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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE QUÍMICA RELATÓRIO DA PRÁTICA: CRIOSCOPIA Aluno: Vítor Patrício da Silva Medeiros – 2017210275. Disciplina: Físico-Química Experimental. Professor: Antonio Luciano. Seropédica/RJ 2019 1. INTRODUÇÃO As propriedades coligativas são aquelas que surgem quando se há adição de um soluto não volátil a um solvente e que dependem da concentração da solução, ou seja, quanto maior a concentração maior será o efeito da propriedade. Essas propriedades são: tonoscopia, crioscopia, ebulioscopia e pressão osmótica. A propriedade que será o foco deste relatório é a crioscopia. Toda a propriedade coligativa vem da diminuição do potencial químico do solvente líquido que é provocada pela presença do soluto. Quando há a adição de um soluto em um solvente puro A, a sua fração molar passa de 1 para um valor entre 0 e 1. Já o potencial químico passa de µ*A, quando o solvente está puro e sua fração molar é 1 (xA=1), para µ*A + RTlnxA, quando há a presença do soluto. Como xA é menor que 1, ln xA é negativo, logo, com a adição de um soluto, a temperatura e pressão constante, o potencial químico do solvente na mistura diminui. Então, para se restaurar o equilíbrio entres essas duas fases, a sólida e a solução, do solvente, a temperatura deve diminuir. Quando essa temperatura for alcançada teremos a igualdade entre os potenciais químicos das fases do solvente: μA(l)(Tf,P) ∗ + RT ln xA = μA(g)(Tf,P) ∗ Sendo que o lado esquerdo da equação acima uma representação do potencial químico do solvente A na solução, e o lado direito, o do sólido puro. O asterisco indica as substâncias puras, enquanto aA, a atividade do solvente na solução. A diferença de potenciais químicos que aparecem nessa equação, como se refere às espécies puras, identifica-se como a energia de Gibbs de fusão do solvente. Um bom modo que se tem para explicar o fenômeno da elevação do ponto de ebulição é dizer que as partículas do soluto fazem com que a tendência de escape do solvente diminua. É por esse motivo que se pretende elevar uma solução ao seu ponto de fervura, deve-se desprender uma maior quantidade de energia quando comparada ao solvente puro. Como essa tendência mencionada anteriormente resigna mudança para qualquer outra fase, pode-se de forma mais abrangente aplicar o mesmo conceito a fim de estabelecer um parâmetro não só para a ebulição, mas também para o congelamento: agora, a fim de congelar o solvente precisa resfriar-se a uma temperatura mais baixa para compensar sua tendência de escape diminuída. A crioscopia é o abaixamento da temperatura de congelamento de um solvente, causado pela adição de um soluto não volátil. Pode ser visto que o abaixamento crioscópico é diretamente proporcional à constante crioscópica. Para a crioscopia utiliza-se a Lei de Raoult. Δ𝑡𝑐 = 𝐾𝑐𝑀𝑚 Onde K é a constante crioscópica, que é definida em: 𝐾𝑐 = 𝑅𝑇𝑐0 2 1000𝐿𝑓 2. OBJETIVO Determinar a massa molar do enxofre rômbico, utilizando o método crioscópico. 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Pesou-se 10,0g de naftaleno e transferiu-se para um tubo de ensaio limpo e seco. Em seguida colocou-se o tubo de ensaio em um bécher com água e aqueceu-se a água até que o naftaleno fundisse. Retirou-se o bico de Bunsen e deixou-se o naftaleno esfriar lentamente, com agitação. Após leu-se e anotou-se a temperatura a cada minuto, iniciou-se a 85ºC e finalizou-se a 75ºC. Regulou- se a chama do bico de Bunsen, de modo que água permanecesse em torno de 80ºC. Pesou-se 0,5g de enxofre em pó. Aqueceu-se a água do bécher até que fundisse o naftaleno, com cuidado, abriu-se o tubo e juntou-se todo o enxofre ao naftaleno. Fechou-se o tubo e agitou-se até que todo enxofre se dissolvesse. Retirou-se o bico de Bunsen e deixou-se a solução esfriar, agitando-se continuamente. Leu-se e anotou-se a temperatura a cada minuto, começou-se a 85ºC e terminou-se a 70ºC. 3.1 MATERIAIS Os materiais utilizados na prática foram: Balança Naftaleno Tubo de ensaio Bécher Água Bico de Bunsen Termômetro Enxofre em pó 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados são obtidos conforme as informações fornecidas ao desenvolvimento deste relatório. Sabe-se que: A temperatura do naftaleno antes da adição de enxofre rômbico foi: 80ºC. Temperatura do naftaleno depois da adição de enxofre rômbico foi: 78,7ºC. Massa do enxofre rômbico utilizada: 0,5g. Massa do naftaleno utilizada: 10,0g. Massa molar do enxofre rômbico: 256g/mol. Através dos dados obtidos, pode-se resolver a seguinte expressão para o cálculo da massa, ao rearranjar a expressão. ∆Tf = msL ∗ Kf → msL ∗ = ∆Tf Kf Onde: ΔTf é a diferença das duas temperaturas do naftaleno; m*sl é a molalidade do soluto; Kf é a constante crioscópica do solvente, e Kf = 6,85 Kg.K/mol E por definição pela equação 1, obtém-se: msL ∗ = nsL msv → msL ∗ = msL MsL msv equação 2 Onde: nsL = número de moles do soluto msv = massas do solvente em Kg msL = massas do soluto em g MsL = massa molar do soluto Rearranjando a equação 2 acima, temos: msL ∗ = msL msv MsL Igualando a equação 1 com a 2, tem-se: msL msv MsL = ∆Tf Kf MsL = msL msv ( Kf ∆Tf ) Substituindo os valores na equação acima, temos que a massa molar do enxofre é dada por: MsL = 0,5 0,010 6,85 (80 − 78,7) = 263,46 g mol Calculando a discrepância percentual da massa molar do enxofre rômbico experimental com o valor teórico, obtém-se: Erro(%) = | Valor experimental−Valor teórico Valor teórico | Erro(%) = | 256−263,46 256 | ∗ 100 = 2,91% Encontrou’ 5. CONCLUSÃO Conclui-se que o experimento envolvendo a crioscopia é um método eficiente para a determinação da massa molar do enxofre rômbico, pois conforme a discrepância percentual calculada a partir do procedimento experimental, obteve-se um erro de 2,91% (263,46g/mol), comparado a massa molar do enxofre rômbico teórico que foi 256g/mol, valor baseado na literatura. Ou seja, o erro calculado encontra-se dentro da margem de erro aceitável de 15%. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS RAYMOND, C. Química. 7. ed. Cuauhtémoc, México: McGRAWW-HIL, 2002. RUSSELL, J.B. Química Geral. 5. ed. Rio de Janeiro: McGRAWW-HIL, 1981 ATKINS, P. W.; JONES, Loretta (Autor). Princípios de química:questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006