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APRENDIZAGEM E APLICAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. RESUMO DA UNIDADE A Psicopedagogia é a disciplina que aplica o conhecimento psicológico e pedagógico à educação, ou seja, é uma ciência aplicada na qual se fundem a Psicologia e a Pedagogia, cujo campo de aplicação é a educação, para o qual fornece métodos, técnicas e procedimentos para alcançar um processo de ensino- aprendizagem adaptado às necessidades do aluno, procurando prevenir e corrigir dificuldades que surgem no indivíduo durante o processo de aprendizagem. Cabe ressaltar que a principal função da Psicopedagogia no campo da educação escolar é o estudo, a prevenção e a correção das dificuldades que um educador pode ter no processo de aprendizagem. Em termos gerais, a função da Psicopedagogia é o estudo do problema atual enfrentado por uma pessoa, detectando e definindo seus potenciais cognitivos, afetivos e sociais para um desenvolvimento melhor e mais saudável nas atividades que realizam. Palavras-chave: Psicopedagogia. Institucional. Práticas Escolar. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Sumário RESUMO DA UNIDADE ............................................................................................. 2 APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ............................................................................... 4 CAPÍTULO 1 - APLICABILIDADE DA PSICOPEDAGOGIA À ESCOLA .................. 6 1.1 SOBRE A PSICOPEDAGOGIA E OS PSICOPEDAGOGOS ......................... 6 CAPÍTULO 2 - A APRENDIZAGEM E A APLICAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL ....................................................................................................... 21 2.1 MODELOS PSICOPEDAGÓGICOS DE APRENDIZAGEM ......................... 21 CAPÍTULO 3 - INDISCIPLINA NA ESCOLA À LUZ DA PSICOPEDAGOGIA ........ 36 3.1 CONCEITOS E APLICAÇÕES SOBRE A INDISCIPLINA ........................... 36 3.2 TEORIAS PSICOLÓGICAS ......................................................................... 43 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 53 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 54 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. APRESENTAÇÃO DO MÓDULO A pedagogia contemporânea concebe o homem como uma energia ativa e criativa. É possível ver a educação como um processo vivo que permite ao homem reagir adequadamente às mais diversas circunstâncias. Essas reações são congênitas ou adquiridas. Um dos problemas da educação é organizar essa crescente variedade de reações, cujo propósito é contribuir para a realização de atitudes cada vez mais eficazes em um mundo que é capaz de melhorias incessantes. Como resultado da pesquisa sobre a pedagogia psicogenética, uma série de pesquisas sobre a consideração psicológica do evento educacional estabeleceu-se em trabalhos com os nomes de psicologia educacional, psicologia educacional etc. No entanto, a palavra psicopedagogia nascida alguns anos mais tarde, adquiriu a sua conotatividade cerca de trinta anos atrás, especialmente em autores de língua francesa e, em seguida, em italiano. Em 1935, é claramente definida pelo famoso ensaio de R. Buyse sobre a pedagogia experimental, que a designa como o estudo do aluno em suas diversas capacidades e possibilidades, que é frequentemente usado por R. Zazzo e H. Wallon, do qual se traduz a concepção operacional da psicologia. Em seu primeiro uso, a palavra "psicopedagogia" parece, portanto, indicar um setor da psicologia aplicada; mas quando, em 1957, definida como "um ensino de base científica em psicologia infantil". A diferença não depende nem de uma mudança de perspectiva decidida e segura, nem de uma orientação diversificada dos temas escolhidos. Em geral, a palavra "psicopedagogia" encontra sua fortuna na França e na Itália; e corresponde à expressão alemã PädagogischePsychologie e à psicologia educacional inglesa. Alguns preferem a denominação "psicologia pedagógica" ou "psicologia da educação" à mais utilizada "psicopedagogia". Foi a partir da década de 1980, quando o campo da Psicologia Educacional, é o quadro teórico do construtivismo, que a aplicação da psicologia cognitiva aparece para a educação. Nesta perspectiva, memória, esquecimento, transferência, estratégias, dificuldades e determinantes da aprendizagem (inteligência, motivação, Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. personalidade, criatividade, necessidades especiais), interação educacional, disciplina e controle na sala de aula, avaliação, leitura, fracasso escolar, resolução de problemas etc., constituem hoje os temas da Psicopedagogia. Em resumo, a psicopedagogia é desenvolvida no âmbito de sistemas sociais dedicados à educação em todos os seus diferentes níveis e modalidades; tanto nos sistemas formais como nos informais e, ao longo do ciclo de vida da pessoa, ela serve principalmente ao processo de ensino-aprendizagem de forma independente, do seu pessoal, grupo, social, saúde etc., estudando no sentido mais amplo de treinamento e desenvolvimento pessoal e coletivo deste processo, seus métodos, técnicas, resultados, alterações, possíveis melhorias etc. Logo, o trabalho profissional do psicopedagogo atualmente apresenta grandes desafios, especialmente ao abordar o processo de aprendizagem no setor da educação formal, como o papel do professor puramente expositivo torna-se algo tolo em uma época em que o aluno acessa informações com apenas um clique no teclado. 6 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPÍTULO 1 - APLICABILIDADE DA PSICOPEDAGOGIA À ESCOLA 1.1 SOBRE A PSICOPEDAGOGIA E OS PSICOPEDAGOGOS A psicopedagogia pode ser caracterizada como uma disciplina social e humana com limites difusos sobre "a fronteira entre as ciências sociais e humanas mostrado, mas inexistente, pelo menos não claro ". Ela construiu seu objeto de estudo em um processo constante de diálogo com a realidade social histórica e humana e com outros campos disciplinares que contribuem para a compreensão do sujeito em uma situação de aprendizagem. A psicopedagogia lida com as características da aprendizagem humana: comoaprender, como a aprendizagem varia, como e por que há alterações na aprendizagem, como promover processos de aprendizagem. Qual é a relação entre aprender e saber? Quais são os dispositivos básicos para aprender? Questiona-se também sobre os fatores e condições que facilitam ou dificultam a aprendizagem do assunto: quais são as diferentes dificuldades que podem surgir e dificultar as possibilidades de aprendizagem do assunto? Etc. A psicopedagogia tenta responder a essas perguntas cobrindo o problema educacional, tornando conhecidas as demandas e os obstáculos humanos. O núcleo integrador de todo o desempenho psicopedagógico deve ser o desempenho de ações para capacitar e otimizar a aprendizagem das pessoas. De uma posição que engloba questões éticas, as ações do psicólogo educacional devem permitir e capacitar o sujeito a construir sua autonomia moral e intelectual. Nós aderimos a um conceito disciplinar pelo qual entendemos que a intervenção psicopedagógica é sempre uma intervenção clínica, no sentido de uma metodologia, uma posição, uma estratégia de abordar seu objeto cuja característica é ser "particularizante" dando importância ao original. Há convergência de fatores envolvidos e um modo de intervenção profissional que inclui o psicopedagogo como um participante comprometido, qualquer que seja o campo de trabalho (escritório, escola etc.), reconhecendo os fenômenos da transferência e da implicação. A psicopedagogia, para dar conta de seu objeto (o assunto em situações de aprendizagem normal ou patológica) requer uma teoria "psicológica" evidenciando a 7 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. relação e / ou articulação dos níveis intelectuais físicos e/ou orgânicos envolvidos no processo de aprendizagem ao mesmo tempo que a situação intersubjetiva (contexto sociocultural) necessária para que isso ocorra. Embora a psicopedagogia seja uma disciplina com uma história curta, a questão sobre sua existência é uma constante que ainda permanece em seu campo. É discutido