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Aula 2 - Farmacodinâmica

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Farmacodinâmica
Os efeitos da droga no corpo.
Quanto ao mecanismo de Ação dos Fármacos:
Fármacos Estruturalmente Inespecíficos.
Fármacos Estruturalmente Específico.
Fármacos Estruturalmente Inespecíficos
São aqueles em que a ação biológica não está subordinada diretamente a estrutura química, mas apenas na medida em que esta afeta as propriedades físico-químicas, sendo essas os responsáveis pelo efeito farmacológico que eles produzem.
Características principais:
a) Atuam em doses relativamente elevadas;
b) Apresentam estruturas químicas muito variadas mais provocam reação biológica semelhante;
c) pequenas variações na sua estrutura química não resultam em alterações acentuadas na ação biológica.
Antiácidos: São substâncias (hidróxido de alumínio) usada no tratamento da úlcera péptica que sofre polimerização quando o pH cai abaixo de 4.0. O polímero condensado forma um gel que adere à base da úlcera duodenal;
Diuréticos osmóticos: São substâncias que não são reabsorvidos pelos rins (manitol), retendo água no túbulo renal;
Laxantes: São substâncias (metilcelulose) que apresentam moléculas grandes demais para serem absorvidas, retendo água na luz intestinal.
São aqueles cuja ação biológica decorre essencialmente de sua estrutura química, quando deve adaptar-se a estrutura química tridimensional dos receptores existentes no organismo, formando um complexo com eles.
Características principais:
a) São eficientes em concentrações menores que os fármacos estruturalmente inespecíficos;
b) Apresentam certas características estruturais em comum.
c) Pequenas variações na estrutura química podem resultar em alterações substanciais na atividade farmacológica.
A droga deve se ligar a um constituinte celular (proteína-alvo) para produzir uma resposta farmacológica.
4 sítios de ação de fármacos:
· Enzimas;
· Proteínas de transporte;
· Canais iônicos;
· Receptores.
Farmacodinâmica
Enzimas Inibidora.
 Ativadora.
-Anti-inflamatórios (aspirina) → inibem ciclooxigenase (COX) → impedem formação de mediadores inflamatórios.
-Antidepressivos inibidores da MAO → MAO → impedindo a degradação da Na e Da.
Proteínas Transportadoras
-Diuréticos → transportadores renais → impedindo a reabsorção da H2O → ↑ volume urinário.
Canais iônicos
-Atuam mimetizando ou bloqueando as ações de ligantes endógenos (acetilcolina, GABA, glicina, glutamato).
-Tratamento da hipertensão (verapamil) → Canais de Ca2+ → ↓ batimentos cardíacos.
Receptores
-São proteínas especializadas que medeiam as ações de sinais químicos endógeno tais como neurotransmissores e hormônios.
Fármacos Agonista;
 Antagonista.
Receptores
Agonista
Ativa ou estimula os receptores, disparando uma resposta que aumenta ou diminui a função celular.
· Carbacol → Receptores colinérgicos do trato respiratório → contração mús. liso → broncoconstrição.
· Albuterol → Receptores adrenérgicos do trato respiratório → relaxamento mús. liso → broncodilatação.
Antagonista
São utilizados principalmente no bloqueio ou diminuição das respostas celulares aos agonistas.
Tipos de antagonismo:
· Antagonismo Farmacológico: envolve ligação com receptor ou eventos posteriores que induzem a resposta fisiológica.
Podendo ser competitivo ou não competitivo.
Competitivo: 2 drogas competem pelo mesmo sítio de forma reversível ou irreversível.
· Reversível - O agonista consegue deslocar o antagonista.
· Irreversível - O agonista não consegue deslocar o antagonista.
Não competitivo: A droga bloqueia em algum ponto a cadeia de eventos que induz a produção de uma resposta pelo agonista. Portanto liga-se a um sítio diferente do agonista.
b) Antagonismo Fisiológico: Interação entre 2 drogas cujas ações opostas tendem a anular-se, por atuarem sobre células ou sistemas fisiológicos separados.
