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seminários de gastroseminários de gastro neoplasia hepática É a neoplasia primária do fígado e dos canalículos intrahepáticos. 85% - carcinoma hepatocelular (alterações primárias dos hepatócitos). 10% - colangiocarcinoma (alterações nas células epiteliais dos canalículos intrahepáticos). 5% - angiossarcoma primário hepático ou hemangioendotelioma epitelioide hepático. CARCINOMA FIBROLAMELAR: É um subtipo mais raro que afeta pessoas nos extremos de idade (entre 5 e 35 e entre 70 e 80 anos). Não possui fatores de risco identificáveis ou preferência por sexo. Macroscopicamente apresenta-se como um tumor grande, firme, de bordar regulares e encapsulado, com células bem diferenciadas, poligonal, com citoplasma eosinofílico e estroma fibroso. É uma variante do CHC primário. Geralmente são descobertos apenas em fase avançada de maneira acidental. Se caracterizam por uma massa abdominal palpável e assintomática. SINTOMAS - Dor abdominal (mais evidente); hiporexia; emagrecimento; vômitos; aumento do fígado; nodulação em HD; desconforto e sensação de estufamento; suores noturnos; sintomas hormonais (ginecomastia e hipoglicemia). Clínica + exames de imagem (alfafetoproteína negativa e exame patológico - padrão-ouro). Na TC, podem ser identificadas massas grandes, bem definidas, heterogêneas em não-cirróticos, com cicatriz central e pode ter presença de calcificações. Na RNM pode ter cicatriz central hipointensa pela composição fibrosa. É a 6º neoplasia mais diagnosticada no mundo. Tendo causado cerca de 830 mil mortes em 2019, segundo a OMS (ocupando o terceiro lugar entre as mortes por neoplasias). A Sbv5a é cerca de 18%, estando apenas atrás do câncer de pâncreas com relação à letalidade. Cirrose - de qualquer etologia (mais por HCV), 1/3 dos pacientes cirróticos terão neoplasia. HBV crônico - risco aumenta com a progressão da doença; genótipos B e C; altas taxas de replicação do vírus (HBV DNA > 2000 Ui/ml). HCV crônico - genótipo 1; HCV associado ao abuso de álcool aumenta o risco; uma resposta virológica sustentada diminui as chances, mas não anula o risco. Exposição à aflatoxina - presente em grãos que mutam o gene p53. Abuso de álcool - constitui um fator de risco independente. DHGNA - em fase de esteatohepatite. Hemocromatose hereditária. Vacina da hepatite B. Tratamento de HBV e/ou HCV crônicos. Uso de estatinas (diminui em até 37% o risco); uso crônico de AAS; uso de metformina. Consumo regular de café (antioxidante). Dieta com carnes brancas (ômega-3), vegetais e vitamina E. Exercício físico regular (mobilização do metabolismo hepático de glicose). EPIDEMIOLOGIA FATORES DE RISCO: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. FATORES PROTETORES: FISIOPATOLOGIA: 1. Mecanismos de dano hepático crônico: a interação entre esses mecanismos acaba por gerar alterações genéticas e histológicas. a. Aflatoxina B1 - inativa p53. b. HBV e HCV - inativa p53, produzem inflamação com ciclos de necrose e regeneração, geram estresse oxidativo. c. Álcool e/ou HCV - relação com cirrose, inflamação e estresse oxidativo. Mutação do gene supressor p53: pouco presente em nódulos regenerativos, mas sim nas malignidades avançadas. Encurtamento dos telômeros: presente na hiperplasia regenerativa contínua da doença hepática crônica e da cirrose, gera instabilidade genômica precoce. Reativação da telomerase: estabilização parcial do genoma, que permite as alterações necessárias para o desenvolvimento do CHC. Sintomas inespecíficos, relacionados somente com doença avançadas e comprometimento de função hepática. Pode ter dor abdominal (40-60%), superior, mal definida, pode irradiar para ombro direito. Distensão abdominal; emagrecimento; ascite; perda de apetite; tumoração palpável no abdome à direita; icterícia; hemorragia digestiva (em ruptura de tumor); sinais de encefalopatia hepática; febre. Hipoglicemia (em fases avançadas), leve e assintomática, também pode ser grave gerando letargia e confusão. Eritrocitose (secreção de eritropoietina pelo tumor, níveis séricos elevados em até 23% dos pacientes). Também é comum elevação de hemoglobina e de hematócrito. Metástases extra-hepáticas (em 10-15% dos casos no momento do diagnóstico). Precoce em 30-60% dos casos. Lesões displásicas devem ser acompanhadas por exames de imagem (1/3 possui fenótipo de malignidade). Menos de 1 cm - repetir US em 4 meses. Mudanças/crescimento -> pesquisa conforme tamanho. Estável -> repetir US em 4 meses. 1-2 cm - TC ou RNM dinâmica com contraste. 1 ou 2 marcas radiológicas de CHC: Não - biópsia. Sim - CHC. > 2 cm - TC ou RNM dinâmica com contraste. 