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GESTÃO DO CONHECIMENTO Professor Me. Luciano Santana Pereira GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; PEREIRA, Luciano Santana. Gestão do Conhecimento. Luciano Santana Pereira. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. Reimpresso em 2021. 184 p. “Graduação - EaD”. 1. Gestão 2. Conhecimento. EaD. I. Título. ISBN 978-85-8084-083-4 CDD - 22 ed. 338 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Direção Operacional de Ensino Kátia Coelho Direção de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Direção de Operações Chrystiano Mincoff Direção de Mercado Hilton Pereira Direção de Polos Próprios James Prestes Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida Direção de Relacionamento Alessandra Baron Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli Gerência de Produção de Conteúdo Gabriel Araújo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Coordenador de conteúdo Luciano Santana Pereira Qualidade Editorial e Textual Daniel F. Hey, Hellyery Agda Design Educacional Rossana Costa Giani Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa Arthur Cantareli Silva Editoração Aline Morais Robson Yuiti Saito Revisão Textual Flaviana Bersan Santos Edson Dias Ilustração Rafael Szpaki Sangueza Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos farão grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar – assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al- meja ser reconhecido como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quan- do investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequente- mente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa- zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa- tível com os desafios que surgem no mundo contem- porâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó- gica e encontram-se integrados à proposta pedagó- gica, contribuindo no processo educacional, comple- mentando sua formação profissional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inse- ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproxi- mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi- bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pes- soal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cres- cimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda- gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi- bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en- quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus- sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. Professor Me. Luciano Santana Pereira Mestrado em Ciências Sociais, pós-graduado em Gestão de Pessoas e Desenvolvimento de Talentos, MBA em Gestão de Estratégias Empresariais. Graduado em Administração e também Graduado em Gestão Comercial. Já atuou como Gerente e Coordenador de Equipes. Como consultor, desenvolveu trabalhos em empresas de pequeno, médio e grande porte envolvendo as áreas de Planejamento Estratégico, Formalização de Processos e Treinamentos de Equipes e Gestores. Atualmente é Coordenador de curso pelo NEAD Unicesumar e também desenvolve atividades de Coaching, Consultoria e Treinamento na área de Recursos Humanos. A U TO R SEJA BEM-VINDO(A)! Olá, Seja bem-vindo(a) ao livro de Gestão do Conhecimento. Quero que saiba que é uma grande satisfação participar com você dessa jornada de aprendizado e troca de experi- ências. Durante todo o processo de análise e estudo dos textos, a maior preocupação foi encontrar e disponibilizar a você um conjunto de informações que pudesse, verdadeira- mente, proporcionar conhecimento e aprendizado, abrindo novos horizontes para seu dia a dia, desenvolvendo uma percepção mais apurada e sugerindo novas possibilida- des à maneira de pensar sobre o tema proposto. Ao organizar o conteúdo do nosso livro, tive a oportunidade de pesquisar obras reno- madas e conhecer o trabalho e as ideias de vários autores que já escreveram sobre o assunto. Todo esse trabalho preliminar teve um único objetivo, disponibilizar a você um livro que tratasse da “Gestão do Conhecimento” de maneira simples e que ainda fosse de fácil compreensão, possibilitando ao leitor desenvolver uma visão integral e abrangente sobre o que vem a ser na prática a “Gestão do Conhecimento” e mais, como o profissional contemporâneo pode explorar efetivamente o conhecimento como um recurso empresarial, que muitas vezes se encontra escondido e adormecido no interior das organizações. O conteúdo do nosso livro está organizado em cinco unidades de estudo. Inicialmente, cada unidade apresenta um conjunto de informações e conteúdos relevantes para o en- tendimento do tema, bem como ferramentas operacionais de estudo. Desta forma, para um adequado aprendizado, no decorrer das unidades são disponibilizados sugestões de leituras em “Saiba Mais”, questões que levam à reflexão sobre os assuntos apresen- tados em “Reflita” e “Atividades de Autoestudo”. Portanto, é muito importante que você utilize todas estas ferramentas, a fim de aproveitar as possibilidades de aprendizagem deste conteúdo. O que veremos adiante! A partir de agora quero convidar você a participarefetivamente desse processo de aprendizagem, para isso vou apresentar em linhas gerais como está estruturada cada unidade do livro. A unidade I, chamada “Sociedade Baseada no Conhecimento” tem como objetivo des- crever o processo evolutivo da sociedade, apresentando as características da sociedade do conhecimento, nela procuro explicar de que forma o conhecimento pode ser enten- dido como recurso econômico. Ao fim da unidade é apresentada a dinâmica das mu- danças nas organizações e o desafio de manter-se na vanguarda apesar da resistência à mudança. É de extrema importância ter a consciência de que da mesma maneira que a sociedade econômica se desenvolve, as organizações e as pessoas precisam acom- panhar o ritmo da mudança. O processo da mudança no contexto empresarial ocorre quando surgem novos conhecimentos que levam às novas tecnologias, que são empre- gadas em busca do desenvolvimento econômico e empresarial. APRESENTAÇÃO GESTÃO DO CONHECIMENTO A unidade II, “Organizações na Sociedade do Conhecimento”, inicia-se estabelecen- do o conceito do que vem a ser Conhecimento. Dessa forma, a Gestão do Conheci- mento é o segmento da Administração que trata das questões críticas de adaptação, sobrevivência e competência organizacional face ao processo turbulento de mu- danças. Tem como objetivo reunir processos organizacionais que produzam com- binações sinérgicas entre dados, capacidade de processamento de informações e capacidade criativa e inovadora de recursos humanos. Ao longo dessa unidade vou esclarecer que apesar da dificuldade apresentada pelas empresas em tratar sobre o assunto, o momento é favorável, pois as mudanças e os avanços impostos pelo mercado têm modificado os paradigmas que, por sua vez, têm alterado as relações de trabalho, a natureza das atividades e o modo como os trabalhos são executados. Isso impulsiona as empresas a mudarem, pois, se não o fizerem, provavelmente não terão muitas chances de permanecer no mercado. A unidade III, “Conhecimento nas Organizações”, inicia abordando as diferenças en- tre Dado; Informação e Conhecimento e no seu decorrer procuro enfatizar o proces- so de transformação de informação em conhecimento. Na sequência, apresento as formas como o conhecimento pode ser caracterizado, podendo ser Conhecimento Explícito e o Conhecimento Tácito. No desenvolvimento do texto é apresentado o processo de criação de conhecimentos que é definido como a capacidade que a organização desenvolve em gerar novos conhecimentos, disseminá-los e incorporá- -los aos produtos e serviços. A dinâmica da criação do conhecimento está ancorada no pressuposto de que o conhecimento humano é criado e expandido mediante a interação social entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito, e essa interação é chamada de conversão do conhecimento (socialização, externalização, combinação e internalização). É interessante que os gestores entendam esse pro- cesso de conversão para que consigam direcionar adequadamente o processo de criação e conversão de conhecimentos. Diferentemente da criação, a conversão de conhecimentos tem como ponto de partida os conhecimentos preexistentes e, a partir deles, promove a convergência desses conhecimentos e o desenvolvimento de novos. A unidade IV de nosso livro “Gestão do Conhecimento nas Organizações”, nos traz uma visão panorâmica sobre o processo de gerenciamento do conhecimento nas organizações. É essencial que se desenvolva a codificação dos conhecimentos bási- cos para a sua operacionalização e sobrevivência. O mapeamento do conhecimen- to envolve localizar conhecimentos importantes dentro da organização e, poste- riormente, disponibilizá-los deixando claro onde encontrá-los. Esta base de dados pode ser utilizada como ponto inicial para o planejamento e alocação de recursos, movimentação de pessoal, avaliação de desempenho, elaboração de planos de trei- namento. Prosseguindo com nosso estudo, a unidade nos traz a ideia de Ativos Tan- gíveis e Ativos