Os agentes 
que bloqueiam a secreção tubular, como a 
probenecida, podem aumentar consideravelmente 
os níveis séricos. Em pacientes com 
comprometimento da função renal, é necessário 
reduzir a dose. 
A cefazolina é a única cefalosporina parenteral de 
primeira geração ainda em uso geral. A cefazolina 
também pode ser administrada por via 
intramuscular. A excreção ocorre pelo rim, e é 
preciso efetuar um ajuste da dose em caso de 
comprometimento da função renal. 
Cefalosporinas de 2ª geração 
Os membros das cefalosporinas de segunda 
geração incluem o cefaclor, o cefamandol, a 
cefonicida, a cefuroxima, a cefprozila, o 
loracarbefe e a ceforamida, bem como as 
cefamicinas estruturalmente relacionadas, 
cefoxitina, cefmetazol e cefotetana, que possuem 
atividade contra anaeróbios. mostram-se ativas 
contra microrganismos inibidos por fármacos de 
primeira geração; todavia, além disso, 
proporcionam uma cobertura ampliada contra 
microrganismos Gram-negativos. 
Farmacocinética 
O cefaclor, a axetilcefuroxima, a cefprozila e o 
loracarbefe podem ser administrados por via oral. 
A administração intramuscular é dolorosa e deve 
ser evitada. Todas as cefalosporinas de segunda 
geração são depuradas pelos rins e exigem um 
ajuste nas doses na presença de insuficiência renal. 
Cefalosporinas de 3ª geração 
Os agentes de terceira geração incluem 
cefoperazona, cefotaxima, ceftazidima, 
ceftizoxima, ceftriaxona, cefixima, cefpodoxima 
proxetila, cefdinir, cefditoreno pivoxila, 
ceftibuteno e moxalactam. 
Em comparação com os agentes de segunda 
geração, esses fármacos proporcionam uma 
cobertura ampliada contra microrganismos Gram-
negativos, e alguns deles têm a capacidade de 
atravessar a barreira hematencefálica. Essas 
cefalosporinas também são efetivas contra cepas de 
Haemophilus e Neisseria produtoras de b-
lactamase. 
Farmacocinética 
As cefalosporinasde terceira geração penetram 
bem nos líquidos e tecidos corporais e, à exceção 
da cefoperazona e de todas as cefalosporinas orais, 
alcançam níveis no líquido cerebrospinal 
suficientes para inibir a maioria dos patógenos 
sensíveis. A ceftriaxona intramuscular, atualmente 
usada em associação com outro antibiótico, 
constitui o fármaco de escolha no tratamento das 
infecções gonocócicas. A excreção de 
cefoperazona e ceftriaxona ocorre principalmente 
pelo trato biliar, e não há necessidade de ajuste da 
dose na presença de insuficiência renal. Os outros 
fármacos são excretados pelo rim e, portanto, 
exigem um ajuste da dose em caso de insuficiência 
renal. 
Cefalosporinas de 4ª geração 
A cefepima é um exemplo de cefalosporina de 
quarta geração. É mais resistente à hidrólise por b-
lactamases cromossômicas (p. ex., aquelas 
produzidas por Enterobacter). Entretanto, à 
semelhança dos compostos de terceira geração, é 
hidrolisada por b-lactamase de espectro ampliado. 
A cefepima apresenta boa atividade contra P. 
aeruginosa, Enterobacteriaceae, S. aureus e S. 
pneumoniae. Mostra-se altamente ativa contra 
Haemophilus sp. e Neisseria sp. Penetra bem no 
líquido cerebrospinal, é depurada pelos rins e 
apresenta meia-vida de 2 horas; suas propriedades 
farmacocinéticas assemelham-se bastante às da 
ceftazidima. Entretanto, ao contrário desta, a 
cefepima tem boa atividade contra a maioria das 
cepas de estreptococos não sensíveis à penicilina e 
mostra-se útil no tratamento das infecções causadas 
por Enterobacter. 
Reações adversas 
Podem ocorrer reações de hipersensibilidade muito 
semelhantes às que ocorrem com as penicilinas, e 
pode haver alguma sensibilidade cruzada; cerca de 
10% dos indivíduos sensíveis à penicilina 
apresentarão reação alérgica às cefalosporinas. Foi 
relatada nefrotoxicidade (especialmente com 
cefadrina), uma vez que existe intolerância ao 
álcool induzida pelo fármaco. A diarreia também é 
comum e pode ser causada por C. difficile. 
