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Tudo sobre equinos - História e evolução, esporte, pelagens, nutrição, estereotipias e muito mais.

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Página 1
Universidade Federal de Rondônia
Medicina Veterinária
Equinocultura
Resumos - Aulas
Docente: Fernando do Carmo.
Discente: Amanda Santos Franco.
RA: 201910983.
Rondônia
2021
Página 2
SUMÁRIO
Aula 01 - Origem e Evolução dos Equinos...............................................3
Aula 02 - Ezoognósia..................................................................................9
Aula 03 - Comportamento dos Equinos: Estereotipías..........................15
Aula 04 - Importância Social e Econômica do Cavalo............................20
Aula 05 - Pelagens dos Equinos...............................................................25
Aula 06 - Resenha: Marcas e Sinais.........................................................30
Aula 07 - Esportes Equestres....................................................................35
Aula 08 - Cronometria Dentária dos Equinos..........................................41
Aula 09 - Aprumos, Casqueamento e Ferrageamento............................46
Aula 10 - Manejo Alimentar dos Equinos.................................................51
Aula 11 - Manejo Reprodutivo dos Equinos.............................................56
Aula 12 - Raças Equinas: Características e aptidões..............................61
Página 3
Aula 01 - Origem e Evolução dos Equinos
Os primeiros equinos surgiram no planeta terra a cerca de 50.000.000 de anos atrás no pe-
ríodo conhecido como Eoceno, estes animais se pareciam muito pouco com os equinos que co-
nhecemos nos dias de hoje, ao observar sua características físicas se percebe isso, por exemplo,
eram animais muito menores com cerca de 25 a 50 cm de altura, se aproximando ao tamanho de
uma raposa, além da altura também eram diferentes em sua postura tendo um dorso levemente
arqueado e seus membros posteriores e anteriores eram constituídos por 4 dedos, o que os capa-
citava para correrem de maneira segura e eficiente nos campos e florestas que viviam, também ti-
nham diferenças em sua boca e arcada dentária, seus dentes possuíam estruturas mais simples e
mais apropriadas para realizar o consumo de folhas, brotos e partes carnosas das plantas.
 Os equinos são animais que já estão presentes na história do homem desde o seu surgi-
mento, sempre foram muito utilizados como alimento, animais de carga, animais de tração e nas
guerras e cruzadas. O homem surgiu no período do Pleistoceno juntamente com o surgimento do
gênero Equus que se difundiu por todo o planeta, fósseis desse gênero por exemplo foram encon-
trados na Ásia, Europa, África do Norte e América do Sul. O cavalo Equus se difere pouco de se-
us antepassados mas suas diferenças estão presentes principalmente na boca e estruturas dentá-
rias, seus dentes passaram a ser mais especializados para triturar pasto e por conta desta habili-
dade passaram a apresentar dentes pré-molares e também dentes molares com mesas dentárias
mais desenvolvidas.
Com estudos e pesquisas acredita-se que toda a evolução dos equinos até que se chegas-
se ao gênero Equus ocorreu na América do Norte, pois neste local foram encontrados diversos
fósseis de inúmeros outros gêneros por toda a região em muitos estados, como na Flórida, Texas,
Montana, Califórnia e também no Oregon. Após ocorrer toda a difusão destes animais por todo o
planeta, foram consequentemente surgindo novos gêneros em diferentes regiões e diferentes pe-
ríodos, tudo isso por conta de altitudes, climas, solos, predadores e alimentos diferentes.
Atualmente os equinos estão presentes com função de auxílio no trabalho em fazendas
com o gado, transporte humano, transporte de carga, muito utilizado também para esportes, como
o hipismo, adestramento, polo, salto, vaquejada, rodeio, também apresentam grande importância
na saúde pública pois são utilizados na produção de soros, como o soro antiofídico, usados para
lazer e até mesmo como terapia. 
O gênero Equus se divide em variadas espécies, sendo algumas de grande importância
que foram citadas na aula: 
Equus burchelli (zebra africana): Os animais pertencentes à este gênero são caracteri-
zados por terem listras pretas e brancas distintas, também chamadas de zebras de Burchell po-
dem ser diferenciadas das outras espécies pois seus padrão de listras são especificamente mais
largas e mais horizontais em direção aos flancos do que as demais espécies, as listras do pesco-
ço em direção ao membros são de sentido vertical e estas listra têm continuidade na crina do ani-
mal, a maioria da população desta espécie também têm as listras presentes até a região da barri-
ga. As listras que chegam aos membros se tornam mais estreitas e seguem horizontais até chegar
ao caso, já as listras faciais estão presentes tanto verticalmente quanto horizontalmente.
Na espécie Equus burchelli existe também uma relação do padrão de listras quanto a dis-
tribuição geográfica da população dos animais, por exemplo nas regiões Sul os animais tendem a
ter menos faixas presentes em seu corpo chegando até ao desaparecimento destas na porção tra-
seira, membros e barriga, também têm crinas mais longas e listras com tendência à uma cor mais
amarelada/marrom.
As zebras de Burchell são animais endotérmicos, homoiotérmicos e com simetria bilateral,
têm altura de 217 a 246 cm de comprimento e os machos são ligeiramente maiores e com pesco-
ços mais grossos, a cauda das zebras de Burchell também difere dos demais equídeos por serem
mais curtas e terminarem com um tufo de cabelo preto.
Zebras da espécie Equus burchelli estão presentes em todo o sudeste da África com mai-
oria nas planícies de Serengeti-Mara, no Quênia e na Tanzânia, também têm populações que ha-
bitam a Uganda, Ruanda, Botswana, Zimbábue, Zâmbia, Moçambique e Malaui, ou seja, estão
muito bem distribuídas pela África. Vivem em Savanas e preferem pastagens abertas, porém es-
poradicamente podem também viver em florestas mais altas e até mesmo em regiões montanho-
sas.
São animais herbívoros se alimentando principalmente de grama e as vezes também er-
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vas, folhas e galhos, vivem cerca de 9 anos na natureza e seus predadores conhecidos são leões,
hienas, cães selvagens africanos, chitas, leopardos e crocodilos do Nilo.
Equus zebra (zebra sul-africana): Também conhecidas como zebras de montanha são
animais que em sua fase adulta têm comprimento de cabeça e corpo de 210 a 260 cm e cauda de
40 a 55 cm, seu peso é de em média 240 a 372 Kg onde os machos são em geral mais pesados. 
São zebras com coloração de base branca e listras pretas/marrons que se estendem para
a crina que é curta e ereta, as listra da cabeça e do corpo são estreitas e mais numerosas em rela-
ção as listras da garupa, os membros são listrados até o casco, as listras também estão presentes
na cauda e o focinho do animal é preto, uma característica muito forte e específica desta espécie
é a presença de barbela que uma prega de pele localizada pendurada na garganta do animal. 
Os animais da espécie Equus zebra são bons escaladores por terem cascos duros e pon-
tiagudos em comparação a outras espécies de equinos.
As zebras desta espécie habitam em montanhas, encostas e planaltos da África do Sul e
na Namíbia, podem viver até em locais de 2.000 metros acima do nível do mar, têm preferência
por locais de clima temperado e seus biomas são de deserto e dunas ou montanhas como já expli-
cado acima.
O tempo de vida destes animais é bem maior que os da espécie apresentada anteriormen-
te, podendo na natureza viver em média de 20 anos, a zebra mais antiga desta espécie documen-
tada em cativeiro viveu 29 anos e 6 meses. Sua alimentação é herbívora, principalmente gramas,
mas também pode incluir outras fontes vegetais, como, folhas, caule, madeira, casca, sementes,
grãos e nozes. Os predadores conhecidos desta espécie são também os leões, leopardos, chitas,
hienas pintadas e cães de caça.
Equus hemionus (espécies adaptadas ao deserto): Estes animais são asnos selvagens
endotérmicos e de simetria bilateral, o tom de sua cor varia a depender da distribuição da popula-ção e também de em qual estação do ano estão, todavia sua cor base é um marrom, sendo por
exemplo um marrom avermelhado no verão e um marrom mais amarelado no inverno, sua parte
inferior é branca ou amarela, no seu dorso está presente uma faixa preta, seus membros contém
pés pequenos e pernas curtas e sua altura é de 1 a 1,4 metros.
O habitat dos equinos da espécie Equus hemionus são biomas de deserto/dunas, prefe-
rem áreas planas e pastam e repousam principalmente em terras desérticas. 
Asnos selvagens vivem cerca de 26 anos em cativeiro, porém a vida dos animais em natu-
reza é muito menor, a maioria vive cerca de 4 a 8 anos, são herbívoros geralmente se alimentando
de ervas perenes mas também podem incluir em sua dieta folhas, cascos, caules e madeira. Seus
predadores conhecidos são os lobos cinzentos e os humanos que os matam com intenção de ali-
mento e também aproveitamento de outras partes do corpo.
Equus asinus (jumentos na África do Norte): São os equinos conhecidos como burros,
são animais endotérmicos, homoiotérmicos e com simetria bilateral. Sua cabeça grande é bem ca-
racterística, têm orelhas longas e “cauda de vaca”, sua pelagem pode ter cor preta,
branca e diferentes tons de marrom e cinza sendo a mais comum o chamado pêlo pardo acinzen-
tado que é uma cor cinza-rato, o pêlo destes animais também pode ser malhado, salpicado ou lis-
trado mas a grande maioria têm uma cor sólida com uma faixa dorsal escura que vai desde a crina
até a cauda e também uma faixa escura nos ombros, sua crina é ereta com cabelos que podem
ser lisos, cacheados, curtos e crespos ou longos e lanosos.
Burros selvagens tem um corpo com comprimento médio de 200 cm e 45 cm de cauda pe-
sando 250 Kg, seus cascos são mais longos e estreitos, já as raças domésticas variam muito pois
podem ser miniaturas raça geralmente utilizada como animal de estimação que medem menos de
92 cm e pesam aproximadamente 180 Kg, também podem ser os burros padrão, sendo essa uma
raça doméstica com tamanho de até 123 cm com média de 180 a 225 Kg, a maior raça de burros
domésticos chamados de burro mamute criados pelo homem con intuito de realizar trabalhos mais
fortes, estes têm altura de 143 cm e pesam 430 Kg. 
