Estudo Dirigido_ FHTM do SS_ Dimensao Marxista

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL - UNINTER
CURSO BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL – EaD
Estudo Dirigido para as Provas
Disciplina: Fundamentos Históricos e Teóricos Metodológicos do Serviço Social: Dimensão Teórica – Marxismo
Olá Pessoal, 
Este roteiro de estudos dirigido, apresenta as principais ideias trabalhadas nas aulas, mas isto não significa que este deve seu ser o único material a ser estudado para as provas, também é preciso assistir às vídeo-aulas, ler o livro da disciplina, e o material para impressão completo. 
Vamos lá!!! 
· No campo da Economia Política, os precursores do marxismo foram os economistas ingleses Adam Smith e David Ricardo. Os teóricos afirmavam que a fonte da riqueza da sociedade é o trabalho. Sua análise mantinha-se nos marcos do pensamento liberal, apresentando argumentos em defesa da lógica capitalista de produção e da concentração da riqueza em mãos dos proprietários burgueses.
· Para os materialistas, o conceito trabalho significa algo que dá sentido à vida humana no processo de transformação da natureza para sua subsistência. Conforme os conteúdos estudados. Para Marx e Engels sem trabalho não há produção de valor, pois mesmo com a propriedade privada da burguesia sobre as máquinas e meios de produção, sem o trabalho do proletarado não há transformação da natureza em bens necessários para a sobrevivência humana. Dessa maneira, sem a força de trabalho humana não tem como existir produção nem produção de mercadorias.
· A principal tarefa de Marx e Engels no início de sua obra foi à formulação de um método teórico capaz de entender as contradições da sociedade capitalista a fim de transformá-la, o qual foi denominado Materialismo Histórico e Dialético. O materialismo é um método que analisa os fenômenos a partir da sua matéria, pois acredita que a mesma desencadeia outros fenômenos. Já o idealismo atribui ao pensamento a criação das coisas, pois é o campo das ideias determina a existência e transformação do objeto estudado.
· A área no marxismo vinculada ao estudo das relações sociais de produção é a Economia Política, é ai que Marx se dedica a entender o homem no âmbito da produção social da vida. Ele identifica que o trabalhador, desprovido de consciência sobre o seu papel na produção, passa por um processo de alienação. Para Marx, alienação ocorre através de um processo de exteriorização de algo que só essência humana pode realizar e do não reconhecimento desta atividade enquanto tal. Sendo assim, uma vez estabelecido todo o processo de trabalho até o seu final, o produto do processo se transforma em algo estranho ao seu produtor.
· Para Marx, são as relações na infraestrutura da sociedade (base real) que fundamentam outras relações e ideias da sociedade descritas como superestrutura. O modo de produção capitalista é produto de um longo período de transição que perdurou séculos, derivado do nascimento do comércio no seio da sociedade feudal. Suas principais características são a produção social em alta escala, graças ao desenvolvimento das forças produtivas, e as relações de classe fundamentadas no conceito de propriedade privada dos meios de produção, e organizadas pela divisão entre os detentores dos meios de produção e vendedores da força de trabalho. Nesse contexto, a produção é pautada no acumulo de riquezas e geração de lucros.
· Sobre como acontece a relação de classe entre a burguesia e o proletariado, Segundo Marx: A burguesia, detentora dos meios de produção, compra a força de trabalho do proletariado, que não possuiu outra alternativa de sobrevivência, e paga por ela através do salário. Já o proletariado vende sua força de trabalho, de maneira consciente ou não, se submete a condição de exploração, como única alternativa de sobrevivência, tendo em vista que os bens de consumo necessários para manutenção de sua sobrevivência são adquiridos através do seu tempo de trabalho. 
Observa a figura abaixo: 
 
· O filme “Tempo Modernos” (1936), dirigido por Charles Chaplin, retrata os impactos da Revolução Industrial no cotidiano do proletariado fabril inglês. Em relação ao modo de produção anterior (feudal), sobre as principais mudanças nas condições de trabalho dos trabalhadores com a revolução burguesa, que de servil passou a vendedora da força de trabalho, vimos que: No modo de produção feudal, as relações sociais giravam em torno do Senhor Feudal, que oferecia terras e proteção militar em troca do que os servos produziam, e os servos por sua vez, deviam obediência ao mesmo. Com o advento da produção industrial, os trabalhadores foram retirados do campo e passaram a ocupar as cidades, passando a ser responsáveis pelo seu próprio sustento, moradia e segurança, realizado por meio de seu salário, fruto da venda da sua própria força de trabalho.