que a psicopedagogia é sobre aprendizagem, e aprendizagem envolve perguntar e pensar, aprender abrindo um espaço e perguntando, além de articular três instâncias: ignorância, conhecimento e desejo de saber. A solução não é para cancelar a questão, porque o problema não está em questão, mas a quem a pergunta é dirigida e o que é formulado. Há várias formas de posicionar antes de uma pergunta, pois o que pensamos e acreditamos precisa ser apropriado. A aprendizagem do sujeito que articula o sujeito desejante com o sujeito conhecedor, torna-se um corpo, em um organismo individual e instituidor do corpo em um sistema instituído de organismo social. A aprendizagem de um indivíduo é feita de acordo com o organismo, o corpo, a inteligência e o desejo em relação a outro indivíduo, isto é, só é possível dentro de um relacionamento vinculado. A função que cumpre o processo de aprendizagem é possibilitar a adaptação criativa do indivíduo, sua humanização, com o desenvolvimento simultâneo como sujeito subjetivo,epistêmico e social. A psicopedagogia diferencia um objeto real como um indivíduo que vive humano em um determinado contexto sócio-histórico, que sendo muito complexo e integrado demanda múltiplos olhares do objeto construído, onde o assunto aprendiente se dá a partir de um acordo mútuo, aborda-o escutando, observando, captando suas representações, suas percepções, suas falas, seus sentimentos sobre o que está acontecendo com ele, sobre suas práticas e, a partir dessa prática continua a intervenção de acordo com as atribuições profissionais. O objeto do estudo psicopedagógico, sujeito da aprendizagem, leva-nos a uma realidade complexa que exige uma abordagem de modelo estrutural, dinâmico e sistêmica e a necessidade de interpelar outros campos disciplinares (incluindo a psicanálise estande, a epistemologia genética, a psicologia social, a neurologia, a psiquiatria, a linguística, a aantropologia e a sociologia), que permitem ao psicólogo 8 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. educacional compreender a realidade de seu objeto, reconhecendo que ele nunca será capaz de compreendê-lo em sua totalidade. Desenvolvimentos teóricos e psicopedagógicos passaram a incluir o aprendiz como sujeito de conhecimento, sujeito de desejo e sujeito social, onde este assunto está submetido a aspectos inconscientes que apontam para outro assunto, que tem um vínculo amoroso e outro assunto cultural sem o qual você não pode desenvolver as suas estruturas corporais, orgânicas, psicológicas e cognitivas e afetivas para permitir a sua humanização. O psicólogo educacional, para investigar o assunto, chamado de aprendente fala a partir de sua própria história como um sujeito da aprendizagem, sua personalidade está envolvida em suas práticas, resultando em um processo no qual pesquisador e sujeito-objeto influenciam um ao outro. Este, o psicólogo educacional exige, do ponto de vista ético, ter certas precauções. A aprendizagem é um processo múltiplo que inclui vários fenômenos, pois coloca o sujeito em contato com a realidade interna e externa que observa, analisa, relaciona, internaliza, representa e conceitua a partir de sua ação e reflete sobre ela. Entendemos que o assunto se tornará tal como aprendente efetores (diz respeito à aprendizagem) porque o processo de aprendizagem é uma "apropriação" que não só permite a apreensão da realidade, mas também a construção de autoidentidade individual do aluno. O ser humano está imerso em um processo contínuo de aprendizagem, o que lhe permite construir e incorporar conhecimento. Isso supõe a transmissão, aquela que nos remete ao "outro"; um "outro" ao qual o sujeito percebe ter um conhecimento válido e significativo para ele. O tema da aprendizagem envolve a pessoa como um todo, em sua realidade biopsicossocial e espiritual. A partir dessa realidade, a aprendizagem é construída em um referencial que considera os aspectos subjetivos, cognitivos, sociais e orgânicos em um relacionamento dinâmico. A aprendizagem envolve a dinâmica de um sistema de estruturas inconscientes. A concepção sustentada faz com que seja necessário desmistificar a aprendizagem como um processo que só passa pelo estágio da educação 9 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. sistemática ou, que só tem a ver com a recepção do conhecimento acabado e construído por outros, que determina a posse do conhecimento. O produto de enriquecimento da transformação pelo aprendizado não só possibilita o crescimento, desenvolvimento e transcendência da pessoa através da transmissão-incorporação do cultural, mas também da cultura que é nutrida a partir da recriação pelo sujeito. Nesse sentido, sustentamos que, ao nos referirmos ao aprendiz, também nos referimos ao sujeito da cultura. A partir da prática da psicologia, é promovido, através da aprendizagem e sem negar os determinantes socioculturaisdo autor, o desenvolvimento pessoal de pensamento e ação para permitir adaptações criativas. Por isso, tem sido de fundamental importância, considerando o método clínico de abordagem do tema, a ética da psicanálise traduzida em uma ética psicopedagógica leva a reconhecer a singularidade de cada sujeito. Reconhecer cada sujeito em sua diferença e respeitar o seu lugar como sendo de língua e cultura (desmascaramento) de ilusões da função de perfeição e saber que a aprendizagem não pode ser enganosa e prejudicial. Entendemos que o assunto se tornará tão massivo, porque o processo de aprendizagem é uma "apropriação" que não só permite a apreensão da realidade, mas também a construção de autoidentidade individual do aluno. Por outro lado, a capacidade de diálogo com outros profissionais protege a criança de exposições indesejadas. Dai, a psicopedagogia mostra traços de desafio pós-moderno o cientificismo positivista que o rigor. Segundo Bossa (2007), apresentamos abaixo algumas das características atribuídas a ciência moderna: Descrever uma diversidade fragmentada, com infinitas práticas téoricas. Estudar a gênese e as mudanças, as evoluções e as crises. Considerar o produto das teorias registradas no mundo e explorá-las. 10 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Figura 1 – Traços da psicopedagogia Fonte: Elaborado pela autora (2019) Considerar a ciência como parte integrante da cultura em que se desenvolve. Perguntas de estudo rejeitadas pela ciência clássica. O conhecimento psicopedagógico é integrado e enriquecido com outras disciplinas: psicologia, pedagogia, medicina, sociologia, antropologia, ética e economia. E reconhece a intervenção do cultural e do histórico em seu campo de trabalho, revendo e desconstruindo os tópicos que se cruzam nos chamados "problemas de aprendizagem" sistemáticos e não sistemáticos, implícitos e explícitos. Entre as várias disciplinas que contribuem para a psicopedagogia, encontramos, de acordo com Bossa (2007): Tabela 1 – Disciplinas que contribuem para a psicopedagogia institucional Disciplina O que estuda Contribuições Psicologia Estudo das leis da psique humana; a conduta e personalidade tão geral O conhecimento se refere aos princípios e leis gerais que explicam o comportamento humano e o psiquismo. Conhecimento sobre funções psíquicas básicas e processos de aprendizagem, como atenção, memória e motivação. Características • Ciências Modernas Gêneses • Mudanças 11 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Psicologia social Estudo dos sujeitos em interrelações familiares, grupais e institucionais em determinadas condições socioculturais e econômicas. Permite compreender que o entendimento é também uma construção psicossocial. O reconhecimento da incidência na aprendizagem das diferentes modalidades de educação, bem como das diferentes crenças e valores, ajuda a entender como o sujeito estabelece suas relações sociais e como essas e as regras institucionais passam a condicionar o seu aprendizado Psicanálise Um modelo teórico descritivo e explicativo dos mecanismos, processos e fenômenos envolvidos na vida psíquica do sujeito. Ele está particularmente interessado nas formações do inconsciente e, consequentemente, no que Freud chama de processo primário. Uma teoria que explica a manifestação de Contribui