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NÚCLEO DE PÓS GRADUAÇÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO Coordenação Pedagógica – IBRA DISCIPLINA A matemática financeira e as tecnologias da informação e comunicação SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 03 1 MATEMÁTICA FINANCEIRA ................................................................................ 04 1.1 Integração das TIC nos processos educacionais – possibilidades ...................... 04 1.2 A história da Matemática Financeira ................................................................... 06 1.3 O advento dos Bancos e a Matemática Financeira ............................................. 11 1.4 A moeda e seu valor ........................................................................................... 15 1.4.1 Funções da moeda ........................................................................................... 16 2 O ENSINO DA MATEMÁTICA FINANCEIRA ........................................................ 19 3 O USO DAS TECNOLOGIAS A SERVIÇO DA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA .......................................................................................................... 28 3.1 As calculadoras ................................................................................................... 28 3.1.1 A história e o desenvolvimento das calculadoras financeiras ........................... 29 3.2 A matemática financeira no currículo escolar ...................................................... 38 3.3 O uso da informática na Educação matemática .................................................. 39 3.3.1 o uso do computador ........................................................................................ 40 3.3.2 o uso da planilha na matemática financeira ..................................................... 41 4 A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA E A UTILIZAÇÃO DAS TICS .................................................................................................................. 47 4.1 As políticas públicas e as TIC ............................................................................. 51 4.2 A incorporação das TIC na prática pedagógica ................................................... 52 4.3 As TIC como objetos curriculares da matemática ............................................... 55 4.4 As TIC e as novas demandas educacionais ........................................................ 57 REFERÊNCIAS UTILIZADAS E CONSULTADAS ................................................... 60 AVALIAÇÃO ............................................................................................................. 64 3 INTRODUÇÃO Esta disciplina objetiva analisar a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), como ferramentas possibilitadoras de melhoria na qualidade do ensino e da aprendizagem da Matemática Financeira. Para tanto, abordar-se-á a Matemática Financeira e a Integração das TIC nos processos educacionais, analisando as suas possibilidades e desafios. Nesse sentido, daremos inicio com a história da Matemática Financeira, o advento dos Bancos e da moeda, bem como, seu valor intrínseco e real, além das suas inúmeras funções. Dando continuidade à nossa proposta de utilização das TIC, faremos uma contextualização do ensino da matemática financeira e, em seguida, trataremos do uso das TIC a serviço dessa aprendizagem e de seu ensino, objetivando conhecer as diversas tecnologias utilizadas e desenvolvidas pela Matemática, como ferramentas de auxilio à solução de problemas. Em sendo, traçaremos um histórico das tecnologias utilizadas, desde o ábaco até os computadores de última geração, passando pelas calculadoras, sua história e desenvolvimento. Abordaremos, também, a Matemática Financeira no currículo escolar e o uso da Informática na Educação Matemática, através do computador. E, por fim, analisaremos a formação de professores de matemática e a sua preparação para a utilização das TIC; as políticas públicas de uso e incentivo ao uso das TIC na educação; a incorporação das TIC na prática pedagógica; as TIC como objetos curriculares da Matemática, bem como, as novas demandas surgidas desse novo paradigma educacional, que surge da necessidade de se acompanhar a rápida evolução tecnológica dos novos tempos. Assim, esperamos que você desenvolva seus conhecimentos e que faça, também, uma excelente leitura, obtendo o sucesso que almejas. Outras informações e aprofundamentos devem ser buscados através da leitura da bibliografia utilizada e relacionada ao final desta. 5 1 MATEMÁTICA FINANCEIRA O mundo está em constante mudança e, junto com ele a Educação em suas faces e formas, posto que isso se torna necessário na medida em que é preciso atender às demandas que surgem dessas mudanças. A tecnologia está fortemente associada ao desenvolvimento da educação, mesmo não sendo o único fator determinante: dos trens americanos avançando para o oeste, levando a Educação sistemática por via postal, até o ciberespaço definido por Gibson (1984, p. 51) como sendo, originalmente, o espaço criado pelas comunicações mediadas por computador. Segundo o próprio Gibson o termo veio rebatizar e dar novas características ao que se chamava até então de ―esfera de dados‖. Esse novo espaço vem invadindo casas e cativando a atenção de adultos e crianças. O avanço técnico dos meios de comunicação sempre impulsionou o desenvolvimento de experiências de ensino a distância, principalmente no decorrer do século XX. Na expressão ―ensino a distância‖, a ênfase é dada ao papel do professor (como alguém que ensina a distância). Portanto, elege-se a expressão ―educação a distância‖ que é mais abrangente, embora nenhuma das expressões seja perfeitamente adequada. O maior impulso a esse crescimento, porém, foi dado com o advento e desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e sua apropriação pela Educação nesse início de século XXI. 1.1 Integração das TIC nos processos educacionais: possibilidades Inúmeros autores tais como, Belloni (2006), Primo (2009) e Castells (2007), destacam as possibilidades da Educação apoiada pelas TIC. Belloni (2006) ressalta que as TIC oferecem possibilidades inéditas de interação mediatizada (professor-aluno; estudante-estudante) e de interatividade com materiais de boa qualidade e grande variedade. Por sua vez, Pipitone, Raffo e 6 Silva (2004) afirmam que a Internet abre a possibilidade para uma comunicação interativa, proporcionando possibilidades de comunicação a distância entre alunos e professores e dos alunos entre si. Marco Silva (2008) e Primo (2009) abordam a Educação e as contribuições do potencial de interatividade das TIC para concretizar a interação entre pessoas (aluno- aluno e professor-aluno), como potenciais objetos de aprendizagem. Esse novo paradigma leva ao princípio da aprendizagem significativa permitida pelo advento da sociedade em rede (CASTELLS, 2007). Porem é preciso refletir sobre o uso das TIC na Educação. Negroponte (1995) defende a tese de que o mundo se divide em átomos e bits, aqueles carregados de materialidade, estes símbolos do novo elemento imaterial que tenderia a predominar no futuro: a informação eletrônica. Todas as mídias, tanto as novas como as velhas, fazem parte do universo de socialização das crianças, participando, de modo ativo e inédito na história da humanidade, da socialização das novas gerações, este processo tão complexo que transforma a criança em ser social capaz de viver de modo competente, isto é, sociável, em sociedade. Novos textos surgem na paisagem audiovisual que os jovens contemplame aprendem, sozinhos ou com outros jovens, a ler e a interpretar. Imagens coloridas fixas e em movimento, sons ambientes, música, linguagem oral e escrita, teatro, todas estas formas de expressão - linguagens - estão mixadas numa mesma mensagem, construindo significados, carregando representações, difundindo símbolos. Observando a mistura de linguagens novas e velhas, veiculadas em novos meios de comunicação, o eixo da discussão sobre educação a distância se desloca, passando a ser a mediatização técnica da mensagem educacional e não mais a distância física entre o sujeito que aprende e o sistema que ensina. A mediatização técnica, isto é, a concepção, a fabricação e o uso pedagógico de materiais multimídia, geram novos desafios para os agentes envolvidos nestes processos de criação tais como, professores, realizadores, técnicos etc., independentemente das formas de uso: o fato de que esses materiais possam vir a ser utilizados por estudantes em grupo, com professor em situação presencial (no laboratório da universidade, por 7 exemplo), ou a distância por um estudante solitário, em qualquer lugar e em qualquer tempo, só aumenta a complexidade desses desafios. Há que considerar, como fundamentos dessa mediatização, os contextos, as características e demandas diferenciadas dos estudantes que vão gerar leituras e aproveitamentos fortemente diversificados. Em virtude das inúmeras possibilidades de comunicação a distância que as tecnologias de telecomunicações oferecem, o próprio conceito de distância está se transformando, como as relações de tempo e espaço. Também o conceito de interatividade carrega em si grande ambiguidade, oscilando entre um sentido mais preciso de virtualidade técnica e um sentido mais amplo de interação entre sujeitos, mediatizada pelas máquinas. Cabe perguntar que espécie de interação pode existir entre o sistema complexo que produz o jogo na Internet e seus milhões de usuários jovens espalhados pelo mundo, ou mesmo entre estes últimos? Como eixo pedagógico central, essa integração pode ser uma estratégia de grande valia, desde que se considerem estas técnicas como meios e não como finalidades educacionais, e que elas sejam utilizadas em suas duas dimensões indissociáveis: ao mesmo tempo como ferramentas pedagógicas extremamente ricas e proveitosas para a melhoria e a expansão do ensino e como objeto de estudo complexo e multifacetado, exigindo abordagens criativas, críticas e interdisciplinares, e podendo ser um tema transversal de grande potencial aglutinador e mobilizador. Diante de todo o exposto anteriormente, integrar as TIC nos processos educacionais faz-se urgente, e, a razão mais importante e óbvia é porque elas já estão presentes e influentes em todas as esferas da vida social, cabendo à escola, especialmente à escola pública, atuar no sentido de compensar as terríveis desigualdades sociais e regionais que o acesso desigual a estas máquinas está gerando. E com a Matemática não é diferente. É o que veremos a seguir. 