Os burros domésticos habitam todo o mundo e preferem climas quentes e secos, mas o
verdadeiro asno selvagem tem origem no deserto montanhoso do norte da África e da península
arábica sendo então bem adaptados para vida em deserto. Seus biomas terrestres são desertos
ou dunas e savanas ou pastagens.
Equinos selvagens da espécie Equus asinus vivem aproximadamente de 25 a 30 anos,
porém em cativeiro vivem até 50 anos, são herbívoros com alimento principal sendo grama mas
também podem comer outros materiais vegetais como cascas, folhas, madeiras ou caules. Seus
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predadores conhecidos de burros selvagens são leões e lobos.
Equus ferus przewalskii (subespécie selvagem e rara): Estes animais são um exemplo
de cavalo selvagem sendo uma subespécie rara, são animais endotérmicos com simetria bilateral,
têm comprimento de cabeça e corpo de 213 cm e comprimento de cauda de 91 cm, altura até o
ombro de 121 cm. São animais com pernas curtas e pescoço curto sendo anatomicamente seme-
lhantes à um pônei, têm olhos voltados para trás do crânio o que os concede grande capacidade
de visão sendo o único campo cego a parte de trás da cabeça, suas orelhas são longas e eretas e
sua crina escura e ereta. A cor e comprimento da pelagem variam também com a estação do ano,
no verão têm um pêlo curto e liso com tom marrom-avermelhado, já no inverno o tom é mais claro
e seus pêlos são mais longos. 
Equinos da raça Equus ferus przewalskii vivem em desertos, gramados e planícies da
Mongólia mas também já houveram relatos de habitarem altitudes de até 2.500 metros, seu bioma
é savana ou pastagem. São animais herbívoros que se alimentam principalmente de grama, plan-
tas e frutas e eventualmente comem cascas, folhas e botões, em zoológicos são alimentados com
feno, grãos e alfafa. 
Atualmente são animais ameaçados e são encontrados apenas em cativeiro, sendo ape-
nas 200 sobreviventes hoje, o último cavalo selvagem da espécie Equus ferus przewalskii obser-
vado em vida livre foi no ano de 1968.
Equus ferus caballus (o verdadeiro cavalo): Conhecidos como cavalos verdadeiros são
uma subespécie do Equus caballus , estão muito presentes na vida do homem em diversos âmbi-
tos, são animais endotérmicos com simetria bilateral, suas características físicas variam muito por
conta da diferença pelas inúmeras raças já criadas pelo homem. Em geral seus cascos são ovais
e com apenas um dígito (característica adquirida com a evolução), têm caudas e pernas longas,
tronco musculoso, pescoços longos e grossos e grande cabeça, sua crina é formada por pêlos lon-
gos. 
Seus cascos e pelagens variam muito, podendo ir de cores branca, preta, castanho, mar-
rom, tons amarelados, e também uma enorme variação no padrão de distribuição dessas cores
pelo corpo, podendo se apresentar em manchas, pintas, marcas, formas, sinais, etc. 
O tamanho do animal, comprimento de perna, comprimento de cabeça, construção corpo-
ral metabolismo, habilidade, cor e textura do pêlo, peso, variam com a raça, apesar dessa grande
variedade dentro da espécie são animais facilmente distintos das demais espécies de equinos por
terem caudas e crinas mais longas e ausência de listras no caso das zebras por exemplo. 
Os cavalos domésticos vivem cerca de 25 a 30 anos, porém a vida destes animais varia
muito com a raça e principalmente com as condições em que vivem, por exemplo a nutrição, ativi-
dade que faz, número de ciclos de reprodução, doenças, saúde dentária, estado de saúde sanitá-
ria do local em que vivem, entre outros diversos fatores. 
São animais herbívoros, pastam principalmente gramíneas, mas também são alimentados
pelo homem com grãos, como, aveia, milho, trigo, linho, soja, feijão, alfafa, feno, e também podem
receber suplementos e vitaminas. 
Os cavalos domésticos são muito adaptáveis quanto ao seu habitat, mas preferem pasta-
gens frescas, podendo estar presentes em baias criadas pelo homem ou ambientes agrícolas e ri-
beirinhos. Os principais predadores conhecidos desta espécie são os lobos, onças e humanos.
O ato da domesticação dos cavalos dando origem à esta subespécie foi um ato que impac-
tou muito a atividade agrícola do homem, podem ser usados em trabalhos no pasto com gado, em
alguns lugares até trabalham com dispersão de sementes de plantação, usados para puxar ara-
dos, seu estrume também é usado como fertilizantes, em alguns países também são fonte de ali-
mento, atuam no transporte, campanhas militares, esporte, recreação, terapias e seus pêlos tam-
bém são usados como matéria prima para vários produtos.
No Brasil os equinos foram introduzidos em três diferentes momentos e locais por meio dos
portugueses que os trouxeram nos anos de 1534 na Vila de São Vicente, 1535 em Pernambuco e
1536 na Bahia trazidos por Tomé de Souza. 
Os primeiros registros de antecessores aos equinos que conhecemos hoje são do período
Eoceno, há cerca de 60 milhões de anos, onde eram muito diferentes anatomicamente do que se
tornaram, eram bem menores com cerca de 30 cm sendo um pequeno animal de floresta.
 O primeiro registrado e dito como animal antecessor aos equinos atuais foi o Hyracothe-
rium , seus fósseis foram encontrados em locais diferentes, como nos Estados Unidos e Europa,
as espécies de Hyracotherium viveram de 55 milhões a 45 milhões de anos atrás. 
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Ao serem descobertos os primeiros fósseis de Hyracotherium, inicialmente foi pensado
que seria um fóssil de algum tipo de macaco por conta de seus dentes serem bastante primitivos
tais quais os de macacos e até humanos. Com conhecimento e passar do tempo ao se constatar
que seria este animal um equino, foi então determinado como o primeiro membro conhecido da fa-
mília Equidae, este animal viveu no Velho Mundo e também na América do Norte. 
Alguns cientistas atualmente não acreditam que oHyracotherium é ancestral apenas do
cavalo, mas também de outros animais como rinocerontes, antas e outros animais que até já fo-
ram instintos.
O Hyracotherium era uma animal pequeno com aproximadamente 30 cm, uma de suas
grandes diferenças além do tamanho era a forma das patas que continham 4 dígitos nos membros
anteriores e 3 dígitos nos posteriores, seus membros torácicos tinham rádio e ulna não fundidos o
que os dava uma característica de serem capazes de realizar o movimento rotacional das articula-
ções do cotovelo e punho sendo essa uma condição primitiva que os auxiliava a andar em locais
de instabilidade como terrenos acidentados. Esses animais tinham cérebro e lobo frontal pequeno
e pouco desenvolvido, seu rosto era curto e primitivo, tinha um diastema curto, ou seja um peque-
no espaço entre os dentes da frente e os dentes da bochecha, sua dentição era composta de cado
lado por 3 incisivos, 1 canino, 4 pré-molares e 3 molares, se alimentavam de frutas e folhagens de
árvores.
O próximo a surgir na história da evolução foi o Orohippus, este equino foi datado como
um animal que viveu no Eoceno médio cerca de 2 milhões de anos após o Hyracotherium, é de
conhecimento que esses dois gêneros viveram no mesmo período porém em quantidade de
fósseis encontrados os Hyracotherium são mais numerosos. Os fósseis de Orohippus foram en-
contrados em Wyoming e Oregon datados em cerca de 54 a 45 milhões de anos atrás.
Os equinos Orohippus se assemelhava bastante ao Hyracotherium, porém eram ligeira-
mente maiores, tinham um pescoço curto, focinho curto e patas com dígitos, assim como o Hyra-
cotherium também tinham rádio e ulna não fundidos os concedendo as mesmas capacidades.
Seus dentes sofreram uma pequena mudança onde os últimos pré-molares se tornaram mais um
dente moedor, nos fósseis foram encontradas cristas mais pronunciadas nos dentes, o que indica
que com essa evolução eles estavam se alimentando de alimentos mais rígidos. Seus dedos mé-
dios passaram a ser mais compridos nas patas dos membros torácicos e também pélvicos e espe-
cificamente nos membros pélvicos houve uma perda completa do primeiro (polegar) e do quinto
(dedo mínimo) dedo.
No fim do período Eoceno e início do Oligoceno entre 36 e 26 milhões de anos atrás surgia
o Epihippus, um descendente do Orohippus. Eram ainda cavalos primitivos com cerca de 60cm
de altura de ombro, herbívoros, foram encontrados mais de 30 fósseis deste gênero nos Estados
Unidos e Canadá.
Neste período as florestas começaram a diminuir, o ecossistema mudou apresentando uma
redução nas florestas que foram substituídas por planícies relvadas. Por conta disso a dentição
desses equinos continuou a mudar se tornando mais resistentes, com tendência para realizar a tri-
turação de gramíneas, os 2 últimos pré-molares se tornaram mais parecidos com os dentes mola-
res.
Com as mudanças na floresta e ausência de esconderijo foi necessário também uma evo-
lução quanto à capacidade de fuga desses animais, que passaram a ter características como um
corpo mais largo e serem mais altos com membros que permitiam uma fuga mais fácil.
Ainda no fim do período do Eoceno foi datado o Mesohippus, fósseis destes equinos fo-
ram encontrados nas rochas da região de Badland, Dakota do Sul, Colorado e nas grandes planí-
cies dos Estados Unidos como Nebraska e também no Canadá.
Eram animais que já tinham um corpo mais largo e mais alto com aproximadamente 50 cm,
já se assemelhavam bastante à um cavalo porém com tamanho de um cachorro, tinha um dorso
menos arqueado, membros mais compridos, um pescoço mais longo e mais fino e um chanfro
mais largo e mais comprido, sendo um animal mais esguio e consequentemente mais veloz. 