para a compreensão da constituição subjetiva e a incidência que os outros significativos têm na relação particular que a criança interage com a aprendizagem. A distinção entre processo primário e secundário; o conceito de sintoma e o conceito de transferência (quando é positivo, entre professor e aluno, há uma relação facilitadora 12 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. representações inconscientes em símbolos e sintomas. Um método de investigação de fenômenos psíquicos que recupera e promove o respeito pela singularidade do sujeito psíquico. Trata do mundo do inconsciente, das representações profundas que operam através da dinâmica psíquica em que são expressas por sintomas e símbolos. sustentando o desejo de aprender) e contratransferência. Conceito de desejo como condutor das realizações do aparato psíquico. (Dentro da relação intersubjetiva da comunicação educacional deve estar o desejo de aprender por um dos sujeitos e o desejo de transmitir pelo outro). Permite reconhecer a incidência na relação pedagógica do inconsciente do educador e do aluno. Psicologia educacional O estudo dos processos de mudança comporta-se mentalmente induzido e induzido em pessoas em decorrência de sua participação em situações educacionais, independentemente do arcabouço institucional em que ocorrem, da idade do sujeito e da natureza do conteúdo. Limita seu escopo ao estudo das leis da psique humana que Conhecimento sobre a compreensão sistêmica do fato educacional. Conhecimento sobre fundamentos psicológicos das práticas educativas. O conhecimento refere-se a variáveis internas e externas que afetam processos de transmissão e aquisição de conhecimento em contextos de sala de aula 13 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. regem a aprendizagem escolar. É uma ponte de disciplina entre psicologia e pedagogia Psicologia genética Conhecimento do desenvolvimento de funções mentais. A psicogênese, segundo seu autor (Piaget), "representa, [...] um setor interessante da embriogênese (que não termina com o nascimento, mas apenas com a chegada a esse estado de equilíbrio que corresponde à idade adulta); e a intervenção de fatores sociais. Modelos explicativos da construção do conteúdo pelo sujeito. Explicando a ligação entre eles e a construção das estruturas cognitivas que o tornam possível, produto da interação do sujeito com seu mundo interno e o mundo externo. Epistemologia genética Oferece explicações sobre o conhecimento e, em particular, sobre o conhecimento científico, a partir de sua história, sua sociogênese e as origens psicológicas das noções e operações a partir das quais ocorre a construção de estruturas mentais no sujeito. Conhecimento sobre a gênese do conhecimento, vinculado à construção de estruturas mentais no sujeito. O estudo da relação educacional (uma Conhecimento sobreos conteúdos e métodos de 14 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Pedagogia comunicação que é estabelecida entre um professor e um aluno). O pedagogo é o responsável pelo planejamento e desenho de dispositivos didáticos pedagógicos para os diferentes níveis das propostas educacionais, da organização e administração escolar. ensino, a maneira como afetam subjetivamente os sistemas e métodos educacionais; sobre problemas estruturais em distúrbios de aprendizagem e insucesso escolar. Eles oferecem conhecimento sobre métodos e estratégias didáticas. Antropologia É o estudo da origem e do desenvolvimento humano no marco da sociedade e da cultura a que pertence e cria, isto é, o estudo do processo biossocial da existência da espécie humana. Conhecimento sobre a diversidade de expressões culturais e linguísticas que caracterizam a humanidade e afetam seus modos comportamentais. Neurociências A neurologia é a especialidade da medicina que lida com doenças do SNC e do SNP. As neurociências são um conjunto de disciplinas que estudam a estrutura, o funcionamento do SN e como os elementos que o compõem interagem e dão origem à base Conhecimento fundamental sobre o sistema nervoso central, sua epigênese e operação especialmente nas funções cerebrais superiores. 15 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. biológica do comportamento. Linguística O estudo da estrutura das línguas naturais e sua evolução histórica. Também se refere ao conhecimento que os falantes têm de sua própria língua. Linguagem entendida como um meio caracteristicamente humano e cultural; – a linguagem como um código disponível para todos e – a fala como um modo subjetivo de acessar a estrutura simbólica. Boss Fonte: Bossa, 2007. O psicólogo educacional é o profissional universitário que lida com o ser humano em uma situação de aprendizagem, no campo da educação e da saúde mental, a fim de otimizar suas possibilidades de aprendizagem. O ensino de graduação promove a formação de profissionais para orientar e ajudar o sujeito no processo de aprender com as estratégias de intervenção para garantir a propriedade do objeto de conhecimento, possibilitando a abertura de espaços para a simbolização e promoção da saúde em aprender (entendida como um processo que permite a socialização, a objetivação e a subjetivação simultaneamente), isto é, permitir o desenvolvimento de pessoas capazes de pensar e agir de forma autônoma e responsável. Espera-se que o psicólogo seja competente para realizar as suas atribuições profissionais e identificado por sua sensibilidade e compromisso com a sociedade da qual ele faz parte, escutando e dando respostas às reivindicações que fazem da sua intervenção específica. Espera-se que o perfil profissional se caracterize por ter: Axiologia focada em valores espirituais e humanos. 16 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Figura 2 – Aprendizagem Fonte: Elaborado pela autora (2019) Conduta ético-profissional perante o paciente. Disposição para se comprometer com a sociedade em que vive. Capacidade de autonomia nas decisões. Pesquisa constante de independência de critérios para autoaperfeiçoamento. Capacidade de responder à frustração. Nível adequado de autoavaliação da atitude criativa. Em relação ao desenvolvimento da identidade profissional do psicólogo educacional, expressa-se que toda profissão supõe um processo de aprendizagem e desenvolvimento que implique ou abranja todas as etapas da vida. Treinar profissionalmente é um desafio que envolve história pessoal ou pelo menos até que se decida "fazer" ou "estar fazendo" de certa maneira no mundo. Nesse sentido, é que se defende que a formação acadêmica do psicólogo educacional é um momento importante, como tempo interno e externo a se formar em relação aos outros; No entanto, é possível reformular o passado junto com o significado do presente, enquanto nossa própria história, especialmente a nossa história como um aprendiz no assunto, e também enquanto projetando-nos para um futuro onde deve haver aos psicopedagogos relação pessoal cultural-histórico-social e experiências de intervenção. (CÔRTES, 2009). A partir dessa concepção, acredita-se que nunca se é um psicólogo educacional, mas que "se torna". Delinear os psicopedagogos é uma tarefa que fazemos todos os dias, cada um de nós que escolhemos acompanhar o aluno individual, para criar espaços e tempos lógicos que incentivem o pensamento, Atribuições Autonomia Estratégias 17 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. aprendendo junto com os outros, para dar respostas pessoais para o que acontece no dia a dia no desenvolvimento pessoal de identidade profissional, onde este ocorre ao longo da vida e é articulado, entre outros, em três realidades que são simultaneamente limites e possibilidades: 1) psicologia educacional como disciplina – instituindo práticas socialmente sustentadas e controladas através da teoria normativa e colegial. 2) quadros – os determinantes sócio-históricos da evolução da disciplina e as demandas às quais procura dar respostas. 