1.2 A história da Matemática Financeira Os elementos históricos sobre o tema permitem uma melhor compreensão dos conceitos atuais da matemática financeira. Assim, apresentam-se algumas 8 referências, desde a sua origem, por meio das primeiras trocas comerciais, passando pelo uso de equivalências nas trocas, a criação da moeda, até as formas contemporâneas de utilização de conteúdos de matemática financeira para a resolução de problemas. A matemática financeira, historicamente, esteve muito ligada ao conceito e ao significado de comércio, tanto que a maioria dos autores de livros desta área do conhecimento denominou suas obras de Matemática comercial e financeira. Humberto Grande, no prefácio da obra de Carvalho e Cylleno (1971, p. 3), chega a escrever que ―a história do comércio é a própria história da civilização‖ e, ainda, que ―o comércio é o sangue da economia‖. De acordo com Ifrah (1997), as primeiras manifestações de comércio surgiram, então, com a fixação do homem à terra, quando estes passaram a permutar o produto que sobrava, através do escambo, que consistia na troca direta de mercadorias como o gado, sal, grãos, pele de animais, cerâmicas, cacau, café, conchas, entre outras. De acordo com o mesmo autor: escambo, é a fórmula segundo a qual se trocam diretamente (e, portanto sem a intervenção de uma ―moeda‖ no sentido moderno da palavra) gêneros e mercadorias correspondentes a matérias primas ou a objetos de grande necessidade (IFRAH, 1997, p. 145, grifo do autor). Esse sistema de troca direta, que durou vários séculos, originou o surgimento de vocábulos como ―salário‖: pagamento feito através de certa quantidade de sal. Houve então a necessidade de criação de um sistema onde fosse possível determinar o valor dos objetos a serem trocados. Inicialmente foi feito o uso de mercadorias de alta procura como referência de valor: boi, sal etc., posto que, neste período, o ouro e a prata ainda não possuíam valor intrínseco. Como podemos perceber, não havia ainda o dinheiro. Este, somente irá surgir, quando surge a necessidade de representar valores, posto que, as trocas tornaram- se muitas e de diferentes formas. Assim, tivemos a cunhagem das primeiras moedas, geralmente em metal, parecidas com as que conhecemos. A moeda de troca, no sentido moderno do termo, começou, então, a ser utilizada quando o metal passou a ser fundido em pequenos lingotes ou peças, que 9 eram facilmente manejáveis, de peso igual e selados com a marca oficial de uma autoridade pública, a única que podia certificar o bom preço e o bom quilate. A invenção desse sistema ideal de troca comercial, segundo a opinião da maioria dos especialistas, foi atribuída à Grécia da Ásia (ou Ásia Menor) e à Lídia (atual Turquia), no século VII a.C. Em razão das múltiplas vantagens que comportava, seu uso teria se espalhado rapidamente por Grécia, Fenícia, Roma e entre inúmeros outros povos, inclusive na China. (IFRAH, 1997, p. 152). Antes porem, devemos voltar à questão da definição do que vem a ser o conceito de Matemática Financeira, já abordado por nós, na disciplina Matemática Financeira e cidadania, que também faz parte desse curso. Nela, destacamos o conceito de Gitman (2001), que diz ser, a Matemática Financeira, a ciência que estuda a evolução do dinheiro no tempo. Essa evolução a que Gitman se refere nada mais é que o juro. Em sendo, é bastante antigo o conceito de juros, tendo sido amplamente divulgado e utilizado ao longo da História. Essa palavra surgiu naturalmente quando o homem percebeu existir uma relação entre o dinheiro e o tempo. Com isso processos de acumulação de capital e a desvalorização da moeda levariam a ideia de juros, devido ao valor do dinheiro no tempo. Para calculá-los, utilizava-se de tábuas matemáticas, com alto grau de habilidade computacional. Já existiam distribuições de produtos agrícolas e de cálculos aritméticos baseados nessas transações. As citadas tábuas mostram que os sumérios antigos estavam familiarizados com os tipos de contratos legais e usuais, como faturas, recibos, notas promissórias, crédito, juros simples e compostos, hipotecas, escrituras de venda e endossos. Muitos desses conceitos são praticados no mercado financeiro até hoje. No auge da atividade comercial surgiu uma outra atividade: o comércio do dinheiro. Isto ocorreu porque cada país tinha sua moeda própria, e devido ao fato dos comerciantes e das pessoas viajarem frequentemente ao exterior, era necessário ter a moeda específica de cada país. Com o tempo, alguns comerciantes já conheciam 10 bem as moedas, começando assim a acumulá-las em grande quantidade, e a partir daí dedicando-se exclusivamente ao escambo de dinheiro, isto é, o comércio de dinheiro, sendo chamados de cambistas.As palavras, ―banqueiro‖ e ―banco‖ surgiram porque os cambistas exerciam essa profissão sentados em um banco de madeira. Assim, num espaço de tempo relativamente curto, acumularam-se fantásticas somas em dinheiro nas mãos dos cambistas. Paulatinamente, foram se ocupando de uma nova atividade: guardar e emprestar dinheiro. Imaginemos, então, um cambista qualquer que tenha acumulado, desta forma, em seus cofres, imensa quantidade de dinheiro. Era natural que a seguinte ideia lhe ocorresse: porque estas grandes somas de dinheiro haverão de permanecer em nosso poder sem qualquer lucro para mim? [...] emprestarei parte deste dinheiro a quem pedir, sob a condição de que seja devolvido num prazo determinado. E como meu devedor empregará o dinheiro como quiser durante este período – talvez em transações comerciais -, é natural que eu obtenha alguma vantagem. Por isso, além do dinheiro emprestado, deverá entregar-me, no vencimento do prazo estipulado, uma soma adicional (ROBERT, 1989, p. 55-56). Em sendo, o crédito é a confiança que leva alguém a entregar a outra pessoa certa importância, em dinheiro ou em mercadorias, com valor monetariamente fixado, importância que deve ser paga após o decurso de determinado tempo. Quando a importância é emprestada em dinheiro, acrescentam-se tantos por cento sobre a soma a devolver, pelo seu uso. O crédito deve ser sempre associado ao tempo, ao final do qual aquele que contraiu o empréstimo deve devolver ao credor a quantia emprestada. Deve, no entanto, também haver um pagamento pelo preço do empréstimo, o juro. Assim, o crédito é uma relação econômica associada ao tempo e ao juro. O juro é, portanto, a recompensa do empréstimo do capital por certo tempo. Desta forma podemos dizer que juro é a remuneração do capital emprestado, podendo ser entendido, de forma simplificada, como o aluguel pago pelo uso do dinheiro durante certo período de tempo. 11 Antes da expansão comercial e do desenvolvimento do capitalismo, a cobrança de juros constituía um problema ético. Chamado de usura, era terminantemente proibido pela Igreja na Idade Média. Mas com o desenvolvimento do comércio, as novas exigências de capitais mais vultosos acabaram estimulando a sua cobrança. A Igreja teve então de fazer concessões e passou a proibir somente a cobrança de juros em empréstimos destinados ao consumo pessoal. No século XVI, a reforma calvinista aceitou e justificou ―teologicamente‖ a cobrança dos juros. Na Inglaterra em 1545 o Rei Henrique VIII reconheceu a sua legalidade. A Igreja Católica só o fez 300 anos depois, e, no Islamismo o assunto ainda é polêmico. Mas foi somente no século XVIII que os estudiosos começaram a buscar uma justificativa econômica para a cobrança de juros sobre os empréstimos monetários. O investimento pode ser definido como a aplicação de recursos visando, direta ou indiretamente, a produção de bens e serviços, tornando possível aumentar o consumo ou a renda no futuro. O total da renda de um indivíduo pode se destinar ao consumo ou à poupança. O investimento somente pode ser feito se houver poupança. À medida que aumenta a renda individual e, portanto, são satisfeitas as necessidades básicas do consumidor, aumenta a sua capacidade de poupança e sua inclinação ao investimento. Surge então uma importante observação: nem sempre aquele que tem um bom projeto de investimento dispõe da poupança para viabilizá-lo. Neste caso, poderia ―alugar‖ a poupança de outro que possui os recursos, mas não deseja empreender. Aí está, de forma bastante simplificada, a origem dos juros e do sistema financeiro. Assim, os agentes de intermediação financeira (bancos, financeiras, etc.) tornam possível a compatibilização das necessidades de uns com as disponibilidades de outros, mediante remuneração pelo serviço, funcionando semelhantemente a um mercado de mercadorias: o mercado financeiro. Considerando que o crédito está relacionado com o tempo e com o juro e que é fundamental estabelecer regras que quantifiquem os valores envolvidos nos contratos, surgiu a disciplina Matemática Financeira. No mercado financeiro existe pagamento de juros pelo empréstimo de capital. Os juros somados ao capital 12 representam acréscimo de valor ao longo do tempo. Pode-se, então, dizer que a Matemática Financeira tem por objetivo estudar a evolução do dinheiro ao longo do tempo. 