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EPIDEMIOLOGIA: • 6ª neoplasia mais comum • 3ª causa de mortalidade relacionada ao câncer. • 75 a 85% das causas de neoplasia primária do fígado • 906.000 novos casos / ano (mundo) • 2,5 x + frequente Homens • é a principal hipótese diante de nódulo hepático achado em paciente com cirrose! • ੦ no Brasil: 8ª causa de morte em geral uma das principais causas de óbito entre doenças hepáticas HISTOPATOLOGICO: • HepatoCarcinoma (HCC): 75 – 85 % • ColangioCarcinoma: 10 - 15 % ETIOLOGIA: CIRROSE X NÃO CIRRÓTICOS: Os não cirróticos: Com hepatopatia associada: HBV, NASH(doença hepatogordurosa não alcoólica) Sem hepatopatia associada: Adenoma prévio HCC é mais frequentemente relacionado à: HCV – 57% HBV – 16% álcool – 14% NASH Hemocromatose CBP HAI doença Wilson FATORES DE RISCO: • homens • idade mais velha • Infecção Crônica HBV • Infecção Crônica HCV • Cirrose (70 – 90%) – gravidade da cirrose • Alimentos com AFLOTOXINA B (bolor- ingestão do fungo Aspergillus flavus e A. parasiticus) • Consumo Excessivo de Álcool • Obesidade • Diabetes • Tabagismo • Uso de Esteróides • Anabolizantes FATOR DE PROTEÇÃO: consumo de café Fisiopatologia: • o mecanismo preciso que leva ao HCC não é claro • o HCC não é um único tumor, existem diversos típicos com vias de ativação diferentes, comportamentos diferentes e prognósticos diferentes • várias vias celulares são envolvidas e causam, basicamente: proliferação de hepatócitos e angiogênese ALVOS-TERAPÊUTICOS: • estímulo para angiogênese • metilação epigenética promoter e acetilação de histona • sinalização JAK/STAT • PI3-kinase/AKY/mTOR • regulação p53 e do ciclo celular • ubiquitina-proteossoma • Wnt/β catenina Clínica Cirúrgica – Neoplasia Hepática: CLASSIFICAÇÃO DOS TUMORES HEPÁTICOS E DE DUCTOS BILIARES – OMS 2019: Cirrose → Hipertensão Portal → Substituição tecidual → Disfunção Hepática Child – Pugh: 1 2 3 Encefalopati a Ausent e Grau 1 e 2 Grau 3 e 4 Ascite Ausent e Leve / Moderad a Abundant e Bilirrubinas <2 2 - 3 > 3 Albumina > 70% 50 – 70 % < 50 % TAP < 4 seg. 4 -6 seg. > 6 seg Classificação de Child de acordo com a pontuação: 5 a 6 pontos = A 7 a 9 pontos = B 10 a 15 pontos =C MELD - Modelo para Doença Hepática Terminal - sobrevida Considera Creatinina / Bilirrubina / INR: MELD = 3.78 x (Bb) + 11.2 x (INR) + 9.57 x (Creatinina) + 6.43 MELD SCORE: Mortalidade em 3 meses (%) >40 71.3 30 - 39 52.6 20 - 29 19.6 10 - 19 6 < 9 1.9 QUADRO CLÍNICO: • se rastreamento adequado → ASSINTOMÁTICOS • Os sintomas são mais relacionados a quadros avançados • pode precipitar sinais e sintomas relacionados à descompensação da cirrose SINAIS/SINTOMAS: • Dor Abdominal * • Massa Abdominal * • Fadiga * • Icterícia * • Distensão Abdominal • Inapetência • Perda Peso • Ascite • Hepatomegalia • Sopro hepático • Esplenomegalia • Febre SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS • são raras ou incomuns • hipoglicemia tipo B mais frequente hipoglicemia no início da doença produção tumoral do precursor da insulina • ੦ policitemia (eritrocitose) <10% • hipercalcemia (sem lesão lítica) • pitiríase rotunda(em negros) *Critério NICE para investigação precoce PREVENÇÃO: • vacinação para HBV • tratamento antiviral HCV → › elimina o risco em não cirróticos › polêmicas relacionadas ao uso de DAAs e maior incidência de HCC - estudos e metanálises recentes não sugerem, mas qualidade ruim HBV → reduz mas não elimina as chances o cccDNA impede alcançar a cura completa. RASTREAMENTO: IDEAL - Diagnosticar antes dos sintomas, complicações e evolução da doença • ੦ objetivo: reduzir a mortalidade • Indicada no grupo de pacientes onde mais de 90% dos HCC ocorrerem • Populações onde o HCC tem prevalência > 1,5%.ano → é custo efetivo • 30 a 50% dos tumores são em não cirróticos!!!! - Contudo ainda não