Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PNEUMONIA EPIDEMIOLOGIA: · A Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC), ainda é a principal causa de morte no mundo, sendo a terceira causa de mortalidade no Brasil. · Tem que saber fazer o diagnóstico e tratamento para conseguir diminuir o número de mortes no Brasil. DEFINIÇÃO: · Pneumonia adquirida fora do ambiente hospitalar ou de unidades especiais de atenção à saúde ou, ainda, que se manifesta em até 48 horas da admissão à unidade assistencial. · PAC: Adquirir fora do hospital ou se o paciente estiver apenas por 48 horas no hospital ela ainda é considerada PAC, pois não deu tempo dele adquirir essa pneumonia dentro do hospital. FISIOPATOLOGIA: · Processo inflamatório e infeccioso (bactérias aeróbias ou anaeróbias) do parênquima pulmonar, que acomete as vias aéreas terminais: bronquíolos, alvéolos e interstício. · Existem também as pneumonias virais, porém a mais frequente e incidente é a pneumonia bacteriana. · As bactérias penetram nos pulmões por aspiração de secreções orofaríngeas contaminadas, ou pela inalação de bactérias presentes no ar. · Aspiração de secreção contaminada → Por exemplo, paciente chegou no PS inconsciente com escala de Glasgow 8 ou menos, a primeira conduta será proteção de vias aéreas (intubação), pois devido ser um paciente desorientado e inconsciente ele pode fazer uma aspiração de secreção e acaba causando uma pneumonia. Às vezes, o paciente está saturando bem e sem taquipneia, porém está inconsciente, consequentemente, tem que entubar pois ele pode fazer uma broncoaspiração e desenvolver uma pneumonia aspirativa. · A aspiração de secreções orofaríngeas contaminadas ocorre normalmente durante o sono, ou nos distúrbios de consciência (+ frequente). · Mecanismos de defesa do trato respiratório: · Sistema mucociliar → Todo epitélio respiratório tem os cílios que fazem a proteção, impedindo a entrada do microrganismo. · Reflexo de tosse → Quando engasga devido uma aspiração o reflexo será a tosse. · Células fagocíticas (macrófagos) alveolares → Faz fagocitose dos microorganismos. · Imunoglobulinas secretadas (impede a infecção pulmonar) → Proteção, vai impedir a infecção pulmonar devido a produção de anticorpos. · Mecanismos de defesa do trato respiratório podem estar prejudicados: · Tabagismo e poluição (fogão à lenha) · Obstrução crônica das vias aéreas (DPOC e asma - os dois são processos obstrutivos crônicos) · Edema pulmonar → Paciente que já tem uma ICC, têm mais probabilidade de desenvolver um edema pulmonar e este desencadear uma pneumonia. · Perda da consciência → aspiração de secreção contaminada (sempre proteger as vias aéreas - intubação) · Deficiência de imunoglobulinas → não produz anticorpos que têm função de proteção mediante aos microrganismos. · Neutropenia → Pacientes que realizaram quimioterapia e resultou em um neutropenia, consequentemente não vai ter os neutrófilos que são células fagociticas, logo não fará a limpeza dos microrganismos. · Infecções virais → ex: COVID, pode resultar em uma pneumonia secundária. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: · Infecção respiratória superior (dor de garganta, raspando) seguida de febre. · Dor torácica ventilatório dependente → Puxa o ar e sente dor. · Tosse produtiva com escarro purulento → Pode iniciar com uma tosse seca e evoluir para uma tosse purulenta. · Dispnéia · Confusão mental, cefaléia, mialgia, calafrios, sudorese → sinais e sintomas gerais de infecção. *Paciente chegou ao PS com queixa de dificuldade de respirar, febre e tosse produtiva. A partir dessas manifestações clínicas podemos suspeitar de uma pneumonia. DIAGNÓSTICO: · Exame físico: · Tiragem intercostal - inspeção do tórax · Taquipneia (aumento de FR) · Percussão: Macicez ou submacicez → pulmão está consolidado (formado pelo processo inflamatório e infeccioso do brônquio, alvéolo ou interstício) · Estertores (crepitações grossas) e Roncos (obstrução) · Batimento de asa nasal - inspeção · Diminuição do murmúrio vesicular (MV) e frêmito aumentado (sólido). · Radiografia do Tórax (PA + P) → Se estiver em um lugar