1.3 O advento dos Bancos e a Matemática Financeira Existe uma ligação profunda entre o desenvolvimento dos bancos e a utilização dos cálculos da matemática comercial, posto que, de acordo com Gonçalves (2007, p. 6), o surgimento dos bancos está diretamente ligado ao cálculo de juros compostos e o uso da Matemática Financeira, de modo geral. Na época em que o comércio começava a chegar ao auge, uma das atividades do mercador foi também a do comércio de dinheiro: com o ouro e a prata. Nos diversos países eram cunhadas moedas de ouro e prata. (GONÇALVES, 2007, p. 4). Assim os bancos foram um dos grandes propulsores práticos para o avanço da Matemática Comercial e Financeira e da Economia durante os séculos X até XV. Pois sem essa motivação para o aprimoramento dos cálculos, talvez, essa área de Matemática não estivesse tão avançada nos dias atuais. Infere-se que, para alcançar uma precisão nos cálculos, houve toda uma evolução histórica nas formas utilizadas para resolver os problemas, a partir das primeiras trocas comerciais. Segundo Medeiros (2003), ―foram os dedos das mãos e dos pés os primeiros instrumentos que o homem primitivo utilizou para atender a diferentes necessidades como a de controlar a quantidade de animais dos rebanhos utilizados em seu sustento.‖ (p. 19). Mais tarde, com o aumento das transações comerciais, o homem criou instrumentos que, ao longo do tempo, foram se sofisticando. Para a contagem dos objetos, podem-se citar o ábaco (invenção atribuída aos chineses no século 20 a.C.), as tabelas, réguas de cálculos e tábuas matemáticas. Durante a expansão do comércio e as guerras de conquista, as diferentes moedas dos países eram trocadas, pois o pagamento sé podia ser feito com o dinheiro 13 do país específico. Consequentemente, dentro das fronteiras de cada país, as moedas eram cambiadas por dinheiro do respectivo país. Por outro lado, os comerciantes e outras pessoas possuidoras de muito dinheiro e que viajavam por outros países, precisavam de dinheiro de diversos países ao qual compravam como moeda nacional. Com o passar do tempo, alguns comerciantes ficaram conhecendo muito bem as moedas estrangeiras e passaram a acumulá-las em grandes quantidades. Desta forma, dedicaram-se exclusivamente ao câmbio de dinheiro e a comercializá-lo. Em pouco tempo os cambistas acumularam grandes somas de dinheiro e com isso, passaram a guardar e a emprestar. Isso acontecia, pois na época não era recomendado que as pessoas ficassem com o dinheiro em casa, devido à falta de segurança. Então essas pessoas entregavam seu dinheiro à custódia do cambista rico, que o guardava e devolvia ao dono quando ele pedisse. Como os cambistas perceberam que tinham acumulado em seus cofres grandes quantias de dinheiro, era natural que a ideia de lucrar por esse serviço viesse à tona. Percebe-se que a palavra lucro estava diretamente relacionada ao conceito de finanças. Era pouco provável que todos os donos do dinheiro, ao mesmo tempo, e num mesmo dia, exigissem a devolução do dinheiro imediata. Então passaram a emprestar estas quantias a quem pedisse, sob a condição de que fosse devolvido num prazo determinado, evidentemente, cobrando uma vantagem adicional, o juro. Por isso quando as pessoas que precisaram do dinheiro o devolviam, esse era devolvido com um incremento, no qual. Assim tiveram início as operações creditícias, aqueles que por ventura seencontravam sem dinheiro, comerciantes, senhores feudais e raras vezes o próprio rei ou o erário nacional, recorriam aos cambistas que lhes emprestava grandes quantias de dinheiro a juros razoáveis. 14 O juro era pago pelo usufruto do dinheiro recebido ou, na verdade, era a ―compensação do temor‖ de quem emprestava o dinheiro. Em alguns casos os juros alcançaram quantias incríveis. Na Roma antiga os usurários exigiam de 50 a 100 por cento e na Idade Média, de 100 a 200 por cento, podendo chegar a percentuais maiores, na relação direta com a necessidade do solicitante e do montante da soma. Devido a esse acontecimento o juro passou a ser chamado de usurário, o dinheiro recebido emprestado, de capital do usurário e o credor, de usureiro. O cambista exercia sua profissão sentado em um banco no mercado local. Daí a origem da palavra ―banqueiro‖ e ―banco‖. Os primeiros bancos da História foram criados pelos sacerdotes. No mundo antigo, entre os egípcios, babilônios e mais tarde entre os gregos e romanos, estava amplamente difundido o costume dos cidadãos, mais abastados, confiarem a custódia de seu dinheiro aos sacerdotes do seu ouro. A Igreja cristã não só deu continuidade à tradição das operações creditícias dos antigos sacerdotes, que consideravam pagãos, mas desenvolveu-se em grande escala. As iniciadoras desta atividade foram às cidades-estados da Itália, que tinham um vasto comércio, cujo raio de ação se estendia aos limites do mundo conhecido. O primeiro banco privado foi fundado pelo duque Vitali no século XII, em 1157, em Veneza. Após esse, nos séculos XIII, XIV e XV toda uma rede bancária foi criada. A Igreja não teve alternativa senão aceitar a realidade. Assim os bancos foram um dos grandes propulsores da Matemática e Financeira e da Economia durante os séculos X até XV. Sem essa motivação para o aprimoramento dos cálculos, talvez, essa área da Matemática não estivesse tão avançada nos dias atuais. Atualmente dentro de um Banco temos dois grupos de clientes: o das pessoas que tem dinheiro e quer guardá-lo e o das que precisam de dinheiro e tomam-no emprestado. 15 Se esses grupos não se conhecem, não é possível a realização de negócios entre eles. Mesmo que se conhecessem, poderia não haver confiança entre as pessoas, a ponto de umas pedirem dinheiro emprestado às outras. Então os bancos oferecem para o grupo de pessoas que têm dinheiro uma forma segura de guardá-lo, como uma conta de poupança, um recibo de depósito bancário (RDB) ou um certificado de depósito bancário (CDB) e lhes pagam juros ou rendimentos. Para o grupo das pessoas que precisam de dinheiro, os bancos fazem empréstimos e recebem juros pelo serviço. Como podemos ver, o que mudou foi só o tempo, os procedimentos são quase os mesmos da época dos cambistas. Dessa maneira, os bancos movimentam dinheiro. Usam as economias de uns para emprestar para outros. As pessoas que guardam seu dinheiro no banco deixam-no depositado por algum tempo. Sabendo disso, os bancos só conservam em seus cofres uma pequena parte de tudo que recebem, para atender aos clientes que solicitarem alguma quantia. A outra parte, bem maior, é emprestada a outras pessoas. Com a diferença entre os juros que recebem das pessoas que tomam o empréstimo e os juros que pagam às pessoas que guardam o dinheiro (em uma poupança, RDB, CDB, por exemplo), os bancos pagam a seus empregados e obtêm seus lucros. Essa diferença é conhecida no mercado financeiro como Spread, conceito já abordado por nós, através da Disciplina Matemática Financeira e Cidadania, que compõe este curso. Esse indicador não pode ser negativo. Se isso acontecer é porque o banco está pagando um juro maior para quem guardou o dinheiro e está recebendo um juro menor de quem lhe deve ou está emprestando para pessoas que fazem maus negócios. Para evitar que isso aconteça, existem leis que protegem os que depositam seu dinheiro nos bancos e autoridades que fiscalizam o cumprimento dessas leis. 16 Como se pode observar o que realmente mudou foram os mecanismos de controle existentes numa negociação financeira para diminuir o risco. E um dos mecanismos exigidos é o conhecimento a Matemática Financeira. O uso da aritmética na resolução de problemas matemáticos já existia bem antes dos escritos sobre ela, porém, quando se necessitou efetuar contagens mais extensas, o processo de contar teve de ser escrito e sistematizado. Com o crescimento significativo da atividade comercial no Renascimento e o interesse pela educação, foram elaborados os primeiros escritos populares sobre a aritmética, tendo sido impressas várias obras na Europa, ainda antes do século XVII, e, de acordo com Eves (2004, p. 299), ―essas obras eram de dois tipos, basicamente aquelas escritas em latim por intelectuais de formação clássica, muitas vezes ligados a escolas da Igreja, e outras escritas no vernáculo por professores práticos interessados em preparar jovens para carreiras comerciais.‖ A obra denominada Aritmética de Treviso é considerada a mais antiga aritmética impressa, anônima e extremamente rara nos dias de hoje. Publicada na cidade de Treviso, em 1478, trata-se de uma aritmética amplamente comercial, dedicada a explicar a escrita dos números, a efetuar cálculos com eles e que contém aplicações envolvendo sociedades e escambo. Como os algoritmos iniciais do século XIV, ela também inclui questões recreativas. Foi o primeiro livro de matemática a ser impresso no mundo ocidental (GONÇALVES, 2007, p. 6). 