há consenso sobre o rastreamento de rotina • RASTREAR: Pacientes HCV com F3 em biópsia (Considerar risco de subestadiamento) e Portadores HBV (Independentemente da presença cirrose) • COMO FAZER: USG + alfa feto proteína de 6/6 meses (devido ao tempo necessário para o tumor dobrar de tamanho) DIAGNÓSTICO DOENÇA EXISTENTE: Avaliar as característica de tumores identificados pela imagem, avaliar aplicabilidade da biópsia LABORATORIAL: Alteração Albumina / Transaminases / Fosfatase Alcalina Alfa Feto Proteína está aumentada em 75-90% HCC (exceto fibrolamelar) CA 19.9 + associado à colangiocarcinoma ALFA FETO-PROTEÍNA: • alfa 1 globulina – presente fisiologicamente no soro do feto • aumentada → HCC ou hepatoblastoma • Possível efeito prognóstico: >1000 ng/ml → no pós tx, maior risco de recorrência e pior prognóstico • vantagens relacionadas ao seu uso como parte do rastreamento: - Exame simples de ser realizado - Aumenta em tumores maiores – pior prognóstico • desvantagens: - pode elevar-se sem HCC - aumenta na atividade de hepatites virais - pode elevar com outros tumores - alguns pacientes com HCC não elevam (~15%) HCC que não secretam AFP HCC de pequeno tamanho IMAGEM: USG TC Abd RNM Laparoscopia CPRE USG: • Aplicação: rastreamento e acompanhamento - problema, a S=48%, embora especificidade 95%! • Vantagens: Segurança Disponibilidade Custo-efetividade Desvantagens: Pouca padronização Dependência do examinador Baixa sensibilidade Difícil avaliar pacientes obesos Pior na vigência de esteatose Não distingue de outras lesões sólidas → não serve para diagnóstico • padrões variáveis de acordo com a presença de: gordura hemorragia necrose • achados: hipoecoicos (mas podem ser hiperecoicos), cápsula fina TOMOGRAFIA: • Exame mais utilizado para o diagnóstico • Sensibilidade=66 a 82% • Especificidade=90% Diante de achados de imagem trifásicos característicos = diagnóstico fechado (não precisa de biópsia) • Padrão: hipervascular – hiperdenso - melhor visto com o contraste com o resto do parênquima RNM: • Contraste: gadolíneo • hiperintensidade na sequência T2 • sensibilidade 80,6% -especificidade 84,8% (discretamente superior à TC) • possibilidade de associar contraste hepatoespecífico MAS CUIDADO: › não deve ser utilizada a fase biliar para definir se é o não HCC › 25% dos HCC podem não lavar na fase biliar › se usado, utilizar apenas as fases arterial e portal, convencionais PET-TC: • Sensibiliadade baixa • Uso ainda não estabelecido • pode ser útil em : tumores acima do critério de Milão identificar metástases extra- hepáticas não visualizadas BIÓPSIA: • atualmente é raramente utilizada para fins de diagnóstico, só se houver dúvida. • para o estudo molecular do tumor (em pesquisas)→ importante para o conhecimento do comportamento biológico do tumor e definição do melhor esquema de terapia sistêmica ESTADIAMENTO: Não existe estadiamento universalmente aceito ou ideal O Estadiamento do carcinoma hepatocelular BCLC (Barcelona Clinic Liver Cancer) é empregado amplamente nos países ocidentais e leva em consideração extensão da doença e condição clínica do paciente. ESTÁGIO BCLC 0: • Paciente em ótimas condições clínicas • Função hepática compensada • Único tumor < 2 cm ESTÁGIO BCLC A: • Paciente em ótimas condições clínicas • Função hepática compensada • Até 3 nódulos de até 3 cm ESTÁGIO BCLC B: • Paciente em boas condições clínicas • Função hepática compensada • Múltiplos tumores hepáticos • Não há metástases a distância ou envolvimento de grandes vasos no fígado ESTÁGIO BCLC C: • Paciente em condições clínicas boas e regulares • Função hepática compensada ou descompensada • Com metástases a distância ou envolvimento de grandes vasos no fígado ESTÁGIO BCLC D:• Paciente em condição clínica ruim ou com função hepática descompensada. RISCO DE METÁSTASES • Deve ser