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Esteffane Seitz Reparo tecidual Resumo → Restauração da arquitetura e função dos tecidos após lesões. Ocorre por duas reações: → Regeneração através da proliferação de células residuais e maturação das células-tronco teciduais. → Deposição de tecido conjuntivo para formar cicatriz. Regeneração → Substituição de componentes danificados e retorno o seu estado normal. → Envolve proliferação celular controlada por fatores de crescimento e desenvolvimento de células maduras a partir de células tronco. → Ocorre por meio da proliferação de células que sobrevivem à lesão e conservam a capacidade de se proliferar. → As células-tronco podem contribuir para a regeneração. → Os mamíferos tem capacidade limitada de regeneração. PROLIFERAÇÃO CELULAR → Inclui o tecido lesado, células endoteliais vasculares (criam novos vasos que fornecem nutrientes) e fibroblastos (origem do tecido fibroso que forma cicatriz para preencher os defeitos que não foram corrigidas pelo reparo). → A forma de reparo é determinada por sua capacidade de proliferação. 3 tipos de tecido: → Tecidos lábeis ou instáveis: suas células são perdidas e substituídas pela maturação de células-tronco e pela proliferação de células maduras. Esses tecidos podem regenerar prontamente após lesão, se a reserva de células- tronco esteja preservada. → Tecidos estáveis: suas células são quiescentes e tem atividade proliferativa mínima em seu estado normal. Essas células podem se dividir em resposta à lesão ou perda de massa tecidual. A proliferação dessas células é importante Esteffane Seitz para cura de feridas. Tem capacidade limitada de se regenerar, exceto o fígado. → Tecidos permanentes: suas células não se proliferam na vida pós-natal. Incluem a maioria das células cardíacas e neurônios. Fazem proliferação, mas é sempre insuficiente para regeneração. Há formação de cicatriz. → A proliferação é controlada por sinais vindos de fatores de crescimento e matriz extracelular. → Os fatores de crescimento são produzidos por células próximas do local de dano. → A fonte mais importante dos fatores de crescimento são os macrófagos ativados pela lesão + células epiteliais e estromais. → A proliferação é complementada pelo desenvolvimento de células maduras a partir de células-tronco. MECANISMOS DA REGENERAÇÃO DE TECIDOS → Tecidos lábeis: se a membrana basal estiver intacta, as lesões são rapidamente substituídas por proliferação de células residuais e pela diferenciação de células-tronco. A perda de hemácias é corrigida por proliferação e células-tronco hematopoiéticas na MO. → A reparação é limitada, com exceção do fígado, exemplo: 1) Pâncreas, suprarrenal, tireoide e pulmão apresentam certa capacidade regenerativa. 2) Remoção cirúrgica do rim: produz resposta compensatória do rim que sobrou, ocorrendo hiperplasia e hipertrofia. 3) Regeneração hepática: -Acontece por meio de proliferação dos hepatócitos remanescentes e repovoamento por células progenitoras. a) Proliferação de hepatócitos após hepatectomia parcial: resultado da ação de citocinas + fatores de crescimento polipeptídicos. Fases: -Priming (fase 1): Células de Kupffer produz IL-6, que fazem com que as células parenquimatosas consigam receber e responder os sinais de crescimento. -Fase do fator de crescimento (fase 2): HGF e TGF-alfa (fatores de crescimento) são produzidos e agem nos hepatócitos, estimulando o metabolismo e a entradas as células no ciclo celular. -Fase de replicação de hepatócitos: mais de setenta genes são ativados, que codificam fatores de transcrição, reguladores de ciclo celular, reguladores de metabolismo. -Fase terminal: os hepatócitos voltam à quiescência. b) Regeneração do fígado a partir de células progenitoras: ocorre quando a função proliferativa dos hepatócitos é prejudicada, ai as células progenitoras contribuem. Deposição de tecido conjuntivo → Se os tecidos lesados não conseguirem se restituir por completo ou se a lesão for severa, o reparo ocorre por disposição de tecido conjuntivo (fibroso). → Esse processo resulta na formação de cicatrizes. Esteffane Seitz → A cicatriz fibrosa fornece estabilidade estrutural para que o tecido lesionado consiga funcionar. → Fibrose: extensa deposição de colágeno que ocorre nos pulmões, fígado, rins e etc. Etapas da formação de cicatriz Os macrófagos possuem papel crucial no reparo: Eliminam agentes agressores e tecido morto Fornecem fatores de