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EMERGÊNCIAS VETERINÁRIAS Resumos Módulo I – O ABC da Emergência Módulo II – A Anestesia na Emergência Módulo III – As Especialidades na Emergência MÓDULO I Abordagem do Paciente Crítico • RPC - Reanimação Cardiopulmonar • O ABC da Emergência Desafios na hora de lidar com pacientes críticos: • “Caixa de Surpresas” • Demora para encaminhar o paciente • Tratamentos prévios indevidos • Pacientes Descompensados • Comorbidades • Pacientes Politraumatizados Elementos Fundamentais para uma Sala de Emergência São considerados elementos essenciais aqueles de uso frequente durante as emergências do estabelecimento, tais como: Organização, uma mesa central para permitir o deslocamento da equipe ao seu entorno, aparelho de monitoramento, cilindros de oxigênio, carrinho de parada com drogas necessárias para reanimação ou anestésicas, além de equipamentos como ambu, dentre outros. Metas • “A hora de ouro”. * • Estabilização rápida • ABCDE do Trauma *: A Hora de Ouro se trata do período de exatamente 1H após uma injuria traumática onde o protocolo, a abordagem medicamentosa seguida pelo médico veterinário tem mais chances de serem efetivas e prevenir a morte. Sequência de Atendimento • Anamnese • Triagem • Abordagem Primária • Abordagem Secundária Dependendo de quão crítico está o paciente, a Anamnese pode ser feita durante a abordagem, triagem ou posteriormente. TRIAGEM É o primeiro contato com o paciente e deve ser classificada baseada no risco de vida, da seguinte forma: ANAMNESE • Rápida e Direcionada • Após a triagem ou após abordagem primária • Pode ser realizada por outro membro da equipe • Acrônimo: CAPÚM C- CENA (Descrição do ocorrido) • O que houve? • Como Aconteceu? • Quem Presenciou? • Há quanto tempo aconteceu? A- ALERGIAS • Alguma Alergia? Medicamentosa ou Alimentar? P- PRENHES/ PASSADO • Está prenha? • Contactantes? Algum doente? • Já passou por alguma cirurgia? • Alguma Comorbidade? • Possibilidade de trauma ou intoxicação? Ú- ÚLTIMA REFEIÇÃO • O que comeu? Quando? M- MEDICAÇÕES EM USO • Faz uso de alguma medicação? • Foi administrada alguma medicação? EMERGÊNCIAS VETERINÁRIAS Resumos ABORDAGEM PRIMÁRIA • Exame Físico direcionado e rápido • Foco em alterações que podem levar a óbito • ABC do trauma (CAB**) • Problema encontrado deve ser resolvido • Diagnóstico não obrigatório neste momento **CAB: Circulation / Airway / Breathing ABC – DEFG: Don’t Ever Forguet Glucose “Nunca Esqueça A Glicose” – É um termo referente a pacientes que estejam ou possam entrar em um quadro de Hipoglicemia e dificultar o protocolo de abordagem emergencial. ABCDE A – AIRWAY (Vias Aéreas): Verificar patência e identificar hipoxemia B – BREATHING (Respiração): Identificar alterações respiratórias C – CIRCULATION (Circulação): Identificar déficit em perfusão tecidual; compressões cardíacas. D – DISABILITIES (Incapacidades): Deambulação; alterações posturais; déficits neurológicos E – EXPOSURE (Exposição): Tricotomia; exploração de feridas; remoção de roupinhas. Particularidades dos Felinos • Mesma Sequência de Atendimento • Minimizar o estresse • Aparentam mais estabilidade que os cães • Apresentação distinta em casos de choque (saber reconhecer) **. **Gatos possuem um sistema simpático termo dependente e por isso tendem a apresentar hipotermia, hipotensão e bradicardia quando estão em um quadro de choque. Diferentemente dos cães que apresentam taquicardia e posteriormente, perto do óbito é possível identificar a bradicardia. • Gatos apresentam menor volume sanguíneo com relação aos cães: gatos (6,5%) / cães (8 a 10%). • Ativação Simpática Termo dependente • Resposta incomum ao choque (como já mencionado anteriormente) • Presença de aloanticorpos ao nascimento • Menor reserva respiratória • Via aérea difícil • Metabolismo Hepático deficiente A – AIRWAY (Vias Aéreas) Durante uma emergência devemos procurar sinais de obstrução das vias aéreas, analisar se há um padrão respiratório ou sinais de cianose, ausência do fluxo de ar, depressão de consciência que está diretamente relacionado com hipoxemia. Deve ser realizada