que tem disponibilidade de Raio-X, tem que solicitar. · Consolidação (área branca) · Broncograma aéreo → raminho preto (brônquio) · Contagem de leucócitos → Toda infecção pode aumentar o número de leucócitos - leucocitose. · Pró-calcitonina/ PCR → Provas inflamatórias. · Procalcitonina → Ajuda no prognóstico e seguimento da doença, pois conforme vai tratando o valor da procalcitonina e caindo indicando que o tratamento está sendo eficaz. · Exame microscópico de escarro · Casos graves ou sem resposta clínica rápida aos antimicrobianos. · Não necessariamente precisa saber a etiologia da pneumonia, realiza um tratamento de forma empírica com as bactérias que mais causam as pneumonias. · Esse exame (agente etiológico específico - escarro ou hemocultura - fazer antibiograma) só é realizado em casos mais graves e que não respondem ao tratamento. TRATAMENTO: Como todas as doenças até agora (Asma, DPOC) é preciso classificar e certificar se é uma pneumonia leve, moderada ou grave. No caso da pneumonia a classificação é realizada através do ESCORE CURB-65: Cada letra tem um significado, e cada uma que der positiva vai pontuar = 1 ponto (escala de 0-5) · C: CONFUSÃO MENTAL · U: UREIA → > 50mg/dl (processos infecciosos podem prejudicar a função renal e aumenta a ureia e creatinina). · R: FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA → >/= 30 ciclos/min · B: PRESSÃO ARTERIAL → Sistólica < 90 mmHg ou Diastólica </= 60 mmHg (chocado - PA baixa) · 65: IDADE → Paciente > ou igual 65 anos. Pontuação: · 0 - 1 → MORTALIDADE BAIXA (1,5%) · Tratamento AMBULATORIAL · 2 → MORTALIDADE INTERMEDIÁRIA (9,2%) · Tratamento HOSPITALAR (se achar que tem condição de tratar em casa pode liberar) · 3 ou mais → MORTALIDADE ALTA (22%) · Tratamento HOSPITALAR · 4-5 INTERNAÇÃO EM UTI (pois a chance de complicar é muito alta). CRB-65 SIMPLIFICADO: Quando no atendimento não tem disponibilidade de realizar dosagem de UREIA. · C: CONFUSÃO MENTAL · R: FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA → >/= 30 ciclos/min · B: PRESSÃO ARTERIAL → Sistólica < 90 mmHg ou Diastólica </= 60 mmHg (chocado - PA baixa) · 65: IDADE → Paciente > ou igual 65 anos. ANTIBIÓTICOS (ATB): 1) Macrolídeos → AZITROMICINA ou CLARITROMICINA 2) Beta-lactâmicos → PENICILINAS (AMOXICILINA + CLAVULANATO) ou CEFALOSPORINAS 3) Quinolonas → LEVOFLOXACINO TRATAMENTO AMBULATORIAL (0 - 1): PREVIAMENTE HÍGIDO (sem comorbidades) 1) Macrolídeo (azitromicina ou claritromicina). ou 2) Beta-lactâmico (Penicilinas - Amoxicilina ou/+ Clavulanato ou Cefalosporina - ceftriaxone). · Mais usado no tratamento ambulatorial é o macrolídeo (azitromicina) ou beta-lactâmico (amoxicilina ou amoxicilina + clavulanato). · A amoxicilina com clavulanato recebe o nome de CLAVULIN. · Tratar de 5 -7 dias. DOENÇAS ASSOCIADAS - (comorbidades ou ATB - 3 meses): 1) Macrolídeo + Beta-lactâmico → Nesse caso, paciente vai usar azitromicina + amoxicilina com clavulanato. · 1ª escolha 2) Quinolona respiratória (Levofloxacino ou moxifloxacino) → Lembrar que o ciprofloxacino não é usado muito pra pulmão, pois não pega muito o microrganismo pulmonar, mais usado em infecções urinárias. INTERNADOS NÃO GRAVES (2): São pacientes que no momento não está grave (enfermaria), porém podem complicar. 1) Macrolídeo (azitromicina) + Beta-lactâmico (ceftriaxone) 2) Quinolona respiratória (Levofloxacino ou moxifloxacino) · Quando o paciente está internado a classe dos beta-lactâmicos mais utilizados será às CEFALOSPORINAS, e não mais as penicilinas como era no ambulatorial. Nesse caso, a cefalosporina mais usada é o ceftriaxone e vai usar junto com o macrolídeo que seria a azitromicina. ADMITIDOS EM UTI (4 - 5): SEM RISCO DE Pseudomonas sp 1) Macrolídeo + Beta-lactâmico (ceftriaxone) 2) Beta-lactâmico (ceftriaxone) + Quinolona Respiratória (levofloxacino - 500 mg) COM RISCO DE Pseudomonas sp 1) Beta-lactâmico (ceftriaxone) + Quinolona (levofloxacina - aumenta a dosagem - 750mg) OBS: Agente etiológico → Bactéria mais comumé a Estreptococos pneumoniae (típico - beta-lactâmico). Sempre associa o macrolídeo porque ele atua mais em bactérias atípicas.
Compartilhar