1.4 A moeda e seu valor A moeda foi criada para facilitar as trocas, viabilizando, com isto, a especialização do trabalho. Seria impossível imaginar a atual organização socioeconômica sem a moeda, o crédito e as instituições que a emitem e intermedeiam. Hoje a importância da moeda decorre não só de suas tradicionais funções de meio de troca, de unidade de conta (ou de valor), reserva de valor e padrão de pagamentos diferidos, mas também do seu 17 preço (juros) e da sua estabilidade interna (inflação/deflação) e externa (câmbio). Influencia e serve de referência para avaliar as condições e perspectivas econômicas do país que a emite. O aumento da importância da moeda está ligado ao desenvolvimento do processo da divisão do trabalho e consequente perda da autossuficiência econômica dos indivíduos. Salvo em comunidades extremamente afastadas da civilização, um homem dos nossos tempos produz parcela minúscula daquilo que consome. Portanto, a perda de autossuficiência é uma contingência do progresso e da produção em massa, alcançáveis apenas com intensa divisão do trabalho. Ou seja, quanto mais um país se desenvolve mais se especializam seus indivíduos, e maior passa a ser a interdependência entre eles. Obviamente o corolário imediato da divisão do trabalho é o estabelecimento das trocas. A introdução da moeda no sistema econômico conduziu à dissociação de cada troca em duas operações: uma de compra e outra de venda. A moeda, por sua vez, passou a desempenhar as seguintes funções fundamentais: ➢ intermediário de trocas; ➢ unidade de conta ou valor; ➢ reserva de valor; e, ➢ padrão de pagamentos diferidos. 1.4.1 Funções da moeda O papel da moeda como intermediário das trocas é inerente à sua própria definição. O segundo papel, o de unidade de valor ou de conta, resume-se na praxe de exprimir o valor de troca das mercadorias em termos de uma unidade comum – o padrão monetário. A existência desse padrão deu origem aos sistemas atuais de preços, tornou possível a contabilização da atividade econômica e permitiu a construção de sistemas agregativos de contabilidade social. Essas duas funções são consideradas como atuando no espaço. 18 Dentre as funções no tempo, a principal é a de reservade valor, que decorre do desdobramento das trocas em compras e vendas. No momento em que um indivíduo vende serviços ou mercadorias recebendo moeda em troca, pode guardála para gastar no futuro. O que leva à preferência pela utilização da moeda como reserva de valor é a sua pronta e imediata aceitação, pois tem como característica a liquidez por excelência, podendo ser convertida em outros ativos, financeiros ou reais. A outra função no tempo, que corresponde ao papel da moeda como padrão de pagamentos diferidos, decorre das facilidades relacionadas ao crédito e da distribuição temporal de formas de adiantamentos. Dessa forma, são viabilizados os processos de investimento, de produção e de consumo, pois a moeda permite interpor parcelas de pagamentos ao longo das etapas de geração dos bens econômicos. A moeda tem também como característica a função liberatória, pois detém o poder de saldar dívidas, de liquidar débitos e de livrar o detentor de uma situação passiva. O poder liberatório é garantido pelo Estado, que pode forçar o curso da moeda, impondo sua aceitação como forma de pagamento. Além disso, a moeda é um instrumento que traduz o poder econômico, político e social. À medida que se admite a moeda como um título de crédito, os que a detêm possuem direitos de haver sobre os bens e serviços disponíveis no mercado, tanto maiores e mais amplos quanto maior for o montante disponível de moeda. Em períodos caracterizados por altas taxas de inflação, muitas vezes causadas por emissões desenfreadas, as funções da moeda passam a ser negadas econômica e socialmente. As primeiras a sofrerem esse processo são as funções no tempo, pois com a perda de valor a moeda deixa de ser usada como reserva de valor e, em seguida, como padrão de pagamentos diferidos. A persistência de taxas de inflação elevadas interfere também nas funções da moeda no espaço, que é substituída por outros ativos que passam a desempenhar o papel de unidade de conta. Num regime hiper-inflacionário, a moeda pode perder até mesmo sua função de intermediária de troca. 19 A perda do poder de compra da moeda eleva os custos de sua retenção e de contabilidade das transações. O uso de ativos alternativos como meio de conta provoca dissociação entre o meio de conta e o meio de troca. No Brasil, por exemplo, entre 1981 e 1986, muitos contratos eram celebrados em ORTNs (Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional), enquanto o acerto final se dava em cruzeiros. Essa separação trouxe ineficiência para o sistema econômico, pois os cálculos para converter os preços dos bens em ORTNs (ou em dólar) e reconvertêlos para a moeda por ocasião de sua venda envolviam um custo fixo por transação, independentemente do valor total da operação. Do ponto de vista do vendedor, entretanto, a dissociação era vantajosa, pois ele se livrava da necessidade de repetida remarcação dos preços denominados em valores monetários. A separação entre meio de conta e meio de troca se acentua nas fases de inflação elevada, que se caracterizam por remarcações frequentes, atingindo preponderantemente os bens e serviços transacionados em maiores intervalos de tempo. A denominação de preços em ORTNs foi adotada principalmente em transações de longo prazo, como nos financiamentos para aquisição de moradias. A inflação elevada também reduz sensivelmente a eficiência da moeda como reserva de valor, principalmente na ausência de mecanismos de correção. É importante destacar, contudo, que nos anos que antecederam a implementação do Plano Real (1994), o uso intenso de indexadores, que corrigiam os valores de praticamente todas as transações, foi o que impediu a ― dolarização da economia brasileira. Assim, podemos concluir que a matemática financeira esteve presente nos vários períodos da História, apenas realizada com diferentes recursos. Muitos termos utilizados no mercado financeiro derivaram da maneira como o dinheiro no passado era negociado. O próprio nome, Banco, está atrelado ao lugar onde aconteciam os negócios. Verifica-se também que a figura da Igreja contribui para o aparecimento dos Bancos. Os procedimentos usados no passado para cálculo dos juros e obtenção do lucro praticamente não mudaram. Somente as garantias aumentaram para diminuir os riscos tantos para os clientes como para os Bancos. 20 Em sendo, refletir sobre a importância da matemática financeira e sua história significa perceber que a construção dos conhecimentos é um processo contínuo. Por outro lado, visualizar a matemática contextualizada, através dos tempos, permite que o estudante se aproprie das significações atuais de uma forma completamente nova e inovadora; que veja as atividades comerciais e financeiras atuais permeadas de conhecimentos que ainda podem evoluir. O valor da história está também na compreensão da evolução das práticas sociais e dos conhecimentos atrelados a elas, não como conhecimentos fechados ou perenes. Contudo, podemos afirmar que, o conhecimento e uso correto da Matemática Financeira, torna a vida mais fácil e mais ágil, principalmente se utilizarmos das benesses das novas tecnologias, na resolução dos cálculos matemáticos e financeiros. Mas, antes, vejamos o ensino da Matemática Financeira. 2 O ENSINO DA MATEMÁTICA FINANCEIRA Atualmente, a Matemática Financeira está presente em todos os níveis da educação básica e não se pode relegar ao segundo plano sua importância para a compreensão das relações econômicas e financeiras atuais. Desse modo, a apropriação dos significados dos conceitos da área da Matemática Financeira é fundamental. Segundo Araújo (1992, p. 13), ―a Matemática Financeira é um ramo da Matemática aplicada. Mais precisamente é aquele ramo da Matemática que estuda o comportamento do dinheiro no tempo‖ e Hazzan e Pompeo (2004, p. 1) afirmam que ―a Matemática Financeira visa estudar o valor do dinheiro no tempo [...].‖. Por outro 21 lado, Laureano e Leite (1987) formulam um conceito mais amplo, referindo-se ao desenvolvimento e ao domínio deste ramo da Matemática: como pudemos constatar, a Matemática Financeira desenvolveu-se juntamente com o sistema econômico, conhecido por Economia de Mercado. Dominá-la, por conseguinte, tornou-se como que impositivo, quer pelas implicações do trabalho assalariado, quer pelas operações de compra e venda, quer pelos investimentos de capital. (p. 03). Até pouco tempo atrás, a maior parte das obras deste ramo da Matemática trazia bem clara a denominação de Matemática Comercial e Financeira. Carvalho e Cylleno (1971) distinguiram a Matemática Comercial (juros e descontos simples, ligas, moeda, câmbio e títulos de renda) da Matemática Financeira (juros e descontos compostos, rendas certas, empréstimos, depreciação e as tábuas financeiras). Acredita-se que a classificação de comercial ou financeira esteja mesmo ligada à forma de resolução dos problemas. Os cálculos relacionados à utilização de fórmulas matemáticas, porcentagens, juros e descontos simples, por exemplo, estão mais próximos do conceito de comércio; os cálculos de juros compostos, séries de pagamentos, amortizações de empréstimos bancários são entendidos como financeiros, pois, em geral, utilizam-se calculadoras financeiras para a solução dos problemas apresentados. Atualmente, já se encontram obras com os títulos Matemática financeira (Araújo, 1992; Campos Filho, 2001) e Matemática financeira aplicada (Puccini, 2001; Branco, 2002). Santos (2005, p. 157), ao tentar responder