Imipeném: Apresenta espectro muito amplo de 
atividade antimicrobiana e é ativo em muitos 
microrganismos gram-positivos e gram-negativos 
aeróbios e anaeróbios. Mostra-se resistente à 
maioria das b-lactamases, mas não às 
carbapenemases ou metalo-b-lactamases. O 
imipeném é inativado por desidropeptidases nos 
túbulos renais, resultando em baixas concentrações 
urinárias. Por conseguinte, é administrado em 
associação com um inibidor da desidropeptidase 
renal, a cilastatina, para uso clínico. Administrada 
via intravenosa 
Doripeném e o meropeném: assemelham-se ao 
imipeném, porém exibem atividade um pouco 
maior contra aeróbios Gram-negativos e um pouco 
menor contra microrganismos Gram-positivos. 
Não sofrem degradação significativa pela 
desidropeptidase renal e não necessitam de 
inibidor. A dose habitual de meropeném para 
adultos é de 0,5 a 1 g por via intravenosa, a cada 8 
horas. A dose habitual de doripeném para adultos é 
de 0,5 g na forma de infusão que deve durar de 1 a 
4 horas, a cada 8 horas. 
Ertapeném é menos ativo do que os outros 
carbapenêmicos contra P. aeruginosa e espécies de 
Acinetobacter. Não é degradado pela 
desidropeptidase renal. O ertapeném, que apresenta 
a meia-vida mais longa (4 horas), é administrado 
em dose única diária por via intravenosa ou 
intramuscular. O ertapeném intramuscular é 
irritante, e o fármaco é formulado com lidocaína a 
1% para administração por essa via. O ertapeném 
não é ativo suficiente contra P. aeruginosa, razão 
pela qual não deve ser um usado no tratamento de 
infecções causadas por esse microrganismo. 
Os carbapenêmicos penetram adequadamente nos 
tecidos e líquidos corporais, inclusive no líquido 
cerebrospinal. Indica-se o uso de um 
carbapenêmico para o tratamento de infecções 
causadas por microrganismos sensíveis que são 
resistentes a outros fármacos disponíveis, como P. 
aeruginosa, e de infecções aeróbias e anaeróbias 
mistas. Os carbapenêmicos são ativos contra 
numerosas cepas de pneumococos não sensíveis à 
penicilina. Os carbapenêmicos são altamente ativos 
no tratamento de infecções por Enterobacter, visto 
que resistem à destruição pela b-lactamase 
produzida por esses microrganismos. A 
experiência clínica sugere que os carbapenêmicos 
constituem o tratamento de escolha para as 
infecções causadas por bactérias Gram-negativas 
produtoras de b-lactamase de espectro ampliado. 
Efeitos adversos 
Os efeitos adversos mais comuns dos 
carbapenêmicos – que tendem a ser mais frequentes 
com o imipeném – consistem em náuseas, vômitos, 
diarreia, exantemas cutâneos e reações no local de 
infusão. A ocorrência de níveis excessivos de 
imipeném em pacientes com insuficiência renal 
pode provocar crises convulsivas. O meropeném, o 
doripeném e o ertapeném têm menos tendência a 
causar convulsões do que o imipeném. Os 
pacientes alérgicos às penicilinas podem ser 
alérgicos aos carbapenêmicos, porém a incidência 
de reatividade cruzada é baixa. 
Seu espectro de atividade limita-se a bastonetes 
Gram-negativos aeróbios (inclusive P. aeruginosa). 
Diferentemente de outros antibióticos b-
lactâmicos, não apresentam nenhuma atividade 
contra bactérias Gram-positivas ou contra 
anaeróbios. 
Aztreonam: é resistente à maioria das 
betalactamases. É administrado por injeção e tem 
meia-vida plasmática de 2 horas. O aztreonam tem 
um espectro de atividade incomum e é efetivo 
apenas contra bacilos gram-negativos aeróbios, 
como as espécies de Pseudomonas, Neisseria 
meningitidis e Haemophilus influenzae. Não tem 
ação contra microrganismos gram-positivos ou 
anaeróbios. seu espectro contra microrganismos. O 
fármaco tem boa penetração no líquido 
cerebrospinal. 
Efeitos adversos 
São, de forma geral, semelhantes aos de outros 
antibióticos betalactâmicos, porém esse agente não 
apresenta necessariamente reação imunológica 
cruzada com a penicilina e seus subprodutos e, 
assim, não provoca, habitualmente, reação alérgica 
em indivíduos sensíveis à penicilina. 
