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Aplicação da Lei Penal no espaço e no tempo 1 Hitalo Rian Magalhães Pinto Centro Universitário UNIFG RESENHA CRITICA Aplicação da Lei Penal no espaço e no tempo O Direito Processual Penal é um ramo autonomo do direito, tem seu código próprio e suas particularidades, sendo assim, segue regras e principios, e foi se apegando em um desses principios que o Professor Eujecio deu inicio a sua explanação acerca do tema “Aplicação da Lei Penal no espaço e no tempo”. Quanto à aplicação no espaço, a Lei Penal segue o principio da territorialidade, previsto no Artigo 1º do Código de Processo Penal, onde diz que as normas devem ser aplicadas estritamente em fatos ocorridos dentro do nosso território brasileiro. Entretanto, o próprio artigo traz consigo exceções, previstas nos seus Incisos I, II, III, IV e V. Antes de falar das exceções, gostaria de opinar acerca de uma colocação feita pelo Professor Eujécio na aula, onde encontrei divergência, foi dito que existem situações que ocorrem fora do Território Nacional onde pode ser aplicada a norma do CPP, citando o art. 7º do Código Penal, porém, o Código Processual Penal se restringe ao principio da territorialidade, nesse caso se aplica a Lei Penal estritamente, pois a mesma abrange os principios da territorialidade e extraterritorialidade. Trecho de um artigo escrito pelo Doutor e Mestre em Direito, Dr. Ionilton Pereira do Vale: Aplicação da Lei Penal no espaço e no tempo 2 “O Código Penal adotou, em alguns casos, a ultra ou extraterritorialidade. O Código de Processo Penal, por seu turno, adotou apenas o princípio da territorialidade, ou seja, a lei processual penal só se aplica no âmbito do território nacional” Satisfeita essa questão, voltamos para as exceções previstas nos Incisos, o Inciso I abrange os casos em que o Brasil for signatário de um Tratado ou convenção Internacional, esta ganhando status superior ao da lei processual penal, Inciso II, as prerrogativas de função do presidente e ministros do STF são tratadas de forma especifica na Constituição Federal ou em lei própria, III, casos militares, onde se aplica o código próprio militar, Inciso IV, que não é recepcionado pela CF/88 já que não há tribunal de exceção no Brasil, texto da CF/37, e, por fim o Inciso V, lei de imprensa que também não foi recepcionada pela CF, pois foi julgada inconstitucional por meio da ADPF 130. Agora falando sobre a Lei Processual Penal no tempo, em regra a norma terá aplicação imediata, art. 2º do CPP, tempus regit actum, respeitando os casos de prazos já iniciado, art 3º da Lei de Introdução ao Codigo Penal, , porém há de se analisar se a norma é puramente processual penal, ou se é material, no caso da norma que traz conteudo material (Direito Penal), o conteudo penal pode retroagir, desde que seja benéfico ao Réu. Deixando claro que o Processo Penal se apega ao procedimento, não importando se traz beneficios ou maleficios ao réu, por isso retroage quando tem aspecto material, e quando for benéfica ao réu, enquanto o processual terá sua aplicação imediata. Também é exceção nos casos de Institutos ligados à prisão (art. 2º da LICPP), se a lei processual nova for favorável ao acusado, também retroage. Após assistir a aula faz-se necessário pontuar a clareza nos fatos expostos pelo Professor Eujécio, tópicos bem entrelaçados facilitando o entendimento, aliando com algumas leituras extras pude sair com um bom dominio do conteudo, sendo este de suma importância para os agentes do Direito, pode ser feita muita confusão acerca deste conteúdo, e nada melhor que uma boa explanação acerca do tema para sanar essas confusões, assim, Aplicação da Lei Penal no espaço e no tempo 3 conforme o principio previsto no art. 2º do Código Processual Penal, sempre que bater o esquecimento acerca do conteúdo, basta recorrer a essa aula de forma imediata. Referências COELHO, Daniela. (2018). Processo Penal (no tempo e no espaço) e métodos de interpretação e integração. Jusbrasil. Acesso em 18 de março de 2021; VALE, Ionilton Pereira. A aplicação da lei Processual Penal e no Direito Penal no espaço: A distinção acerca do lugar do crime. Jusbrasil. Acesso em 18 de março de 2021;