à questão sobre o que a Matemática Financeira estuda, salienta, que: de uma forma simplificada, podemos dizer que a Matemática Financeira é o ramo da Matemática Aplicada que estuda o comportamento do dinheiro no tempo. A Matemática Financeira busca quantificar as transações que ocorrem no universo financeirolevando em conta a variável tempo, ou seja, o valor monetário no tempo (time value money). As principais variáveis envolvidas no processo de quantificação financeira são a taxa de juros, o capital e o tempo. Para entender melhor a definição da autora, poder-se-ia afirmar que um determinado valor — capital em dinheiro — hoje poderá não ser o mesmo em outro tempo, porque, além das variáveis capital e tempo, existe a taxa de juros, justificada 22 pelo uso ou empréstimo do dinheiro, ou pela inflação (aumento geral dos preços de produtos e serviços). A Matemática Financeira, como parte ou ramo da Matemática, segundo a maioria dos autores consultados para a elaboração dessa disciplina, é composta de vários conteúdos interligados e interdependentes, formando um sistema de conceitos que, de acordo com Vigotski (2005, p. 116), nos conceitos científicos que a criança adquire na escola, a relação com um objeto é mediada, desde o início, por algum outro conceito. Assim, a própria noção de conceito científico implica uma certa posição em relação a outros conceitos, isto é, um lugar dentro de um sistema de conceitos. Portanto, no inicio, este estudo era feito utilizando-se cálculos lineares, baseados em razão, proporção, regra de três simples e composta. Passado algum tempo passou a ser efetuado com cálculos exponenciais, determinando a utilização da potenciação, radiciação e o logaritmo. Razão, proporção, porcentagem, regra de três, juro simples e composto são considerados conteúdos básicos da matemática financeira, constituindo um sistema de conhecimentos pela relação existente entre eles. Bigode (2000, p. 218) apresenta um conceito de razão relacionado a uma taxa percentual: ―é a razão entre um número e 100.‖ Acrescenta que ―uma razão cujo segundo termo é igual a 100 é chamada de taxa percentual.‖ (p. 226). Ao tratar de razão e proporção, verifica-se que há uma relação com a regra de três. Segundo Souza e Spinelli (1999, p. 274), uma proporção é uma igualdade formada por duas razões. Como em cada razão há dois números, em uma proporção há quatro. Nos problemas com grandezas diretamente proporcionais, normalmente são conhecidos três números da proporção, sendo necessário calcular o quarto. Esse método de resolução de problemas com grandezas proporcionais é chamado de regra de três. A porcentagem, também conhecida por ―percentagem‖, ou, ainda, por ―taxa de porcentagem‖, é utilizada quase diariamente nos meios de comunicação, especialmente na divulgação de pesquisas de opinião e em indicadores econômicos. 23 De acordo com Balielo e Sodré (2005, p. 17), ―o termo por cento é proveniente do Latim per centum e quer dizer por cem‖. Toda razão da forma a/b na qual o denominador b=100, é chamada ―taxa de porcentagem‖. A expressão ―por cento‖, segundo estes autores, aparece nas primeiras obras de aritmética do século XV, na Itália, e o símbolo % teria surgido como uma abreviatura da palavra ―cento‖, utilizada nas operações mercantis. Santos (2005, p. 157) mostra a importância desses conceitos, ao fazer as seguintes afirmações: porcentagem é uma comparação. A porcentagem está presente em inúmeras situações. Não há como entender o mundo do capital, das compras, das vendas, do planejamento financeiro, etc. sem entender porcentagem. Precisamos entendê-la para realizar cálculos, Interpretar gráficos, tabelas, e principalmente, usá-la a nosso favor. Sobre esse conteúdo, Bigode (2000, p. 226) traz a seguinte definição: ―As porcentagens expressam relações entre uma quantidade e o número 100. Daí o nome porcentagem.‖ Cita um exemplo de pesquisa de opinião sobre hábitos de um grupo populacional, com os resultados comparados, utilizando o número de 100 pessoas como base: ―23 em cada 100 habitantes usam o sabonete Cheiroso (23%); de cada 100 habitantes, 11 preferem vôlei a futebol (11%); 90 em cada 100 famílias assistem ao Jornal Regional (90%)‖. Na resolução de problemas envolvendo porcentagem, pode-se utilizar o método da regra de três, como no exemplo a seguir: se uma mercadoria recebeu um abatimento (desconto) de 15%, correspondente a R$ 1.200,00, qual o seu preço inicial? Para montar uma proporção, parte-se dos dados conhecidos das grandezas ―taxa de porcentagem‖ e ―valor em reais‖ e pode-se indicar com ―x‖ o termo desconhecido. Então, 15% está para R$1.200,00 e 100% para ―x‖. A partir da montagem da proporção e da aplicação da propriedade fundamental das proporções ―o produto dos meios é igual ao produto dos extremos‖ (GIOVANI; PARENTE, 1993, p. 5), por exemplo, encontra-se o preço inicial. O conceito de juro, quando analisado apenas sob o aspecto econômicofinanceiro, leva à afirmação de que é a remuneração pelo empréstimo de um capital (dinheiro). Se se está devendo, pagam-se juros; quando se aplica um valor 24 no banco ou se empresta dinheiro, recebem-se juros. Santos (2005, p. 161) define juro como sendo [...] aquela quantia que é cobrada ou recebida a mais sobre um valor emprestado ou aplicado durante certo tempo à referida taxa. Quando pedimos dinheiro emprestado a um banco, sempre teremos que pagar juros pelo empréstimo obtido. Quando efetuamos depósitos em poupança ou outro tipo de investimento, o valor excedente que recebemos por mantermos nosso capital aplicado é o juro. É como se fosse um aluguel que se paga pelo uso do dinheiro. Entretanto, juro pode ser definido sob diferentes prismas, como o político, o econômico, o jurídico ou até filosófico. A Economia conceitua juros como sendo a remuneração paga, pelo tomador de um empréstimo, ao detentor do capital emprestado. Juridicamente, os juros são ditos ―frutos civis‖ do capital, remuneração pela disponibilidade de uma importância em dinheiro por determinado tempo. Quando são consideradas decisões de governos, está presente o enfoque político no conceito de juro, com critérios objetivos e subjetivos, os quais consistiam na escassez de capital e renúncia à liquidez monetária, aliada à oferta e procura da moeda em investimentos os juros passaram a ser instrumentos de políticas de desenvolvimento econômico com manipulação da oferta monetária disponível. Do prisma filosófico, tem-se o conceito do filósofo e economista Giannetti (2005, p. 10): [...] a realidade dos juros não se restringe ao mundo das finanças, como supõe o senso comum, mas permeia as mais diversas e surpreendentes esferas da vida prática, social e espiritual, a começar pelo processo de envelhecimento a que nossos corpos estão inescapavelmente sujeitos. Os juros são o prêmio da espera na ponta credora – os ganhos decorrentes da transferência ou cessão temporária de valores do presente para o futuro; e são o preço da impaciência na ponta devedora – o custo de antecipar ou importar valores do futuro para o presente. Os juros são classificados em simples ou compostos, dependendo do regime de capitalização. No caso do juro simples, a taxa percentual incide somente sobre o capital inicial e não se incorpora no capital, mesmo com o passar do tempo, tendo um crescimento linear. No juro composto, o regime de capitalização é diferente, porque a cada período o juro gerado é incorporado ao capital atual (saldo devedor) e sua 25 acumulação se dá de forma exponencial. O regime de capitalização do juro composto é o mais utilizado no sistema financeiro e nos cálculos de empréstimos. Com o fim da década de 1950 o surto inflacionário e o seu reflexo nos rendimentos das aplicações financeiras motivaram o aparecimento de fórmulas matemáticas baseadas em exponenciação substituindo o cálculo linear até então utilizado. Em virtude dos cálculos feitos de forma exponencial e da não existência de máquinas de calcular, adotaram-se tabelas de coeficientes para simplificar os cálculos de logaritmos, exponenciação e radiciaçãoque apareciam com frequência nas fórmulas matemáticas adotadas. ―Então passou a ser comum a adoção de tabelas que eram simplificações das tábuas de logaritmos‖ (PUCCINI, 2000, p. 9). A Tabela Price, como é conhecida no Brasil é um artifício utilizado em cálculos de taxa de juros, prazos, prestações, quando não é utilizado um computador ou uma máquina financeira. Entretanto para problemas de taxas de juros e períodos não inteiros, comuns no mercado financeiro, a mesma não é recomendável, face a complexidade dos cálculos. A citada tabela foi elaborada por Richard Price, em 1771, com o objetivo de produzir um sistema mais confiável para a seguradora inglesa Equitable Society. Essas tabelas permitiam calcular as probabilidades de vida e morte. A partir desse estudo e da elaboração das tábuas de mortalidade surge então a coleção das Tabelas de Juro Composto (Tables of Compound Interest), batizada no Brasil como Tabela Price. É importante destacar que Price elaborou suas tabelas de juro composto a pedida da Society for Equitable Assurance on Live (p.174, vol. I ed. 1803), com a finalidade de estabelecer um método de pagamento para seguro de vida e aposentadorias que acabou sendo usado por seguradoras do mundo todo até hoje. 26 No caso do Brasil, sua maior utilização dá-se, até agora, na área de financiamentos de bens de consumo do Sistema Financeiro de Habitação. Antes do advento das calculadoras financeiras e, para alguns professores resistentes ainda hoje ao uso de calculadoras e planilhas, o ensino