Nos Mesohippus havia um novo diferencial nas patas, foi o primeiro cavalo com três dígi-
tos onde nos membros posteriores que antes continham 4 dígitos agora passaram a ter apenas 3
e o 4º se tornou uma unha vestigial. 
Seu cérebro era mais desenvolvido e na dentição seus dentes pré-molares se tornaram
mais parecidos com o dentes molares, estes dentes foram chamados de molariformes e eram qua-
drado com capacidade de triturar o alimento, essa mudança fez com que a dieta desses equinos
Página 7
evoluísse se tornando mais diversificada com grama, frutas e folhas. Restava agora apenas um
dente pré-molar na frente.
No final do período Oligoceno e início do Mioceno surgiu o Miohippus, gênero este que foi
muito importante por ser precursor de grande diversidade nos futuros membros da família que sur-
giram, sendo tipos diferentes e numerosos de cavalos.
Fósseis de Miohippus foram encontrados em grande quantidade em Dakota do Sul, oeste
do Texas, Flórida e Oregon e também grandes planícies hoje pertencentes aos Estados Unidos e
ao Canadá. 
Eram equinos que se assemelhavam cada vez mais em suas características com cavalos
atuais, tinham um crânio mais largo com uma depressão em frente aos olhos chamada de fossa
facial que está presente até hoje nos cavalos modernos e seu focinho era mais longo. Também
ocorreram mudanças nas patas onde passaram a se apoiar em apenas 2 dígitos para suportar o
peso do animal, sendo estes os dígitos 2 e 4. Apresentavam cristas nos dentes superiores sendo
esta uma característica presente nos equinos até hoje, a altura dessas cristas era maior o que au-
mentava a eficiência da mastigação desses animais.
Quanto ao tamanho destes equinos havia uma variação, porém tinha em média 76 cm e
aproximadamente 55 Kg.
Entrando no período do Mioceno surgia o Parahippus, animais que viveram a cerca de 24
a 17 milhões de anos atrás e tiveram seus fósseis encontrados nas Grandes Planícies e na Flóri-
da. Eram mais largos que o Miohippus, este animal começava a desenvolver ligamentos elásticos
nos membros para sofrer uma mudança futura na evolução de se tornar um animal com apenas
um dígito. 
Esse gênero se apresenta como um possível divisor de água entre o que seriam cavalos
primitivos que viviam em florestas e o que viria a se tornar nossos cavalos modernos vivendo em
planícies. Passaram a ter “cara de cavalo” com uma cabeça longa e com a caracte-
rística marcante dos olhos localizados atrás do meio do crânio.
Espécies de equinos desse gênero foram definidos como animais de tamanho aproximado
de uma cachorro da raça Pastor-alemão, tinham dentes com coroa alta e cristas molares com de-
senvolvimento de cemento, uma camada protetora dos dentes.
O Parahippus evoluiu dando origem ao Merychippus que já chegava a medir cerca de 80
cm, este teve como mudança evolutiva seu chanfro alongado, um maxilar mais profundo, o au-
mento no tamanho do cérebro, os olhos se moveram para trás dando ao equino uma capacidade
de visão de quase 360 graus, seus dentes da região da bochecha tinham coroa alta o que os fez o
primeiro gênero que equinos de pasto sendo ancestral de todas as próximas linhagens de cavalos
que surgiram.
Nas patas ainda estavam presentes 3 falanges porém duas afuncionais e o peso do animal
já era depositado somente sob um casco, ocorreram mudanças também nos ossos tornando suas
pernas mais longas e dando à este animal mais agilidade e velocidade.
Os fósseis de equinos Merychippus foram encontrados nos Estados Unidos e foram data-
dos como animais que viveram a cerca de 17 a 11 milhões de anos atrás.
Descendente do Merychippus no período do Mioceno surgia o Pliohippus, estes se asse-
melhavam muito ao Equus que viria a surgir porém com a fossa nasal muito mais profunda, den-
tes muito mais curvados e foi o primeiro cavalo a evoluir para um único dedo.
Os fósseis do gênero Pliohippus foram encontrados no Colorado, Grande Planícies dos
Estados Unidos como Nebraska e Dakota e no Canadá, esses equinos viveram na terra a aproxi-
madamente 12 a 6 milhões de anos atrás.
No período do Plioceno na 3º geração de cavalos com apenas um dígito aparecia o Dino-
hippus, animal com casco, formato de crânio e dentição já muito semelhantes ao Equus, quanto
a este gênero de equino acredita-se que seja o responsável por dar origem não só ao Equus(ca-
valos) mas também a outras espécies de animais equinos como zebras e burros.
O crânio do Dinohippus tinha fossas rasas sendo definido então como um gênero que car-
regava uma característica intermediária entre os gêneros Pliohippus e Equus que não contém
essas fossas. O Dinohippus foi o primeiro cavalo a apresentar uma forma primitiva da caracterís-
tica de aparelho de fixação, estrutura formada de ossos e tendões responsável por auxiliar o ani-
mal a conservar energia durante longos períodos em pé, característica essa que está presente no
gênero Equus.
Os fósseis de Dinohippus foram encontrados na América do Norte e acredita-se que te-
Página 8
nham vivido num período de 13 a 5 milhões de anos atrás.
Surgia então o Equus Scotti no período Pleistoceno já com altura média de 90 a 100 cm
sendo estes os antecessores aos cavalos modernos ( Equus ferus caballus ), continham um úni-
co casco forte, coluna rígida, pescoço longo, pernas compridas, chanfro comprido e curvilhões bai-
xos que atribuiam ainda mais agilidade. 
Página 9
Aula 02 - Ezoognósia
A ezoognósia se define como um estudo da parte exterior dos animais domésticos para
que possa ser feita uma avaliação com base nos princípios da anatomia animal, da fisiologia, da
mecânica e patologia, a base do método de avaliação da ezoognósia é a realização de um exame
comparativo.
O estudo da ezoognósia inclui o conhecimento de denominar as regiões zootécnicas dos
animais, no nosso caso dos equinos, além das regiões também fica capacitado como ferramenta
de definição e denominação das diferentes cores dos animais, tipos de pêlos, características úni-
cas deste pêlo em cada animal, tipos de conformação e direção da cabeça e pescoço do equino,
das características presentes no tronco do animal e da direção e conformação dos membros torá-
cicos e pélvicos dos cavalos. Para a definição e também melhor compreensão destas regiões e
características é necessário que o profissional destinado a este trabalho tenha grande conheci-
mento sobre a anatomia e principalmente sobre a osteologia dos animais.
 O intuito da ezoognósia é ter uma aplicação funcional para o trabalho no dia a dia, pois
com as definições se torna mais prático e mais compreensível, além disso também é ferramenta
importante para uma forma universal de identificação dos equinos. É uma área que tem grande im-
portância para o trabalho de seleção genética de animais e consequentemente tem sua relevân-
cia econômica.
Existem muitas vantagens na aplicação do estudo da ezoognósia, no melhoramento genéti-
co como citado acima a ezoognósia tem atuação importante pois se compreende que para realizar
o melhoramento de alguma característica do animal precisa se conhecer bem esta característica,
e este estudo por sua vez nos auxilia a definir a raça do animal e suas particularidades morfológi-
cas, especialmente aquelas com importância econômica que são as de tendência a passarem por
um processo de melhoramento genético.
Também é vantajoso ao se trabalhar com ezoognósia por conta das transações comerciais,
pois toda vez que um animal for comercializado, seja para compra ou para venda o conhecimento
de suas regiões zootécnicas se mostram importantes para avaliar a capacidade deste animal e ha-
bilidade em desempenhar as tarefas esperadas, por exemplo para um equino de corrida, seus atri-
butos morfológicos são extremamente valorizados para seu comércio, compradores são intensa-
mente influenciados por suas características físicas determinadas pela ezoognósia e com toda ra-
zão pois de fato estas características exercem influência no resultado final da atividade que o ani-
mal realizará. 
Ao procurar por um animal para realizar a aquisição o comprador analisa características
que seriam padrão de um animal saudável, por exemplo, a qualidade e espessura, brilho e maciez
de seu pêlo, qual a capacidade do animal de realizar movimentos livres, se a posição/conforma-
ção da cabeça do equino está correta/padrão que é levantada na maior parte do tempo, se as ore-
lhas do animal estão bem dirigidas e atentas e qual seu grau de reação a ruídos no ambiente que
é importante para constatar que o animal não tem surdez, se os olhos do animal são limpos e bri-
lhantes pois por exemplo se apresentar remelas pode ser indicativo de alguma doença ou vermi-
nose, se a conjuntiva do animal está rósea, se a ponta do nariz está sempre úmida e fresca e se
suas ventas estão limpas, abertas e com mucosas róseas.
Em contrapartida ao avaliarem o animal fogem a todo custo de qualquer característica que
dê indício de que o animal não está saudável, por exemplo pêlos arrepiados e secos, pele seca,
movimentos pesados ou animal que apresenta andado lento ou manco, animais que não reagem a
ruídos do ambiente, conformação de cabeça e orelhas sempre abaixadas, olhos parados, secos
demais ou lacrimejantes, mucosas pálidas ou congestionadas com presença de muco e secre-
ções, ponta do nariz quente e seca e sua ventas também secas ou com corrimento.
Para profissionais que têm capacitação para trabalhar na área, como Médicos Veterinários,
Zootecnistas e também Agrônomos também se vê grandes vantagens ao adquirir a ezoognósia
por conta de que além de se tornarem profissionais com maior capacitação e conhecimento, ao
dominarem a ezoognósia dos animais e na nossa matéria em especial de equinos passa a ter mai-
or eficiência ao exercer sua profissão o que lhe abrirá portas para novos trabalhos e consequente-
mente maior retorno financeiro.
Na aula ministrada o conteúdo foi distribuído em tópicos para melhor compreensão, sendo
estes a seleção artificial, conceitos zootécnicos, a divisão do corpo do equino, sua conformação e
suas mensurações.