Glicopeptídeos 
A vancomicina é um antibiótico produzido pelo 
Streptococcus orientalis e Amycolatopsis 
orientalis. É ativa apenas contra bactérias Gram-
positivas. 
Mecanismos de ação 
A vancomicina inibe a síntese da parede celular por 
meio de sua ligação firme à extremidade terminal 
d-Ala-d-Ala do pentapeptídeo peptoglicano 
nascente. Essa ligação inibe a transglicosilase, 
impedindo o alongamento do peptidoglicano e a 
ligação cruzada. Em consequência, o 
peptidoglicano fica enfraquecido, e a célula torna-
se suscetível à lise. A membrana celular também é 
danificada, contribuindo para o efeito 
antibacteriano. 
Resistência 
A resistência à vancomicina nos enterococos deve-
se a uma modificação d-Ala-d-Ala da unidade de 
formação do peptidoglicano, em que a d-Ala 
terminal é substituída por d-lactato. Essa alteração 
resulta na perda de uma ligação de hidrogênio 
crítica, que facilita a ligação de alta afinidade da 
vancomicina a seu alvo, com perda da atividade. 
Esse mecanismo também é observado em cepas de 
S. aureus resistentes à vancomicina. O mecanismo 
subjacente na redução da sensibilidade à 
vancomicina em cepas de S. aureus de resistência 
intermediária não está totalmente elucidado. 
Todavia, essas cepas apresentam uma alteração do 
metabolismo da parede celular, que resulta em 
espessamento dessa parede, com número 
aumentado de resíduos de d-Ala-d-Ala, que atuam 
como sítios de ligação de extremidade fechada para 
a vancomicina. A vancomicina é sequestrada 
dentro da parede celular pelos alvos falsos e talvez 
não alcance seu local de ação. 
Farmacocinética 
A vancomicina é pouco absorvida pelo trato 
intestinal e administrada apenas por via oral para o 
tratamento da colite causada por C. difficile. As 
doses parenterais devem ser administradas por via 
intravenosa. O fármaco distribui-se amplamente 
pelo corpo. Ocorre excreçãode 90% do fármaco 
por filtração glomerular. Na presença de 
insuficiência renal, pode ocorrer acúmulo 
acentuado de vancomicina. 
Usos clínicos 
As principais indicações da vancomicina parenteral 
consistem em infecções da corrente sanguínea e 
endocardite causada por estafilococos resistentes à 
meticilina. A vancomicina oral pode ser usada 
como tratamento de primeira linha para casos 
graves de colite causada por C. difficile ou que não 
respondem ao metronidazol. 
Efeitos adversos 
Incluem febre, eritemas e flebite no local de 
infusão. Podem ocorrer ototoxicidade e 
nefrotoxicidade, e as reações de hipersensibilidade 
são ocasionalmente observadas. 
A teicoplanina é um antibiótico glicopeptídico 
muito semelhante à vancomicina no seu 
mecanismo de ação e espectro antibacteriano. Ao 
contrário da vancomicina, pode ser administrada 
por via intramuscular, bem como por via 
intravenosa. A teicoplanina apresenta uma meia-
vida longa (45 a 70 horas), possibilitando a sua 
administração em dose única por dia. Apresenta 
baixa penetração na barreira liquórica. Reações 
adversas em até 5% dos casos: reações cutâneas e 
disfunções hepáticas transitórias e possui menor 
risco de síndrome do pescoço vermelho, 
nefrotoxicidade e ototoxicidade, se comparada a 
vancomicina. 
Um lipoglicopeptídeo semissintético derivado da 
vancomicina. A telavancina mostra-se ativa contra 
bactérias Gram-positivas. A telavancina apresenta 
dois mecanismos de ação: inibe a síntese da parede 
celular por meio de sua ligação à extremidade 
terminal d-Ala-d-Ala do peptidoglicano na parede 
celular em crescimento; e altera o potencial de 
membrana da célula bacteriana e aumenta a 
permeabilidade da membrana. Sua administração é 
via intravenosa 1 vez por dia. O fármaco foi 
aprovado para o tratamento das infecções 
complicadas da pele e dos tecidos moles e da 
pneumonia hospitalar. A telavancina é 
potencialmente teratogênica, de modo que a sua 
administração a mulheres grávidas deve ser 
evitada. 