da Matemática Financeira se dá principalmente com o uso das tabelas de Price. Esse recurso tornase necessário no juro composto pela razão de todas as fórmulas trabalharem com exponenciação. Existem também tabelas para calcular valor presente de fluxo único, prestações em função do valor presente e valor futuro, cálculo do valor atual e valor futuro de fluxos parcelados para somente períodos e taxas inteiros, ou seja, o problema de prazos e taxas não inteiros permanece. No final da década de 1960, com o surgimento das primeiras calculadoras eletrônicas e a facilidade de cálculo proporcionada por elas, essas tabelas foram gradativamente abandonadas. Contudo, veja alguns exemplos: aos termos prestações iguais de um financiamento, por exemplo, podemos determinar outras variáveis como a taxa, o número de períodos, etc. Para tanto, se vamos financiar um carro de $ 17.000 em 60 prestações com uma taxa de 1,5% a.m. Podemos descobrir a prestação, a ser paga, através da HP12C, digitamos: 17000 (CHS) (PV) 1.5 (i) 60 (n) (PMT) O resultado será uma prestação de $ 431,68. No Excel, podemos determinar através da função financeira: 27 Função financeira do Excel que determina a Prestação. Não é preciso preencher o VF, pois neste caso teremos somente o VP (quanto vamos financiar) Podemos fazer estes cálculos manualmente. Sabemos que, na primeira Prestação: a 1ª. capitaliza juros durante (n-1) períodos; FV= PMT * (1+i)n 1 a 2ª. prestação capitaliza juros durante (n-2) períodos; FV= PMT * (1+i)n 2 a penúltima prestação capitaliza juros durante 1 período, e seu valor futuro será: FV = PMT* (1+ i)n * a última prestação não capitaliza juros, e seu valor final do período n é igual a PMT Deste modo: FV= PMT * (1+i)n 1 + PMT * (1+i)n 2 +.........+ PMT* (1+ i) + PMT FV= PMT * [(1+i)n 1 + (1+i)n 2 +.........+ (1+ i) + 1] (Equação I) Ao multiplicar (1+i), nos dois termos temos: FV* (1+i)= PMT* [(1+i)n + (1+i)n 1 +.........+ (1+ i)2 + 1* (1+i)] (Equação II) EquaçãoII – Equação I 28 FV* (1+i) = PMT * [(1+i) + (1+i) +.........+ (1+ i) + 1* (1+i)] __ FV = PMT * [(1+i) + (1+i) +.........+ (1+ i) + 1] FV* (1+i)- FV = PMT* [(1+i)n + (1+i)n 1 +.........+ (1+ i)2 + 1* (1+i)] - PMT * [(1+i)n 1 + (1+i)n 2 +.........+ (1+ i) + 1] FV*i = PMT * [(1+i)n -1 Isolando PMT, temos: FV*i PMT = [(1+i) n -1] (III) Sabendo que, FV = PV * (1+i)n Substituímos em III: PV* (1 i)n *i PMT = [(1+i) n -1] No nosso exemplo, temos: PV= 17.000 i= 1,5% a..m. n= 60 meses Teremos, PMT = PMT = = 431,69 E obtemos o mesmo resultado. A partir da prestação é possível entender como ocorre um tipo de amortização. Vamos imaginar uma compra de $ 100, em 5 vezes, a uma taxa de juros de 5% a.m. Teremos, então: PV* (1 i)n *i PMT = [(1+i) n -1] PMT = 23,09 29 Tabela do Sistema Price Mês Prestação PMT Juros Jt=i * S t 1 Amortização At=PMT - Juros Saldo Devedor Sd=S t 1-At 0 - - - 100 1 23.09 Jt= 0,05 *100=5 At=23,09– 5= =18,09 Sd=100-18,09= Sd= 81,91 23,09 Jt=0,05*81,91= Jt=4,09 At= 23,09-4,09=19 Sd=81,91-19= Sd=62,91 23,09 Jt=0,05 * 62,91= Jt= 3,14 At= 23,09-3,14= =19,94 Sd=62,91-19,94 =42,96 23,09 Jt= 0,05*42,96= Jt=2,15 At= 23,09-2,15= At= 20,94 Sd=42,96- 20,94 =22,02 23,09 Jt= 0,05*22,02= =1,01 At=23,09-1,01= At=22,08 Sd= 22,02-22,08= -0,06 Zerando o saldo! Qual será a prestação de um empréstimo de 200.000, que será pago pela Tabela Price, com uma taxa de juros de 10% a.m. a ser liquidada em 4 meses? Solução: NA HP 12 C, temos: Digite 200000 (CHS) (PV) 10 (i) 4 (n) PMT O resultado será: PMT= 63.094,16 Tabela do Sistema Price Mês PMT Juros Amortização Saldo devedor 0 - - - 200.000 1 63094,16 20000,00 43094,16 156905,84 30 2 63094,16 15690,58 47403,58 109502,26 3 63094,16 10950,23 52143,93 57358,33 4 63094,16 5735,83 57358,33 0,00 Portanto, estes são alguns exemplos da tecnologia sendo utilizada a serviço do ensino e aprendizagem da Matemática. Vejamos, a seguir, outras tecnologias e sua utilização. 3 O USO DAS TECNOLOGIAS A SERVIÇO DA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA 3.1 As calculadoras Os cálculos matemáticos aplicados à área financeira ganharam muito em agilidade, com o advento das calculadoras financeiras, cujas funções, desenvolvidas especialmente para essa área, deixaram para trás as tão conhecidas tabelas financeiras. A Calculadora é uma máquina que realiza automaticamente operações aritméticas e executa determinadas funções matemáticas. As calculadoras modernas têm origem na máquina aritmética idealizada por Pascal em 1642, que valia-se dela para fazer a contabilidade do pai. O mecanismo estava contido numa caixa, e os números, gravados em discos, de 0 a 9 e podiam ser lidos numa janela aberta na tampa. A máquina de Pascal era capaz de somar e de fazer subtrações, porem, somente multiplicava por adições sucessivas. A primeira máquina capaz de multiplicar e dividir foi inventada por Leibniz (1794), mas não era inteiramente digna de confiança. Leibniz conseguiu, no entanto, demonstrar, com sua calculadora, a superioridade do sistema binário sobre o decimal, para computadores mecânicos. A álgebra binária, cujos fundamentos foram estabelecidos por George Boole, está na raiz dos cérebros eletrônicos. Em 1820 uma máquina fidedigna e apta a exercer as quatro operações fundamentais, foi posta à venda por Charles Xavier Thomas. A automatização do processo começou com Charles Babage (1812). Sua calculadora universal fracassou, 31 mas a ideia era fecunda - como provam as inúmeras calculadoras automáticas em uso. Desde então, as calculadoras tornaram-se cada vez mais complexas, permitindo cálculos combinados com operações diversas, memórias com dados reutilizáveis, a impressão de resultados etc. Na era da eletrônica e da física de estado sólido, base dos chamados microprocessadores, as calculadoras tornaramse leves e portáteis (calculadoras de bolso, do tamanho de um maço de cigarro),dotadas de circuitos miniaturizados, especializadas segundo os tipos de uso, tais como, as aritméticas, as cientificas e as financeiras. Na década de 1970, surgiram calculadoras mais complexas, que efetuavam um número maior de operações. Em seguida surgem às calculadoras científicas e as financeiras, as primeiras voltadas para a área das exatas. Essas últimas auxiliaram no ensino tornando-o mais dinâmico já que havia funções para resolução de problemas específicos de cada matéria. 3.1.1 História e o desenvolvimento das calculadoras financeiras De acordo com informações obtidas no Museu das calculadoras, no seguinte endereço: <http://museu.boselli.com.br/historia.htm>, as pedras foram as primeiras medidas de quantidade, utilizadas para contar, antes mesmos de haver o conceito de números. Daí a palavra cálculo que vem do latim ―calcúlus‖ e significa ―pedrinha‖. Ainda de acordo com o mesmo site, o ábaco teria sido o antepassado da calculadora moderna. Existem relatos de ábacos primitivos encontrados e com datação de: 500 AC ÁBACOS DE AREIA 300 AC TÁBUA DE SALAMIS (GREGOS) 200 AC CALCULI (ROMANO) 100 AC ÁBACO DE MÃO (ROMANO) 1000 DC* QUIPO (ASTECA) - Feito de vários fios e nós http://museu.boselli.com.br/historia.htm http://museu.boselli.com.br/historia.htm http://museu.boselli.com.br/historia.htm 32 * REUTER, 19/07/2005: Arqueólogos que trabalham em Caral, a mais antiga cidade das Américas (localizada no Peru), dizem ter encontrado quipos com quase 5.000 anos de idade. Entre os diversos tipos de ábacos, relacionam-se: 1200 DC SUAN-PAN (CHINÊS) – duas contas em cima e cinco em baixo. 1600 DC SCET (RUSSO) dez contas em barras de deslizamento curvas. 1620 DC SOROBAN (JAPONÊS) – uma conta em cima e cinco em baixo. 1930 DC SOROBAN (MODERNO) – uma conta em cima e quatro em baixo. Já por volta do ano de 1500, Leonardo Da Vince desenvolveu um projeto de uma máquina constituída por várias engrenagens para fazer cálculos. Apesar de não ter construído tal mecanismo é a primeira informação que se tem sobre uma máquina de calcular. Em 1617, o matemático John Napier, inventor do logaritmo, desenvolveu um sistema de multiplicação utilizado ―barrinhas‖ de madeiras, denomina ―Bastões de Napier‖ ou ―Bastões de Neper‖ (não há consenso na literatura quanto ao sobrenome correto desse matemático). Pouco depois, em 1623, Wilhel Schickard criou na Alemanha um aparelho que somava e subtraia até 6 dígitos e que era operado por manivela. Logo depois, em 1638, foi criada a régua de cálculo, pelo inglês William Oughtred e baseava-se na Tábua de Logaritmos criada por John Napier em 1614. Já a primeira máquina com o fim de fazer contas, de que se tem notícias foi uma máquina somadora, desenvolvida pelo francês Pascal de Blaise, em 1642 e comercializada. Na época ele tinha apenas 21 anos de idade e sua intenção era diminuir o trabalho de seu pai, coletor de impostos, que passava muitas horas fazendo contas dos tributos recolhidos. A máquina media aproximadamente 50 cm por 10 cm por 8 cm, era construída em metal, com 8 seletores movimentados por estilete. Com base nessa mesma máquina, em 1672, Gottfried Wilhelm Von Leibniz fabricou uma máquina de calcular capaz de fazer as quatro operações. 