3) para a impressão de que a singularidade de cada instituição de ensino, com seus próprios ideais e características premiem seus graduados. Diante da pergunta: o que significa a formação acadêmica do psicólogo educacional? A primeira idéia é que trata-se de um período importante nas vicissitudes do delineamento de psicopedagogos, à medida que recupera seu passado e projeta-se no futuro. Uma segunda idéia surge se à questão anterior associamos outra que pode ser expressa da seguinte maneira, sobre o que é a formação acadêmica? Tentando uma resposta breve, dizemos que trata-se da aquisição de conhecimentos conceituais, procedimentais e atitudinais, explícitos ou não, em uma proposta curricular. Notamos que se a formação acadêmica é legítima e prioriza a aquisição de conhecimentos teóricos e técnicos, dando um papel secundário à atitude não há possibilidades de adquirir habilidades que permitam que o graduado tome uma posição contra a psicopedagoagia caracterizada como aprendente no assunto. Não é o conhecimento, nem sempre explícito no desenvolvimento curricular, adquirido na reunião de alunos com professores em que seus psicopedagogos na sala de aula o entendem como um espaço de confiança, onde o professor "segura" e oferece "andaimes", com as suasintervenções para o aluno que pode realizar a construção do seu espaço de aprendizagem, subjetivo-objetivo, construído entre as pessoas que ensinam e aprendem que cada aluno e cada professor possibilita o encontro, o diálogo e a reflexão no aqui e agora na sala de aula e que engloba a história passada e permite a criação de projetos futuros. Na formação profissional, distinguir, por um lado, a disciplina teórica que procura sistematicamente o pensamento a partir de conceitos construídos em 18 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. teorias, impõe que cada profissional tem um treinamento de dever ético conhecer e, por outro lado, a prática psicopedagógica que exige o encontro de pessoas e, portanto, não pode ser entendida como a simples aplicação de teorias, uma vez que trabalhamos sempre com seres humanos (individuais e singulares). Nas intervenções psicopedagógicas somos guiados não apenas pelos parâmetros teóricos, mas essencialmente pelos parâmetros que a mesma pessoa indica, pois é ela quem nos guia. A disciplina demarca um campo de conhecimento sistematizado que possui lógica própria e possibilita seu aprendizado. A proposta curricular é transdisciplinar, pois o estudo do ser humano em situação de aprendizagem não é uma questão de adicionar parcialidades, uma vez que a realidade da aprendizagem do homem transcende o orgânico, o psicológico, o sociológico ou o pedagógico. Em outras palavras, o sujeito em situação de aprendizagem refere-se a um objeto complexo que exige um modo de pensar que respeite essa complexidade, ou seja, que busque o conhecimento da interdependência das diferentes dimensões que a constituem e reconheça essa realidade. É relacional buscar conhecimento do diverso e único. Os conteúdos projetados a partir de diferentes eixos ou dimensões fornecem diferentes contribuições para este eixo como a integridade anatômica do organismo na infraestrutura neurofisiológica que permite aprendizagem de esquemas de conservação e de coordenação que o envolve. Figura 3 – Proposta curricular Fonte: Elaborado pela autora (2019) O eixo psicológico refere-se, entre outras contribuições, àquelas fornecidas por diferentes Escolas Psicológicas ao conhecimento do normal e do patológico, do ponto de vista genético-estrutural. O eixo sociológico, como disciplina que estuda os Transdisciplinar Psicológico Pedagógico 19 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. fenômenos sociais produzidos pelas práticas dos sujeitos dentro de um contexto histórico-cultural, nos fornecerá ferramentas para pensar sobre o impacto dessas práticas nas possibilidades da aprendizagem situada. O eixo pedagógico fornece a abordagem do fato pedagógico, os métodos e técnicas e procedimentos de aprendizagem, tanto em relação ao aprendizado do sujeito normal quanto ao que sofre alterações. O eixo ético-filosófico em que ocorre a ação do psicólogo educacional só pode ser desenvolvida em um quadro axiológico. A preparação parcial de psicopedagogo reflete as formações unilaterais: o psicopedagogo trabalhando como um mestre diferencial. o psicopedagogo que não conhece todo o escopo de tarefas preventivas nas quais sua inserção é valiosa. o psicopedagogo que carece de preparação psicológica e clínica para lidar com a pesquisa sobre problemas de aprendizagem. o psicólogo educacional que não possui preparo pedagógico e didático. Os estudos acadêmicos são apenas um primeiro momento no trabalho psicopedagógico. Além disso, é preciso procurar por cursos de pós- graduação, trabalho interdisciplinar e em equipes, e também serão necessárias orientações de profissionais com maior experiência. É a comunidade de psicopedagogos que desenvolve uma imagem do que é a psicopedagogia, permitindo representações coletivas dela e definindo sua própria identidade ocupacional, que nunca é monolítica ou absoluta. Côrtes (2009) afirma que é necessária a contribuição intencional institucionalizada tanto pelas faculdades de Psicologia e pelas associações de ex- alunos, ajudando a relacionar futuros materiais psicopedagogos com as práticas profissionais e fortalecer a escolha da carreira. A educação do psicólogo educacional terá como objetivo: Que ele saiba que está incluído, comprometido no campo de suas investigações e que, quando operando, produz um certo impacto. Que ele seja capaz de decifrar e reconhecer as estruturas e processos que atuam na aprendizagem, na sua promoção e nas suas alterações. 20 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Que ele aprenda a ser incluído instrumental e operacionalmente, isto é, intencionalmente, em seu campo de ação. Que ele aprenda a manter sempre disponível, na tarefa, uma atitude de pesquisa para perceber os fenômenos, para poder ir além deles. 21 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPÍTULO 2 - A APRENDIZAGEM E A APLICAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL 2.1 MODELOS PSICOPEDAGÓGICOS DE APRENDIZAGEM A psicologia educacional como ciência baseia seu objeto de estudo na análise de problemas concretos do processo de ensino-aprendizagem, o que permite uma intervenção eficiente nos elementos do processo ensino-aprendizagem, a saber: a instituição de ensino, os professores, os discentes e os conteúdos, bem como os processos educativos formais e informais. Neste capítulo vamos destacar a importância de conhecer e aplicar técnicas da psicopegogia ensinando modelos que lhes permitam desenvolver seu ensino centrado na aprendizagem. Esses modelos refletem uma psicologia construtiva, na qual um paradigma cognitivo, sócio-cultural e construtivista é identificado da psicologia educacional. Nesta perspectiva, vale a pena mencionar que algumas propostas psicoeducacionais são mostradas como ferramentas fundamentais para o professor fazer um ensino inovador, que promove ambientes de aprendizagem diversificada de ensino, que envolve inovação do processo de ensino na qual se incluem agentes de educação: professores, estudantes, estratégias de ensino e conteúdos para garantir a eficácia dos processos de formação dos futuros profissionais. Isso permitirá desenvolver novas conceituações em torno do ensino, da aprendizagem e da relação com o conhecimento em sala de aula. Esses elementos são concretizados nas estratégias de formação de professores que envolvem os processos de design, desenvolvimento e institucionalização das mudanças educacionais. Essas mudanças são entendidas como um processo, no qual propostas pedagógicas inovadoras devem ser decodificadas, interpretadas, avaliadase redefinidas pelos professores. Essas estratégias de inovação reconhecem o papel ativo dos professores nos processos de mudança, uma vez que se espera que eles integrem o conhecimento especializado de sua profissão, o desenvolvimento de habilidades e atitudes no 22 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. trabalho diário com os alunos, conseguindo assim o desenvolvimento das competências de ensino. Sob a abordagem anterior, em seguida, uma série de modelos educacionais indica que sua principal característica é ser focada na aprendizagem dos alunos e tem a base teórica de paradigmas da psicologia educacional: a cognitiva, o construtivismo e o paradigma do aprendizado sociocultural integrado a propostas didáticas que permitem ao estudante gerenciar sua própria aprendizagem. Nessa mesma perspectiva, busca-se promover o desenvolvimento do potencial dos alunos para aprender de forma mais eficaz, pois, esses modelos de ensino permitem ao professor ter um papel estratégico para prover certos mecanismos de ajuda pedagógica que potencializam o desenvolvimento de habilidades cognitivas em estudantes. Na universidade houve experiências em algumas instituições do trabalho acadêmico de professores que, nesse processo de ressignificação de seu trabalho, incorporaram essas metodologias, por isso optamos por descrever as características gerais dos seguintes modelos de ensino. Aprendizagem baseada em problemas Figura 4 - O ciclo de aprendizagem na Aprendizagem Baseada em Problemas. Fonte: Lopes, 2017. 