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A seleção artificial está diretamente ligada com a importância da ezoognósia no melhora-
mento genético pois é um método usado, consiste em uma escolha do homem por animais com
características conhecidas pelo estudo da ezoognósia que o interessa, através então da seleção
artificial realiza o processo e imprime em sua população uma maior qualidade e progresso em um
menor intervalo de tempo. Para realizar o processo de seleção artificial os indivíduos podem ser
separados por seu fenótipo (o que expressa fisicamente) e a seleção será então denominada fe-
notípica ou separados por seu genótipo (seus genes contendo possíveis características a serem
expressadas) e a seleção será denominada genotípica.
Após a escolha da característica que será selecionada e melhorada este processo pode
ser realizado de diversas maneiras, por inseminação artificial, transferência de embriões, sincroni-
zação de cio, produção in vitro de embriões, etc. Em equinos por exemplo a seleção artificial pode
ser realizada com diversos intuitos, seja pela personalidade do animal, sua habilidade, sua pela-
gem, características físicas como sua conformação, altura, peso, massa muscular, características
essas que são avaliadas e definidas pela ezoognósia, ou seja, esta está presente tanto no proces-
so de escolha de características a serem melhoradas quanto na parte de avaliação do resultado fi-
nal desta seleção.
 Conceitos zootécnicos que foram apresentados na aula, por exemplo o termo “bele-
za”, é usado zootecnicamente para determinar a eficiência das partes do animal em rela-
ção à sua utilidade, nesse caso o que se compreende por beleza diz respeito a bondade do animal
que está relacionada à uma fisiologia perfeita, por exemplo um cavalo com seus tendões bem diri-
gidos, grossos e bem ligados, essa característica faz com que os membros do animal funcionem
bem, o que o torna então belo. A beleza é classificada em três tipos, a beleza absoluta, relativa e
convencional. 
A beleza absoluta está relacionada com requisitos essenciais para todas as situações, to-
das as idades, raças e todos os possíveis serviços a serem desempenhados por este animal, por
exemplo bons aprumos, boas patas, bons cascos, etc.
A beleza relativa diz respeito a particularidades dentro de uma determinada espécie que
irão resultarem características funcionais, por exemplo uma raça com características físicas que
tornam o animal mais rápido e sua função será ser um animal de corrida, logo essa raça se torna
bela para aquela determinada atividade porém pode não ser considerada bela para outro tipo de
atividade, por isso denominada relativa.
A beleza convencional é aquela que está ligada somente ao que os olhos agrada, à moda
e a caprichos e preferências pessoais, sem nenhum interesse econômico ou comercial. 
Outro conceito é a “defeituosidade” que se refere à ausência de adaptação
de uma parte do corpo ou um órgão com relação a uma determinada função com valor econômico,
pode ser do tipo absoluta, relativa, congênita ou adquirida.
A defeituosidade absoluta é aquela que em hipótese alguma e em relação a interesse ne-
nhum trará bons resultados, ou seja é um animal de inutilidade que não se compensa ser adquiri-
do, por exemplo um equino com membros defeituosos ou um aparelho respiratório comprometido.
A defeitosidade relativa é aquela que ocorre quando um animal apresenta defeitos todavia
mesmo assim ainda se compensa esse animal pois é um defeito que afeta somente um aspecto
secundário.
A defeituosidade congênita se refere a defeitos hereditários que se manifestam ao nascer
do animal ou logo em seguida, isso tipo de defeito irá prejudicar o animal apenas em relação a um
ponto de vista reprodutivo e de produção, por exemplo cascos deformados, uma hérnia umbilical,
jarretes ganchudos.
A defeituosidade adquirida seria um defeito que foi adquirido pelo animal ao longo de sua
vida, como por exemplo derrames sinoviais.
Também foi apresentado o conceito de “vícios”, sendo esse um hábito de
costume do animal que prejudique sua capacidade funcional ou reprodutiva, os vícios são adquiri-
dos pelo animal por motivos de estresse, ou tédio, por imitação de um outro animal de convivência
que apresenta vícios ou de forma mais rara por hereditariedade. 
Os vícios podem ser congênitos ou adquiridos, os vícios congênitos são aqueles que o ani-
mal adquiriu de forma hereditária e os apresenta desde os primeiros dias de vida, como por exem-
plo coicear, pular ou morder.
Já os vícios adquiridos serão como o próprio nome sugere adquiridos ao longo da vida do
animal, como por exemplo a aerofagia que é o costume de engolir ar, o tique de urso sendo esta
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Cabeça Pescoço
Membros torácicos Membros pélvicos
Tórax
uma mania de balançar a cabeça em movimento ritmado e constante e é altamente contagioso e
preocupante quando apresentado em uma propriedade pois este animal precisará ser isolado ou
coprofagia que seria o hábito de se alimentar de fezes, vício esse que é comum em equinos jo-
vens por ainda não ter desenvolvido bem sua palatabilidade.
Na classificação da ezoognósia a divisão das partes do corpo do equino é feita por regiões,
sendo estas a região da cabeça, região do pescoço, região do tórax, membros torácicos e mem-
bros pélvicos. 
A região da cabeça irá por sua vez se subdividir em quatro faces, sendo elas, face dorsal,
face ventral, as duas faces laterais e também duas extremidades, a extremidade cranial e a extre-
midade aboral.
Na face dorsal se encontra: O chanfro, a fronte e a ponta das ventas.
Nas faces laterais são vistas: as orelhas, os olhais, as narinas, as fontes, as orbitárias e
as bochechas.
Na face ventral estão presentes: A fauce, as ganachas e o mento.
Na extremidade cranial há: A nuca, o topete, a parótida e garganta. 
Na extremidade aboral é vista: A boca.
A região do pescoço terá divisão de duas faces, as faces laterais, tábua do pescoço, duas
extremidades, a extremidade cranial e extremidade caudal e duas bordas, a borda dorsal e borda
ventral. 
Na borda dorsal: A crineira. 
Na borda ventral: A traqueia. 
Na tábua do pescoço: A juguleira.
Além destas faces no pescoço também estão presentes as extremidades cranial e extremi-
dade caudal.
A região do tronco terá seis faces presentes, a face cranial, a face caudal, a face dorsal, a
face ventral e duas faces laterais.
Na face dorsal: A cernelha, o dorso, o lombo, a anca e a garupa.
Na face ventral: O cilhadouro, o ventre e a região inguinal.
Nas faces laterais: O gradil costal e os flancos.
Na extremidade cranial: O peito, as axilas e as inter-axilas.
Na extremidade caudal: A cauda, as coxas e o períneo.
Os membros torácicos e pélvicos do cavalo também são divididos em estruturas, nos mem-
bros torácicos as estruturas são: a espádua, o antebraço, os codilhos, joelhos, canelas, boletos,
quartelas, coroas e cascos. 
Nos membros pélvicos estão as coxas, soldras, pernas, jarretes, canelas, boletos, quarte-
las, coroas e cascos.
A seguir uma imagem do corpo de um equino para representação da localização anatômi-
ca das regiões acima citadas, com adendo de que cada região apresentará determinadas estrutu-
ras que também foram descritas no texto redigido acima:
Além das estruturas também é de grande importância se conhecer a conformação dos
equinos, esta conformação diz respeito quanto à aparência do cavalo por meio de características
que devem ser ajustadas ao padrão da raça do animal que se diz respeito, características essas,
como, a altura, se são mais fortes ou fracos, mais magros ou gordos, o tipo de aptidão, o tipo de
andamento, estas características variam de acordo com a raça do animal e se entende que um ca-
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valo bem conformado é aquele com boas proporções, com melhor rendimento por um tempo pro-
longado e cuja estas características não sejam apenas de aparência da raça mas também quanto
a eficiência e qualidade do animal e suas atividades realizadas.
Na cabeça dos equinos podem ser vistas diversas conformações diferentes do perfil fronto
nasal, podendo ser uma fronte convexa, côncava, um perfil reto, um chanfro convexo ou um chan-
fro côncavo.
A seguir imagens ilustrativas dos diferentes tipos de conformação da cabeça dos equinos
apresentados acima:
Fronte côncava Fronte convexa Perfil reto Chanfro convexo Chanfro côncavo
Além do formato, a direção da cabeça do animal também é uma característica importante a
ser avaliada, porém deve tomar muita atenção para fazer a avaliação quando a cabeça do animal
estiver em estado natural, sem arreios de condução. A direção da cabeça deverá ser avaliada de
perfil e o ângulo é avaliado em relação ao chão, pode ser um ângulo diagonal quando forma 45°
com a horizontal e 90° com a direção do pescoço, é uma conformação que se considera ideal pois
facilita a movimentação comandada pelas rédeas e o freio e também dá ao equino melhor visuali-
zação de obstáculos. 
São possíveis também outras direções de ângulo porém estas não são indicadas para ca-
valos de sela, sendo estas uma cabeça encapotada onde forma um ângulo maior do que 45° com
a horizontal, é considerada ruim pois além de promover um campo visual limitado também aumen-
ta o peso suportado nos membros torácicos por conta do deslocamento do centro de gravidade.
Pode ser também uma cabeça horizontal onde forma um ângulo menor do que 45º com a horizon-
tal, esta direção também é considerada negativa por prejudicar a condução do animal, seu campo
visual também fica prejudicado se tornando difícil observar objetos próximos.
A ligação da cabeça com o pescoço também é de grande importância na conformação do
animal, é uma característica muito importante no fator de equilíbrio do animal, quanto a esta liga-
ção podem ser identificadas três situações diferentes, uma ligação normal onde a cabeça apresen-
ta-se bem associada ao pescoço, nem muito destacada nem muito unida o que é favorável, uma li-
gação descosida onde a cabeça é destacada do pescoço e é indesejável pois a musculatura de
sustentação apresenta-se debilitada para suportar o peso da cabeça dificultando a movimentação
e o próprio equilíbrio do cavalo, e por último uma ligação embutida onde a cabeça é externamente
unida ao pescoço proporcionando uma dificuldade na movimentação da região o que por sua vez
atrapalhao comando do cavaleiro.
