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Samara Pires- MED25 Semiologi� Médic� Semiologia da dispneia 1. Conceito, tipos e características gerais ● Dispneia → dificuldade para respirar. Pode estar acompanhada de taquipneia (aumento da frequência) ou hiperpneia (aumento da amplitude); ● Ortopneia → paciente precisa estar sentado ou em pé para obter algum alívio da dispneia; ● Trepopneia → dispneia que surge em decúbito lateral; ● Platipneia → dispneia que surge quando o paciente passa da posição deitada para sentado ou em pé. Ex.: malformação arteriovenosa, forame oval patente. 2. Causas da dispneia ● Causas atmosféricas: ar rarefeito, por exemplo → mudança de altitude. ● Causas obstrutivas: redução do calibre das vias respiratórias (desde a faringe até os bronquíolos). - Obstrução parietal. Ex.: laríngea → difteria, estenose por tuberculose. - Obstrução intraluminal. Ex.: traqueia → bócio, neoplasias malignas, aneurisma da aorta. - Obstrução brônquica: intraluminal, parietal ou mista. - Obstrução bronquiolar: sempre mista. ● Causas parenquimatosas: reduzem a área de hematose. Samara Pires- MED25 ● Causas toracopulmonares: reduzem a elasticidade e a movimentação → geram assimetria de hemitórax e dispneia. Ex.: fratura de arcos costais e cifoescoliose. ● Causas diafragmáticas: interferência nos movimentos do diafragma. Ex.: paralisias, hérnias. ● Causas pleurais: a dispneia é gerada por alguma irritação que provoca dor que aumenta com a inspiração, o que faz o paciente se posicionar em decúbito sobre o lado que o incomoda. Outro exemplo é o derrame pleural. ● Causas cardíacas: congestão passiva dos pulmões. ● Causas de origem tecidual: atividade muscular intensifica (ex.: exercício físico) → dispneia. ● Causas do sistema nervoso: podem ser de origem neurológica (alteração no ritmo respiratório) ou psicogênica (dispneia suspirosa). 3. Ruídos ● Sibilância/chiado/”chieira”: paciente refere ruído principalmente na fase de expiração → o tom é musical e parece o miado de um gato. Costuma ocorrer no período noturno. - Prenúncio de crise asmática (redução do calibre da árvore brônquica) Obs.: no adulto, pode ser manifestação de broncospasmo infeccioso. - Causas: asma, bronquite aguda, tuberculose brônquica, neoplasias, insuficiência ventricular esquerda, fármacos colinérgicos e bloqueadores beta-adrenérgicos e embolia pulmonar. 4. Inspeção ● Observar a coloração da pele do paciente (ver se há cianose ou palidez na pele, unhas, lábios e mucosa oral) e o grau de hidratação → ver pápulas, nódulos e tubérculos; ● Observar baqueteamento (hipocratismo) digital: unha em vidro de relógio → evidencia hipoxemia crônica e aumento da falange distal; Samara Pires- MED25 ● Sinal de Lemos Torres: abaulamento dos espaços intercostais durante a expiração. ● Sinal de Ramond: contratura da musculatura paravertebral. ● Sulcos de Harrison e rosário raquítico: resultam da redução da curvatura dos arcos costais na altura das articulações condroesternais, formando um canal raso. 5. Tipos de tórax (inspeção estática) ● Chato ou plano: perde a convexidade normal da parede anterior, reduz o diâmetro anteroposterior. O ângulo de Louis torna-se nítido; Samara Pires- MED25 ● Alado: escápulas são mais baixas e se afastam da caixa torácica; ● Tórax em tonel ou globoso: aumento exagerado do diâmetro anteroposterior → horizontalização dos arcos costais e abaulamento da coluna dorsal. Comum em DPOC (enfisema pulmonar). Não deve ser confundido com o envelhecimento, em que há um esboço desse tórax. ● Tórax infundibuliforme (pectus excavatum): depressão na parte inferior do esterno e na região epigástrica. Deformidade que, geralmente, é de natureza congênita. ● Tórax cariniforme (pectus carinatum): o esterno é proeminente e as costelas horizontalizadas (tórax de pombo). Pode ser de origem congênita ou por raquitismo. ● Tórax cônico: parte inferior é exageradamente alargada → parece um sino ou tronco de cone. Ex.: hepatomegalia, ascite volumosa. ● Tórax cifótico: a coluna dorsal se curva e forma uma gibosidade. Pode ser de origem congênita ou ser resultante de postura defeituosa. ● Tórax cifoescoliótico: cifose + escoliose (desvio lateral da coluna vertebral). Samara Pires- MED25 6. Inspeção dinâmica ● Posição e decúbito preferencial do paciente; ● Avaliar frequência respiratória: taquipneia, bradipneia, apneia; ● Verificar a forma com que o paciente respira - Uso de músculos acessórios/batimento da asa do nariz; - Movimento respiratório torácico paradoxal (provável traumatismo); - Lábios semicerrados na expiração (pacientes com DPOC). ● Ritmo respiratório - Respiração de Cheyne-Stokes: apneia e incursões respiratórias profundas, seguidas de incursões mais lentas → o excesso de CO₂ na apneia faz com que a resposta do centro bulbar seja intensa, o que aumenta progressivamente a amplitude dos movimentos respiratórios, mas, quando a concentração de CO₂ normaliza, não há estímulo do centro respiratório e a amplitude dos movimentos reduz bastante, o que eleva o gás carbônico novamente e o ciclo se repete. Ex.: insuficiência cardíaca grave, hipertensão intracraniana, AVC e traumatismo cranioencefálico; - Respiração de Biot: apneia e movimentos inspiratórios e expiratórios anárquicos quanto ao ritmo e à amplitude. Indica grave comprometimento encefálico; - Respiração de Kussmaul: (1) inspirações ruidosas, gradativamente mais amplas, alternadas com inspirações rápidas e de pequena amplitude; (2) apneia em inspiração; (3) expirações ruidosas gradativamente mais profundas alternadas com inspirações rápidas e de pequena amplitude; (4) apneia em expiração. Resumindo: inspiração → apneia → expiração → apneia. Ex.: acidose (principalmente diabética). - Respiração suspirosa: movimentos inspiratórios de amplitude crescente e expiração breve e rápida. Ex.: tensão emocional e ansiedade. Samara Pires- MED25
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