Intangíveis, os conceitos de Capital Intelectual e ainda os Indicadores do Conhecimento Organizacional. APRESENTAÇÃO APRESENTAÇÃO Na unidade V de nosso livro, “Desenvolvendo Conhecimento”, procuro trazer uma série de ideias que permita a você, gestor de pessoas, iniciar o processo de ma- peamento e desenvolvimento de conhecimentos. Entre as diferentes ideias apre- sentadas destacamos a Cultura da Aprendizagem; os Sistemas de Benchmarking; a Gestão de Competências; a Formação Humana e Capacitação e, por fim, o Papel Estratégico do E-Learning. Perceba que todas as ideias apresentadas são passíveis de serem utilizadas por qualquer organização independente de seu porte ou seg- mento de atuação, diante disso, vale reforçar que o sucesso no processo de Ges- tão de Conhecimento, depende muito mais do entendimento e instalação de uma cultura que possibilite interação e troca de experiências e conhecimentos entre os indivíduos do que das ferramentas e tecnologias empregadas para essa atividade. Querido(a) estudante, é muito importante que você realize a leitura antecipada de todo o material, bem como se dedique a resolver as Atividades de Autoestudo que se encontram no final de cada unidade. Os conteúdos oferecidos nesta disciplina, por meio deste livro, somente se tornarão conhecimento se houver o estabeleci- mento de reflexões e a busca da conversão dessas inúmeras informações em algo aplicável. Certamente, ao longo de sua jornada de estudos, você passará pelo pro- cesso de aprendizagem que se realiza por meio de quatro estágios, os quais pode- mos indicar como: 1º curiosidade; 2º dúvida e confusão; 3º conhecimento; e, por fim, 4º sabedoria. Como sugestão, primeiramente, se preocupe em estabelecer uma compreensão bá- sica do assunto, começando a entender alguns dos termos mais usuais, tal como se apenas estivesse reconhecendo o terreno. Em seguida, após saber por alto como são as coisas, será mais fácil sair e caminhar em terra firme, como iremos fazer, pou- co a pouco. “Registro meus sinceros agradecimentos por ter a oportunidade de fazer parte do seu processo de aprendizagem e desejo muito sucesso a você!” Forte abraço e bons estudos! Professor Me. Luciano Santana Pereira SUMÁRIO 11 UNIDADE I SOCIEDADE BASEADA NO CONHECIMENTO 17 Introdução 18 Características da Sociedade do Conhecimento 22 Conhecimento Como Recurso Econômico 24 Mudança no Contexto Empresarial 27 Tipos de Mudança Organizacional 31 Resistência à Mudança 36 Considerações Finais UNIDADE II ORGANIZAÇÕES NA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO 47 Introdução 48 O que é Gestão do Conhecimento 51 Relevância da Gestão do Conhecimento 53 Organizações do Conhecimento 55 Dimensões das Organizações do Conhecimento 69 Considerações Finais SUMÁRIO UNIDADE III CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES 81 Introdução 82 Características do Conhecimento 86 Criação do Conhecimento 89 Era do Talento e o Profissional do Conhecimento 91 Desafios do Trabalhador do Conhecimento 94 Considerações Finais UNIDADE IV GESTÃO DO CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES 101 Introdução 102 Mapeando o Conhecimento Organizacional 105 Valores e os Ativos Tangíveis e Intangíveis 110 O que é Capital Intelectual 116 Mensurando o Conhecimento e o Capital Intelectual 118 Indicadores do Conhecimento Organizacional 130 Gerenciando Organizações do Conhecimento 132 Considerações Finais SUMÁRIO 13 UNIDADE V DESENVOLVENDO CONHECIMENTO 141 Introdução 142 Cultura da Aprendizagem 147 Sistema de Benchmarking 150 Gestão por Competências 154 Formação Humana e Capacitação 157 Desenvolvendo Talentos e Capacitando Profissionais 167 Visão De Futuro e Sustentabilidade 169 Papel Estratégico do E-Learning 171 Considerações Finais 179 CONCLUSÃO 181 REFERENCIAS 184 GABARITO U N ID A D E I Professor Me. Luciano Santana Pereira SOCIEDADE BASEADA NO CONHECIMENTO Objetivos de Aprendizagem ■ Descrever o processo evolutivo da sociedade.■ Apresentar as características da sociedade do conhecimento. ■ Descrever como o conhecimento se tornou recurso econômico. ■ Explicar como as mudanças afetam as organizações. ■ Caracterizar os tipos de mudança organizacional. ■ Descrever como lidar com a resistência à mudança. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Características da sociedade do conhecimento ■ Conhecimento como recurso econômico ■ Mudança no contexto empresarial ■ Tipos de mudança organizacional ■ Resistência à mudança INTRODUÇÃO Olá! É uma satisfação participar junto com você desta jornada de aprendi- zado e de troca de experiências. Veja só como é interessante e ao mesmo tempo curioso, conviver com tantas mudanças e evoluções que podemos perceber sem grande esforço. Não é preciso ir muito longe para encontrarmos inúmeros exem- plos de transformações da qual a sociedade vem sendo palco. Mudanças que impactam fortemente todos os campos e áreas do conhecimento, seja no cará- ter social, tecnológico ou filosófico. Essas alterações nos levam à ideia de que a atividade humana também está sofrendo a influência das transformações ocor- ridas no contexto global, sendo, por sua vez, motivada a migrar de sociedade mecânica operacional para sociedade intelectual voltada para o conhecimento. Considerando que a tecnologia e a informação são instrumentos indispensá- veis para a evolução dessa sociedade que se instala. O conhecimento tornou-se a nova riqueza, na qual as organizações atuam de forma incansável, buscando a autossuficiência na sua criação e disseminação, visando manter a competitivi- dade e a longevidade no mercado. No decorrer desta unidade você irá conhecer as características da sociedade do conhecimento e o que a diferencia das demais sociedades e modelos econômicos. Veremos também os pressupostos das mudan- ças organizacionais e ainda vamos entender como as mudanças podem impactar as organizações. Espero que goste do conteúdo e que ele abra novos horizontes para o seu dia a dia, na sua maneira de perceber e pensar sobre nosso atual con- texto social e econômico. 17 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . O CENÁRIO AMBIENTAL DA EVOLUÇÃO DOS MODELOS DE GESTÃO I - ONDAS DE TRANSFORMAÇÃO (MACROAMBIENTE SÓCIO-ECONÔMICO) Revolução Agricola Revolução Indrustrial Revolução da Informação até 1750 1970 II - ERAS EMPRESARIAIS (AMBIENTE ORGANIZACIONAL) Era da Produção em massa 1920 Era da E�ciência 1950 Era da Qualidade 1970 Era da Competitividade 1990 Era . . . 2000 MODELOS TRADICIONAIS DE GESTÃO NOVOS MODELOS DE GESTÃO Administração cientí�ca Administração das relações humanas Administração burocrática Outros modelos tradicionais da Administração Empresa virtual Gestão do conhecimento Modelos biológicos / quânticos / teoria do caos / complexidade Administração japonesa Administração participativa Administração empreendedora Administração holistica SOCIEDADE BASEADA NO CONHECIMENTO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO Para iniciar nossa jornada, primeiramente, vamos entender um pouco melhor a história evolutiva da sociedade. Se hoje vivemos em uma realidade complexa e fazemos uso de tantas tecnologias, é importante sabermos que nem sempre foi dessa forma, o que temos disponível hoje é reflexo de muitos anos de evo- lução. Partindo das mudanças ocorridas no cenário mundial, desde o início da civilização até os dias de hoje e enfocando nos subsistemas tecnológicos, econô- micos, sociais e políticos, Crawford (1994 apud ANTUNES, 2000) agrupou as características-chave de quatro sociedades que considera básicas, denominan- do-as de: Sociedade Primitiva, Sociedade Agrícola, Sociedade Industrial, até a atual que é denominada de Sociedade do Conhecimento. Atendo-se ao subsis- tema tecnológico e econômico, podemos perceber que o primeiro grande salto do desenvolvimento econômico foi a passagem de uma economia tribal de caça e pesca (Sociedade Primitiva) para uma economia agrícola (Sociedade Agrícola) em que, por meio de recursos renováveis e utilização da força humana e das for- ças da natureza, obtinha-se a subsistência. Figura 1: Eras da Sociedade Fonte da imagem: <http://viavida.com.br/word2/?p=1>. 