23 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Esta metodologia responde às demandas que os estudantes têm atualmente para se preparar para entrar em um ambiente de trabalho flexível que lhes permita redefinir o que eles têm que fazer, reaprender e em saber como fazer novas tarefas. Os problemas que esses futuros profissionais terão que enfrentar atravessam as fronteiras disciplinares e exigem abordagens e habilidades inovadoras para resolver problemas complexos. Este método de ensino é caracterizado pelo desenho de um problema pelo professor, para desenvolver certas competências nos alunos. Da mesma forma, considera-se um método de aprendizagem baseado no princípio da utilização de problemas como ponto de partida para a aquisição e integração de novos conhecimentos. Outra característica é que o aprendizado é centrado no aluno, promovendo nele significativa capacidade de desenvolver uma série de habilidades e competências indispensáveis no ambiente profissional atual. Uma parte importante dessa metodologia é a orientação do professor e tutor, pela qual os alunos devem assumir a responsabilidade pela sua própria aprendizagem, identificando o que eles precisam saber para ter uma melhor compreensão e tratamento do problema que eles estão trabalhando, e determinar onde obter as informações necessárias (livros, revistas, professores, internet etc.). Os professores se tornam consultores estudantis e, desse modo, cada aluno pode personalizar seu aprendizado, concentrando-se em áreas de conhecimento ou compreensão limitada e perseguindo suas áreas de interesse. No momento em que os alunos confrontam o problema e identificam os tópicos de aprendizagem, a abordagem para o estudo pode ser em grupo ou individual, e eles reanalisam o problema com base em seu conhecimento. Isso permite que eles trabalhem de forma colaborativa desde a abordagem original do problema até sua solução, compartilhem seus conhecimentos, habilidades, atitudes e valores na resolução. A nova informação é adquirida através da aprendizagem autodirigida, como corolário a todas as características descritas acima, na perspectiva de currículo centrado no aluno e no professor como facilitador da aprendizagem, espera-se que os alunos aprendam a partir do conhecimento do mundo real e do acúmulo de 24 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. experiência em virtude de seu próprio estudo e pesquisa. Durante esse aprendizado autodirigido, os alunos trabalham juntos, discutem, comparam e revisam o que aprenderam. Outro princípio cognitivo que fornece essa modalidade é que a aprendizagem é mais rápida quando os alunos têm modalidades de autorregulação da aprendizagem, isto é, para a metacognição. Isso é percebido como um elemento essencial da aprendizagem especializada, pois estabelece metas, seleciona estratégias e avalia realizações. As habilidades metacognitivas envolvem a capacidade de monitorar o próprio comportamento de aprendizagem, o que implica estar ciente de como os problemas são analisados e se os resultados obtidos fazem sentido. Um aprendiz perito constantemente julga a dificuldade dos problemas e avalia seu progresso em resolvê-los. O trabalho colaborativo é uma modalidade que é integrada a esta metodologia, através do trabalho em pequenos grupos, a exposição do aprendiz a pontos de vista alternativos é um grande desafio para começar a compreensão. Ao trabalhar em grupos, os alunos expõem seus métodos de resolução de problemas e seus conhecimentos de conceitos, expressam suas ideias e compartilham responsabilidades no tratamento de situações problemáticas. Por estar em contato com diferentes pontos de vista sobre um problema, os alunos se sentem encorajados a fazer novas perguntas. Figura 5 – Postura dos alunos Fonte: Elaborado pela autora (2019) Curiosos Destemidos Corajosos 25 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. De todo o exposto, considera-se que a ABP (Problem Based Learning), está resumida nos seguintes pontos: - Causa conflitos cognitivos em estudantes; - Promove o trabalho em equipe; - Atitude positiva em relação à aprendizagem; - Autonomia do aluno; - Desenvolve as habilidades para aprender; - Metodologia destinada a resolver problemas; - Fortalece o trabalho colaborativo; - A aprendizagem é contextualizada; - Facilita a compreensão de novos conhecimentos, o que é essencial para alcançar uma aprendizagem significativa; - Promove a disposição afetiva e motivação dos alunos. Para concluir, nesta metodologia o professor deve ensinar os alunos a aprender, pois com o desenho de problemas e na busca de soluções promove o desenvolvimento de conhecimentos e estratégias cognitivas que fomentam a autoaprendizagem. Aprendizagem orientada para projetos Nessa metodologia, os alunos se comprometem a realizar um projeto de trabalho em um tempo específico que contemple situações reais, que envolvam em um processo de pesquisa, promovam soluções criativas e inovadoras e façam uso de novas tecnologias. Os alunos são responsáveispela própria aprendizagem, pois enfrentam situações que os levam a confrontar, compreender e aplicar os conhecimentos adquiridos em sala de aula para propor projetos complexos, aplicados à vida real do trabalho, fazendo uso de suas habilidades, desenvolvendo habilidades cognitivas para um trabalho produtivo e aumentando as habilidades de aprendizagem autônoma e profissionais. Essa estratégia envolve estudantes em projetos complexos do mundo real e enfoca os conceitos e princípios de uma ou mais disciplinas para resolver problemas 26 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. ou outras tarefas significativas. A apresentação dos projetos implica que os alunos compreendam, sintetizem e apliquem os resultados. Esses produtos evidenciam o aprendizado adquirido na realização de seu projeto. Algumas características do Project Oriented Learning, seu acrônimo AOP, são: - Está centrado no aluno; - Os alunos devem entender a tarefa a ser executada, o que se espera deles em cada uma das áreas (conteúdos, habilidades computacionais e habilidades), bem como a importância do projeto; - Os alunos devem conhecer as características precisas dos produtos a serem elaborados; - O AOP parte de uma abordagem baseada em um problema real e que envolve diferentes áreas; - Suporta conteúdo acadêmico e apresenta propósitos autênticos; - Oferece oportunidades para os alunos realizarem pesquisas que lhes permitam aprender novos conceitos, aplicar informações e representar seus conhecimentos de diferentes maneiras; - Tem objetivos educacionais explícitos; - É baseado no construtivismo (teoria da aprendizagem social); - Promove a colaboração e a aprendizagem cooperativa; - O professor age como um facilitador; - Requer que os alunos se comprometam e desenvolvam um produto; Figura 6 – AOP Fonte: Elaborado pela autora (2019) - A avaliação é um componente importante do AOP. Facilitação Construtivismo Aprendizagem 27 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Para definir um projeto é necessário levar em conta: - Relacionar o conteúdo do projeto a um tópico de outro assunto. Os projetos são uma boa oportunidade para criar colaborações interdisciplinares; - Estruturar projetos para que os alunos construam novos conhecimentos. Além do fato de que os projetos podem ser projetados para que os alunos apliquem o que já