crescimento para a proliferação de células Secretam citocinas que estimulam proliferação de fibroblastos. ANGIOGÊNESE → Formação de novos vasos sanguíneos que fornecem o2 e nutrientes. → Fundamental no processo. → Desenvolve circulações colaterais nos locais de isquemia. → Permite que tumores aumentem em tamanho. → Envolve o brotamento e novos vasos a partir de um já existente Etapas: → Vasodilatação em resposta ao óxido nítrico e aumento da permeabilidade induzida por fator de crescimento (VEGF). → Separação de periquitos da superfície abluminal e quebra da membrana basal, permitindo a formação do broto. → Migração de células endoteliais para a área de lesão. → Proliferação de células endoteliais. → Remodelamento em tubos capilares. → Recrutamento de células periendoteliais para formar um vaso maduro. → Supressão da proliferação, com migração endotelial e deposição da membrana basal. Vias de sinalização: → Fatores de crescimento: VEGFs: estimulam migração e proliferação das células endoteliais, vasodilatação, formação da luz vascular. -FGFs: estimulam proliferação de células endoteliais, migração de macrófagos e fibroblastos para área de lesão. -Angiopoietinas 1 e 2: papel na maturação dos novos vasos. -Sinalização Notch: regula o brotamento e formação de ramos e novos vasos. Esteffane Seitz -Proteínas da MEC: participam o processo de brotamento. -Enzimas na MEC: degradam a MEC para permitir remodelamento e extensão do vaso. DEPOSIÇÃO DE TECIDO Ocorre em duas etapas: → Migração e proliferação de fibroblastos para o local de lesão. → Deposição de proteínas da MEC produzidas por essas células. → São orquestradas por citocinas e fatores de crescimento que são provenientes de células inflamatórias presentes no local de lesão. → Fator de crescimento transformante-beta (TGF- beta): -Citocina mais importante para a deposição de tecido conjuntivo. -Citocina anti-inflamatória que limita e encerra respostas inflamatórias, inibindo a proliferação e atividade dos linfócitos e leucócitos. -Produzida pela maioria das células o tecido de granulação. -Estimula a migração e proliferação de fibroblastos, aumento da síntese de colágeno e fibronectina, redução na degradação da MEC. -Está envolvida na fibrose pulmonar, renal e hepática. → Com o tempo, o número de fibroblastos e novos vasos diminui, há aumento da deposição de MEC. → O tecido de granulação evolui para cicatriz com fibroblastos inativos, colágeno denso, fragmentos de tecido elástico. → Ocorre diminuição da vascularização e se transforma em uma cicatriz pálida e avascular. REMODELAMENTO DO TECIDO CONJUNTIVO → O resultado do reparo é influenciado pelo equilíbrio entre síntese e degradação de proteínas da MEC. → Depois da deposição, a cicatriz continua remodelando. → Metaloproteinases de matriz (MMPs): degrada colágeno e outros componentes da MEC. → Inibidoras de metaloproteinases de tecidos específicos (TIMPs): inibe a atividade das MMPs. Fatores que influenciam o reparo → Infecção → Diabetes → Estado nutricional → Glicocorticoides → Fatores mecânicos → Perfusão deficiente → Corpos estranhos → Tipo e extensão da lesão→ Local da lesão Esteffane Seitz Exemplos clínicos de reparo e fibrose CURA POR PRIMEIRA INTENÇÃO → Quando a lesão envolve apenas a camada epitelial, o reparo é por regeneração epitelial. → Exemplo: reparo de incisão cirúrgica. → Reparo possui 3 passos: inflamação, proliferação e maturação. → Provoca rápida ativação das vias de coagulação, formando coagulo sanguíneo. → 24H: neutrófilos estão na margem de incisão migrando para o coagulo. → Dia 3: neutrófilos são substituídos por macrófagos, o tecido de granulação invade o espaço de incisão. → Semana 2: há acumulo de colágeno e proliferação de fibroblastos. CURA POR SEGUNDA INTENÇÃO → Ocorre quando a perda de células e tecidos é mais intensa. → Reação inflamatória mais intensa → Desenvolvimento abundante de tecido de granulação. → Acumulo de MEC. → Formação de grande cicatriz. → Coagulo de fibrina maior, mais exsudato e restos necróticos. FIBROSE EM ÓRGÃOS PARENQUIMATOSOS → TGF-beta: principal citocina envolvida na fibrose Anormalidades no reparo de tecidos → Formação inadequada de tecido de granulação ou formação de cicatriz podem levar a deiscência da feria ou ulceração. → Formação excessiva dos componentes do processo de reparo pode dar origem a cicatrizes hipertróficas e queloides. → Granulação exuberante.
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