É um lipoglicopeptídeo semissintético derivado da 
teicoplanina. A dalbavancina compartilha o mesmo 
mecanismo de ação da vancomicina e da 
teicoplanina, porém apresenta melhor atividade 
contra inúmeras bactérias Gram-positivas, 
inclusive S. aureus resistente à meticilina e de 
resistência intermediária à vancomicina. A 
dalbavancina não é ativa contra a maioria das cepas 
de enterococos resistentes à vancomicina. A 
dalbavancina tem uma meia-vida extremamente 
longa, de 6 a 11 dias, possibilitando a sua 
administração intravenosa uma vez por semana. 
Foi estudada para o tratamento das infecções da 
pele e dos tecidos moles e infecções da corrente 
sanguínea associadas a cateter. 
A daptomicina é um novo produto de fermentação 
do lipopeptídeo cíclico do Streptomyces 
roseosporus. Seu espectro de atividade assemelha-
se ao da vancomicina, exceto pela possibilidade de 
ser ativa contra cepas de enterococos e S. aureus 
resistentes à vancomicina. 
A daptomicina liga-se à membrana citoplasmática 
e, em seguida, forma complexos de maneira 
dependente de cálcio. A formação de complexos 
provoca uma rápida perda do potássio celular, 
possivelmente pela formação de poros, bem como 
despolarização da membrana. Esse processo é 
seguido de interrupção na síntese de DNA, RNA e 
proteína, levando à morte celular. Não ocorre lise 
celular. 
 
A daptomicina pode causar miopatia, e os níveis de 
creatina fosfocinase devem ser monitorados 
semanalmente. O surfactante pulmonar antagoniza 
a daptomicina, razão pela qual não deve ser usada 
no tratamento da pneumonia. A daptomicina 
também pode causar pneumonite alérgica em 
pacientes que recebem terapia prolongada (mais de 
duas semanas). 
É um sal estável da fosfomicina (fosfonomicina) e 
análogo do fosfoenolpiruvato. A fosfomicina inibe 
a enzima citoplasmática, a enolpiruvato 
transferase, por meio de sua ligação covalente ao 
resíduo de cisteína do sítio ativo e por meio do 
bloqueio da adição do fosfoenolpiruvato à UDP-N-
acetilglicosamina. Essa reação constitui a primeira 
etapa na formação do ácido UDP-N-
acetilmurâmico, o precursor do ácido N-
acetilmurâmico, encontrado apenas nas paredes 
celulares bacterianas. O fármaco é transportado 
para dentro da célula bacteriana por sistemas de 
transporte de glicerofosfato ou de glicose 6-fosfato. 
A resistência deve-se ao transporte inadequado do 
fármaco para o interior da célula. 
Mostra-se ativa contra microrganismos tanto 
Gram-positivos como Gram-negativos. A 
fosfomicina está aprovada para uso em dose única 
de 3 g no tratamento das infecções não complicadas 
do trato urinário inferior em mulheres. Pode ser 
administrada VO ou parenteral. O fármaco parece 
seguro para uso durante a gravidez. 
A bacitracina é uma mistura peptídica cíclica 
obtida da cepa Tracy do Bacillus subtilis. Mostra-
se ativa contra microrganismos Gram-positivos. A 
bacitracina inibe a formação da parede celular ao 
interferir na desfosforilação no ciclo do 
transportador lipídico, que transfere subunidades 
de peptidoglicano à parede celular em crescimento. 
Não há resistência cruzada entre a bacitracina e 
outros agentes antimicrobianos. A bacitracina é 
muito nefrotóxica quando administrada por via 
sistêmica, sendo utilizada apenas topicamente. A 
bacitracina é pouco absorvida. A aplicação tópica 
resulta em atividade antibacteriana local. 
A ciclosserina é um antibiótico produzido por 
Streptomyces orchidaceous. É hidrossolúvel e 
muito instável em pH ácido. Inibe vários 
microrganismos Gram-positivos e Gram-
negativos, porém é usada quase exclusivamente na 
tuberculose causada por cepas de Mycobacterium 
tuberculosis resistentes aos agentes de primeira 
linha. 
A ciclosserina é um análogo estrutural da d-alanina 
e inibe a incorporação da d-alanina no pentapetídeo 
proteoglicano ao inibir a alanina racemase, que 
converte a l-alanina em d-alanina, e a d-alanil-d-
alanina ligase. A ciclosserina provoca grave 
toxicidade do sistema nervoso central relacionada 
com a dose, com cefaleias, tremores, psicose aguda 
e convulsões.

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