33 Em 1727, Jacob Leupold, baseando-se no principio da máquina de Leibniz, idealizou uma máquina de calcular circular. Em 1820, Charles Xavier Thomas de Colmar, produziu a primeira máquina em grande escala. Era uma somadora denominada de ―Arithmometer‖ ou também a ―Máquina de Thomas‖, que foi baseada na máquina de Leibniz. Esse tipo de calculadora foi reproduzido por vários fabricantes até o final do século XIX, quando então se massificou a calculadora de cilindro de pinos inventada por Willgodt T. Odhner. Em 1822, Charles Babbage desenvolveu uma complexa calculadora de engrenagem, que, segundo muitos, deu origem aos computadores. Em 1838, o inglês Thomas Fowler desenvolveu um sistema baseado nas tabelas de números binários e ternários para facilitar cálculos aritméticos. Mais tarde usou um princípio similar para construir uma calculadora ternária. Seu protótipo, que media 15 cm por 7,5 cm, feito em madeira, foi apresentado aos membros da sociedade real inglesa em maio 1840. Fowler faleceu alguns anos após, e a máquina nunca entrou na produção. O americano Frank Stephen Baldwin em 1875 patenteia uma calculadora com cilindro de pinos, nesse conceito os nove cilindros da calculadora de Leibniz, é substituído por um único com engates e pinos capazes de fazer as quatro operações de forma muito mais simples. O sueco Willgodt T. Odhner patenteou o seu sistema de calculadora com cilindro de pinos em 1878, semelhante conceito utilizado pelo Baldwin. Esses dois projetos, apesar de muito parecidos, os dois modelos foram desenvolvidos separadamente. A geração de máquinas de calcular mecânica que prosperou até o final de sua fabricação manteve o conceito original de Odhner e de Baldwin, com o mecanismo denominado de ―cilindro de pinos‖. Centenas de fabricantes utilizaram esse sistema até a década de 1970, quando elas deixaram de ser fabricadas, sendo substituídas pelas máquinas elétricas e eletrônicas. 34 Em 1892, a firma de Grimme, Natalis & company A.G. adquiriu as patentes da máquina de Odhner, e começou a fabricar as máquinas da marca Brunsviga, que teve grande aceitação no mercado, antes, porem, em 1889 Felt teria inventado a primeira calculadora com impressão. Outra máquina baseada no Arithometer foi a Madas, capaz de fazer as quatro operações, foi produzida pelo H. W. Egli em 1913, utilizando o mecanismo automático de divisão, patenteado em 1902, por Alexander Rechnitzer, da Checoslováquia. Até 1912, Baldwin fez diversos modelos baseados em seu princípio, mas a primeira operação comercial bem sucedida aconteceu somente quando juntou esforços com o americano Jay Randolph Monroe adaptando um teclado cheio (full keyboard) e fundou, em 1912, a Monroe Calculating Machine Co. Em 1924 a Monroe lança as calculadoras eletromecânicas. A Curta é considerada a mais brilhante calculadora já inventada em todos os tempos, mecânica de reduzidas dimensões (do tamanho e formato de um copo normal) e mecanismo impecável. O austríaco Curt Herzstark desenvolveu o projeto da Curta enquanto era prisioneiro do campo de concentração nazista de Buchenwald. Os líderes do campo sabiam de seu trabalho e o apoiavam, visando presentear Hitler, pela vitória no fim da guerra, com aquela invenção. Apesar de toda ajuda que teve para terminar o desenvolvimento da calculadora no campo de concentração, Curt teve o bom senso de não o concluir enquanto estava preso. Curt foi libertado em abril de 1945 e em abril de 1947 começou a produção comercial que continuou até 1973, quando então não havia mais espaço para competir com as calculadoras eletrônicas. De todas as máquinas financeiras atualmente disponíveis no mercado a HP 12C é, provavelmente, a mais antiga. Foi lançada em 1981. Pela sua popularidade no Brasil e nos cursos da área econômica essa calculadora é citada na maioria dos livros e sites de Matemática Financeira. 35 Não se deve negligenciar a utilidade dos recursos das calculadoras financeiras, particularmente a HP 12 C, que além de programável (como poucas) e portátil (como todas), é a mais popular na sua categoria (o que torna prontamente disponível em qualquer ambiente de negócios) (SCHNEIDER 2008). Suas características principais incluem o fato de possuir mais de 120 funções específicas para usos em negócios, as quais permitem trabalhar com 20 diferentes fluxos de caixa, operações com taxas internas de retorno e valores presentes líquidos. Note-se que a 12C não possui uma das principais teclas de calculadoras algébricascomuns, que é a tecla do sinal de igual. A razão dessa inexistência consiste no fato de trabalhar a lógica RPN (Reverse Polish Notation). Enquanto em uma operação algébrica comum os operandos devem ser intercalados por operadores, na lógica RPN os operandos devem ser colocados primeiramente e os operadores após. A lógica RPN segundo o HP Museum (http://hpmuseum.org) foi criada com base nos trabalhos apresentados por Jan Lukasiewicz (1878-1956), matemático polonês, nos anos 20. Consiste, basicamente, em um sistema lógico formal que permite a especificação de expressões matemáticas sem o uso de parênteses, por meio da colocação dos operadores antes (notação prefixada), ou depois (notação pós- fixada), dos operandos. A notação prefixada recebeu o nome de Notação Polonesa, em homenagem a Jan Lukasiewicz. A HP ajustou a notação pós-fixada para o teclado das calculadoras, mediante o uso de memórias que estão posicionadas conforme uma pilha para armazenamento dos operandos e funções específicas para o manuseio das pilhas. Assim, denominou a lógica criada de Notação Polonesa Reversa, ou, simplesmente, RPN mantendo a homenagem ao seu criador. Por exemplo, para somar 5 e 4 no sistema algébrico deve-se fazer 5 + 4 = 9. Em uma operação com lógica RPN, é necessário entrar com o número 5 e o número 4 e, depois, com o operador da adição. Para poder separar os números (isto é, indicar para a calculadora que o 4 e o 5 são dois números distintos e não 45), a 12C disponibiliza a tecla ENTER. Assim, para somar 4 e 5 será necessário pressionar as teclas 4 ENTER 5 +. 36 Alguns sites e catálogos de vendas destacam a superioridade mecânica de outras máquinas, como a 17BII (15 vezes mais rápida e com armazenamento e processamento quatro vezes superior) ou a 19BII (também 15 vezes mais rápida e com capacidade nove vezes superior de processamento de informações). Sendo assim, quais seriam as razões da persistência do uso da 12C a ponto, de justificar a sua utilização durante 20 anos. Conforme o HP Museum algumas justificativas do seu uso seria: - É uma calculadora puramente RPN, sem opções algébricas para confundir o comprador, ou o usuário. As calculadoras mais novas, 17B e 19B, foram lançadas em versões algébricas, rapidamente substituídas pelas versões BII, com RPN opcional; - Os compradores, geralmente profissionais ligados a áreas de negócios, são sempre ligeiramente conservadores, o que os torna aficionados pela 12C, já tradicional no mercado; - Possui um excelente design; - Como todas as outras calculadoras da série 10C, possui uma boa e sólida aparência, retangular (medindo 7,5cm de largura por 12,5 cm de comprimento feita na proporção da razão áurea, lembrando um cartão de crédito), especialmente quando comparada com outros modelos de calculadoras disponíveis no mercado. De maneira geral, as duas principais características da calculadora poderiam ser representadas por sua robustez (durabilidade) e simplicidade (é fácil de operar, possuindo as principais funções necessárias em matemática financeira, por exemplo). Outra função útil é o feedback com o usuário. Isso acontece quando ocorre alguma falha, resultado de um procedimento incorreto, muitas vezes indicado por uma mensagem de erro. Assim o usuário pode constatar, desde que saiba os códigos de erro, a falha que está cometendo. As principais mensagens de erro são: - ERROR 0: erro em operações matemáticas; - ERROR 1: ultrapassagem da capacidade de armazenamento ou processamento; - ERROR 2: operações estatísticas com erro; - ERROR 3: erro no cálculo da taxa interna de retorno (IRR); 37 - ERROR 4: erro em operações com a memória da calculadora; - ERROR 5: erro em operações de juros compostos. Provavelmente sinal errado; - ERROR 6: problema com o uso dos registradores de armazenamento; - ERROR 7: problemas na troca de sinal no fluxo de caixa no cálculo da taxa interna de retorno (IRR); - ERROR 8: problemas de calendário; - ERROR 9: problemas no auto-teste. O circuito da máquina não está funcionando corretamente ou alguns procedimentos no autoteste apresentaram falhas. Com a crescente utilização das planilhas, como o Excel, a utilização da 12C ficou limitada a operações financeiras rápidas que envolvem cálculos mais simples. Com a evolução das planilhas eletrônicas, como o Excel, igualmente apresentado neste texto, os usos da HP 12C ficaram limitados a rápidas operações, ou cálculos mais simples. Didaticamente, ainda representa excelente recurso, em função de executar as principais funções financeiras e apresentar um custo muito mais baixo que o de um microcomputador portátil, por exemplo. (BRUNI, 2003). Por exemplo, para calcular quais os juros ganhos de um capital de $ 100, a uma taxa de 10% a.m. durante 2 meses. Na HP 12C, o procedimento para o regime de juros simples será: Tecle 100 , a tecla CHS, e a tecla PV Para o período, é preciso estar em dias: Tecle 60 e a tecla n Para a taxa de juros, é preciso estar ao ano, e sabemos que 10% a.m = 120% a.a. Tecle 120 e a tecla i E agora, aperte a tecla e a tecla E teremos o seguinte resultado na tela da HP 12C: 38 Figura 2: Simulador da HP12C. Percebemos, então, que R$ 20,00 são os juros obtidos. Se apertarmos a tecla +, podemos obter o montante R$ 120,00. Se teclarmos em: veremos na tela: O resultado 100, mostrando que era o capital inicial; O resultado $ 19, 73; porque se for calculado no ano civil teremos: Juros = PV * i * n 120% Juros = 100 * *60 = 19, 73 365 Deste modo, os valores nas memórias temporárias, X, Y e Z, serão: 39 Quadro 2: Memórias da HP 12C Memória Valores Comentários X 20,00 Juros com 360 dias Y 100,00 Principal