· Conforme a análise marxiana, a exploração da força de trabalho no modo de produção capitalista acontece no momento em que o trabalhador vende sua força de trabalho no mercado em troca de um salário, que é determinado pelo tempo de trabalho dispensado para produção de um objeto. Mas o salário não é apenas o pagamento pelo trabalho realizado, ele é também uma das fontes da exploração sob a forma de extração de mais-valia na esfera da produção. É exatamente o fato de o trabalho executado pelo trabalhador não ser pago integralmente que possibilita a extração do que Marx chama de mais-valia.
· José Murilo de Carvalho descreve a passiva atuação da classe trabalhadora no período conhecido como Era Vargas, onde práticas de inspiração positivista foram administradas pelo Estado com objetivo de incorporar a classe trabalhadora ao sistema capitalista de maneira disciplinada. O autor afirma que a cidadania apresentada aos trabalhadores na Era Vargas não foi fruto de reivindicações e condiziam com a estratégia populista de dominação de classe. Nesse contexto os trabalhadores assumiram uma figura passiva e receptora, ao invés de ativa e reivindicatória. Porém, os trabalhadores brasileiros passaram a possuir direitos que outrora não tinham e acenderam no quadro político brasileiro como nunca antes. 
· O processo de redemocratização do Brasil teve início com a falência do Regime Militar, após o frustrado modelo de crescimento econômico implementado pelo Presidente Emílio Garrastazu Médici. A proposta tinha um pressuposto de crescimento rápido e ficou conhecida como Milagre Econômico, e foi marcada por um grande investimento de capital estrangeiro no país. A partir do fim do período do chamado milagre econômico, se instaura a crise do petróleo e a recessão mundial interferem na economia brasileira. Neste momento os créditos e empréstimos internacionais diminuem, e o campo de reabertura política no Brasil se torna favorável, é aí onde setores da sociedade se organizam para reclamar sua insatisfação e pressionar pelo fim do Regime Militar.
· Sader (2004:9) considera que “as políticas neoliberais, ao orientarem-se centralmente pela retração do Estado, abrindo espaços para a extensão das relações mercantis, se chocam diretamente com os interesses públicos e com os direitos universais da grande maioria dos cidadãos”. Uma das medidas do pacote neoliberal na década de 1990 visava combater a crise fiscal através do corte de gastos do poder público com a área social chamando a sociedade civil organizada para fornecer respostas às contradições sociais. Essa proposta contribuiu para a desqualificação da ação do Estado no campo das políticas sociais, que promoveu a inversão de papéis entre sociedade e Estado no enfrentamento dos problemas sociais enfrentados pela classe trabalhadora.
· O estudo dos aspectos teórico-metodológicos do Serviço Social requer um aprofundamento nas condições históricas e econômicas da sociedade, pois o profissional ocupa lugar na divisão social e técnica do trabalho, desempenhando a tarefa de implementação de condições necessárias ao processo de reprodução social. Nos nossos estudos, vimos sobre a contradição social que fundamenta a intervenção profissional do Assistente Social. Essa contradiçãoé aquela entre capital e trabalho, ou entre a burguesia detentora dos meios de produção e a classe operaria, vendedora da força de trabalho. Ela determina a chamada questão social, e o assistente social em sua ação profissional se propõe a enfrentar as expressões da mesma, que se manifestam na área da habitação, saúde, moradia, assistência social, segurança alimentar entre outras e necessita da clareza deste confronto para fundamentar sua prática cotidiana. 
· Conforme estudamos, a categoria trabalho eleva o homem ao status de Ser Social, e é o fundamento ontológico do Ser Social, pois através dele transforma a natureza e a si próprio, num processo de ideação prévia que permite a construção de sua consciência. A ideação prévia é um processo que permite a construção de uma consciência acerca do resultado provável de uma ação determinada, ou seja, é a ideia que o homem tem acerca do resultado final do objeto de seu trabalho. É a intencionalidade contida no homem, que forma a sua consciência em relação a sua atuação na transformação da realidade, ou da natureza em bens de consumo necessários para a sua sobrevivência.