Ex.: Noradrenalina (vasoconstritor)
 Histamina (vasodilatador)
c) Antagonismo químico: 2 drogas ligam-se entre si ficando inativas.
Ex.: Mercúrio com dimercaprol.
Famílias de receptores:
Receptor tipo canal: Quando o agonista liga ao receptor ele se abre e há passagem de íons. Ex.: receptor GABA.
Receptor acoplado a proteína G e segundo mensageiro.
Ex.: Contração musculatura lisa.
· Interação entre o Fármaco e o Receptor:
· Relação entre estrutura e afinidade;
· Extensão da ação de um Fármaco;
· Variações na Reatividade ao Fármaco.
Relação entre estrutura e afinidade
 Uma droga terá afinidade pelo seu receptor desde que apresente uma estrutura complementar à do receptor, cuja estrutura tridimensional é composta geralmente de aminoácidos, uma vez que são proteínas.
Havendo a interação entre droga e receptor, esse sofre alterações conformacionais, gerando uma cadeia de estímulos que causará uma ação farmacológica.
Extensão da ação de um Fármaco:
Localização dos receptores - Em quais tecidos encontram-se os receptores. Quanto maior o número de tipos celulares apresentando um determinado receptor, mais abrangente a ação dessa droga.
Quantidade da droga administrada - Droga é distribuída por todo o organismo através da corrente sanguínea, tendo acesso a todos os tecidos, porém a sua ação se dará exclusivamente no local onde existir os receptores específicos.
Efeitos Colaterais do Fármaco:
São os efeitos provocados pelo medicamento diferentes do efeito principal. Ocorre devido à falta de especificidade do medicamento.
Efeitos Tóxicos:
Ocorrem devido ao efeito principal do fármaco:
Ex: hemorragia por uso de anti-coagulante ou hipoglicemia pela insulina.
Variações na Reatividade ao Fármaco
· Dessensibilização: Diminuição gradual do efeito de uma droga quando administrada de modo contínuo ou repetidamente.
· Tolerância: Redução mais gradual na resposta a um fármaco, em dias ou semanas.
· Taquifilaxia: Redução rápida e aguda na resposta a um fármaco.
· Hipersensibilidade: Estado de maior efeito de droga em comparação ao efeito na maioria dos indivíduos. Geralmente designa respostas alérgicas.
Variações na Reatividade ao Fármaco
Adaptação fisiológica: Pode ocorrer uma diminuição do efeito de um fármaco, devido à sua anulação por uma resposta homeostátia.
Ex: Redução de efeitos colaterias como náuseas e sonolência de alguns fármacos quando se dá a administração contínua.
CASO I
Paciente A.C, 30 anos, dá entrada no hospital devido a uma infecção causada pelo Chlamydia e lhe é receitado TETRACICLINA VO, 6,6-12,5 mg/kg, 6/6h. Porém por ser uma droga que apresenta caráter ácido,lhe causa grande ardência epigástrica e por isso é pedido leite ou um antiácido. O seu pedido é negado, por quê?
CASO II
Paciente H.M, diabética, faz uso constante do GLIBENCLAMIDA como antidiabético, após sentir dores como cristais nas articulações, artrite inflamatória, inchaço, vermelhidão, dor e rigidez, suspeita de Gota, doença caracterizada pela elevação do ácido úrico no sangue, toma FENILBUTAZONA, antiinflamatório não esteróide. Alguns dias depois ao fazer exames de rotina, percebe que sua glicemia está alta. O que pode ter acontecido?
CASO III
Paciente alérgica a penicilina faz auto-medicação da TETRACICLINA (fármaco de caráter ácido) de forma abusiva para o tratamento da Sífles ocorrendo assim uma intoxicação que a levou ao hospital com hipersensibilidade e super infecção. O que pode ser feito?
CASO IV
Paciente com intoxicação por EFEDRINA devido a uma auto-medicação devido a uma asma brônquica é internada com aumento da PA, palpitações, taquicardia e arritmia cardíaca. Sua mãe muito preocupada pergunta o que pode ser feito no hospital e após a sua alta, em casa.

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