sabem, o método do projeto pode ser uma forma de os alunos aprenderem coisas novas. A maioria dos produtos exigirá que os alunos usem o conhecimento prévio e adicionem novos conhecimentos e habilidades; - Permitir que os alunos projetem algumas partes do projeto. Inclua atividades projetadas para os alunos planejarem uma estratégia, a fim de alcançar os objetivos específicos do projeto. Essas estratégias podem ser debatidas e criticadas construtivamente pelo restante da turma ou dentro do mesmo grupo de projetos; - Incorporar habilidades da comunidade no projeto. Há muitas maneiras de os alunos contribuírem com suas comunidades enquanto aprendem sobre tópicos acadêmicos tradicionais. Um dos passos mais importantes para a preparação de projetos é o planejamento de um projeto, definindo as metas ou objetivos que os alunos devem alcançar, bem como o aprendizado que os psicopedagogos querem que eles façam. Os objetivos serão muito numerosos se corresponderem a um projeto semestral, e muito específicos se cobrirem um único tópico ou unidade. Os alunos através do AOP conseguem desenvolver as seguintes capacidades: - Eles aumentam seus conhecimentos e habilidades no conteúdo curricular (interdisciplinar); - Eles aperfeiçoam suas habilidades de pesquisa; - Eles melhoram suas habilidades cognitivas; - Participam de projetos para aprender a assumir responsabilidades individuais e coletivas; - Eles aprendem a usar tecnologia; - Realizam autoavaliação e coavaliação pelos pares. Eles aprendem a valorizar seu trabalho e o dos outros de maneira objetiva; 28 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. - Eles desenvolvem um portifólio (conjunto de trabalhos desenvolvidos ao longo do projeto); - Aprendem a se comprometer com um projeto. Outro elemento no desenvolvimento de projetos é a definição dos produtos, que são construções, apresentações e exposições feitas durante o projeto. Quanto a este ponto, é importante levar em consideração o seguinte: - Os alunos devem entender, sintetizar e aplicar os critérios estabelecidos para a preparação e entrega do produto. Bons produtos obrigam os alunos a demonstrar em profundidade que entenderam os conceitos e princípios centrais do assunto e / ou da disciplina. - Os resultados do projeto devem exemplificar situações reais. Isso pode ser alcançado escolhendo atividades que reflitam as situações reais relacionadas ao projeto. - Os produtos devem ser relevantes e interessantes para os alunos. Em resumo, esta metodologia permite que, quando o aluno deve aprender algo, tenha clareza sobre os propósitos perseguidos, bem como sobre as atividades intelectuais e recursos mais adequados para o desenvolvimento do projeto. Aprendizagem por meio de casos Esse método permite que os alunos desenvolvam habilidades em um contexto real, que envolve situações profissionais reais que promovem o trabalho em equipe, o desenvolvimento de habilidades e atitudes no local de trabalho. A principal característica é a análise completa de um fato, problema ou evento real com o objetivo de gerar hipóteses, soluções alternativas e conhecer os diferentes procedimentos para enfrentar uma situação. Um caso representa situações complexas da vida real levantadas de forma narrativa, baseadas em dados que se revelam essenciais para o processo de análise. Eles constituem uma boa oportunidade para os alunos colocarem em prática habilidades que também são necessárias na vida real, por exemplo: observação, 29 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. escuta, diagnóstico, tomada de decisão e participação em processos de grupo orientados para a colaboração. A abordagem de um caso é sempre uma oportunidade de aprendizado significativa e transcendente na medida em que aqueles que participam de sua análise conseguem se envolver e se engajar na discussão do caso e no processo grupal de reflexão. Sob essa modalidade, os alunos conseguem desenvolver habilidades como a análise, síntese e avaliação das informações. Ela também permite o desenvolvimento de pensamento crítico, do trabalho em equipe e de tomada de decisões, bem como outras atitudes e valores como inovação e criatividade. Esta estratégia pedagógica consisteem fornecer uma série de casos que representam situações problemáticas da vida real, para que os alunos os enfrentem através de análise e estudo, na medida em que se preparam para a busca de soluções, é assim que eles treinam os alunos no desenvolvimento de soluções válidas para possíveis problemas complexos que podem surgir na realidade futura, e ao mesmo tempo os capacita a pensar e contrastar suas conclusões com as conclusões dos outros, a aceitá-las e expressar suas próprias sugestões, bem como a aprender a trabalhar de forma colaborativa e tomar decisões em equipe. Dentro da abordagem dos casos, três modelos são classificados, segundo Ferreira (2008): - Modelo focado na análise de casos (casos que foram estudados e resolvidos por equipes de especialistas). Esse modelo busca conhecer e compreender os processos diagnósticos e de intervenção realizados, bem como os recursos utilizados, as técnicas utilizadas e os resultados obtidos pelos programas de intervenção propostos. Por meio desse modelo, pretende-se, basicamente, que os alunos e/ou profissionais em formação conheçam, analisem e valorizem os processos de intervenção elaborados por especialistas na resolução de casos concretos. Além disso, soluções alternativas tomadas na situação em estudo podem ser estudadas. - O modelo visa ensinar a aplicar os princípios legais estabelecidos e normas para casos particulares, de modo que os alunos os exercem na seleção e aplicação 30 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. dos princípios apropriados para cada situação. Ele também procura desenvolver um pensamento dedutivo, através da atenção preferencial à norma, às referências objetivas e pretende-se que a resposta correta à situação seja encontrada. Este é o modelo desenvolvido preferencialmente no campo do direito. Figura 7 – Modelos Fonte: Elaborado pela autora (2019) - O modelo que busca a formação na resolução de situações que, requerendo a consideração de um arcabouço teórico e a aplicação de suas prescrições práticas à resolução de certos problemas, exigem que a singularidade e a complexidade de contextos específicos sejam abordadas, também destaca o respeito pela subjetividade pessoal e a necessidade de abordar as interações que ocorrem no cenário que está sendo estudado. Consequentemente, nas situações apresentadas (dinâmicas, sujeitas a mudanças) a "resposta correta" não é dada, pois elas exigem que o professor esteja aberto a diversas soluções. Figura 8 – Modelo de Aprendizagem por Estudo de Caso Fonte: Freitas e Campos, 2018. Análise de Casos Princípios Legais Resolução de Situações 31 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Os casos que são apresentados aos alunos podem ser focados na simulação, nas descrições da prática, na geração de propostas para a tomada de decisão, na análise crítica da tomada de decisão e na resolução de problemas. Para concluir, afirma-se que este método de trabalho docente em sala de aula permite estabelecer uma orientação pedagógica centrada na aprendizagem, em que os alunos conseguem desenvolver habilidades cognitivas, competências colaborativas de trabalho, liderança e criatividade, qualidades indispensáveis do profissional do século 21. Aprendizagem colaborativa É uma abordagem educacional que promove a interação entre os alunos e a organização na sala de aula, na qual os alunos são responsáveis por seu aprendizado e pelo de seus colegas em uma estratégia de corresponsabilidade para atingir as metas e incentivos do grupo. Essa metodologia de ensino permite e estimula o desenvolvimento de uma interdependência positiva entre os alunos, ou seja, de uma consciência de que só é possível atingir objetivos individuais de aprendizagem se os outros colegas de turma atingem os deles. Neste sentido, ajuda e apoio mútuo são fornecidos no cumprimento de tarefas e trabalho, enquanto compartilham suas habilidades interpessoais, tais como confiança mútua, comunicação, assertividade, resolução de problemas e integração como uma equipe de