· Conforme a análise de Netto, o objetivo do Golpe de Estado de Abril de 1964 seguiu a mesma linha dos demais ocorridos em toda a América Latina, servir ao projeto hegemônico americano de divisão internacional do Capital. A especificidade do caso brasileiro se dinamizou pela ampliação da burguesia rural e ruína do campesinato, bem como pela concentração da propriedade privada e modernização a serviço dos monopólios. Diante deste contexto, o mercado de trabalho dos assistentes sociais passou por um profundo redirecionamento a partir do novo projeto histórico societário. Os assistentes sociais foram chamados para a reorganização do Estado, seu principal empregador, e para atuação nas empresas estatais. Seu caráter sociopolítico também sofreu impactos, sendo que muitas vezes os assistentes sociais comporiam os setores de vigilância e controle da força de trabalho no território da produção. Ou seja, a nova conjuntura coloca novas exigências aos profissionais, e ao mesmo tempo dinamizou as contradições enfrentadas no campo profissional, colocando uma mudança de perspectiva histórica da categoria, sem a qual o corpo profissional não alcançaria a nova identidade proposta na década de 1980.
· O Serviço Social brasileiro esteve na vanguarda da reconceituação latino-americana, composto por um corpo profissional atuante e engajado. Esse debate foi difundido através da aproximação com diferentes correntes teórico-metodológica, desde o pensamento de Paulo Freire até o marxismo dogmático.O chamado período de renovação profissional foi um momento onde as diferentes tendências profissionais se encontraram, com objetivo de enriquecer o debate profissional e enfraquecer completamente a dimensão tradicional da profissão. A categoria procurava um projeto profissional que correspondesse de forma coerente e consistente as novas demandas colocadas pelo Capital em processo de amadurecimento, rompendo com as práticas conservadoras e tradicionais.
· O estudo da trajetória do Serviço Social nos convoca a perceber a categoria profissional articulada a realidade. Sendo esse um dos maiores desafios, pois se entende que o Serviço Social não atua apenas sobre a realidade, mas atua na realidade. Nesta perspectiva, pudemos compreender que as análise conjuntural é de suma importância para compreensão dos rumos tomados pelo profissional a partir das décadas de 1980 e 1990, uma vez que foi um período decisivo para a consolidação do projeto profissional que desfrutamos ainda em nossos dias.
· Conforme estudamos, o assistente social da atualidade precisa desenvolver um senso crítico em relação à realidade onde está inserido, para que não se torne um mero “fazedor de tarefas”. Essa capacidade é desenvolvida através da habilidade de intervir em diferentes realidades e de uma formação sólida. O Serviço Social é uma profissão que, como todas as demais, envolve uma atividade especializada e que possui especificidades na divisão social e técnica do trabalho coletivo, e que, portanto requer fundamentos teórico-metodológicos, a eleição de uma perspectiva ética e a formação de habilidades consistentes de política.
· Segundo Iamamoto (2004), precisamos analisar a profissão como parte das transformações históricas da sociedade presente. Para tanto, é necessário transpor o universo estritamente profissional, ou seja, romper com uma visão endógena da profissão, prisioneira em seus muros internos. O assistente social é um profissional inserido na divisão sócio-técnica do trabalho, vinculado ao enfrentamento das expressões das contradições da sociedade capitalista. A partir do entendimento da categoria profissional sobre o seu lugar na divisão de classes e a determinação das contradições sociais, ela assume um papel de defensor dos direitos sociais e se aproxima da classe trabalhadora, população usuária de seu atendimento. Esse desvelamento permitiu uma intervenção mais eficaz e positiva, alinhada com a realidade social contraditória. 