No pescoço também há diferentes conformações, pode ser observado um pescoço triangu-
lar retilíneo quando os bordos superior e inferior são retilíneos e convergem para a cabeça, lem-
brando um triângulo, um pescoço cisne quando a metade superior apresenta-se convexa e a infe-
rior retilínea, um pescoço rodado quando o bordo superior é todo convexo. Estes três tipos de for-
mato de pescoço são desejáveis para os animais caso obedeçam o padrão determinado da raça a
que pertence. 
O pescoço do cavalo também poderá ser classificado pela direção em que está conforma-
do em relação à cabeça, são possíveis três distintas posições, um pescoço diagonal quando a di-
reção em que o eixo médio do pescoço forma um ângulo de 90º com a cabeça e 45º com a hori-
zontal, um pescoço horizontal quando o ângulo com a horizontal é menor do que 45º, um pescoço
vertical quando o ângulo do pescoço com a horizontal é maior do que 45º. 
Conformações da garupa (região presente no tronco) pode ser do tipo horizontal com um
ângulo de 12º a 15º graus, inclinada com um ângulo de 25º a 30º graus ou oblíqua com um ângulo
de 30º a 35º graus, esses graus estão disposto em relação a inclinação da garupa. Pode ser tam-
bém dupla que é sulcada ao meio, formato de marimbondo que contém linhas laterais e superiores
convergentes para trás ou com formato cortante quando tem a presença de apófises espinhosas
bem evidentes, esta classificação é aplicada quando está se referindo ao formato da garupa.
As mensurações que são compreendidas como as medidas do cavalo em forma e propor-
ções que são aplicadas com objetivo de analisar as qualidades e defeitos de cada região do ani-
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mal e por fim do conjunto todo, essas medidas podem ser tomadas de duas maneiras, por mensu-
rações ou por método empírico.
As mensurações são feitas por medidas tiradas por equipamentos como o hipômetro e o
astrogoniômetro, as medidas que podem ser feitas são de perímetro torácico, altura da cabeça, al-
tura da cernelha, altura da garupa, perímetro da canela, comprimento do corpo, largura da cabeça,
largura da garupa, largura de peito.
Após tomar essas medidas em um comparativo com a mensuração esperada de cada raça
o animal poderá ser classificado a partir da mensuração de altura como um cavalo grande que te-
rá uma altura superior à 1,60 m, um animal médio com altura entre 1,50 e 1,60 m, pequeno tendo
uma altura inferior a 1,50 m.
A partir das mensurações de largura o equino poderá ser classificado em animal de tração
com uma largura maior ou animal de sela com uma largura menor. Animais de tração e cela tam-
bém podem ser determinados por elementos métricos de altura e comprimento em conjunto, onde
cavalos com comprimento maior que altura serão classificados como de tração e animais com al-
tura maior ou igual que o comprimento serão classificados como de sela.
A partir de elementos métricos de peso os animais também podem ser classificados em hi-
permétricos sendo acima de 550 Kg, cumétricos com peso entre 350 Kg e 550 Kg ou hipométricos
quando se encontram abaixo de 350 Kg. 
Através dos resultados obtidos com as medidas são realizados alguns cálculos com fórmu-
las prontas, esses cálculos têm intuito de definir índices, sendo estes o índice dáctilo torácico
(IDT) que classifica os animais em cavalos leves, médios, de tração e de tração pesada, o cálculo
do índice corpóreo (IC) dividindo em cavalos longilíneos, mediolíneos e brevilíneos, cálculo do ín-
dice de conformação (IC) para definir cavalos de sela ou de tração, e por último o cálculo de índice
de compacidade (ICP) que classifica em cavalos de sela, de tração ligeira ou de tração pesada. A
seguir serão apresentadas as fórmulas e maneiras de cálculo para se classificar os animais dentro
dos índices citados acima:
Índice Dáctilo Torácico (IDT): Este índice será calculado por meio das informações tiradas
de perímetro de canela (PC) e perímetro de tórax (PT), onde o valor de PC será dividido pelo valor
de PT, a seguir a representação matemática da fórmula:
IDT = PC
 PT
A partir do resultado desta conta os cavalos poderão ser classificados como cavalos leves
ao terem IDT superior a 0,105, cavalos médios com IDT superior a 0,108, cavalos de tração com
IDT superior a 0,110 e cavalos de tração pesada com IDT superior a 0,115.
Índice Corpóreo (IC): Este deverá ser calculado a partir das medidas de Comprimento do
Corpo (CC) e Perímetro do Tórax (PT), onde o valor de CC será dividido pelo valor de PT, a seguir
a representação matemática da fórmula:
IC = CC
 PT
Com o resultado do cálculo de IC os equinos poderão ser classificados em cavalos longelí-
neos com IC superior a 0,90, cavalos mediolíneos com IC entre 0,86 e 0,88 ou cavalos brevilíneos
com IC inferior a 0,85.
Índice de Conformação (IC): Esse índice será calculado a partir dos valores medidos de
Perímetro de Tórax (PT) e Altura de cernelha (A), onde o PT será elevado ao quadrado e dividido
pelo valor de A, a seguir a representação matemática da fórmula:
IC = PT2
 A
Após realizar o cálculo com os resultados obtidos será então feita a classificação do equino
em cavalo de sela com IC igual ou bem próximo ao ideal de 2,1125 ou em cavalo de tração com
IC sendo mais alto que o valor de cavalo de sela, quanto maior for este resultado melhor o animal
será para realizar essa função.
Índice de Compacidade (ICP): Este índice será determinado por meio das medidas toma-
das de Peso (P) e Altura (A), onde P será dividido por A, a seguir a representação matemática da
fórmula:
ICP = P
 A
Após a realização do cálculo com os valores obtidos o cavalo poderá ser classificado em
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cavalo de sela com ICP inferior a 0,20, cavalo de tração ligeira com ICP entre 2,60 e 3,15 ou cava-
lo de tração pesada com ICP superior a 3,15.
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Aula 03 - Comportamento dos equinos: Estereotipias
Desde o surgimento dos equinos sempre foram animais muito sociáveis e viveram em ban-
do, com o passar da evolução e surgimento do homem começou a ser domesticado perdendo seu
habitat, forma de vida livre, suas extensas pastagens e sua forma natural de convivência que se
baseava em uma formação de hierarquia, esta era estabelecida por critérios de idade, força, expe-
riência e coragem onde uma égua era definida como líder e um garanhão como reprodutor e prote-
tor da manada, a égua líder era responsável por tomar as decisões do grupo como qual direção
seguir.
Com a domesticação os equinos passaram para uma criação isolada, em baias e por conta
disso alguns animais acabam adquirindo manias que diminuem e muito seu valor econômico. 
Como uma tentativa de amenizar os pontos negativos causados nos equinos em seu confi-
namento, a estruturação das instalações e tratamento do animal devem ser realizadas de forma
correta. Uma instalação considerada adequada para um cavalo seria aquela com capacidade para
manter o equilíbrio físico e mental do animal, além de construções adequadas os criadores tam-
bém precisam buscar contratar profissionais com conhecimento de manejo que alivie o estresse e
proporcione o bem estar animal aos equinos de sua criação.
Na construção do ambiente é preciso também que a mão de obra tenha conhecimento de
como realizar essa construção dos piquetes para evitar futuros acidentes que caso ocorressem
causariam estresse muito grande nos animais e até mesmo ferimentos que acarretariam em perda
econômica maior ainda. Para os piquetes, sua delimitação pode ser feita por cercas, seja elas de
arame liso, arame farpado, reguas de madeira, cerca elétrica e coberta e com o piso de concreto,
areia, terra ou de borracha que auxiliam no manejo e diminuem o nível de estresse dos animais, a
cama pode ser feita de maravalha, pó de serra, feno, capim, palha de arroz, palha de café, bagaço
de cana, areia ou borracha, a manutenção dessa cama suja deve ser feita com atenção para evitar
possíveis problema com moscas e com a sanidade geral do local.
Estudos realizados quanto a instalação dos equinosjá apontaram que para diminuir o es-
tresse e ansiedade e consequentemente diminuir a chance de desenvolvimento de estereotipias é
interessante que estes animais sejam alojados em baias arejadas e com contato visual entre os
animais. Equinos mantidos em baias fechadas e sem ventilação adequada demonstraram além de
mais estresse problemas respiratórios causados por conta da inalação de poeira ou amônia libera-
da de seus excrementos. Em relação ao contato visual dos animais apesar de muito benéfico tam-
bém precisa ser feito com cuidado quanto a escolha dos animais que irão ter este contato, pois ca-
so se estranhem terão como resultado estresse elevado e até mesmo ferimentos por se debate-
rem na baia em uma tentativa de afronta ao animal vizinho.
A pastagem também é um ponto muito importante que deve ser levado em consideração
pois quando de qualidade proporciona maior bem estar ao equino.
Os vícios que podem ser adquiridos são chamados de estereotipias que consistem em ges-
tos repetitivos sem função alguma, por vezes podem estar relacionadas com um problema mental,
embora no geral falemos de graves situações de estresse, ou tédio que acabam gerando essas
estereotipias.
 Esse tipo de mania pode acabar causando desordem fisiológica no animal e afetando seu
bem estar, podem ser irreversíveis e por algumas vezes passadas à outros equinos que convivem
no mesmo local por ser viciante ou caso seja hereditária passada na reprodução, consequente-
mente gerando uma queda imensa deste animal no mercado, afinal ninguém irá querer fazer a
aquisição de um animal para bagunçar a harmonia da propriedade e dos outros animais que ali re-
sidem. 