trabalho compartilhado. Tudo isso permitirá aos alunos uma preparação para enfrentar os desafios trabalhistas atuais que envolvem a integração de grupos de trabalho. O mais importante na formação de grupos de trabalho colaborativo é monitorar a interdependência positiva, a responsabilidade individual, a interação promotora, o uso apropriado de habilidades sociais e, mais importante, o processo de formação de um grupo de trabalho, o que implica a construção de uma identidade de grupo baseada em objetivos e tarefas claramente definidos. A base pedagógica desta modalidade de ensino é a aprendizagem cooperativa, o estabelecimento de papéis de cada um dos participantes no processo de integração do grupo, a capacidade dos alunos de se comunicarem com seus pares, para esclarecer, questionar, contrastar, fazer julgamentos. Em suma, compartilhar 32 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. valores e interagir e, assim, conseguir integrar ou construir processos de aprendizagem significativos. No processo de construção da identidade das pessoas, um importante processo psicológico é a socialização, que é baseada na aprendizagem contínua em interação com os outros, sendo este elemento também considerado imprescindível em um dos 4 pilares da educação: “Aprender a conviver” (Delors, 1996); isto é, o processo de formação das pessoas é adquirido no cotidiano dos processos de interação social. Com base nessas premissas, um dos grandes desafios da formação das pessoas no processo de ensino-aprendizagem será refletido quando os professores não se preocuparem porque o aluno aprende, mas porque "os alunos ou o grupo aprendem juntos". Pode-se dizer que a aprendizagem colaborativa ou cooperativa é o uso instrucional de pequenos grupos, de tal forma que os alunos trabalham juntos para maximizar sua própria aprendizagem e a dos outros. Os alunos trabalham colaborando. Este tipo de trabalho não se opõe ao trabalho individual, uma vez que pode ser observado como uma estratégia complementar de aprendizagem que fortalece o desenvolvimento geral do aluno. Os métodos de aprendizagem colaborativa compartilham a ideia de que os alunos trabalham juntos para aprender e são responsáveis pelo aprendizado de seus colegas, bem como pelos seus. Tudo isso traz uma renovação dos papéis associados aos professores e alunos, objeto deste trabalho. Essa renovação também afeta os desenvolvedores de programas educacionais. As ferramentas colaborativas devem enfatizar aspectos como raciocínio e autoaprendizagem e aprendizado em grupo. O papel que os estudantes assumem neste processo de aprendizagem em grupo são: - Responsabilidade pela aprendizagem: os alunos se encarregam de sua própria aprendizagem e são autorregulados. Eles definem objetivos de aprendizagem e problemas que são significativos para eles, entendem que 33Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. atividades específicas se relacionam com seus objetivos e usam padrões de excelência para avaliar o quão bem eles alcançaram esses objetivos. - Motivação pela aprendizagem: os estudantes comprometidos encontram prazer e entusiasmo na aprendizagem. Eles têm uma paixão para resolver problemas e entender idéias e conceitos. Para esses alunos, o aprendizado é intrinsecamente motivador. - Colaboração: os alunos entendem que a aprendizagem é social. Eles estão "abertos" para ouvir as idéias dos outros, para articulá-las efetivamente, ter empatia pelos outros e ter uma mente aberta para se reconciliar com idéias contraditórias ou opostas. Eles têm a capacidade de identificar os pontos fortes dos outros. - Estratégia: os alunos desenvolvem e refinam continuamente o aprendizado e as estratégias para resolver problemas. Essa capacidade de aprender a aprender (metacognição) inclui a construção de modelos mentais efetivos de conhecimento e recursos, mesmo quando os modelos podem ser baseados em informações complexas e mutáveis. Esses tipos de alunos são capazes de aplicar e transformar o conhecimento para resolver problemas criativamente e são capazes de fazer conexões em diferentes níveis. O papel do professor nesta metodologia de ensino, em primeiro lugar, é "convidar" os alunos a definir os objetivos específicos dentro do assunto a ser ensinado, oferecendo opções para atividades e tarefas que atraem a atenção dos alunos, incentivando os alunos a avaliar o que aprenderam. Assim, os professores incentivam os alunos a usar seus próprios conhecimentos, garantindo que eles compartilhem seus conhecimentos e estratégias de aprendizado, tratando os outros com grande respeito e focando em altos níveis de compreensão. Eles ajudam os alunos a ouvir opiniões diversas, a apoiar qualquer crítica de um assunto com evidências, a se engajar em pensamento crítico e criativo e a participar de diálogos abertos e significativos. Finalmente, afirma-se que a esta luz, qualquer inovação pedagógica do professor envolve o desenvolvimento de trabalho em equipe ou colaborativo, permitindo o desenvolvimento de habilidades cognitivas, habilidades sociais e 34 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. habilidades de comunicação, aspectos básicos para o desenvolvimento profissional no contexto atual. Aprendizagem Contextual É um método de ensino que consiste na aprendizagem dos alunos no contexto das experiências de vida. Trata-se de aprender fazendo, partilhar e interagir com os seus pares, e com a aplicação do conhecimento em novas situações. São apresentadas cinco estratégias de aprendizagem contextual: - Relação: consiste em aprender no contexto de experiências de vida ou conhecimento preexistente, quando o professor utiliza a estratégia de conectar um novo conceito com algo que é conhecido ou familiar aos alunos. Neste sentido, quando o professor relaciona uma experiência conhecida com a definição de uma razão, os alunos podem ver imediatamente a relevância do seu conhecimento prévio. - Experimentação: consiste em aprender no contexto de exploração, descoberta e invenção. Concretamente, é aprender fazendo. Também é chamado de aprendizado através da experiência. Os exemplos mais frequentes a serem desenvolvidos em sala de aula são o uso de atividades manipuladoras, atividades de resolução de problemas ou atividades de laboratório. - Aplicação: consiste em conceitos de aprendizagem no contexto da sua implementação, isto é, quando os professores motivam os alunos através da concepção de tarefas desafiadoras a necessidade de aprender conceitos na atribuição de tarefas realistas e relevantes, em que lhes são colocadas situações de vida cotidiana que demonstram a utilidade dos conceitos acadêmicos em uma das áreas da vida da pessoa. - Cooperação: consiste em aprender através da organização de pequenos grupos que permite aos alunos desenvolver sua capacidade de compartilhar e interagir sob a abordagem de aprendizagem colaborativa ou cooperativa, mencionada anteriormente. - Transferência: consiste em aprender no contexto da aplicação do conhecimento para empregá-lo em novos contextos ou em novas situações, bem como na facilidade de poder explicá-lo a seus pares ou a outras pessoas. 