19 Características da Sociedade do Conhecimento Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . A segunda grande etapa foi a passagem da economia agrícola para a economia industrial (Sociedade Industrial). Isso ocorreu há aproximadamente 180 anos, na Inglaterra, e seus reflexos e sua contribuição para o desenvolvimento mundial são sabidos e indiscutíveis em todos os aspectos. Naquela ocasião, as máquinas e os recursos não renováveis vieram complementar a força física empregada na produção. A riqueza dos países estava centrada em seus recursos naturais, aliada a disponibilidade de capital físico e financeiro para suportar os investimentos nas indústrias que se localizavam onde se encontravam tais recursos. A administração científica de Taylor, por meio do estudo sistematizado do trabalho, possibilitou o aumento da produtividade do empregado, que até então, não possuía qualificação, pois seu trabalho era desenvolvido com base na habili- dade que possuía nas mãos, passando a tê-la por meio das formas padronizadas de execução das tarefas. Esse acontecimento fez com que os indivíduos adqui- rissem conhecimento sistematizado por meio de cursos e nas universidades, criando uma nova classe de trabalhadores, aqueles que aplicavam o conheci- mento adquirido e não apenas a força física. Na terceira etapa (Sociedade do Conhecimento), o recurso do conheci- mento passa a ser essencial, pois a máquina substitui a força física humana na produção e a atividade econômica é centrada na prestação de serviços baseados no conhecimento dos que o possuem. A localização dos demais recursos não é mais fator determinante para a concentração de riqueza, pois o uso da tecno- logia, das comunicações e dos transportes veio possibilitar a globalização da economia. O conhecimento, como usualmente empregado até então, passa a ter outra conotação. É utilizado como base para o desenvolvimento de novas habi- lidades, pois, sem essas, passa a ser improdutivo. O conhecimento passa de um fim em si mesmo para um recurso ou um meio para a obtenção de um objetivo. Drucker (1993 apud ANTUNES, 2000) diz que hoje o recurso realmente valioso, o fator de produção absolutamente decisivo, não é o capital, a terra ou a mão de obra, é o conhecimento. Ao invés de capitalistas e proletariados, as classes da sociedade pós-capitalista são os trabalhadores do conhecimento e os trabalhadores em serviços. O autor ainda menciona que o conhecimento é a capacidade de aplicar informação a um trabalho ou a um resultado específico, a informação é a matéria-prima para o conhecimento. SOCIEDADE BASEADA NO CONHECIMENTO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Sintetizando o que trabalhamos até aqui: na Sociedade Agrícola, os deten- tores da terra tomavam as decisões, na Sociedade Industrial, o poder de decisão passou para os detentores do capital, na Sociedade do Conhecimento, os pos- suidores do conhecimento centralizam o poder, são os verdadeiros capitalistas, pois detêm o capital e dependem da aplicação de seu capital. A seguir, temos o quadro que resume as etapas de evolução da sociedade. No Quadro 1, você vai encontrar diferentes informações sobre as eras primitiva, agrícola, industrial e conhecimento, tais como: os tipos de tecnologias predominantes em cada uma, como funcionava e se operacionalizava a economia, qual o sistema social e polí- tico utilizado e, por fim, os paradigmasmais latentes em cada uma das eras apresentadas. 21 Características da Sociedade do Conhecimento Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . SO CI ED A D ES PR IM IT IV A A G RI CO LA IN D U ST RI A L CO N H EC IM EN TO Te cn ol og ia En er gi a: h um an a M at er ia is : p el es a ni m ai s, pe dr as M ét od os d e Pr od uç ão : ne nh um Si st em a Tr an sp or te : a pé Si st em a Co m un ic aç ão : a vó z En er gi a: n at ur al M at er ia is : r ec ur so s re no vá ve is Fe rr am en ta s: fo rç a m us cu la r o u m at er ia is M ét od o de P ro du çã o: a rt es an al Si st em a Tr an sp or te : c av al o, b ar co c ar ro ça Si st em a Co m un ic aç ão : M an us cr ito En er gi a: ó le o, c ar vã o M at er ia is : r ec ur so s nã o re no vá ve is Fe rr am en ta s: m áq ui na s pa ra s ub st it ui r a fo rç a hu - m an a M ét od o Pr od uç ão : lin ha d e m on ta ge m e p ar te s in te rc am bi áv ei s Si st em a Tr an sp or te : b ar co a v ap or , f er ro vi a, a ut o- m óv el , a vi ão Si st em a Co m un ic aç ão : i m pr en ss a e te le vi sã o En er gi a: s ol , v en to e n uc le ar M at er ia is : r ec ur so s re no vá ve is (b io te cn ol og ia ), ce - râ m ic a, re ci cl ag em Fe rr am en ta s: m áq ui na s pa ra a ju da r a m en te (c om pu ta do re s e el et rô ni ca ) M ét od o Pr od uç ão : r ob ôs Si st em a Tr an sp or te : e sp ac ia l Si st em a Co m un ic aç ão : c om un ic aç ão in di vi du al il i- m it ad a po r m ei o el et rô ni co Ec on om ia Co lh ei ta , c aç a e pe sc a Lo ca l, de sc en tr al iz ad a e au to su c ie nt e. P ro - du çã o pa ra c on su m o. D iv is ão d o tr ab al ho em fu nç ão d a co m un id ad e: n ob re za , s ac er do te s, gu er re iro s, e sc ra vo s e se rv os . A te rr a é o re cu rs o fu nd am en ta l. Ec on om ia d e m er ca do n ac io na l, an id ad e ec on ô- m ic a é pr od uç ão d e be ns p ad ro ni za do s, t an gí ve is co m d iv is ão e nt re p ro du çã o e co ns um o. D iv is ão da m ão d e ob ra b as ea da e m h ab ili da de s, m od o tr ab al ho . O c ap it al fí si co é o re cu rs o fu nd am en ta l. Ec on om ia g lo ba l in te gr ad a cu ja a ti vi da de e co - no m ic a ce nt ra l é a pr ov is ão d e se rv iç os b as ea da em c on he ci m en to . M ai or f us ão e nt re p ro du to s e co ns um id or . O rg an iz aç õe s em pr ee nd ed or as de pe qu en o po rt e. C ap it al h um an o é o re cu rs o fu n- da m en ta l. Si st em a So ci al Pe qu en os gr up os ou tr ib os Es qu em a fa m ili ar e st ra ti ca do co m d en iç õe s cl ar as d as fu nç õe s em v ir tu de d o se xo . Ed uc al çã o lim it ad a a el ite . Fa m ili a nu cl ea r co m d iv is ão d e pa pé is e nt er o s se xo s e in st it ui çõ es im or ta is q ue s us te nt am o s is - te m a. O s va lo re s so ci ai s en fa ti za m c on fo rm id ad e, el it is m o e di vi sã o de c la ss es . A e du ca çã o é em m as sa . O i nd iv íd uo é o c en tr o co m d iv er so s ti po s de f a- m íli as e f us ão d os p ap ei s se xu ai s co m ê nf as e na au to -a ju da e i ns ti tu iç õe s m or ta is . O s va lo re s so - ci ai s en fa ti za m a d iv er si da de , a de m oc ra ci a e o in di vi du al is m o. Si st em a Po lít ic o Tr ib o: u ni da de p ol ít ic a bá si ca n a qu al o s an ci - ão s e ch ef es g ov er na m Fe ud al is m o: le is , r el ig iã o cl as se s so ci ai se p ol ít ic as al te ra do s ao c on tr ol e da s te rr as co m a ut or id ad e tr an sm it id a he re di ta ri am en te . Ca pi ta lis m o e M ar xi sm o: l ei s, r el ig iã o, c la ss es s o- ci ai s e po lít ic as s ão m od el ad as d e ac or do c om in - te re ss es d a pr op ri ed ad e e do c on tr ol e do c ap it al . N ac io na lis m o: go ve rn os ce nt ra liz ad os e fo rt es ta nt o co m o fo rm a de g ov er na r qu an to n a fo rm a di ta tó ri a. Co op er aç ão g lo ba l: in st it ui çõ es s ão m od el ad as co m b as e na p ro pr ie da de e n o co nt ro le d o co nh e- ci m en to . A s pr in ci pa is u ni da de s de g ov er no é a de m oc ra ci a pa rt ic ip at iv a de ne m a s no rm as . Pa ra di gm a M un do v is to e m te rm os na tu ra is Ba se d o co nh ec im en to : m at em át ic a e as - tr on om ia .Id ei as ce nt ra is : hu m an id ad e vi s- ta co m o co nt ro la da p el as f or ça s su pe ri or es (d eu se s) , r el ig io si da de , v is ão m ís ti ca d a vi da , si st em a de v al or es c om ê nf as e na h ar m on ia - co m a n at ur ez a. Ba se d o co nh ec im en to : f ís ic a e qu ím ic a. Id éi as c en tr ai s: o s ho m en s se c ol oc am c om o co n- tr ol ad or es d o de st in o nu m m un do c om pe ti ti vo co m a c re nç a de q ue u m a es tr ut ur a ra ci on al p od e pr od uz ir ha rm on ia n um s is te m a de c as ti go s e re - co m pe ns as . Ba se d o co nh ec im en to : e le tr ôn ic a, q uâ nt ic a, b io lo - gi a, m ol ec ul ar , e co lo gi a. Id éi as c en tr ai s: o s ho m en s sã o ca pa ze s de u m a tr an sf or m aç ão c on tí nu a e de c re sc im en to ( pe ns a- m en to c om c ér eb ro in te gr ad o) . S is te m a de v al or es en fa ti za o i nd iv íd uo a ut ôn om o nu m a so ci ed ad e de sc en tr al iz ad a co m v al or es f em in in os d om in an - te s. Q ua dr o 1: C ar ac te rís tic as d as S oc ie da de s B ás ic as Fo nt e: a da pt ad o de A nt un es (2 00 2, p .3 1) © sh ut te rs to ck SOCIEDADE BASEADA NO CONHECIMENTO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I CONHECIMENTO COMO RECURSO ECONÔMICO Antes de entrarmos no aspecto econômico do conhecimento, é importante que você entenda o que significa conhecimento. Pois bem, durante toda a história da humanidade filósofos, cientistas e estudiosos sempre tentaram definir o sig- nificado do termo “conhecimento”, porém, vale ressaltar que existe uma grande dificuldade de definição para o tema. Entretanto, Prusak (1998, p. 11) sugere uma definição funcional para o termo. Conhecimento é uma mistura fluida de experiência condensada, valo- res, informação contextual e insight experimentado, a qual proporciona uma estrutura para a avaliação e incorporação de novas experiências e informações. Outra definição de conhecimento, dessa vez proposta por Davenport (apud NETO, 1998, p. 04), nos diz que Conhecimento é uma mistura de experiências, valores e percepções, informações e dados, a qual proporciona uma estrutura para a apli- cação, avaliação e incorporação de novas experiências e informações. 