· Iamamoto (2004) afirma que é preciso reforçar que o exercício profissional não ocorre de maneira linear, e existe caminhos a percorrer que dão consistência para a constituição da identidade profissional. Nesse dialogo, a autora se refere as dimensões constitutivas do Serviço Social, dimensão interventiva, dimensão analítica e dimensão ética, que mantêm entre si uma relação de autonomia e interdependência - Interventiva: Abrangendo a intervenção em si, a instrumentalidade, o conhecimento das vertentes teórico-metodológicas, os instrumentos técnico-operativos e os componentes éticos, os do campo das habilidades, os componentes políticos, o conhecimento das condições objetivas de vida do usuário e o reconhecimento da realidade social. Busca-se nessa esfera explicitar o fazer profissional e perceber que é dela que emerge a existência, a materialidade e a concreticidade da profissão. - Analítica: Nessa dimensão está contida a elaboração de pesquisas, produção do conhecimento e os aspectos analíticos que dão suporte, qualificam e garantem a concretização da ação interventiva. Aqui se insere a produção de artigos científicos, o desenvolvimento da pesquisa, enfim, tudo que dá suporte teórico para a categoria profissional. - Ética: Nessa dimensão temos os pressupostos preconizados no Código de Ética de 1993 e no projeto ético-político, ressaltando, a forma como os assistentes sociais devem se apropriar deste conhecimento.Essa dimensão aponta as balizas ou caminho pelos quais os assistentes devem caminhar ao longo de sua trajetória profissional.
· Conforme discutimos, a visibilidade do fazer profissional está conectada à identificação das atividades realizadas e do efeito produzido por elas. Além disso, as ações do assistente social exercem impactos sociais através do exercício profissional na vida em sociedade. O assistente social atua através da intervenção, que é uma ação planejada de acordo com o acumulo teórico metodológico e as habilidade técnicas e operativas da categoria profissional, guiado pela dimensão ética política. Ou seja, apesar das demandas serem apresentadas aos profissionais de maneira aleatória, exercício profissional deve percorrer o caminho das disposições especificas do exercício profissional.
· Como vemos a partir da teoria marxiana, o Serviço Social realiza a produção de conhecimento que rompe com o senso comum e aparências da realidade estudada, através da compreensão das particularidades de uma determinada situação. Essa postura se deve as desafiadoras situações cotidianas apresentadas aos assistentes sociais, relacionadas as condições de vulnerabilidade e risco social da população usuária. È necessário analisar a realidade apresentada com uma postura crítica e conhecendo os fundamentos contraditórios da sociedade capitalista. Contudo, existem particularidades de caso para caso, onde o profissional deverá considerar o tempo histórico e localização de cada caso, para proporintervenções coerentes com a demanda apresentada. 
· Conforme Bourguignon (2005), a pesquisa é constituinte da prática profissional do Assistente Social, sendo estabelecida por sua natureza interventiva e pela inserção histórica na divisão social técnica do trabalho. A pesquisa faz parte da natureza investigativa do Assistente Social, que tem como objetivo conhecer com maior profundidade o objeto de trabalho, procurando respostas diferentes das encontradas na ação imediata e na superficialidade dos fatos. Ou seja, é a tentativa de romper com o senso comum e trazer elementos científicos para a intervenção profissional na realidade social. 
· Vemos em nossos estudos segundo a obra marxiana, que os instrumentos são produto da ação humana, se constituindo em meio para alcançar uma finalidade. Não, pois o conteúdo do instrumental técnico-operativo deve estar conectado com a análise da realidade social. O conhecimento da dinâmica da realidade contribui para que se tenha uma correlação entre os instrumentos utilizados e as expressões da questão social que se pretende intervir, possibilitando que o assistente social consiga alcançar os resultados esperados em seu exercício profissional.
· A sistematização da prática profissional contribui para a identificação dos limites, desafios e possibilidades das demandas sócio-institucionais que são colocadas aos Assistentes Sociais a partir da dinâmica social. A sistematização da prática profissional é um estudo que não significa apenas a elaboração de dados e informações burocráticas, e nem tal pouco uma atividade redentora do trabalho profissional. Podemos considerá-la um processo que contribui significativamente para a construção de uma reflexão sobre a postura crítica e investigativa do profissional diante das demandas colocadas pelas instituições, políticas sociais e por seu público alvo. Ela é um instrumento de aperfeiçoamento da prática profissional, que procura desvendar os limites da sua intervenção, bem como os desafios propostos pela realidade social ao corpo profissional.
Pessoal, tudo que vimos neste roteiro é uma síntese das aulas. Para melhor se preparar para as provas, estude todos os materiais disponibilizados nas rotas de estudos! 
Boa Prova a Todos!!!