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Oftalmologia - efeito das drogas no olho

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Oftalmologia Esther Salomão- Med 99 
 Efeito das drogas no olho 
EFEITOS SISTÊMICOS 
> Absorção pelas vias lacrimais → absorvido pela 
mucosa nasal e pode provocar efeitos colaterais, 
porque é uma área de grande absorção. 
> Crianças têm maior sensibilidade (aos efeitos 
colaterais) e menor volume sanguíneo → absorve mais 
as medicações. 
> Recomenda-se oclusão do saco lacrimal logo após 
instilar colírio nos olhos. 
 
> A glândula lacrimal principal está localizada na região 
temporal. 
> A lágrima é produzida por essa glândula e ao piscar é 
liberada. Desce por gravidade e é drenada pelos pontos 
lacrimais superior e inferior e vai para o saco lacrimal. 
 
 
 
> Pede-se ao paciente para abrir o olho e pingar logo no 
ponto lacrimal e ocluir por uns 10 segundos para 
absorver mais. 
EFEITOS SISTÊMICOS DOS COLÍRIOS 
 Beta Bloqueadores: broncoconstrição, bradicardia. 
 Alfa- Agonistas (Tartarato de brimonidina): 
sonolência (principal – crianças), insuficiência renal e 
cerebral. 
 Agonistas colinérgicos (pilocarpina): cefaleia, 
gastrite, broncoconstrição. 
 Prostaglandinas: trabalho de parto precoce, 
broncoconstrição. 
 As medicações antiglaucomatosas não são 
seguras, então, se a paciente tem glaucoma e 
quer engravidar, deve consultar um 
oftalmologista antes. A mais segura é o 
Tartarato de Brimonidina. 
 Ciclopentolato/Fenilefrina/Atropina: Alucinações, 
taquicardia e euforia. 
 São colírios que dilatam e diminuem a 
progressão de miopia. 
 Vasoconstritores: Hipertermia, arritmia, euforia, 
rubor facial. 
 Corticóides: Hipercortisolismo. 
MEDICAÇÕES SISTÊMICAS E SEUS 
EFEITOS OCULARES 
 Corticosteróides: catarata e glaucoma. 
 Cloroquina: Seus efeitos podem causar ceratopatia e 
maculopatia. 
 Usado para tratar doenças reumáticas e 
colagenoses. 
 Hidroxicloroquina: pode fazer impregnação 
macular com uso muito prolongado, mais de 
3g/dia por 3 anos seguidos. 
 Muito raro ter impregnação macular com a 
hidroxicloroquina. 
 A suspensão da Cloroquina diminui a 
impregnação macular, mas pode deixar 
sequela. 
 Sulfas: podem causar crise de glaucoma agudo devido 
congestão da coroide, levando a anteriozação do 
diafragma irido-cristaliniano e daí o fechamento 
angular. 
 Somente em pacientes passíveis de oclusão – 
ângulo estreito 
 Cocaína: pode causar lesões corneanas desde ceratite 
puntata até úlceras corneanas. Sistemicamente pode 
 
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causar alucinações visuais. Oclusões de artéria central 
da retina e neovascularização retiniana. 
 Maconha: hiperemia e dilatação ocular, pode reduzir a 
pressão intraocular. 
 Tabaco: aumento do risco de catarata, DMRI, 
aterosclerose e neuropatia óptica. 
 Álcool etílico: o uso crônico pode levar a 
hipovitaminose A que leva a cegueira noturna e ao 
olho seco. 
 Existe uma síndrome ocular chamada de 
síndrome tabaco-álcool que leva a uma neurite 
óptica. 
 Anfetaminas: alucinações visuais e dilatação pupilar 
que pode gerar crise de glaucoma agudo (pacientes que 
são propensos – ângulo estreito). 
 Vigabatrina (anticonvulsivante) - Neuropatia 
óptica/defeitos de campo visual. 
 Citrato de Sidenal (tratamento de disfunção erétil) - 
Hiperemia ocular, midríase, borramento visual, relatos 
de neuropatia óptica isquêmica. Não recomendado em 
retinopatia diabética e em retinose pigmentar. 
 Causam amolecimento da íris – floppy íris. 
 Atropina (broncodilatador, antiarrítmico) - Crise 
aguda de glaucoma em olhos com ângulos 
predispostos. Medicação midriática. 
 Antagonistas colinérgicos (insuficiência vesical) - 
Midríase farmacológica/crise aguda de glaucoma em 
olhos com ângulos predispostos. 
 Tamoxifeno antineoplásico (câncer de mama) - 
Retinopatia cristalínica. 
 Etambutol (antituberculose) - Neuropatia 
óptica/defeitos de campo visual. 
 Tetraciclina (antibiótico) - Melhora de sintomas de 
 olho seco, hipertensão intracraniana (pseudotumor 
cerebral). 
 Secam as glândulas de gordura e fazem 
modulação do colágeno. 
 Utilizada em hordéolos. 
 Amiodarona (antiarrítmico) - Córnea verticillata 
(pigmentações castanhas na córnea que não causam 
baixa de visão), neuropatia óptica. 
 Hormônios contraceptivos (contracepção) - 
Hipertensão intracraniana (pseudotumor cerebral), 
alteração de coagulação e alteração hepática. 
 O pseudotumor cerebral é muito comum em 
pacientes obesas que usam anticoncepcional. 
 Fazem uma neurite óptica devido à hipertensão 
intracraniana idiopática. 
 Clorpromazina/Tioridazina (afecções psiquiátricas) - 
Alterações pigmentares da retina com pouca 
repercussão na acuidade visual. 
 
 
> Cristalino com depósitos na capsula anterior por 
corticoide. 
 
> Córnea verticillata em usuário de Amiodarona. 
 
> Catarata em usuário de corticoide. 
 
 
 
> Impregnação macular por cloroquina. 
 
Sumário 
 Sempre interrogar sobre o uso de 
medicações oculares durante 
anamnese. 
 Sempre desconfiar de drogas 
sistêmicas de uso crônico. 
 Encaminhar ao oftalmologista antes 
dos sintomas. 
 Acompanhar médico clínico + 
oftalmologista.

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