sempre avaliado, especialmente se paciente referido para transplante • Locais: osso, pulmão, linfonodo, cérebro (rara), tireoide (rara) • Cintilografia óssea para rastreamento • Tomografia de tórax de rotina 1/1 ano TRATAMENTO: TTO CURATIVO: cirúrgico: ressecção / transplante hepático não cirugico: ablação por radiofrequência (RFA) / alcoolização percutânea (PEI) TTO NÃO CURATIVO: locorregionais: embolização (TACE) quimioembolização (TACE) ›adioquimioembolização (TARE) quimioembolização com microesferas carregadas (DEB- TACE) sistêmico: quimioterapia sistêmicas quimioterapia oral imunoterapia CIRURGIA: critérios em geral utilizados: ✓ número de lesões (preferencialmente único, mas pelo menos no mesmo segmento) ✓ tamanho (geralmente <5 cm) ✓ função hepática compensada (Child A, MELD<10) ✓ disponibilidade de órgãos ✓ ressecabilidade fortes preditores de pior sobrevida após a cirurgia: hipertensão portal varizes de esôfago esplenomegalia trombocitopenia atualmente é possível “tolerar” algum grau de hipertensão portal: plaquetas > 100.000 varizes finas child A TRANSPLANTE: • é o tratamento com maior probabilidade de cura • para fazê-lo o paciente deve estar no Critério de Milão = pacientes com menor chance de recidiva da neoplasia no pós-transplante Critérios de Milão: 1 lesão < 5cm OU Até 3 lesões < 3 cm E Sem invasão Vascular (E Ausência de trombose neoplásica do sistema porta e ausência de metástase) No Brasil é utilizado o critério “Milão Brasil” - são quantificados apenas os nódulos acima de 2 cm com ganho de até 29 pontos na fila de transplante – situação especial mas metanálises mstraram que a taxa de recidiva e menor sobrevida é pior nesse modelo do que do clássico “milão) Pacientes com AFT>1000 não podem ser ativados em fila, mesmo que com os critérios “Milão Brasil” preenchidos → é necessária a sua redução com tratamentos antes do transplante COLANGIOCARCINOMA: geralmente o diagnóstico ocorre por achado incidental em exames adenocarcinoma sem sítio primário 5-10% são intrahepaticos, 60 a 70% são colangiocarcinomas hilares, 20 a 30 % colangiocarcinomas distais São do tipo esclerosante, nodular ou papilar Podem formar massa, sofrer infiltração periductal ou ter crescimento intra- ductal Mais de 50% dos casos são irressecáveis 1/3 foi identificado na VDL ou laparotomia A videolaparotomia não deve ser realizada se candidato a transplante CLÍNICA: • assintomático • desconforto • emagrecimento • icterícia • mal-estar • massa palpável • acolia FATORES DE RISCO: • Exporádico • Infecções parasitárias • Colangite esclerosante • Hepatolitíase • Cistos de via biliar • Doença de caroli • Cirrose e infecções virais • Obesidade • Cigarro • Álcool • Infecção por helicobacter pillory DIAGNÓSTICO: • USG • TC • RNM • Colangio-ressonância • PET-CT • CPRE • Colangiografia trans-percutânea • Spyglass MODULADORES TUMORAIS: → Devem ser coletados no inicio → A icterícia pode atrapalhar → Não servem para definir diagnóstico mas ajudam na suspeição quando > 1000 • Ca 19-9 • CEA • Alfa-fetoproteína CIRURGIA: Intra-hepatico: ressecção com margens livres – R0 – dissecção linfonodal. Critérios de irressecabilidade: → Sem condições clinicas → Metástases distantes • Mts não satélites • Linfonodos além da região A • Mts em outros órgãos → Envolvimento extenso local: • Bilateral da veia porta • Artéria hepática • Ductos biliares secudnarios remanescentes → Fígado remanescente inadequado • <20% ou 30% fígados com doenças subclínicas • <2 segmentos contínuos com inflow, outflow e via biliar. EPIDEMIOLOGIA: FATORES DE RISCO: Fisiopatologia: Child – Pugh: MELD - Modelo para Doença Hepática Terminal - sobrevida QUADRO CLÍNICO: PREVENÇÃO: RASTREAMENTO: DIAGNÓSTICO ESTADIAMENTO: TRATAMENTO: CIRURGIA: TRANSPLANTE: COLANGIOCARCINOMA:
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