35 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Essas estratégias de ensino contextual baseiam-se na crença de que os alunos aprendem melhor quando adquirem conhecimento por meio da exploração e do aprendizado ativo. Essas estratégias fazem uso de atividades práticas ou manuais, incentivando os alunos a pensar e explicar seu raciocínio em vez de memorizar e recitar informações, e ajudar os alunos a ver conexões entre tópicos e conceitos em vez de apresentá-los isoladamente (construtivismo de Piaget, Vigostky e Dewey). Em conclusão, reafirmar o conceito de aprendizagem contextual é reconhecer que o aprendizado é um processo complexo e multifacetado, que a aprendizagem ocorre somente quando o aluno processa a nova informação e conhecimento de tal forma que dá sentido aos seus referenciais e entende-se que ocorre em estreita relação com a experiência real. Assim, ele baseia-se em motivar os alunos a relacionar conhecimento com utilidade e aplicação na vida cotidiana. Logo, afirma-se que cada um desses modelos pedagógicos revisados acima tem uma sólida base conceitual no construtivismo e nas abordagens metodológicas, técnicas, assim como em recursos interessantes para o ensino superior que são novas formas de desenvolvimento de propostas curriculares flexíveis, pois permitem a aquisição de um conjunto de estratégias cognitivas e metacognitivas que favorecem o potencial desenvolvimento da aprendizagem do aluno. Além disso, os novos papéis do professor, as novas formas de avaliação, bem como as novas tecnologias e ambientes de aprendizagem são enfatizados. Especificamente sobre o professor, destaca-se na profissão um sentido humanista profundo reconhecido como facilitador no comprometido com uma melhor compreensão dos seus alunos e as bases conceituais da aprendizagem e do desenvolvimento de projetos de inovação. INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA PBL: um Novo modelo de Aprendizagem - FGV/EESP Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=yHmdKTDoSX0 Central de Cases ESPM: o uso de casos para ensino no processo de aprendizagem Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=3N1S1BeoSiA Vídeo 5 EDUCADORES - Aprendizagem Cooperativa Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=hjMSgpR-DfE 36 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPÍTULO 3 - INDISCIPLINANA ESCOLA À LUZ DA PSICOPEDAGOGIA 3.1 CONCEITOS E APLICAÇÕES SOBRE A INDISCIPLINA O estudo da autorregulação e disciplina escolar contribui para o desenvolvimento acadêmico. Há também uma melhora nas relações interpessoais e na família, o que favorece a comunicação, o trabalho em equipe, a resolução de problemas e a adaptação. Foi realizada uma investigação descritiva e explicativa, pela qual são obtidas conclusões sobre as consequências produzidas pelo manejo inadequado da autorregulação e seu envolvimento direto na indisciplina escolar. A indisciplina gerada causa problemas no processo de ensino-aprendizagem, a partir de uma abordagem global da organização e de sua dinâmica, reverberando na socialização, na aplicação de valores e na inteligência emocional. Consequentemente, pode-se deduzir que, quando as atividades que favorecem a criatividade e a imaginação são insuficientes, o pensamento crítico é diminuído, o que é um fator atenuante na autorregulação. A autorregulação, por não ser fortalecida, limita o desenvolvimento do pensamento, das emoções, do autocontrole, da autodisciplina e do impacto no desempenho escolar inadequado. Para Miranda (2010), a autorregulação é uma parte importante do desenvolvimento social do ser humano. Por isso, é estimulada desde os primeiros períodos de crescimento, facilitando a reflexão e a compreensão. A autorregulação direciona o comportamento através de motivações que fomentam as relações sociais, as mesmas que contribuem para o desenvolvimento da personalidade. A autorregulação das emoções conduz à disciplina que contribui para a atenção, o pensamento e a memória, e integra os conhecimentos adquiridos com novos conhecimentos para alcançar uma aprendizagem significativa e aumentar as concepções sociocognitivas da motivação, nas quais as atribuições são explicações que a pessoa entrega a si e aos outros sobre seus sucessos, fracassos e causas que motivaram certos resultados, o que afeta seu comportamento presente e futuro, uma resposta que depende da experiência e da informação que o aluno tem, o mesmo que favorece a autoestima para um melhor autoconhecimento, uma 37 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. adequada avaliação e aceitação e de acordo, alcançar um planejamento consistente e realização de ações e metas em atividades específicas. Disciplina é o centro do trabalho do professor para realizar atividades que promovam ordem, eficiência e a aplicação de valores como responsabilidade e respeito. Essas ações beneficiam o ensino-aprendizagem e a promoção do interesse em atingir objetivos de aprendizagem e relações interpessoais, apoiando o aprendiz no domínio de si para adequar o seu comportamento às demandas de trabalho e à convivência da vida, escola, trabalho, apresentando objetivos a fim de identificar as consequências causadas por manipulação indevida de autorregulação, também visa determinar a importância da disciplina escolar na sala de aula dos calouros de bacharelado geral unificado e preparar um relatório que detalhe a relação entre a autorregulação variável independente e a variável dependente da disciplina escolar dos alunos do primeiro bacharelado geral unificado. A autorregulação da aprendizagem articula duas dimensões psicológicas diferentes em torno da aprendizagem: a dimensão cognitiva e a dimensão motivacional. O primeiro tem a ver com o tratamento que é dado à informação e o segundo com o envolvimento pessoal. Em relação ao primeiro, os fatores mais diretamente envolvidos com a autorregulação da aprendizagem são o pensamento estratégico e a metacognição. Em relação ao segundo, um dos aspectos afetivos mais claramente envolvidos com a autorregulação é a autoeficácia. O pensamento estratégico, entendido como o planejamento organizado de tarefas para atingir um objetivo, é fundamental para o aprendizado da matemática e a resolução de problemas. Estudos indicam que alunos com menos sucesso não aplicam estratégias cognitivas suficientes durante a aprendizagem. Salienta-se que, embora todos os alunos possuam algum grau de pensamento estratégico, o desempenho autorregulado deve responder à aplicação da motivação, para fortalecer a expressão, constituindo-se em um estímulo significativo no desenvolvimento do comportamento. Miranda (2010) destaca que no espaço de motivação, processos afetivos são destacados através de experiências que energizam o comportamento no processo de autorregulação: planejamento, execução e controle das emoções, em que a capacidade de desenvolver metas está ligada a processos metacognitivos 38 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. relacionados com representações cognitivas internas, buscando oportunidades para realização de necessidades e próprios motivos, que normalizam o comportamento para construção social, que dominam o trabalho em grupo para alcançar as metas de aprendizagem, caracterizadas pela objetividade, traduzindo os objetivos aspirações concretas que integram as aspirações priorizadas, desenvolvidas na consciência, através do esclarecimento e conhecimento elemento essencial no desenvolvimento da aprendizagem autorregulada. Miranda (2011) infere que o baixo efeito significativo da interação entre o tipo de escola e o curso sobre a utilização de estratégias são usadas para fortalecer a autoeficácia causando um declínio e um empobrecimento deste tipo de estratégia para avanço nas escolas e, ao contrário, um aumento no público; e uma diminuição pronunciada das estratégias metacognitivas nos centros combinados, enquanto no público não há diferenças no curso. Figura 7 – Metacognição Fonte: Elaborado pela autora (2019) Os efeitos inter e sobre o tipo de centro e sexo sobre as estratégias para a redução do estresse são refletidas nos homens das escolas privadas e têm uma maior utilização destas estratégias neste público, enquanto há diferenças significativas entre as mulheres em ambos os tipos de centro. A ferramenta fundamental do professor é a disciplina escolar para dar realização à aprendizagem, ao desempenho acadêmico do aluno como facilitador em um quadro de ação e interação para uma boa convivência em um grupo. Eficácia Estratégia Fortalecimento 39 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. A disciplina é um hábito interno que facilita cada pessoa a cumprir as obrigações que contribuem para o bem comum. Aqui se enfatiza o impacto de uma intervenção na autorregulação da aprendizagem, onde estas atuam na compreensão de textos e estratégias de autorregulação da aprendizagem com alunos do ensino médio, com dois componentes: aprendizagem estratégica e ensino estratégico. Por outro lado, os objetivos e metas formam uma fase conclusiva no mecanismo autorregulador, que pertence ao planejamento e gestão da atividade, que promova a eficácia no controle das ações e a escolha adequada dos procedimentos que permitirão sua execução
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