a inspeção da boca, podendo ser através do laringoscópio, também é importante que seja feita a palpação e a auscultação da traqueia. Em caso de obstrução, sempre devemos buscar restabelecer a patência da via aérea, através de intubação ou aspiração. Se não for possível desobstruir narinas e/ou orofaringe, o protocolo a ser seguido pode ser através de Cricotireoidotomia, Traqueostomia, técnicas rápidas e simples que devem ser treinadas pela equipe sempre que possível. B – BREATHING (Respiração) Deve ser feita a observação dos padrões respiratórios do paciente de forma rápida e direcionada, assim como verificar sinais de hipóxia/dispneia através da oximetria de pulso, auscultação de todo o tórax, além da inspeção toráxica e percussão. Quando necessário oferecer oxigênio ao paciente através de máscara, fluxo livre, tubo endotraqueal ou a forma que o paciente se sentir mais confortável. Também pode se fazer necessária em emergências o auxílio da ventilação através da intubação ou ventilação mecânica com ambu, ou aliviar a respiração do paciente com a Toracocentese. C – CIRCULATION (Circulação) A circulação corresponde a Avaliação de parâmetros perfusionais, palpação de pulso, identificar a presença dele, frequência e qualidade, juntamente com a auscultação cardíaca para avaliar se estão em sincronia, além de buscar identificar sinais de Sopro / arritmia / hipofonese de bulhas. Também deve manter o monitoramento da PAS (Pressão Arterial Sistólica) e realizar o ECG (Eletrocardiograma). Manejos • Compressões cardíacas (quando o paciente se encontra em parada) • Obtenção do acesso venoso • Administração de fluídos em bolus • Administração de vasopressores/ inotrópicos / antiarrítmicos • Pericardiocentese • Controle de Hemorragias EMERGÊNCIAS VETERINÁRIAS Resumos • Empacotamento (envolver com faixa ou bandagem compressiva com o intuito de evitar a perda do paciente por edema). D – DISABILITIES (Incapacidades) A avaliação do estado mental de um paciente está associada as suas incapacidades. Assim como devem ser avaliados respostas a diversos estímulos como dor, ou voz, se ele responde minimamente com um abanar de rabo por exemplo, se está alerta, saber identificar se ele está comatoso, letárgico, também é utilizada a Escala de Coma de Glasgow, a avaliação pupilar para analisar simetria e resposta a estímulo luminoso, além de escala de dor para controle com analgesia e mensuração de glicemia. Escala de Coma de Glasgow Escore: 15-18: prognóstico bom Teoria dos 6Hs e 5Ts como forma de diagnósticos diferenciados E – EXPOSURE (Exposição) Se trata da busca por ferimentos, deformidades ou focos hemorrágicos que dificultam e comprometem a estabilização do paciente. Nestes casos, deve ser feita uma tricotomia ampla em locais com feridas, exploração com sonda estéril e fluído para avaliar a profundidade destas feridas e fazer de tudo para minimizar a hipotermia. Caso haja roupinhas, acessórios como coleiras e guias, também devem ser retirados. ABORDAGEM SECUNDÁRIA Deve ser iniciada após o ABCDE, podendo intensificar um exame físico e realizá-lo com mais calma, detalhadamente, com exames complementares, além de poder fazer a correção de ameaças a estabilidade clínica do paciente. Monitoração – CÃO - FC < 60 ou > 150 bpm / arritmias - FR < 15 mpm ou > 30 mpm - PAS < 90 ou > 150 mmHg - PAD < 40 ou > 100 mmHg - PAM < 65 > 120 mmHg - SpO² < 92% associado a padrão respiratórioirregular - TR < 37,5 ou > 39,6ºC - Mucosas Hipocoradas - Pulso fraco ou não palpável - Tempo de enchimento jugular > 2 segundos - Lactato > 2,5 mmol/L Monitoração – GATO - FC < 140 ou > 220 bpm / arritmias - FR < 15 mpm ou > 30 mpm - PAS < 100 ou > 150 mmHg - PAD < 40 ou > 100 mmHg - PAM < 65 ou > 120 mmHg - SpO² < 92% associado a padrão respiratório irregular - TR < 37,5 ou > 39,6º C - Mucosas Hipocoradas - Pulso fraco ou não palpável - Tempo de enchimento jugular > 2 segundos - Lactato > 2,5 mmol/L CONTROLE DE DOR • Bolus intermitentes • Analgesia que corresponda a dor, sendo as mais utilizadas: • Dipirona • Tramadol • Metadona • Ketamina • Infusões contínuas (LK, FLK, MLK, KetoDex...)