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. Bactérias de Infecções Sexualmente Transmissíveis -ISTs . Leticia Lourenço ISTS ● CAUSADAS POR VÍRUS, BACTÉRIAS OU OUTROS MICRORGANISMOS. ● SÃO TRANSMITIDAS, PRINCIPALMENTE, POR MEIO DO CONTATO SEXUAL (ORAL, VAGINAL, ANAL) SEM O USO DE PRESERVATIVO, COM UMA PESSOA QUE ESTEJA INFECTADA. ● A TRANSMISSÃO PODE ACONTECER, AINDA, DA MÃE PARA A CRIANÇA DURANTE A GESTAÇÃO, O PARTO OU A AMAMENTAÇÃO. ● O TRATAMENTO MELHORA A QUALIDADE DE VIDA E INTERROMPE A CADEIA DE TRANSMISSÃO DESSAS INFECÇÕES. ● O ATENDIMENTO E O TRATAMENTO SÃO GRATUITOS NOS SERVIÇOS DE SAÚDE DO SUS. Fatores de risco para as ISTs ▪ Início precoce da atividade sexual ▪ Troca frequente de parceiros sexuais ▪ Baixa adesão ao uso de preservativos ▪ Ducha vaginal ▪ Falta de conhecimentos sobre as ISTs ▪ Presença de IST existente ➵ Treponema pallidum Microorganismo espiralado delgado (0,2 /0,5- 15microm); Espirais com 0,1 cm de espessamento. Pode ser observado na colocação de gram negativo (não muito usado) e por microscopia de campo escuro (mais usado) ou também anticorpos antitreponema. Mobilidade ativa (endoflagelos) Tratamento: uso de penicilina. Metabolismo: Não cultiváveis → fastidioso (tempo de geração de 30h); São microaerófilo ou anaeróbios e extremamente sensíveis ao oxigênio (3-5% de O2). Hialuronidase positiva Catalase negativo No sangue total ou plasma conservado a 4C, os microrganismos permanecem viáveis durante 24 horas. Ressecamento e temperatura de 42C- morte. Imobilizados e destruídos por arsenais trivalentes, mercúrio e bismuto. Fatores de Virulência Movimentação de saca-rolha; Proteínas da membrana externa promovem aderência às células hospedeiras; Hialuronidase: degradação de ácido hialurônico da matriz extracelular, o que aumenta a capacidade de invasão do microrganismo a infiltração perivascular (vasos sanguíneos); Camada de fibronectina que protege da fagocitose. Transmissão ● Contato íntimo (sexual); ● Congênita (mãe-bebe). Doença se inicia no local de inoculação da bactéria Homens: infecção inicial, no penis; . Bactérias de Infecções Sexualmente Transmissíveis -ISTs . Leticia Lourenço Mulheres: infecção inicial na vagina, na cérvice ou região perianal. -10% dos casos, a infecção é extragenital, na cavidade oral. Gravidez- transmitido ao feto pela mulher infectada, a doença adquirida pela criança é denominada sífilis congênita. ➵ Sífilis Primária Local de entrada do treponema; Lesão primária (2-10 semanas após a infecção): pápula no local da infecção e sofre ruptura, originado uma úlcera indolor com base limpas endurecidas e bordas elevadas. (‘‘cancro duro’’). 1-2 semanas após o aparecimento do cancro duro ocorre uma linfadenopatia regional indolor, o que apresenta uma proliferação das espiroquetas. A úlcera cicatriza espontaneamente, uma inflamação com predominância de linfócitos e plasmócitos, o que dá à pessoa uma falsa sensação de cura. Essa fase é altamente contagiosa, pois o microrganismo está se proliferando no cancro primário. ➤ O T. pallidum penetra em mucosas integras ou com rupturas da epiderme; ➤ Dose infectante de 4-8 espiroquetas; ➤ Multiplicam-se no local, e algumas propagam-se para os linfonodos regionais vizinhos alcançando a corrente sanguínea. ➵ Sífilis Secundária Sinais clínicos de doença disseminada, com lesões em todo o corpo; Essas lesões são altamente infecciosas com grande quantidade de espiroquetas; As lesões desaparecem espontaneamente dentro de algumas semanas e o paciente entra em fase de latência ou inativa da doença. Lesões: exantemas mucopapilar vermelhos em qualquer parte do corpo, inclusive mãos e pés. E também, papulas pálidas e úmidas (condilomas), pode ocorrer em dobras úmidas da pele , na região axilar, boca e anogenital . Bactérias de Infecções Sexualmente Transmissíveis -ISTs . Leticia Lourenço . →Pode ocorrer: meningite sifilítica,coriorretinite, hepatite, nefrite e periostite do tipo por imunocomplexos (reação de hipersensibilidade do tipo III). ➵ Sífilis Terciária ⅓ dos pacientes não tratados desenvolvem; Os treponemas são raros, ocorre uma resposta tecidual exagerada (reação de hipersensibilidade do tipo III- imunocomplexos) do hospdeiro. Pode causar destruição de qualquer órgão ou tecido; Lesões granulomatosas (gomas) encontrados em pele, ossos, e outros tecidos, alterações degenerativas no sistema nervoso central (sífilis meningovascular, paresia, tabes); ou por lesões cardiovasculares (aortite, aneurisma aórtico, insuficiência valvar aórtica). O número de neurossífilis em pacientes com síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS) aumentou. ➵ Sífilis Congênita Clinicamente variável, depende da quantidade de treponemas que atravessa a placenta durante a gestação. A maioria das crianças nascem, sem evidências clínicas, mas desenvolvem rinite, seguida por exantema cutâneo maculopapular descamativo disseminado. Coinfecção materna pelo HIV ou outra imunodeficiência. Sífilis congênita precoce Maioria assintomático Sintomas até 2 anos de idade (maioria na 5ª semana) . Bactérias de Infecções Sexualmente Transmissíveis -ISTs . Leticia Lourenço Prematuridade, baixo peso ao nascer, hepatomegalia, esplenomegalia, lesões cutâneas, periostite, pseudoparalisia dos membros, sofrimento respiratório, icterícia, anemia. Sífilis congênita tardia Sinais a partir do 2º ano de vida Tíbia em “lâmina de sabre”, articulações de Clutton, fronte “olímpica”, nariz “em sela”, dentes incisivos medianos superiores deformados (dentes de Hutchinson), molares em “amora”, mandíbula curta, arco palatino elevado, surdez neurológica e dificuldade no aprendizado. Imunidade • A sífilis, em seu estágio inicial, mesmo que tratada adequadamente, não gera memória imunológica. • As várias respostas imunológicas geralmente não conseguem erradicar a infecção ou deter sua evolução. Diagnóstico Diagnóstico direto – observação morfológica; Testes sorológicos: 1. Treponêmicos (detecção de anticorpos específicos) Utilizam lisados completos de T.pallidum ou antígenos treponêmicos recombinantes e detectam anticorpos específicos (geralmente IgM e IgG) contra componentes celulares dos treponemas. 2. Teste não treponêmicos: (detecção de anticorpos cardiolipina) →Expressos de forma quantitativa, utilizados para triagem e monitoramento. • VDRL (do inglês Venereal Disease Research Laboratory) e, • RPR (do inglês, Rapid Test Reagin). Quanto maior o título (diluição) dar positivo para os anticorpos = pior a situação (maior concentração). . Bactérias de Infecções Sexualmente Transmissíveis -ISTs . Leticia Lourenço ➵ Neisseria gonorrhoeae Diplococo gram-negativo fastidioso (o,6-1,5microm de diâmetro); Intracelular facultativo e imóveis; aeróbias, podendo crescer em meio anaeróbio; Mesófilas temperatura 35-37 C; Cultivo em ágar sangue ou chocolate; Oxidase e catalase-positiva; fermenta glicose. Fatores de Virulência ● Pili: adesão (fímbria IV) - Adesão a células e tecidos humanos epiteliais da boca, vagina, neutrófilos, eritrócitos etc.) - Captação de DNA livre (bactérias lisadas) ● Múltiplos sorotipos baseados nas características antigênicas da proteína do pilus ● Antigenicamente heterogênea 3 proteínas de membrana externa: proteína I – POR→ impede a fagocitose por promover a sobrevivência dentro da célula, impede a fusão do fagossomo com o lissosoma (fagolissosoma) e forma poros na membrana celular do gonococo para pentear nutrientes, seletiva o que entra e sai- resistência a antibiotico; proteína II – OPA → adesão dos gonococos às células hospedeiras (ligação com o receptor CD66). proteína III – RMP → associa-se a POR na formação dos poros. ● LOS: endotoxina. (“LPS” do gonococo). Mimetismo com moléculas do hospedeiro (escape imunológico); inativação do sistema anticorpo-complemento, interfere na ligação do gonococo com os receptores de células fagocíticas ● IgA protease ● Sistema de captação de ferro ● Plasmídeos: betalactamase tipo TEM-1 (penicilinase), resistência de alto nível à tetraciclina . Bactérias de Infecções Sexualmente Transmissíveis-ISTs . Leticia Lourenço Adesão Na mucosa ela entra adere por ação do pili IV (frouxa) e OPA (forte). Começa a competir com a microbiota residente, conseguido colonizar (reproduzir) na célula epitelial e transcitose para o epitélio urogenital, lá é fagocitado por macrofagos e atrai neutrófilos, o que causa um processo inflamatório intenso pela liberação do LOS de dentro dos fagócitos → forma exsudato purulento. Manifestações Clínicas • Homens: uretrite, com pus espesso e amarelado, além de micção dolorosa. O