O comportamento do animal pode variar por muitos fatores, por exemplo uma alteração na
capacidade funcional do sistema nervoso, podendo ser congênita ou adquirida, quais são os
órgãos funcionais deste animal, a secreção das glândulas endócrinas, o aparelho locomotor, o sis-
tema digestório, entre outros. As principais causas destes distúrbios no comportamento dos equi-
nos são o estresse, o tédio, ansiedade, cansaço, alterações climáticas, nutrição inadequada, aloja-
mento inadequado, falta de socialização e também mudanças bruscas no manejo do animal. Es-
sas alterações podem ser percebidas e corrigidas de acordo com sinais comportamentais que o
animal dá, por exemplo mudança na posição do animal na baia, tempo que leva para se alimentar
e sinais característicos de cada animal e sua personalidade, por exemplo, um animal com costu-
me de se portar sempre relinchando assim que o tratador dele chega, em um dia em que este ani-
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mal não expressa esse comportamento que já é de costume dele é possível de imediato já perce-
ber que algo está errado, seja uma patologia, algum incômodo físico, falta de algo, dando indício
de que este animal já está desenvolvendo alguma mudança comportamental.
Os distúrbios comportamentais podem ser de três tipos, os vícios, a agressividade e distúr-
bios sexuais. 
Os vícios como já dito são movimentos repetitivos e frequentes que podem causar lesões
no animal e principalmente a sua desvalorização no mercado, exemplos de vícios que podem ser
citados são:
Língua pendente: Se torna preocupante quando o hábito do animal de deixar a língua pa-
ra fora da boca se torna constante e sem motivo, por exemplo um animal que responde a estímu-
los colocando a língua para fora é normal, porém a partir do momento que esta ação acontece
aleatoriamente e sem motivos é caracterizado como um vício. 
Motivos para o surgimento desse vício pode ser um problema dentário, onde o dente do
animal belisca ou machuca a língua e para se proteger ele a coloca para fora ou um motivo mais
grave como um distúrbio gastrintestinal, como consequência desse vício se tem perda de saliva,
ferimentos na língua e dificuldades na apreensão de alimentos e mastigação.
Língua de serpentina: Este vícios tem causas e consequência muito semelhantes ao da
língua pendente porém se difere pois a língua não fica constantemente para fora e sim em um mo-
vimento repetido de colocar a língua para dentro e para fora da boca, por isso o nome de língua de
serpentina.
Roer madeira: É causado principalmente por tédio do animal, mas também pode ocorrer
por falta de nutrientes e minerais na sua alimentação com o uso de ração como alimento principal
quando na verdade o alimento principal deve ser o pasto, ou até mesmo por estresse do animal. 
Aerofagia: É o ato da animal de apoiar a boca em uma estrutura, seja madeira, seja ferro,
para realizar o movimento de contração da musculatura de forma a imitar a mastigação e a deglu-
tição de ar, esse movimento contínuo produz um som bem característico da aerofagia como se
fosse um arroto.
Este vício pode vir a ocorrer por tédio ou falta de exercício desse animal, é um vício exclu-
sivo de equinos confinados e cerca de 5% destes chegam a apresentar a aerofagia. É extrema-
mente preocupante pois os outros animais o adquirem ao observar, e também por conta desse ví-
cio ser irreversível, portanto esse animal precisa ser isolado da vista dos outros. É um vício que di-
minui muito o valor do animal e pode causar problemas graves como uma parada cardíaca. 
Para tentar evitar que o animal continue a deglutir o ar pode ser colocada no início de seu
desenvolvimento uma mordaça especial e em casos avançados até mesmo uma gargantilha, po-
rém a realização do movimento de apoio e mastigação contínua, apenas a deglutição é impedida,
também pode ser colocada pimenta nas estruturas para evitar que o equino não apoie a boca pra
realizar o ato.
Coprofagia: Ato de comer fezes, pode ocorrer por algum distúrbio alimentar de ausência
de nutrientes e minerais, pouca quantidade de volumoso, por falta de vermifugação e presença de
parasitos ou por conta da idade do animal pois os potros com idade de duas a cinco semanas pois
como são muito jovens ainda não tem uma seletividade alimentar desenvolvida e acabam realizan-
do este vício com a intenção de estruturar sua flora bacteriana e também para suplementação de
vitaminas do complexo B. Esse vício pode gerar como consequência nos animais adultos um surto
de verminose e parasitos, cólicas e aumenta a transmissão de possíveis doenças. 
O ato de coprofagia também pode ser usado com fim terapêutico, por exemplo um animal
que fez uma lavagem gastrointestinal tem fezes de um animal saudável esmigalhada junto da ra-
ção para que a flora bacteriana intestinal seja restaurada. O problema é que em animais já adultos
pode causar infestações parasitárias, transmissão de doenças e cólicas.
Geofagia: Este vício consiste no ato de comer terra, sua causa está quase sempre rela-
cionada a deficiência de minerais na alimentação, presença de parasitos causadores de vermino-
ses ou tempo excessivo em confinamento que gera estresse, ansiedade e por consequência o de-
senvolvimento de vícios. 
Assim como a coprofagia este vício também pode acarretar em doenças parasitárias por
conta da ingestão de solo com presença de parasitos.
Sacudir a cabeça: Sacudir a cabeça eventualmente é um ato normal dos equinos, porém
de forma repetitiva e sem motivo que se torna um vício, deve ser observada com atenção para
não ser diagnosticada quando na verdade se trataria de uma doença dentária ou até mesmo para
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não se determinar como um vício quando na verdade o animal está apresentando comportamento
comum como sacudir a cabeça verticalmente quando sozinho na cocheiro sendo este apenas um
indicador de sonolência.
Pode ter início ao animal apresentar resistência na hora de colocar o cabresto, por conta
de uma patologia, como uma infecção no ouvido ou também uma infecção nasal.
Escavação excessiva: Acontece por conta de ansiedade em animais baiados, é preciso
se descobrir qual motivo dessa ansiedade, esse vício é muito comum em animais confinados e ge-
ralmente pode ser observado no momento pré alimentação do equino ou durantes longas viagens
de caminhão.
Essa escavação causa desgaste do casco e também do piso, para evitara escavação po-
de ser colocado pneus no piso e quinas ou se colocar um ovino para fazer companhia ao animal e
assim diminuir sua ansiedade.
Tique de urso: É um movimento ritmado e pendular da cabeça que lembra o movimento
característico que os ursos realizam e por isso recebe esse nome. É um vício que também pode
ser chamado de tique pendular justamente por se assemelhar ao movimento realizado por um
pêndulo.
É adquirido por ansiedade, tédio em animais baiados, por impaciência, estresse, imitação
de outros animais com este vício, ou também em animais que realizam viagens marítimas e por
conta do movimento do mar desenvolvem o tique de urso e ao chegar em terra firme continuam a
reproduzir este vício.
É extremamente viciante e acaba afetando todos os animais que tenham contato e por isso
se torna muito prejudicial economicamente pois esses animais se tornarão distraídos deixando de
realizar a função que lhe seria destinada pois sempre mantém seu foco em ficar realizando o mo-
vimento pendular constante da cabeça. Sua correção pode ser feita pelo processo de imobilização
do animal na baia ou diminuindo o tempo que o animal fica na baia para que se distraia com ou-
tras atividades.
Corcovear: É quando o animal tem a mania de ficar saltando repetidas vezes e de uma
maneira sem rumo, desnorteado, essa atitude é um ato de resistência a doma feita na intenção de
se livrar do cavaleiro montado ou dos arriamentos.
Passarinhar: É um vício comum em cavalos assustados, consiste no movimento do ani-
mal de se fixar nos membros pélvicos e atirar os membros torácicos para esquerda ou para direita,
esse comportamento também poder malicioso e nesse caso deve ser corrigido com castigo, caso
o motivo da mania seja por medo/susto deve se tentar acalmar o animal com intuito de tentar fazê-
lo perder seu medo.
Disparar: Vício caracterizado pelo ato do animal de correr de forma repentina e dispara-
damente sem controle e sem obedecer ordem do cavaleiro, esse vício será expressado geralmen-
te por uso inadequado de esporas, chicotes, golpes contínuos na boca do animal, por instabilidade
do cavaleiro sobre o cavalo, por peso excessivo ou por um susto brusco ao se deparar com algum
obstáculo inesperado.
É possível se corrigir esse vício com o uso de freios e cabeçadas especiais ou por trabalho
contínuo de monta até que o animal se adapte e apresente obediência.
Refugar: Caracterizado quando o equino se recusa a passar por um determinado ponto
do percurso que está realizando podendo apresentar junto a este empacamento, recuo e até mes-
mo disparo para trás.
Birra: Este vício se caracteriza pelo ato do cavalo de morder objetos que estão ao seu re-
dor, peças de arreio, a manjedoura, portas, palanques de amarração e tudo mais o que encontrar,
esse vício tem como consequências negativas o desgaste dos dentes incisivos. 
Se detectado no início é um vício que pode ser corrigido com atitudes como passar sub-
stâncias de mau gosto como pimenta nos objetos ao redor do animal para evitar que coloque a bo-
ca neles, evitar que o animal passe muito tempo preso para não ficar entediado, averiguar se o ní-
vel de volumoso da dieta do animal está em boas condições.
Incensar: Movimentos repetidos do cavalo que consistem em extensão e flexão da cabe-
ça juntamente com o ato de raspagem do solo com os membros torácicos.
O vício de incensar pode ser corrigido com o ato de diminuir progressivamente o tempo de
estabulação do animal.
Estufar: Mania de estufar a barriga quando a cilha é apertada afrouxando a sela e assim
o animal consegue relaxar seus músculos do ventre, evita-se que o animal faça isso o colocando
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em movimento.
Deitar como vaca: Hábito constante do cavalo de se deitar em decúbito esterno-costal
com os membros torácicos voltados para baixo do corpo, esse ato causa o surgimento de um hi-
groma (linfangioma, má formação congênita do sistema linfático) na região do tação interno da fer-
radura que tem constante atrito no codilho.
Encapotar: Costume do equino de manter a cabeça abaixada com seu focinho quase que
tocando o peito, esta mania dificulta a ação do freio e também atrapalha na capacidade de visão
do animal.
Mesquinho: Vício do animal de não permitir que toquem sua cabeça nem deixe colocar a
cabeçada.
Quebra nozes: Mania do animal de bater os lábios constantemente, este movimento gera
um som característico do vício que se assemelha bastante ao barulho de um quebra nozes e por
conta disso recebe este nome.