1 marca radiológica de CHC Não - biópsia. Sim - CHC. Cirróticos com Child-Plugh A e B. Cirróticos com CP C aguardando transplante. Não-cirróticos com HBV, hepatite ativa ou HF de CHC. Não-cirróticos com HCV crônico e fibrose avançada (F3). US - usado para suspeita e rastreio (deve ser feito semestralmente na população de risco). É necessário outros exames para confirmar o diagnóstico (TC/RNM/biópsia). Deve ser feito a cada 3-4 meses na detecção de algum nódulo < 1 cm ou após ressecção terapêutica. TC - usado com contraste iodado; contraindicado em IR. No diagnóstico mostrará um hiper realce na fase arterial não-renal relacionada com o parênquima hepático. Observar o Wash out (perda de realce) não periférico, realce de cápsula e crescimento. 2. Progressão histológica após dano hepático crônico: a injúria ao fígado gera ciclos repetidos de necrose e regeneração, o que pode gerar um acúmulo de erros que resultam em cirrose e formação de nódulos hiperplásicos, displásicos e, posteriormente, CHC. 3. Mecanismos oncogênicos: MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: DIAGNÓSTICO: Massa ou nódulo no US. PACIENTES DE ALTO RISCO: EXAMES DE IMAGEM RNM - contraste gardolínio; contraindicado em IR ou em claustrofóbicos. No diagnóstico mostrará hiper realce da face arterial não renal relacionado com o parêquima e observar também o wash out, realce da cápsula e crescimento. Biópsia - para pacientes sem alto risco para CHC; com cirrose cardíaca, fibrose em hepatite congênita ou por causa vascular. A confirmação de metástases poderá alterar o tratamento. Em casos em que deve ser considerada terapia não-cirúrgica ou loco-regional. Em pacientes em avaliação para transplante hepático. Riscos: disseminação tumoral na área da agulha; erros de armazenamento/amostragem levando a falsos-negativos ou positivos; hemoperitônio, hipotensão sintomática, pneumotórax e peritonite biliar. Alfafetoproteína - mais utilizado, possui níveis elevados em doença avançada, não se correlaciona com as características do tumor (infiltração vascular, tamanho), é útil junto com outros exames. Micro-RNA ainda está em estudo como um possível marcador. TNM. BCLC (Barcelona clinic liver cancer): envolve a extensão da lesão primária, o perfomance-status, a invasão vascular e a disseminação extra- hepática. É um algoritmo que vem demonstrando eficácia em estudos. Okuda: inclui aspectos da cirrose e o tamanho do tumor. Não estratifica os pacientes pela invasão vascular ou presença de metástases, sendo um escore puramente clínico. CLIP (Cancer of the liver italian program): fatores relacionados ao tumor e o índice de severidade da cirrose, não é muito utilizado hoje em dia. Depende do volume da doença, do grau de disfunção hepática pela classificação de Child-Plugh, do estadiamento, do PS e da preferência do médico e do paciente. Doença ressecável - BCLC 0 e A, tratamento curativo. Hepatectomia parcial - tumores solitários com função hepática preservada. Não há evidência com relação à eficácia das terapias adjuvantes e neoadjuvantes. A principal complicação associada é a recorrência, reavaliar BCLC e fazer novo tratamento. Ablação por radiofrequência (ARF) - resultados semelhantes à cirurgia, bem tolerado e menos danos ao parênquima, melhores resultados em lesões menores de 3 cm. Ablação por injeção de etanol - 10-20 ml de 95% no interior do tumor, provocando necrose total em 75% dos casos eparcial em 20%. Indicado para tumores solitários menores de 5 cm. Transplante - Child B e C; trata a neoplasia e a cirrose; Sbv5a > 70%. Critérios de Milão (seleção dos pacientes, único nódulo de até 5 cm ou até de 3, sem evidência de metástases). Doença localmente avançada - BCLC B, tratamento paliativo. Embolização - obstrução arterial. Quimioembolização transarterial de quimioterápicos. Radioembolização, partículas embolizantes radioativas. Permite única aplicação e permite tratar grande volume de doença, mas pode gerar toxicidade pulmonar em pacientes com shunt e possui alto custo, dificultando o acesso. Doença metastática - BCLC C, tratamento paliativo. Sorafenibe - bloqueia proliferação tumoral e angiogênese, aumenta apoptose do tumor. Não é recomendade em Child B (pouca tolerância). Doença terminal - BCLC D, tratamento paliativo. Tratamento da dor, nutrição adequada e suporte psicológico. Se baseia no estágio do tumor (precoce, intermediário, avançado e terminal); no grau de disfunção hepática; na condição geral do paciente (PS); na eficácia do tratamento. Cirróticos - semestral. HBV crônico - semestral em HF de CHC/anual em asiáticos > dos 40 anos ou em afrodescendentes > 20 anos. EXAMES LABORATORIAIS: ESTADIAMENTO: TRATAMENTO: PROGNÓSTICO: RASTREAMENTO: BCLC
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