23 Conhecimento Como Recurso Econômico Re pr od ução p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Em outras palavras, conhecimento é a capacidade de utilização das experiências e informações de tal forma que resulte em uma ação eficaz. Após entendermos com mais clareza o que vem a ser o conhecimento, vamos dar continuidade ao nosso conteúdo tratando o conhecimento como um recurso econômico. O conhecimento é um recurso inerente ao ser humano, o que o dife- rencia em alguns aspetos dos demais recursos existentes, vejamos a seguir: ■ Conhecimento é um recurso ilimitado, pois a pessoa aprimora seus conhe- cimentos à medida que os desenvolve, diferentemente de alguns recursos naturais que se esgotam com o tempo, os quais eram básicos na base da Sociedade Industrial. ■ O Conhecimento está contribuindo para minimizar o consumo dos outros recursos à medida que é empregado para aperfeiçoar técnicas existentes. Está associado ao desenvolvimento de novas tecnologias. ■ O Conhecimento é propagável e utilizado para gerar progresso quando empregado em seu sentido científico e materializado sob a forma de pro- duto, serviço ou tecnologia. ■ Conhecimento está distribuído pelo mundo, descentralizando a riqueza, pois está nas mãos daqueles que souberam criar, mobilizar e organizar o conhecimento, diferentemente da época industrial, quando a riqueza pertencia a quem detivesse os recursos naturais e o capital. “Conhecimento é uma mistura de experiências, valores e percepções, infor- mações e dados, a qual proporciona uma estrutura para a aplicação, ava- liação e incorporação de novas experiências e informações” (DAVENPORT apud NETO, 1998, p.04). SOCIEDADE BASEADA NO CONHECIMENTO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I As características apontadas nos levam a um aspecto de difícil consenso, trata- -se do valor do conhecimento. À terra, ao capital e ao trabalho pode-se atribuir um valor econômico com relação ao conhecimento e, uma vez classificado como recurso econômico, a atribuição de um valor monetário torna-se um verdadeiro desafio técnico e científico, dado suas características subjetivas. Assume-se que o conhecimento agrega valor, a grande questão é como mensurar esse valor. O conhecimento está aliado aos recursos básicos, até então indispensáveis para o desenvolvimento da economia. A situação econômica está em processo de mudança e mudanças geram novas necessidades. O conhecimento, considerado na definição de seu conceito, é o novo recurso necessário. As organizações con- temporâneas buscam constantemente aprimorar seus conhecimentos, tecnologia e, principalmente, a qualificação de sua mão de obra, o que, consequentemente, impacta diretamente na sua forma de atuar, nos seus métodos de operacionali- zação, na agilidade em resposta ao mercado, no atendimento de seus clientes e na sua capacidade de inovar. Portanto, o uso adequado do conhecimento passa a ser um dos maiores geradores de renda para as organizações. MUDANÇA NO CONTEXTO EMPRESARIAL A mudança sempre esteve presente no contexto empresarial e, por vezes, repre- sentou e representa o próprio desenvolvimento econômico e social de uma determinada sociedade. Drucker (1970 apud ANGELONI, 2008) nos assegura essa ideia ao afirmar que “a única certeza que podemos ter é a certeza da mudança”. Entende-se por mudança, a fase de transição de uma situação para outra. A ação de alguma força maior acarreta a quebra do estado de equilíbrio existente. As organizações modernas estão enfrentando ambientes dinâmicos, pro- vocando alterações radicais no modo de serem gerenciadas. O sucesso para o impasse está na capacidade que os gestores da organização têm de aprender a aprender o novo e de desaprender o passado, o obsoleto, ou seja, passa por uma reconceitualização dos modelos mentais de cada indivíduo, refletindo, por 25 Mudança no Contexto Empresarial Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . conseguinte, na própria mudança de atitude da organização como instituição constituída (ANGELONI, 2008). Como já vimos, durante séculos a sociedade transitou por várias fases e, historicamente, estamos vivenciando a fase da Sociedade do Conhecimento. É de extrema importância termos a consciência de que da mesma maneira que a sociedade econômica se desenvolve, as organizações e as pessoas precisam acom- panhar o ritmo da mudança. O processo da mudança no contexto empresarial ocorre quando surgem novos conhecimentos que levam a novas tecnologias, que são empregadas em busca do desenvolvimento econômico/empresarial. Esse, naturalmente, acarreta mudanças nos subsistemas: social, político, econômico e organizacional. O que diferencia a atual fase das demais é a velocidade em que as mudanças têm acontecido, exigindo das organizações maior flexibilidade e capacidade de se adaptar ao novo cenário. É comum encontrarmos organizações que ainda atuam com modelos admi- nistrativos baseados em linhas de produção e mercado de massa, nos quais o grande objetivo é aumentar a capacidade produtiva e distribuição. No entanto, vivemos a realidade em que esses objetivos não se aplicam mais, o grande foco tornou-se o atendimento das expectativas dos clientes, ocasionando profunda mudança na concepção das estratégias empresariais, afetando diretamente seus modelos de gestão e métodos de produção. Nesse sentido, o que podemos evi- denciar é que são muitas as alterações vivenciadas pelas organizações nesses últimos anos. Estando em plena Era da Informação, em que temos o conheci- mento como um dos componentes desse novo cenário, destacando-se ainda os avanços tecnológicos, comunicação, globalização e reestruturações. O que pode ser afirmado é que o conhecimento vem sendo utilizado como recurso estratégico, gerando vantagem competitiva duradoura. A partir da década de 1990, com a abertura comercial, surgiram metodologias que prometiam a solução para grande parte dos problemas das empresas, tais como downsizing, reengenharia, terceirizações entre outras. Com o objetivo da transformação muitas organizações investiram suas apostas nessas novas concepções. O que evidencia- mos é a constante necessidade das empresas se “reinventarem”, principalmente em decorrência do avanço tecnológico que possibilita programar as mudanças necessárias e manter-se no mercado para garantir sua sustentabilidade no negócio. SOCIEDADE BASEADA NO CONHECIMENTO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I É necessário que as organizações consigam gerar respostas rápidas, com base na eficiência operacional e na tomada de decisão eficaz, porém, obter sucesso em ambientes complexos exige constantes mudanças, manter-se na vanguarda das tecnologias torna-se um desafio permanente. O mundo empresarial viven- cia um momento em que a tendência é cada vez mais aumentar o volume e a velocidade das mudanças. Para as organizações só resta acompanhar todo esse movimento buscando sua própria transformação, seja em nível estratégico, seja em nível gerencial, seja em nível de estrutura ou nos modelos de gestão. Leia o artigo “Gestão do Conhecimento: o grande desafio empresarial” pu- blicado por José Claudio C. Terra. O autor aponta a Gestão do Conhecimento como uma estratégia central para desenvolver a competitividade de em- presas e países, discute o investimento em pesquisa e desenvolvimento e os avanços da tecnologia gerencial relacionada à Gestão do Conhecimento, além das tecnologias de informática e de telecomunicações e das conclu- sões das teorias sobre criatividade e aprendizado individual e organizacio- nal. Disponível em: <http://biblioteca.terraforum.com.br/Paginas/OGrandeDe- safioEmpresarial!.aspx>. Acesso em: 17 nov. 2014. 27 Tipos de Mudança Organizacional Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . TIPOS DE MUDANÇA ORGANIZACIONAL A mudança no contexto organizacional é impulsionada por fatores do ambiente externo e interno que interferem na capacidade de produzir e atrair os recursos materiais e humanos. Os fatores que envolvem o ambiente externo são provo- cados por forças como concorrentes, clientes, fornecedores, economia, política, tecnologia, legislação, cultura. Os fatores que envolvem o ambiente interno são voltados para a reformulação de objetivos, identificação de problemas e neces- sidades da própria empresa. Ao trabalhar com a mudança, o gestor pode adotar dois métodos distintos, sendo a mudança planejada e a mudança não planejada ou de reação (ZABOT, 2002). O primeiro visa à criação de um programa que envolve investimento de tempo e recursos de forma racionalizada com objetivo de modificar um estado atual da organização. O segundo ocorre por meio de ações não planejadas que estabelecem mudanças para adequar, de forma rápida, as necessidades conforme as alterações do ambiente (ZABOT, 2002). MUDANÇA PLANEJADA Os programas de mudança planejada destinam-se a racionalizar os investimen- tos de tempo e recursos feitos pela organização de forma a direcionar as ações, identificando o que e como fazer e ainda esclarecendo quais os aspectos organi- zacionais devem ser mudados. Lewin (1951 apud ZABOT, 2002) estabelece três momentos para o processo de mudança planejada: descongelamento, mudança e recongelamento. ■ Descongelamento: implica em tornar a necessidade de mudança comum ao indivíduo, grupo ou organização, em que todos possam perceber e aceitá-la prontamente. ■ Mudança: diz respeito ao estabelecimento de novos padrões de com- portamento, geralmente, impulsionado por um agente de mudança que pode ser interno ou externo. Junto aos indivíduos, o agente de mudança auxilia