Cavalo gavião: Vício do animal de correr em disparada com intuito de fugir do trabalho ou
de ser recolhido para baias, se torna tão arisco que para realizar apreensão do animal é necessá-
rio o uso de laço.
Escabecear: Caracteriza-se este vício quando o animal realiza movimentos repetidos de
elevação da cabeça, para corrigir pode se colocar na cabeça do animal uma gamarra ou um man-
tigal.
Comer cola: Hábito do cavalo de comer as crinas ou caudas de outros animais, é um ví-
cio grave pois pode causar estresse nos animais que terão sua crina e pelo ingeridos e no animal
que realiza o vício possíveis cólicas e enfermidades gastrointestinais.
É um vício geralmente adquirido pelos animais quando passam por longas viagens ou por
equinos com deficiência mineral em sua alimentação.
A agressividade já é uma alteração que pode ser adquirida por traumas e maus tratos ou
também hereditariamente e neste caso é na maioria das vezes retirado da reprodução pois não é
desejado que essa característica seja passada para os futuros equinos da propriedade, faz com
que o animal perca muito valor pois é de difícil manejo e convivência e também pois dependendo
do grau de agressividade afeta sua função que seria exercida, porém para animais com finalidade
de rodeio ser agressivo é uma qualidade pois essa é a intenção da função do equino. Algumas ati-
tudes que indicam que o animal está adquirindo agressividade são: a dificuldade em selar e mon-
tar o cavalo, o ato de dar coices e mordidas, empinar, bolear, recuar, estirar, manotear e negar es-
tribo.
Negar Estribo: Ato do cavalo de se recusar a aceitar a monta do cavaleiro, pode ser con-
trolado com adestramento.
Escoicear: Movimento do animal de dar coices bruscas principalmente para trás, pode ser
observado que quando o animal vai realizar o coice demonstra geralmente cabeça baixa e orelhas
murchas.
Manotear: Ato do animal de dar golpes fortes e bruscos com os membros torácicos de
forma muito parecida com o coice, porém tem menos importância.
Morder: Este vício em bem característico de equinos naturalmente ruins, de má índole,
porém também pode ser consequência de maus tratos. Para realizar a correção dessa mania po-
de se tentar um adestramento mais passivo para tentar introduzir bons modos e empatia ao ani-
mal.
Bolear: Este é um vício que consiste no ato do cavalo de empinar de forma que jogue seu
corpo bruscamente para trás caindo de costas, prejudicial pois pode causar ferimentos graves no
animal e para sua correção pode ser aderido o uso de uma gamarra que seria uma parte de arreio
passada das cilhas do animal até a focinheira com intuito de impedir que o equino levante demais
sua cabeça.
Estriar: Vício do animal de recuar quando se encontra amarrado com intenção de se livrar
do que o prende. É possível controlar o vício com carinho e gestos positivos no animal quando
amarrado ou por retenção buçal forte.
Empacar e recuar: Estes dois vícios se apresentam em conjunto, o animal firma as patas
e se recusa a seguir o percurso a ele destinado juntamente com este ato também recua, justificati-
va para estes vício seria dores fortes na espinha do animal, má conformação dos membros, le-
sões, doma e adestramento mal feito, falta de costume do animal com o trabalho. 
A agressividade entre garanhões é comum por disputa e domínio, e nas fêmeas é comum
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quando está em período de parição pois se torna agressiva para proteger a cria. A doma gaúcha
onde os animais eram deixados viver em vida “livre” sem intervençãohumana por
anos era muito usada porém vem caindo em desuso por conta do valor econômico dos cavalos
novos, equinos vem sendo vendidos cada vez mais jovens e por isso esse tipo de doma não é
mais tão interessante nos tempos atuais. Para diminuir a agressividade de animais também se usa
a técnica de os colocar em convívio com ovinos para que se tornem mais calmos e sociáveis ou a
correção por meio de um castigo que precisa ser imediato para surtir efeito.
Os distúrbios sexuais são aqueles que ocorrem no momento da procriação tanto nos gara-
nhões se tornando agressivos para disputa da monta quanto nas éguas se tornando agressivas e
arredias por conta de variações hormonais do período de estro, outro distúrbio é a masturbação
que é mais comum em potros no início de seus períodos reprodutivos ocorrendo pelo excesso de
energia do potro e tem como principal consequência negativa a queda do vigor muscular e uma
queda no índice de fertilidade do sêmen.
Este vício corrige-se pela aplicação de uma cinta na região umbilical provida de tachas
com pontas aguçadas voltadas para baixo, com a introdução de brinquedos na baia para distração
do animal ou diminuir o tempo de baia do cavalo.
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Aula 04 - Importância Social e Econômica do cavalo
No Brasil a população não tem uma visão clara economicamente falando sobre a equino-
cultura, são animais que estão presentes em fazendas e para lazer o que faz com que o senso co-
mum seja de que a atividade da equinocultura é elitista e sem grande importância econômica, es-
sa opinião pode ser justificada pelo fato de que em comparação com outras áreas de atuação de
um médico veterinário seja relacionado ao agronegócio ou não, como a bovinocultura, caprinocul-
tura, ovinocultura, avicultura, suinocultura e clínica de pets a equinocultura gera um faturamento
de indústria bem menor, porém para analisar essa grande diferença deve se levar em considera-
ção o fato da relação emocional de pets e seus donos justificando o investimento e principalmente
em relação aos animais de produção por conta dos equinos não estarem inseridos neste meio já
que em nosso país não se têm a cultura do consumo de sua carne, todavia daqui também é feita
exportação de cavalos para outros países como carne animal e fonte de proteína que antes era
muito menor comparada a países próximos como a Argentina e o Paraguai, porém veio tomando
força e espaço e o Brasil acabou os deixando pra trás nesta atividade.
Esse pensamento popular muito se engana pois é um mercado muito lucrativo em ascen-
são e que movimenta muito dinheiro anualmente com uma média de 16,5 bilhões de reais e princi-
palmente gera grande número de empregos, sendo cerca de 610.000 empregos diretos e
2.430.000 empregos indiretos. Em um leilão de equinos, por exemplo, são vendidos desde ani-
mais adultos machos e fêmeas até bebês e embriões obtendo um faturamento de aproximada-
mente 17.520.000,00 de reais.
A tropa de cavalos no Brasil está dividida da seguinte maneira em ordem decrescente: A 
maioria dos animais está no estado de Minas Gerais com um total de 758,88 animais, no
Rio Grande do Sul 535,299 animais, na Bahia 485,356 animais, Goiás 394,799 animais, São Pau-
lo 347,411 animais, Mato Grosso do Sul 337,124 animais, Paraná 312,626 animais, Pará 284,437
animais, Mato Grosso 241,153 animais, Tocantins 239,535 animais, Maranhão 175,575 animais e
Rondônia com 173,44 animais.
Na aula foi apresentado um diagrama parcial do agronegócio do cavalo, já que este não se
encaixa no diagrama de cadeia agroindustrial que inclui outras atividades do agronegócio. O agro-
negócio não se encaixa no diagrama da cadeia agroindustrial por muitas vezes ser uma atividade
que apresenta duplo papel, isso seria por exemplo uma escola de equitação se encaixaria tanto
como consumidor final do produto cavalo como também ser fornecedor anterior do animal que iria
para um frigorífico, além disso o seu principal fator dinâmico não está localizado na indústria à
montante.
O diagrama apresentado na aula tem sua estruturação baseado na sequência tradicional
de indústria à montante - agropecuária e indústria à jusante. Com base em um estudo citado nas
referências ao fim deste resumo com minha melhor compreensão irei apresentar um diagrama di-
ferente baseado numa sequência que se inicia na indústria à jusante e a partir desta as atividades
divididas através dos âmbitos funcionais do cavalo e não exclusivamente ou com foco sobre as ati-
vidades industriais e/ou agropecuárias. A seguir o diagrama de configuração do complexo do agro-
negócio do cavalo:
Diagrama de Configuração do complexo do Agronegócio do cavalo
No diagrama acima apresentado ainda sim algumas atividades não foram incluídas, por
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exemplo quanto a indústria da moda em relação a equinos, sua exclusão se justifica por ser uma
vertente quase que inexistente no Brasil. 
Com esta imagem se pode tomar uma dimensão melhor do impacto da indústria de equi-
nos pois se pode perceber quantos empregos, serviços, lucros, vendas são possíveis a partir des-
se meio. Existem muitas atividades as quais os equinos podem estar envolvidos, sendo alguns
exemplos citadas na aula a pecuária e a criação com 71,98% dos equinos presentes, 56,48% dos
asininos e 66,18% dos muares sendo a grande maioria, lavoura temporária com 19,09% dos equi-
nos, 31,55% dos asininos e 18,90% dos muares, lavoura permanente com 4,88% dos equinos,
5,79% dos asininos e 10,69% dos muares, horticultura e floricultura com 1,82% dos equinos,
1,03% dos asininos e 1,46% dos muares, florestas plantadas com 1,02% dos equinos, 1,33% dos
asininos e 1,07% dos muares, florestas nativas com 0,79% dos equinos, 3,54% dos asininos e
1,35% dos muares, aquicultura com 0,28% dos equinos, 0,12% dos asininos e 0,29% dos muares,
pesca com 0,10% dos equinos, 0,13% dos asininos e 0,05% dos muares, sementes com mudas e
outras com 0,03% dos equinos, 0,04% dos asininos e 0,02% dos muares. Em números a estimati-
va é de que 1.100.000 animais estejam presentes na área de esporte, lazer e reprodução e
3.900.000 na área do trabalho na “lida”.
Quanto a quantidade de cavalos registrados no Brasil em divisão por raça, segundo a As-
sociação de Criadores foi lançada em 2015 uma estimativa do número desses animais, sendo:
600.000 cavalos da raça Mangalarga Marchador, 402.000 cavalos Quarto de Milha, 386.000 cava-
los Crioulo, 202.000 cavalos Mangalarga, 100.559 cavalos Campolina, 83.431 cavalos Árabe,
22,723 cavalos Pampa, 17,174 cavalos Paint Horse e 20.170 cavalos Brasileiros de Hipismo.