aplicado Z 19,73 Juros com 300 dias Outros exemplos, com atividade: 1) Em que prazo um empréstimo de $ 55.000 pode ser quitado por meio de um único pagamento de $ 110.624,80 se a taxa de juros compostos for de 15% a.m.? Solução: FV=PV* (1+i)n PV= $ 55.000 110.624,80= 55.000 * (1+0,15)n FV= $ 110.624,80 (1,15)n i=15% a.m. 2,0114 = (1,15)n n=? ln 2,0114 = ln (1,15)n 0,6988= n * 0,1398 n= = 4,9986 aproximando para n=5 meses 40 Obs.: Toda vez que precisarmos determinar período em problemas, com regime de juros compostos, é preciso colocar logaritmo nos dois membros da equação, para que a variável ―n‖ ―caia‖. Na HP 12 C: Tecle 55000, CHS, PV; Tecle 110624.8 e FV; Tecle 15 e ―i‖; Aperte ―n‖ Qual é o capital que, em 6 anos à taxa de juros compostos de 15% a.a, resulta em $ 14.000?. Solução: n= 6 anos FV=PV* (1+i)n i= 15% aa 14.000=PV * (1,15)6 FV = $ 14.000 PV= PV = 6052,48 Na HP12C, teremos: Tecle 6 e ―n‖ Tecle 15 e ―i‖ Tecle 14000 e ―FV‖ 41 Tecle ―PV‖ Contudo, apesar da preferência de muitos autores pela 12-C existem outras calculadoras financeiras que adotam interface semelhante e são igualmente úteis, como a HP 10BII, a 12C Platinum e a 17BII+. Essas calculadoras juntamente com a 12-C resolvem diretamente, através de teclas financeiras ―n‖, ―i‖, ―PV‖, ―FV‖, ―PMT‖ (definidas abaixo), os principais problemas de matemática financeira que envolve pagamento único e séries de pagamentos iguais, calculados no regime de capitalização composta. Com o teclado financeiro, as calculadoras passaram também a agilizar os cálculos onde os números de períodos de aplicação e a taxa de juros não eram inteiros, simplificando e aumentando a precisão dos resultados. 3.2 A Matemática Financeira no currículo escolar Ao destacar a presença da matemática financeira (MF) no dia a dia das pessoas, Santos (2005, p. 13)manifesta a preocupação com a sua ausência no currículo escolar, particularmente no Ensino Médio: percebe-se que a MF está muito presente no dia-a-dia de qualquer pessoa através dos problemas de ordem financeira comuns da vida moderna, o que possibilita uma aproximação com a vida do aluno fora da escola. No entanto, mesmo sendo um conteúdo imediatamente aplicável fora da escola e de extrema importância na formação do cidadão, verifica-se sua ausência no currículo escolar. Parente e Caribé reforçam a ideia da presença desta parte da matemática no cotidiano e da sua importância para as pessoas, afirmando que ―a matemática financeira está hoje presente no cotidiano das pessoas. É com ela que é calculado o aumento do pão e do ônibus, o reajuste das prestações e o saldo devedor da casa própria.‖ (1996, p. 3). 42 Os autores confirmam a importância da matemática financeira, justificando, assim, a inquietação com as dificuldades apresentadas pelos estudantes na resolução de problemas simples, relacionados com o dia a dia de qualquer cidadão. Juntamente com o desenvolvimento da pesquisa e da necessária introdução nos currículos escolares da matemática financeira alia-se a utilização da informática como método de ensino. Pois até a década de 1990, a grande maioria dos professores de matemática utilizava como ferramenta na elaboração de suas atividades docentes, basicamente o livro didático, na qual propiciava o aluno um ensino passivo. O mundo globalizado e da era digital como é agora permite um ensino ativo onde o aluno aprende pela descoberta. Aprendendo através da descoberta a tarefa do aluno é interpretar e encontrar sentido na informação que lhe é dada. No método de ensino ativo, coloca-se uma situação diante do aluno e espera-se que ele pense, que interprete as informações e que gere ideias que se transforme em ações aplicáveis a determinada situação. ―A informática é a última, até a data, dessas grandes invenções que têm ritmado o desenvolvimento da espécie humana, reorganizando sua cultura e abrindo- lhe uma nova temporalidade‖ (LEVY, 1998, p. 35). 3.3 O uso da Informática na Educação Matemática O processo de mudança no ensino aprendizagem caracteriza-se pela inserção de novas tecnologias no processo educacional levando o aluno a participar mais ativamente das atividades. O uso da informática parece uma alternativa viável para atrair o aluno e fazer com que ele aprenda de forma criativa e agradável os conteúdos propostos. Além disso, o computador reduz o tempo de cálculo e em alguns casos é a única alternativa para a resolução de problemas, sendo possível aproveitar todas as informações para a análise de dados. A procura pela informação, no Brasil, está sendo usada como principal fonte de dados e conhecimentos, o comércio ainda é visto com certa fragilidade, e o número 43 de brasileiros em relação ao total da população que tem acesso a Internet é pequeno se comparado ao da população norte americana. Em sendo, espera-se que através da informática o aluno adquira conhecimento e identifique novas aplicações da matemática financeira para que esta ciência tenha fundamento, o aluno entenda os seus diversos conceitos e tenha motivação para aprender e para pensar criticamente. Frases como ―isso é assim, porque é assim‖; ou ―não questione‖, ―memorize esta fórmula‖ não tem mais significado dentro da sala de aula, é preciso que o educador estimule o pensamento crítico do aluno tanto em sala de aula como fora. É imprescindível a orientação do professor, incentivando a meta cognição, o ―pensar sobre o pensar‖, seja no ―acerto‖ seja no ―erro‖. Em outros casos, pôr exemplo, uma vez que já tenham sido construídos os conceitos de aritmética e ortografia, esses softwares podem ser utilizados na sistematização de informações. As crianças costumam gostar muito dos recursos utilizados nesses programas (sons, gráficos de cor e animação). Muitos alunos, com grande desvalorização pessoal, baixo autoconceito, se beneficiam desses ―sucessos‖ imediatos, sentindo-se mais capazes e motivados, quando são aplaudidos ao final de uma tarefa pelo próprio computador. Tal fato pode servir de ponte, com tais crianças, para o desenvolvimento posterior de um trabalho que valorize outros processos de construção do pensamento. 3.3.1 O uso do computador Com o computador espera-se que o aluno tenha uma aprendizagem significativa. A aprendizagem significativa não envolve apenas a compreensão, mas também atitudes e habilidades, incluindo a participação do aluno no sentido de vivenciar, sentir, interagir, aplicar, praticar e fazer. Além desses, o gosto, o prazer e a motivação estão presentes neste tipo de aprendizagem. 44 Características do ensino tradicional como repetição, memorização são evitados na aprendizagem significativa. O conteúdo deve ter ligação com a realidade do aluno e o ambiente dever ser favorável para o mesmo aprender. Segundo diversos autores, para que a aprendizagem seja significativa são necessárias três condições: os novos materiais que serão aprendidos devem ser potencialmente significativos; ou seja, suficientemente substanciais e não arbitrários, para poderem ser relacionados com as ideias relevantes que o sujeito possua. A estrutura cognitiva prévia do sujeito deve possuir as necessárias ideias relevantes, para que possam ser relacionadas com os novos conhecimentos. 1) Os novos materiais que serão aprendidos devem ser potencialmente significativos; ou seja, suficientemente substanciais e não arbitrários, para poderem ser relacionados com as ideias relevantes que o sujeito possua; 2) A estrutura cognitiva prévia do sujeito deve possuir as necessárias ideias relevantes, para que possam ser relacionadas com os novos conhecimentos; 3) O sujeito deve manifestar uma disposição significativa para a aprendizagem, o que estabelece a exigência de uma atitude ativa e a importância dos fatores de atenção e motivação. 3.3.2 O uso da planilha na Matemática Financeira A planilha, a partir de 1980, com a popularização dos computadores passou a ser um incremento indispensável na Matemática Financeira pela sua capacidade de executar um grande número de cálculos exigidos pela área. Os programas geralmente utilizados agregam maior volume de cálculos, interfaces visuais e versatilidade e provém de empresas de software de maior penetração global. As planilhas geralmente são indicadas para empresas e instituições financeiras que processam um volume de cálculos financeiros repetitivos consideráveis ou 45 simuladores que envolvam uma grande quantidade de variáveis simplificando e agilizando a informação e o atendimento para seus clientes, fatores muito cobrados nos dias de hoje de concorrência acentuada. O surgimento das planilhas eletrônicas significou um grande avanço, pois entre a enorme gama de funções oferecidas por meio de microcomputador, está a função financeira, que nos permite a realização dos mais diversos cálculos. Aos poucos os professores e alunos vão assimilando que a utilização da planilha torna-se indispensável e que mais cedo ou tarde, mesmo os que são resistentes, por imposição do mercado de trabalho serão obrigados a dominar e conhecer. A utilização multiforme dos computadores para o ensino está se propagando na escola, na casa, na formação profissional e contínua. Essa utilização carrega em si uma redefinição da função docente e de novos modos de acesso aos conhecimentos (LEVY, 1998, p. 26-27). Apesar da sua agilidade, eficiência e vantagem a planilha ainda não está disseminada como recurso pedagógico no ensino de Matemática Financeira. Embora a planilha seja uma ferramenta que está ao alcance de todos, sua utilização ainda é restrita e as causas merecem serem investigadas. Os
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