na criação de situações nas quais os novos valores, atitudes e SOCIEDADE BASEADA NO CONHECIMENTO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I comportamentos serão apropriados. ■ Recongelamento: trata da cristalização do novo modelo, ou seja, a con- solidação do novo padrão de comportamento. Ao mudar os indivíduos vivenciarão os resultados desse processo podendo se beneficiar com o modelo assumido. Figura 2: Processo de Mudanças de Lewin Fonte: adaptada de Zabot (2002, p. 44) Para Zabot (2002), uma organização pode ser mudada alterando-se sua estrutura, sua tecnologia ou seu pessoal. A mudança da estrutura envolve a reformulação de seus sistemas internos como processos, fluxo de trabalho ou a hierarquia estabe- lecida. A mudança da tecnologia significa alterar seus equipamentos e sistemas, adequando a tecnologia de informação à estrutura e às pessoas. A mudança do pessoal envolve mudanças no treinamento, nas políticas de RH, no compor- tamento e na postura assumida pelos membros da organização. É importante destacar que essas mudanças não ocorrem isoladamente, ao contrário, ocor- rem sistematicamente, uma afetando a outra e provocando efeito multiplicador. Segundo Zabot (2002), as técnicas de intervenção e mudança organizacio- nal planejada baseiam-se na ciência do comportamento. São estabelecidas de maneira contínua e ininterrupta e quase sempre envolvem uma visão de médio Processo de Mudança segundo LEWIN Descongelamento Mudança Recongelamento Velhas idéias e práticas são derretidas, abandonadas e desaprendidas Novas idéias e práticas são exercidas e aprendidas Novas práticas são incorporadas de�nitivamente ao comportamento ATITUDES COMPORTAMENTO Identi�cação Internalização Suporte Reforço 29 Tipos de Mudança Organizacional Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . e longo prazo. Envolvem mudanças culturais e comportamentais, feitas com base em um diagnóstico prévio, seguindo um enfoque interacional, pelo qual a estra- tégia surge como resultado da aprendizagem dos membros envolvidos. MUDANÇA NÃO PLANEJADA Para um adequado entendimento do processo de mudança não planejada, é neces- sário considerar o ambiente sob a qual as organizações atuam. Segundo Zabot (2002), encontramos três tipos: ambiente estável, ambiente em transformação e o ambiente turbulento. A maneira como a organização lida com esses ambientes certamente será equivalente aos resultados. Em ambientes altamente competiti- vos, complexos e turbulentos, as tarefas precisam ser redefinidas constantemente para estar de acordo com o movimento do mercado. Algumas empresas con- seguem desenvolver a capacidade de se adaptar com mais facilidade enquanto outras demonstram mais resistência, isso pode ocorrer em função de seu sis- tema organizacional, que por sua vez, pode ser caracterizado como um sistema mecanicista ou sistema orgânico. De acordo com Stoner (1985 apud ZABOT, 2002), num sistema mecanicista as atividades são divididas em tarefas separadas e especializadas, o poder segue a ordem hierárquica. Num sistema orgânico, os indivíduos atuam em grupos, há menos ênfase em dar ou receber ordens e a comunicação acontece em todos os níveis. O sistema orgânico, afirma o autor, é o mais apropriado para ambientes turbulentos e complexos, pois é nesse ambiente que ocorrem as mudanças não SOCIEDADE BASEADA NO CONHECIMENTO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I planejadas. Geralmente, as técnicas de mudança não planejada exercem forte impacto sobre a organização e, por esse motivo são chamadas de mudanças radi- cais. São consideradas assim pelo fato de provocarem profundas alterações nos processos, na estrutura e até no reposicionamento do negócio. Essas decisões são tomadas pela alta administração e muitas vezes tornam-se a única alterna- tiva para sobrevivência no mercado. Perceba que apesar de todo esforço e investimento nos processos de mudança planejada e de melhoria contínua, muitas organizações não conseguem resol- ver o problema da competitividade. É nesse momento que a mudança radical ou, ainda, terapia de choque pode ser utilizada. Diante de uma oportunidade ou situação problema a organização, de forma súbita, altera os rumos do negó- cio, produtos, processos, sua forma de operar. Muitas vezes para se adaptar a um contexto, outras vezes, para surpreender o mercado. Zabot (2002), diz que é pre- ciso provocar choques profundos para programar mudanças efetivas e conseguir a cura para a falta de produtividade, porém, essa é uma solução superficial para problemas complexos. Os efeitos colaterais do tratamento de choque podem ser desastrosos para a organização, muitos métodos de choque já foram utilizados sem muito sucesso, tais como o downsizing e a reengenharia. 31 Resistência à Mudança Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . RESISTÊNCIA À MUDANÇA Toda organização ao desenvolver um processo de mudança, seja planejada ou não planejada, deve considerar a possibilidade de ser desencadeada a resistência à mudança. Um dos grandes desafios para os gestores é atuar de forma a promo- ver as mudanças necessárias para a sobrevivência da organização e encontrar meios de minimizar essa reação automática do ser humano que é a resistência à mudança. A seguir, buscaremos entender um pouco mais sobre a resistência e também entenderemos quais métodos podem ser utilizados para minimizar o impacto da resistência humana frente ao processo de mudança organizacional. Como podemos perceber a resistência à mudança sempre foi alvo de muitos estudos e é considerada como um dos maiores desafios às organizações con- temporâneas. É importante entender que o gestor exerce o papel de agente de mudanças e, certamente, terá de administrar situações de resistência. Stoner (1985apud ZABOT, 2002) diz que existem três fontes para a resis- tência à mudança: ■ Incerteza quanto às causas e aos efeitos da mudança: essa reação busca evitar a incerteza, as pessoas podem estar inseguras quanto à capacidade de absorver novas informações, conhecimentos ou qualificações. ■ Falta de disposição para abrir mão de benefícios existentes: apesar de a mudança trazer benefícios para toda a organização, para algumas pessoas, o custo da mudança em termos de perda de poder, prestígio, qualidade do trabalho ou outros benefícios particulares não será sufi- ciente para compensá-la. ■ Consciência das fraquezas das mudanças propostas: os indivíduos resis- tem à mudança por perceberem problemas potenciais aparentemente desconsiderados pelos agentes de mudança. Essa forma de resistência pode ser considerada útil à organização, uma vez que, ao investigar as causas da resistência, o agente de mudança poderá obter informações e pontos de vista diferentes do seu. SOCIEDADE BASEADA NO CONHECIMENTO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Quadro 2: Tipos de Resistência à Mudança Fonte: adaptado de Zabot (2002, p. 51) Observe que, geralmente, as pessoas podem aceitar as mudanças de maneiras diferentes. Elas podem aceitar positivamente e adotar uma postura de simples aceitação, elas podem ser proativas e além de aceitar, buscam participar ati- vamente do processo. Por outro lado, podem comportar-se negativamente às mudanças que ocorrem na empresa. Para reforçar essa ideia Chiavenato (1996, p. 249) nos diz: As pessoas podem mudar por que são simplesmente estimuladas ou coagidas para isso, como podem acomodar-se à mudança, habituan- do-se a um comportamento rotineiro e cotidiano, como também pode reagir negativamente à mudança através de um comportamento de defesa para manter o status quo ou ainda tentar obstruir de maneira velada ou aberta qual quer tentativa de mudança dentro da empresa. Perceba que a resistência à mudança é algo quase que instintivo do ser humano, muitas vezes resistimos a situações e pessoas e nem percebemos que estamos fazendo. Zabot (2002), nos diz que a resistência à mudança pode ser consequência Aspectos Lógicos Objeções racionais e lógicas Aspectos Psicológicos Atitudes emocionais e psicológicas Aspectos Sociológicos Interesses de grupos e fatores sociológicos · Interesses pessoais · Tempo / esforço · Custos · Viabilidade · Medo do desconhecido · Compreensão / tolerância · Falta de confiança · Segurança · Coalizões políticas · Valores sociais · Visão paroqual · Interesses / colegas 33 Resistência à Mudança Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . de três aspectos, sendo aspectos lógicos, psicológicos ou sociológicos. Vamos ver com mais detalhes cada uma dessas variáveis apresentadas pelo autor: ■ Aspectos Lógicos: a resistência lógica decorre do tempo e do esforço requeridos para ajustar-se à mudança, incluindo novos deveres e tarefas a serem aprendidos. ■ Aspectos Psicológicos: esse aspecto ocorre em termos de atitudes e sen- timentos das pessoas em relação à mudança. Elas podem sentir medo do desconhecido, desconfiar da liderança, sentir ameaças, medo de per- der o emprego. ■ Aspectos Sociológicos: esse aspecto de resistência decorre dos interes- ses de grupos e valores sociais envolvidos, que são forças poderosas do ambiente e devem ser cuidadosamente consideradas. Quadro 3: Tipos de Aceitação da Mudança Fonte: adaptado de Zabot (2002, p. 50) Aceitação da Mudança POSITIVA NEGATIVA Proação As pessoas tomam a iniciativa própria de mudar. Aceitação As pessoas mudam graças a argumentos da empresa. Reação As pessoas mudam por que são estimuladas para isso. Acomodação As pessoas acostumam-se ao cotidiano rotineiro. Defesa As pessoas defendem0se de possíveis mudanças. Obstrução As pessoas lutam contra as mudanças. SOCIEDADE BASEADA NO CONHECIMENTO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I A resistência à mudanças é sinal de que há algo errado com a proposta, por conta disso, deve-se atentar aos possíveis motivos que estejam gerando a resistência e tomar medidas que possam minimizar a resistência. Para garantir o sucesso num processo de mudança, o gestor precisa identificar as verdadeiras causas da resistência e estabelecer uma postura flexível para não ser surpreendido. Kotter e Schlesinger (1979 apud ZABOT, 2002) propõem seis maneiras de administrar a resistência à mudança: ■ Educação e Comunicação: o agente de mudança deve estabelecer, junto à organização, uma política de relacionamento que disponibilize infor- mações de forma correta e clara sobre todo o processo, pois, adotar esse procedimento ajuda a reduzir o nível de insegurança e, automaticamente, os possíveis bloqueios. ■ Participação e Envolvimento: a organização representada pelo agente de mudança deve promover a participação dos indivíduos. O processo de mudança, provavelmente, será mais fácil de conduzir se houver a partici- pação das pessoas, principalmente daquelas que possivelmente resistirão. ■ Facilitação e Apoio: disponibilizar apoio às pessoas que participam do processo é uma forma de proporcionar feedback e lidar com a resistência. ■ Negociação e Acordo: o agente de mudança deve estar preparado para lidar com situações em que prevalecerá a negociação em casos de resistência. ■ Manipulação e Cooptação: muitas vezes, para obter a adesão das pes- soas, o agente de mudança utiliza da prática da política, porém, deve-se tomar cuidado para evitar que as pessoas se sintam induzidas, manipu- ladas ou até mesmo enganadas. Isso pode gerar reações negativas e criar resistência ainda maior. ■ Coerção Explícita e Implícita: a coerção também pode ser uma forma para se lidar com a resistência. Essa medida, geralmente, é utilizada quando se espera rapidez no processo de mudança. A organização estabelece cri- térios por meio de ameaça explícita ou implícita como perda de cargo, remuneração ou promoção. 35 Resistência à Mudança Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Perceba que o gestor, ao liderar um processo de mudança, provavelmente, terá de gerenciar situações de resistência à mudança e, diante disso, é de grande importância que esse profissional esteja preparado para tal situação, com pleno domínio das técnicas aqui sinalizadas como alternativas para auxiliar em casos de resistência. Porém, antes de optar por uma ou outra estratégia, o gestor deve, antes de tudo, levantar o máximo de informação possível sobre as pessoas, equi- pes, cultura da empresa, métodos de trabalhos utilizados e ainda tentar entender o porquê de cada questão. Como mencionado anteriormente, quando existe a resistência à mudança é sinal de que há algo de errado com a proposta, ou seja, a ideia a ser implementada não está conseguindo atingir as pessoas de forma adequada, ou ainda, as pessoas envolvidas podem não estar demonstrando inte- resse e empenho pelo simples fato de não entenderem a proposta ou não enxergar vantagens nela. Nesse caso, podemos afirmar que em situações de mudanças, o gestor deve se tornar um verdadeiro “vendedor de ideias” e ainda um incentivador de pessoas, adotando uma conduta e comunicação transparente e de apoio aos profissionais envolvidos, somente assim ele conseguirá romper as barreiras que a resistência humana a mudança promove no ambiente organizacional. SOCIEDADE BASEADA NO CONHECIMENTO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao final desta primeira unidade, certamente você pôde perceber, de uma forma bem abrangente, os principais efeitos do avanço do conhecimento ao longo do tempo, e principalmente, neste últimoséculo em que tivemos a globalização e as evoluções tecnológicas como grandes impulsionadoras das inúmeras mudanças ocorridas nas últimas décadas. Você ainda pôde perceber que o conhecimento se tornou um fator de alto valor para as empresas, em que outros recursos convencionais como: terra, estrutura física e capital perderam espaço para o novo gerador de riquezas, o conhecimento. Ao longo desta primeira unidade, estudamos também sobre como toda essa revolução e mudanças estão impactando nas organizações e a realidade que pode- mos perceber é que as empresas estão sendo cada vez mais pressionadas para manterem-se atualizadas, buscando estar na vanguarda das tecnologias e méto- dos de trabalho de seu segmento, porém, é importante mencionar que todas essas mudanças também têm provocado fortes impactos na esfera social, alte- rando profundamente valores, hábitos e costumes há muito tempo estabelecidos, e criando uma verdadeira revolução no que podemos chamar “comportamento do consumidor”. Todas essas mudanças que têm afetado a sociedade, inevitavelmente também afetam o interior das empresas. De um lado, as empresas necessitando avançar e evoluir em seus processos e de outro as pessoas que, por sua vez, apresen- tam comportamentos de medo e insegurança, gerando a resistência humana à mudança. Diante disso, empresas e gestores devem estar muito atentos quanto às possíveis causas dessa resistência. Sabemos que cada ser humano responde de forma particular às demandas e desafios diários, mas de acordo com nossos estudos, podemos analisar a resistência e agrupá-las em fatores comuns, sendo: fatores lógicos, psicológicos e sociológicos. Diante de situações de resistência, cabe ao gestor observar e identificar as causas e, mediante isso, adotar a melhor estratégia, conforme a situação analisada. Quero encerrar esta unidade dizendo que é praticamente impossível implan- tar um modelo de Gestão do Conhecimento sem se deparar com os inúmeros desafios e também a resistência humana às mudanças. Estejamos convictos que 37 Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . essas situações acontecem com frequência e como gestores, devemos estar pre- parados para lidar com elas e na medida do possível até antecipá-las de forma estratégica, evitando transtornos e desperdício de tempo e energia. Até a próxima unidade! CONHECIMENTO GERA TRANSFORMAÇÃO A Gestão do Conhecimento começa a gerar seus efeitos a partir do momento em que os gestores de uma organização decidem implantá-la. Não poderia ser diferente já que o capital intelectual hoje é reconhecido como um dos mais valiosos para as organiza- ções. Esse é um caminho sem volta. Para exemplificar esse pensamento, optei por expor exatamente o que vem ocorrendo com a empresa da qual sou um dos gestores: a Casa do Cliente Comunicação 360º. A decisão sobre a Gestão do Conhecimento não foi uma causa, mas sim uma conseqüência de toda nossa trajetória empresarial. E isso se con- funde com a nossa Responsabilidade Social e Histórica. Desde que foi criada, há nove anos, a Casa do Cliente Comunicação 360º tem como princípio a disseminação do co- nhecimento. Isso porque atua em um mercado relativamente novo, o da Comunicação Empresarial, definido como segmento apenas há cerca de 30 anos. Como as empresas têm pouco conhecimento dos frutos que podem ser gerados pela comunicação empre- sarial, tornou-se necessário dar entendimento dos seus resultados e impactos no meio organizacional. O caminho escolhido pela nossa Empresa foi iniciar nossa trajetória realizando simpó- sios e workshops, produzindo publicações impressas e virtuais. Tudo com o propósito de gerar conhecimento sobre o nosso negócio. Coincidentemente, a sociedade moderna conseguiu enxergar – antes tarde do que nunca – que são as pessoas que fazem a dife- rença nas organizações. Capítulo à parte, desde a década de 80, tem escutado de alguns poucos especialistas que a grande mudança nas empresas seria realizada pelo exercício da Cidadania Corporativa. E somente agora, 20 anos depois, o meio empresarial dá cré- dito ao fato de que o seu capital mais importante é o intelectual. Em uma passagem do seu livro “Construindo o Futuro – O impacto global do novo paradigma – Pessoas, Empresas e Sociedades”, Paulo C. Moura (Editora Mauad) destacou que “uma mensa- gem parece se impor a todos os ambientes: a força de trabalho não responde apenas ao simples incentivo econômico. Salários e benefícios passam a ser vistos como simples direitos, mas não funcionam isoladamente como motivadores primários. O desejo e a demanda pela participação se impõem cada vez mais fortemente como sendo o exercí- cio da cidadania corporativa. Afinal, uma democracia não deve ser julgada apenas pelo grau de liberdade que assegura, mas, também, pelo potencial de participação efetiva, e que permite às pessoas causar algum impacto em tudo que afeta suas vidas”. Mas como o mundo não pára, hoje já temos a percepção de que nenhum capital existe para ficar estagnado, e, sim, para