Já em relação a quantidade de animais vivos no Brasil em estimativa também feita pela As-
sociação de criadores em 2013 teremos 600.000 cavalos Mangalarga Marchador, 500.000 cavalos
Nordestino (esta raça não está presente nos dados de animais registrados pois sua associação já
estava inativa a 8 anos na época), 347.000 cavalos Quarto de Milha, 322.000 cavalos Crioulo,
130.000 cavalos Mangalarga, 55.677 cavalos Campolina, 69.523 cavalos Árabe, 22.723 cavalos
Pampa, 17.174 cavalos Paint Horse e 16.455 cavalos Brasileiros de Hipismo. Tanto em relação à
animais registrados quanto à animais vivos, os que estão presentes em maior quantidade são os
da raça Mangalarga Marchador.
Das atividades e vertentes exemplificadas no diagrama de configuração do complexo do
agronegócio do cavalo pode se notar que estão figurativamente separadas em alguns setores. Na
seção de serviços prestados para manutenção e funcionamento deste negócio que poderiam ser
definidos como serviços “fora da porteira”, podemos observar exemplos como lojas
se selarias, ferragens e também podendo citar por conta a inclusão de casas agropecuárias ou
qualquer tipo de estabelecimento que realize venda de objetos com finalidade de uso no equinos
independentemente da vertente em qual este objeto será usado, em um esporte ou na lida traba-
lho mesmo, também podemos observar serviços como hospitais veterinários e profissionais que
irão prestar assistência médica a estes animais, transportedestes animais que seria um serviço
prestado para a locomoção destes seja para abate, para serem levados a locais de provas de es-
portes ou local de treinamento ou uma nova propriedade para onde foi vendido e muitas outras va-
riedades de tipos de transportes que precisem ser realizados ao longo da vida do equino.
Quanto a vertente de serviços de saúde que Médicos Veterinários realizam, o lucro tam-
bém é consideravelmente grande, segundo dados de 2015, entre os anos de 2004 e 2014 o fatura-
mento mundial de Médicos Veterinários variou de 15 a 25 bilhões por ano.
Já dentro da propriedade, no que seria ditos serviços “dentro da porteira” na
criação propriamente dita destes animais também podemos observar subdivisões. Na parte de
“background”, ou seja a parte de trás dessa criação, a base, vemos atividades de
nutrição destes animais, medicamentos, laboratórios e pesquisa. 
A nutrição desses animais abre portas para inúmeros empregos envolvendo médicos vete-
rinários, zootecnistas, agrônomos trabalhando na produção de rações e obviamente a mão de
obra bruta trabalhando em campo para fornecer o produto final de qualidade que chega à cocheira
do animal. No ponto de vista da economia com o passar dos anos o lucro gerado pela venda de
ração só vem aumentando, do ano de 1998 a 2014 o volume da venda de rações no Brasil aumen-
tou bruscamente, de 1998 a 2007 manteve sua venda sempre em um volume aproximado de 200
a 350 toneladas por ano, a partir do ano de 2008 o volume de ração vendida chegou a mais do
que dobrar com uma média de 600 a 700 toneladas por ano. A distribuição de Fábricas para a pro-
dução destas rações está em todas as regiões do país, segundo dados de 2015 apresentados na
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aula a maioria está localizada na região Sudeste com um total de 43 fábricas, em seguida temos a
região Sul com 23 fábricas, Nordeste com 17 fábricas, região Centro-Oeste com 20 fábricas e regi-
ão Norte com 5 fábricas.
 A indústria farmacêutica está envolvida na parte dos medicamentos, esta também é imen-
surável e gera muito lucro, pois existem inúmeras doenças que podem afetar equinos, exemplos
são a anemia infecciosa equina, encefalomielite equina, estomatite vesicular, influenza equina, lep-
tospirose, piroplasmose, raiva, são animais caracterizados por serem grandes vítimas de cólicas,
uma doença de grande importância econômica é o Mormo, uma doença que já nem se era falada
mas com a aparição de novos casos se torna muito preocupante pois seu dano na propriedade é
devastador, caso um animal contraia a doença é necessário que o local seja fechado e isolado se
perdendo toda a função dos outros animais ali presentes pois não podem ser retirados do local por
conta do grande potencial de contágio e com isso um prejuízo enorme é acarretado. No Brasil o
faturamento de medicamentos veterinários nos anos de 1997 a 2013 variou entre 3,2 e 4,0 bilhões
de reais por ano, com picos nos anos de 2000, 2011 e 2013. Dentre estes medicamentos a grande
maioria vendida foram os biológicos sendo 28%, acompanhados pelos antiparasitários com 25%
de vendas, outros (sem especificação) com 17%, antibióticos com 16%, medicamentos terapêuti-
cos com 9% e apenas 5% de vendas de medicamentos para suplementação animal.
. Os laboratórios e a pesquisa em muitas partes caminham juntos, laboratórios podem es-
tar presentes tanto na manutenção da saúde destes animais, com participação em laudos e diag-
nósticos de possíveis doenças, através de analise da dados como sangue, urina, fezes, e também
pode estar envolvido em parceria com a pesquisa onde sua finalidade seria a interpretação de da-
dos coletados para apresentação de novas descobertas, novas tecnologias, novos medicamentos,
ou qualquer outra inovação que auxiliaria na melhora da qualidade da criação destes animais.
A partir destas atividades de background entramos diretamente no contato com os animais,
os métodos de criação, manejo direto, cuidados e é aqui que entra a participação dos criadores
também representados no diagrama que podem estar destinados a criação destes animais para
fins de venda, reprodução, produção de matéria prima alimentícia ou de estética, treinamento des-
ses animais para realização de esportes, preparo físico destes animais, a doma para prestação de
serviços de lida com o gado, cuidados diretos com animais que servem como base para pesquisas
já citadas a cima como por exemplo equinos que são usados na produção de soros, e muitas ou-
tras possíveis atividades. 
A seguir no diagrama vemos apresentadas justamente estas atividades sucessoras ao tra-
tamento dos criadores, apresentadas no diagrama estão atividades militares, lida, eventos, turis-
mo, terapia e o jockey que seria um exemplo de esporte, além deste também podem ser citados
muitos outros esportes como, Maneabilidade, Hipismo, Vaquejada, Cavalgada, Turfe, Enduro, Hi-
pismo Rural, adestramento, concurso completo de equitação (CCE), sulke, polo, prova de anda-
mento, freio de ouro, prova dos 3 tambores, prova de 6 balizas, rédeas, apartação, working cow
horse, team penning, calf roping, team roping, bulldogging, e muitos outros.
No mercado de esportes a equinocultura é forte e está bem difundida, o campeão em
quantidade de animais participantes é o esporte de Maneabilidade com 60%, em seguida vem o
Hipismo com 17%, a Vaquejada com 13%, a Cavalgada com 7% e empatados o Turfe, Enduro e
Hipismo Rural ambos com 1% cada, esses dados não são atuais e foi ressaltado na aula que a
porcentagem quanto à Vaquejada já deve estar muito maior pois é uma modalidade que já atingiu
todo o Brasil.
Apostas também são responsáveis por gerar grande movimentação de dinheiro como uma
parte envolvida nos esportes de equinos, apostas no esporte do Turfe por exemplo movimentaram
em milhões somente no ano de 2013 com exemplo de 4 localidade: no Rio de Janeiro (Gávea)
223,6 milhões, em São Paulo (Cidade Jdm) 179,8 milhões, no Rio Grande do Sul (Cristal) 27,2 mi-
lhões e no Paraná (Tarumã) 5,1 milhões.
Os cavalos não tem apenas importância econômica mas também grande importância soci-
al, com estudos que já comprovaram que como terapia são excelentes para tratamentos de muitas
enfermidades mentais ou físicas. A equoterapia é um método terapêutico e educacional que atra-
vés do cavalo busca alcançar desenvolvimentos de de pessoas portadoras de necessidades espe-
ciais de forma que ajude estes a ter um aprimoramento da força muscular, relaxamento, conscien-
tização corporal e principalmente melhora no equilíbrio e coordenação motora.
Exemplos citados na aula de enfermidades indicadas para tratamento com equoterapia
são:
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AVC;
Dificuldade auditiva;
Disfunção na interação social;
Esquizofrenia; 
Disfunções ortopédicas;
Síndrome do X-frágil;
Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor;
Deficiência visual;
Distúrbio de atenção;
Hiperatividade;
Paralisia cerebral; 
Síndrome de Down;
Autismo;
Depressão; 
Distúrbios comportamentais; 
Insônia;
Disfunções posturais;
Estresse;
Comprometimento emocional;
Distúrbios de aprendizagem ou linguagem;
Esclerose múltipla;
Lesão medular;
Sequelas de TCE;
Traumatismo crânio-encefálico.
Os centros de Equoterapia estão espalhados por quase todos os Brasil inclusive no nosso
estado, no Acre existe 1 centro, no Amazônia também 1 centro, em Roraima 1 centro, em Rondô-
nia 5 centros, no Pará 2 centros, no Mato Grosso 6 centros, em Tocantins 1 centro, em Goiás 9
centros, no Distrito Federal 9 centros, Mato Grosso do Sul 4 centros, Rio Grande do Sul 35 cen-
tros, Santa Catarina 15 centros, Paraná 14 centros, São Paulo 83 centros, Minas Gerais 25 cen-
tros, Rio de Janeiro 12 centros, Bahia 5 centros, Espírito Santo 2 centros, Sergipe 1 centro, Ala-
goas 4 centros, Pernambuco 1 centro, Rio Grande do Norte 1 centro, Paraíba 1 centro, Ceará 3
centros e Piauí 1 centro.
No Brasil como representante forte e importante temos a Ande-Brasil (Associação Nacional
de Equoterapia), esta surgiu em 10 de maio de 1989, é uma entidade civil sem fins lucrativos,

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