processo pode estender-se ao epidídimo. ● Mulheres : pode ser assintomática ou causar uma vaginite branda, sendo difícil sua diferenciação de infecções vaginais causadas por outros organismos e, por esse motivo, a infecção pode facilmente passar despercebida ● Gonococo adquira: durante o trabalho de parto por contato com o microrganismo na região. Prevenção (gonococo): Técnica de Credè (Colírio com Nitrato de prata). ● A bacteremia gonocócica resulta em lesões cutâneas (particularmente pápulas hemorrágicas e pústulas) nas mãos, antebraços, pés e pernas. . Bactérias de Infecções Sexualmente Transmissíveis -ISTs . Leticia Lourenço Imunidade • Presença de anticorpos, IgA nas superfícies das mucosas, porém, são altamente específicos contra cepas ou exibem pouca capacidade protetora. • Mucosa vaginal e uretra masculina: epitelio estratificado escamoso. • Trato genital femino superior: epitélio simples colunar • Células de langerhans (vagina): células dendrifidas e macrofagos (endocervice, uretra) Células T e B na mucosa genital • Resposta imune TH1 com ativação de TCD8 e macrofagos (patogeno intracelular) ➵ Chlamydia trachomatis Bacilos gram negativos sem peptídeos na parede celular; Parasita intracelular obrigatório; São incapazes de gerar ATP, portanto usam da célula hospedeira para suas demandas energéticas. Ciclo bifásico de 48 horas; 2 formas celulares → corpúsculo elementar e o corpúsculo reticular. Fatores de virulência Intracelular obrigatório; Impede a fusão do fagossomo com o lisossomo (evasão); LPS -fraca atividade endotoxina; Infecta células epiteliais não ciliadas colunares, cubóides e de transição. CE→ infeccioso, infecta a célula CR → não infeccioso, forma ativa com replicação. ● CE adere ao epitélio através de MOMP (proteína principal da membrana externa) à célula hospedeira e internaliza; ● No meio intracelular, CE converte em CR dentro do fagossomo. ● O CR sofre replicação por fissão binária; ● Uso de ATP celular para suas demandas energéticas; ● Fagossomo não se funde com o lisossomo; ● CR incorpora fosfolípidos (esfingomielina); ● Lise celular e liberação das bactérias infecciosas- lesão e morte por necrose da célula . Bactérias de Infecções Sexualmente Transmissíveis -ISTs . Leticia Lourenço ● Infecções genitais e conjuntivite de inclusão: sorotipo com tropismo por célula epitelial / exsudato inflamatório rico em neutrófilos na fase aguda → sorotipo D-K ● Linfogranuloma venéreo (LGV): sorotipo com tropismo por macrófago / inflamação granulomatosa → sorotipo L1-L3 Infecções Genitais ● Homens: uretrite não gonocócica (UNG) - corrimento uretral. Pode progredir para epididimite, prostatite ou proctite ● Mulheres: uretrite, cervicite e doença inflamatória pélvica, que pode resultar em esterilidade e predispor a gravidez ectópica. * Crianças (conjuntivite neonatal): infecções oculares que se desenvolvem em bebês expostos a bactérias no nascimento 7 a 12 dias após o parto, Algumas desenvolvem pneumonite clamidial 2 a 12 semanas após o nascimento. Pode-se usar o colírio de nitrato de prata para proteger da conjuntivite. ● Linfogranuloma venéreo (LGV) Tropismo celular: macrófagos / inflamação granulomatosa Hipersensibilidade tipo IV - Granuloma = Infecção crônica que atinge órgão genitais e linfonodos da virilha e outros - Estágio primário: lesões iniciais (pápula, pústula, edema, pequena úlcera, indolor - Estágio secundário: acometimento dos linfonodos regionais (síndrome inguinal) - Estágio terciário: manifestações tardias e sequelas (síndrome anogenital) . Bactérias de Infecções Sexualmente Transmissíveis -ISTs . Leticia Lourenço Manifestações clínicas ▪ Destruição direta das células durante a replicação ▪ Resposta inflamatória, através da produção de citocinas Resposta imune • Celular (Th1) – efetiva (macrófagos e T CD8+) • Humoral (Th2) – Crônica • Anticorpos anti LPS e MOMPS Diagnóstico Amostras contendo células humanas infectadas; Coloração com Giemsa Hibridização de ácidos nucléicos; Amplificação de ácidos nucléicos; Exame citológico direto (anticorpo fluorescente direto ou AFD) e imunoensaio ligado a enzima Sorologia Imunidade: Não tratada se tornam crônicas, com persistência do agente por anos, Coexistência de infecção latente
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