ser utilizado e muito bem empregado. Assim aconte- ce com o capital intelectual. É preciso saber usá-lo. Não podemos armazená-lo. É claro que, como o vinho, ele precisa interagir com o ambiente para ser saboreado por quem o consome. Senão, o que vale uma biblioteca sem consulta? O que ganha uma idéia sem contribuição? Devemos romper com a noção e o ciclo vicioso de que, ao dar acesso ao conhecimento individual tácito, estamos entregando, de “mãos beijadas”, aquilo que acumulamos em toda a nossa trajetória profissional. Se não for revigorado ou revisto, esse conhecimento não servirá para nada. 39 É preciso partir dessa visão egocêntrica para o compartilhamento do conhecimento. Só assim poderemos avançar nos resultados em curto prazo e, em longo prazo, na trans- formação da sociedade. A Gestão do Conhecimento nos permite novos olhares sobre a realidade e o cotidiano. Proporciona ainda um impulso latente de que podemos fa- zer diferente, e a total diferença no mundo organizacional. Nosso mercado, apesar de novo, é extremamente dinâmico e vive hoje a realidade de diversos setores com mui- to mais tempo de existência. Atualmente, a Comunicação Empresarial se defronta com alguns conflitos: deixa de ser tática – grosso modo, baseada em ferramentas, e passa a ser estratégica, voltada para os processos. Parte de cenários organizacionais simples para contextos cada vez mais complexos. Além disso, se as ferramentas passam a ser conseqüência, as informações, idem. A construção de relacionamentos passa a ganhar fundamental importância para as empresas. Para garantir esta posição de destaque, en- tretanto, é preciso mensurar os resultados. Tornar tangível aquilo que nunca foi percebi- do como investimento, mas, sim, como custo e despesa. Quando nós, da Casa do Cliente Comunicação 360º, optamos pela Gestão do Conhecimento, tínhamos esse cenário em mente. Tínhamos a certeza de que era necessário resguardar e valorizar nosso patrimô- nio por meio de nossa Memória Organizacional (só descobrimos a terminologia quando identificamos a empresa parceira para consultoria). O primeiro passo foi encontrar e definir a parceria com a consultoria Gomes & Braga. Já nos primeiros encontros tivemos um entendimento mais claro do que a Gestão do Co- nhecimento poderia nos proporcionar: transformar informação dispersa em um verda- deiro patrimônio de conhecimento. Em pouco tempo conseguimos ir além. A partir da Gestão do Conhecimento, conseguimos definir, com mais clareza, nossa Metodologia de Mensuração de Resultados uma das principais demandas do mercado. Esse foi um dos principais efeitos da opção pela Gestão do Nosso Conhecimento. Porém, um dos mais relevantes créditos à Gestão do Conhecimento é que, de fato, hoje podemos dizer, em relação à nossa empresa, que “em casa de ferreiro, o espeto é de ferro”. Isso significaque praticamos efetivamente o que sugerimos aos nossos clientes. E, principalmente, medimos resultados. Fonte: CLEMEN (2007, online) 1. Se hoje vivemos em uma realidade complexa e fazemos uso de tantas tecno- logias, é importante sabermos que nem sempre foi dessa forma, o que temos disponível hoje é reflexo de muitos anos de evolução. Partindo das mudanças ocorridas no cenário mundial, escolha entre as alternativas relacionadas abaixo aquela que represente as sociedades básicas propostas por Crawford (1994). a. ( ) Sociedade Primitiva, Sociedade Medieval, Sociedade Moderna e Socie- dade Contemporânea. b. ( ) Sociedade Primitiva, Sociedade Agrícola, Sociedade Industrial e Socie- dade do Conhecimento. c. ( ) Sociedade Nômade, Sociedade Catequizada, Sociedade Protestante e Sociedade Democrática. d. ( ) Sociedade Primatas, Sociedade Mecanicista, Sociedade do Conhecimen- to e Sociedade Empreendedora. 2. Drucker (1970) disse “[...] a única certeza que podemos ter é a certeza da mu- dança”. Entende-se por mudança a fase de transição de uma situação para outra. A ação de alguma força maior acarreta a quebra do estado de equilíbrio exis- tente. Durante séculos, a sociedade transitou por várias fases e, historicamente, vivenciamos a fase da Sociedade do Conhecimento. Assinale a alternativa que represente as diferenças entre a atual sociedade do conhecimento das demais sociedades já vivenciadas. a. ( ) O que diferencia a atual sociedade das demais é a capacidade financeira para investir em novas tecnologias que, por sua vez, proporciona diferen- ciais competitivos consideráveis. b. ( ) A grande diferença entre a sociedade do conhecimento e as demais sociedades já vivenciadas é a capacidade de criatividade e inovação decor- rentes do uso de tecnologias avançadas. c. ( ) O que diferencia a atual fase das demais é a velocidade em que as mu- danças têm acontecido, exigindo das organizações maior flexibilidade e ca- pacidade de se adaptar ao novo cenário. d. ( ) A diferença entre a sociedade do conhecimento e as demais sociedades está relacionada às questões políticas e ideológicas que ora procuram e in- centivam a busca do novo e em outros momentos reprovam a evolução e utilizam como argumento temas como sustentabilidade e ecologia. 41 3. Para Chiavenato (1996, p. 249) “As pessoas podem mudar por que são simples- mente estimuladas ou coagidas para isso, como podem acomodar-se a mudan- ça, habituando-se a um comportamento rotineiro e cotidiano, como também pode reagir negativamente a mudança através de um comportamento de de- fesa para manter o status quo ou ainda tentar obstruir de maneira velada ou aberta qualquer tentativa de mudança dentro da empresa”. A resistência à mu- dança pode ser consequência de três aspectos. Leia as afirmações e assinale a alternativa correta: a. ( ) A resistência decorre de três aspectos, sendo eles: necessidade de reali- zação, necessidade de afiliação e necessidade de poder. b. ( ) A resistência decorre de três aspectos, sendo eles: condições físicas, con- dições estruturais e condições financeiras e/ou recompensas. c. ( ) A resistência decorre de três aspectos, sendo eles: motivação, capacida- de e ambiente. d. ( ) A resistência decorre de três aspectos, sendo eles: aspectos lógicos, as- pectos psicológicos e aspectos sociológicos. MATERIAL COMPLEMENTAR Gestão de Conhecimentos e os Desafios da Complexidade nas Organizações Luiz Felipe Quel Editora: Saraiva - São Paulo/2006 Sinopse: O objetivo principal desta obra é estimular discussões sobre a percepção da complexidade nas organizações empresariais, evidenciando-a por meio de seu maior representante que, por natureza, é o conhecimento e, assim como fenômeno complexo, deve ser entendido e aproveitado. Gestão do Conhecimento e Inovação das Empresas Vicente Rodrigues Martius Editora: Qualitymark, Rio de Janeiro, 2010 Sinopse: Singrando entre alguns temas como: Cogeração do conhecimento; análise de valores pessoais e organizacionais; implantação de gestão; modelos e estratégias; e estudos de casos, a obra materializa o conhecimento criado por um grupo no qual participam mais de 30 empresas de grande, médio e pequeno porte. Iniciado com o objetivo de acelerar a transferência de conhecimento entre as organizações permitiu agregar as mais diversas empresas que possuem como questão a ser resolvida: Como implantar a gestão do conhecimento e inovação? E, como estruturar e manter a função gestão do conhecimento e inovação de modo a agregar valor ao negócio ou propósito da organização? Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR O Óleo de Lorenzo Lançamento: 1992 Gênero: Drama Direção: George Miller Sinopse: O filme é uma história real de um casal, Augusto e Michaela Odone, cujo único filho, Lorenzo, começa a apresentar hiperatividade, surdez, desequilíbrio e vários outros sintomas. Lorenzo levava uma vida normal até os seis anos de idade, quando passou a ter diversos problemas. O diagnóstico foi de Adrenoleucodistrofia (ALD), uma doença degenerativa extremamente rara e incurável, em que ocorre o desgaste da mielina (presente no neurônio), provocado pelo acúmulo de gorduras saturadas. O paciente morre em, no máximo, dois anos. Os médicos não sabiam como tratá-lo, e havia pouca pesquisa sobre a doença. Os pais do menino não se conformaram com o fracasso dos médicos e com a falta de medicamentos para a doença. Assim, decidiram estudar e pesquisar sozinhos, na esperança de descobrir algo que pudesse deter o avanço da doença, de caráter hereditário, transmitida geneticamente pela mãe. Augusto e Michaela tiveram que deixar o filho à mercê das pesquisas e testes dos médicos, como uma cobaia. Também se envolveram com uma ONG de pais com filhos portadores de ALD, que mais se preocupavam em como lidar com a doença e em aceitá-la do que procurar a cura. O excesso de ácido graxo destruía o cérebro e, consequentemente, suas funções, e os músculos da criança se atrofiavam. Lorenzo foi submetido a uma dieta em que foi eliminado todo tipo de gordura que pudesse levar à formação de cadeias longas de ácidos graxos, como C24 e C26. A dieta, sugerida pelos médicos, só fez Lorenzo piorar, pois seus índices de ácidos graxos aumentaram. Seus pais resolveram então procurar, eles mesmos, a cura e foram estudar a doença. Arrecadaram fundos para organizar um simpósio. Afinal descobriram o erro da dieta: quando o organismo não recebe ácidos graxos da alimentação, ele os produz sozinho, através da biossíntese. Então resolveram manipular um óleo (um extrato de ácidos de azeites de oliva e de colza), que enganasse o organismo. Esse óleo não era a cura, mas tornava mais lenta a evolução da doença. É importante lembrar que temos uma organela nas células, chamada perixossomo, responsável pela eliminação do excesso de ácido graxo. Como Lorenzo tinha uma falha genética de uma enzima responsável pela absorção de ácido graxo nessa organela, ele o acumulava no sangue. Com o uso do óleo, Lorenzo não voltou ao estado normal, mas impediu a evolução da doença e, através de tratamentos, conseguiu uma grande melhoria. Na vida real, Lorenzo sobreviveu a sua mãe, Michaela Odone, que morreu em 10 de junho de 2000, vítima de câncer de pulmão. Lorenzo morreu em 30 de maio de 2008 (um dia depois do seu 30° aniversário), em decorrência de uma pneumonia. Ele vivera 22 anos além do que os médicos haviam prognosticado, quando a doença foi diagnosticada. Sua sobrevida foi atribuída ao óleo que seus pais inventaram. Augusto Odone, seu pai, faleceu em 24 de outubro de 2013, de insuficiência cardíaca. U N ID A D E II Professor Me. Luciano Santana Pereira ORGANIZAÇÕES NA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO Objetivos de Aprendizagem ■ Conceituar o que é conhecimento e gestão do conhecimento. ■ Explicar a importância da gestão do conhecimento. ■ Descrever como funcionam as organizações que atuam com base no conhecimento. ■ Apresentar as dimensões da gestão do conhecimento.Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ O que é Gestão do Conhecimento ■ Relevância da Gestão do Conhecimento ■ Organizações do Conhecimento ■ Dimensões das Organizações do Conhecimento INTRODUÇÃO Ao longo da primeira unidade tivemos a oportunidade de entender como foi o processo evolutivo da sociedade e das organizações até chegarmos ao modelo atual, ou seja, a Sociedade do Conhecimento. Também vimos que, atualmente, os ciclos de mudanças ocorrem em espaços de tempo cada vez menores, obri- gando as organizações a flexibilizarem suas formas de atuação, se familiarizarem com os processos de mudanças e, até mesmo, se anteciparem a eles. Dando con- tinuidade em nossa jornada de estudos, nesta unidade estudaremos os conceitos básicos sobre Gestão do Conhecimento, destacando sua relevância para as orga- nizações. Também vamos descrever como funcionam as organizações que atuam com base no conhecimento e, por fim, apresentar as dimensões da gestão do conhecimento, sendo: a dimensão infraestrutura organizacional, a dimensão humana e a dimensão tecnologia. A partir desta unidade de estudo, você terá a oportunidade de mergulhar e ir mais fundo no entendimento das variáveis que compõem a Gestão do Conhecimento. Boa leitura e bom aprendizado! 47 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . ©shutterstock ORGANIZAÇÕES NA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II O QUE É GESTÃO DO CONHECIMENTO A gestão do conhecimento possui diferentes e variadas definições, o que dificulta definir com precisão o entendimento sobre o conceito. Isso se deve ao fato de que muitos estudiosos generalizam as descrições visualizando maior abrangência do conceito. Para alinharmos nosso entendimento sobre o que vem a ser a gestão do conhecimento, proponho a definição de Thurow (1997 apud ANGELONI, 2008) que menciona a Gestão do Conhecimento como uma coleção de processos que governa a criação, disseminação e utilização do conhecimento para atingir ple- namente os objetivos da organização. Gestão do Conhecimento é o segmento da administração que trata das questões críticas de adaptação, sobrevivência e competência organiza- cional face ao processo turbulento de mudanças. Tem como objetivo reunir processos organizacionais que produzam combinações sinérgi- cas entre dados, capacidade de processamento de informações e capa- cidade criativa e inovadora de recursos humanos. Tem como missão orientar a empresa inteira para produzir conhecimento, o bem mais valioso da nova economia e descobrir formas para aproveitar, difundir, combinar e lucrar com o conhecimento (THUROW, 1997 apud AN- GELONI, 2008, p.13). Gestão do conhecimento se refere às diretrizes, políticas e práticas que uma organização usa para criar e transferir informação (por exemplo: documentos, patentes, processos intangíveis, modelos, métodos de trabalho etc.), que dá suporte ao desempenho das pessoas nessa organização. Gerenciar esse “conhecimento” 49 O que é Gestão do Conhecimento Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . engloba coisas como assegurar que o tipo apropriado de informação corporativa seja adquirido, organizado, armazenado, preservado, distribuído e reutilizado adequadamente em novas situações. Em suma, é assegurar que a informação correta esteja disponível e seja utili- zada pelas pessoas corretas no momento correto. A informação e o conhecimento são as armas mais competitivas de nossa era. O conhecimento é mais valioso do que grandes indústrias ou invejáveis poderes econômicos. Em todos os setores, as empresas bem-sucedidas são as que têm as melhores informações ou as que controlam de forma mais eficaz, não necessariamente as empresas mais fortes, mas as que possuem algo muito mais valioso do que seu ativo físico ou finan- ceiro, possuem capital intelectual. Estamos na era do conhecimento, em que o maior e mais precioso bem das orga- nizações são seus colaboradores, e quanto melhores, mais capacitados e mais eficazes forem, mais preparada a empresa estará para os desafios do mercado. O atual ambiente de mercado exige agilidade e altos índices de eficiência e de eficá- cia, o que está levando as organizações a enxugarem todos os processos que não agregam valor e a redesenhar os remanescentes, para buscar um ponto de exce- lência. Neste contexto, o fluxo de informações e o conhecimento gerado em sua decorrência são as principais características das atuais sociedades industrializa- das. O ambiente de inovações propiciado por eles é a tônica de nossa realidade. As organizações que pretendem se manter no mercado não devem se furtar de acompanhá-lo. “A Gestão do Conhecimento pode ser vista como uma coleção de proces- sos que governa a criação, disseminação e utilização do conhecimento para atingir plenamente os objetivos da organização” (THUROW, 1997 apud AN- GELONI, 2008, p.26). ORGANIZAÇÕES NA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II Contudo, o conhecimento gerado nesse cenário que tende à globalização, passou a ser alicerçado em novos padrões que alteraram as relações de produ- ção e os processos de trabalho. Percebe-se que nas empresas a necessidade de compartilhar conhecimentos se torna cada vez mais um diferencial que deve ser almejado e cultivado. Isso se deve ao fato de que, atualmente, tendem a sobre- viver no mercado aquelas empresas que tiverem uma vantagem competitiva em relação às outras. Mas para que isso aconteça é necessário que elas passem por mudanças de comportamento empresarial, e estas, em sua maioria, estarão rela- cionadas à tecnologia da informação (ANGELONI, 2008). A Gestão do Conhecimento quer mostrar as organizações que desejam man- ter-se no mercado globalizado e competitivo que: é necessário que seja feita uma reciclagem de conhecimentos de cada indivíduo que a compõe, visando a uma interação e troca de informações mais eficientes. Numa era de busca frenética pela competitividade, o conhecimento passou a ser uma ferramenta imprescindível como recurso competitivo nas empresas e no universo econômico. Em uma orga- nização, portanto, incorporar o conhecimento a produtos e serviços, representa atuar no mercado com maior condição de competitividade (ANGELONI, 2008). Vale destacar que a Gestão do Conhecimento é muito mais um modo de ser (praticar) do que um recurso que se pode comprar. Dedicada a zelar dos ativos intangíveis corporativos de valor, ela deve ser praticada amplamente por todos nas organizações, sendo relevante aprender, logo no início, que longe de ser algo que se compra, a Gestão do Conhecimento é algo que se constrói com trabalho, coerência e dedicação (FIGUEREDO, 2005). De acordo com Figueiredo (2005), trata-se de um modelo de gestão dedi- cado a alavancar, multiplicar e gerar riquezas a partir do capital intelectual e do conhecimento da organização, sendo um conjunto de técnicas, posturas e con- dutas dedicadas ao zelo do saber organizacional, pois atualmente as verdadeiras promessas de geração de riquezas estão no conhecimento. O grande patrimônio deixou de ser terras, máquinas ou propriedades. A verdadeira capacidade de a empresa prosperar, perpetuar e gerar riquezas está, de fato, muito mais no capi- tal intangível do que no capital tangível. ©shutterstock 51 Relevância da Gestão do Conhecimento Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . RELEVÂNCIA DA GESTÃO DO CONHECIMENTO Atualmente, as organizações necessitam lidar com uma dinâmica de mercado bem mais complexa se comparada à realidade de algumas décadas
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