Prévia do material em texto
Exercício – Vistoria em vizinhanças e compatibilização de projetos A respeito do tema “vistoria em vizinhanças”, responda: 1) Quais fases do empreendimento a vistoria da vizinhança abrange? A vistoria em vizinhanças deve ser feita na fase de planejamento em período anterior do início dos trabalhos na obra como procedimento cautelar e preventivo. 2) Qual a importância de fazer tal vistoria? Quando ela tem caráter obrigatório? De maneira simplificada, a vistoria das vizinhanças é um “raio x” do estado geral dos imóveis vizinhos confrontantes com a pretendida obra e suas imediações. Nela são analisadas e registradas as condições físicas e estruturais das edificações, o seu estado de conservação, as características construtivas, as anomalias e patologias já existentes. No lado consta o registro fotográfico minucioso de todo o perímetro e as características técnicas pertinentes das edificações vistoriadas. Dessa maneira a vistoria serve como uma garantia para a construtora da devida responsabilização de eventuais apurações de danos ou problemas que possam surgir após o início da obra. Além disso, dá ciência ao proprietário do imóvel vistoriado das condições preexistentes do seu imóvel para que não haja reclamações indevidas. Quanto a sua obrigatoriedade, ela é normativa, a ABNT NBR 12722/92 que trata da “Discriminação de serviços para construção de edifícios” é taxativa ao estabelecer no item 4.1.10 Vistoria Preliminar, as condições para que seja obrigatório a realização da vistoria.: “Toda vez que for necessário resguardar interesses às propriedades vizinhas à obra (ou ao logradouro público) a ser executada, seja em virtude do tipo das fundações a executar, das escavações, aterros, sistemas de escoramento e estabilização, rebaixamento de lençol d’água, serviços provisórios ou definitivos a realizar, deve ser feita por profissional especializado habilitado uma vistoria […].” 3) Quais documentos devem ser anexados e de que forma a vistoria pode ser tornada oficial? Ainda na NBR 12722/92, na continuação do item 4.1.10 Vistoria Preliminar, citado acima, a norma discorre o que deve constar no laudo. “[...] deve ser feita por profissional especializado habilitado uma vistoria, da qual devem resultar os seguintes elementos: a) planta de localização de todas as edificações e logradouros confinantes, bem como de todos os logradouros não-confinantes, mas suscetíveis de sofrerem algum dano por efeito da execução da obra; b) relatório descritivo com todos os detalhes que se fizerem necessários a cada caso, das condições de fundação e estabilidade daquelas edificações e logradouros, além da constatação de defeitos ou danos porventura existentes nelas.” A NBR 12722 estabelece que os documentos referentes a vistoria e o laudo precisam estar disponíveis para acesso de todos os interessados (construtora e proprietários dos imóveis vistoriado). Para fins legais e para oficializar o documento, na prática é feito o registro do laudo técnico no cartório, pela Ata Notarial, oficializando a data, de forma a facilitar a consulta caso haja necessidade. 4) Quais as implicações de não fazê-la? Uma das principais implicações de não fazer a vistoria em vizinhanças é que o construtor fica muito mais suscetível a reclamações indevidas e de má fé e em um eventual processo é muito mais difícil provar se a patologia reclamada já existia ou foi causada em decorrência da execução da obra. Podendo ter que ressarcir por um eventual dano que não era de sua responsabilidade. A respeito do tema “compatibilização de projetos” responda: 5) O que é compatibilização de projetos? O projeto para a construção de um prédio, por exemplo, é composto por diversos tipos de projetos: projeto arquitetônico, estrutural, elétrico, hidrossanitário, entre outros. Que são feitos na maioria das vezes por empresas ou escritórios diferentes. Quando confrontados os diferentes projetos podem haver conflitos que quando não observados podem gerar atrasos e prejuízos. A compatibilização de projetos vem exatamente para diminuir ou eliminar esses conflitos, é uma tarefa multidisciplinar essencial no desenvolvimento de projetos. que faz a integração das interfaces dos diferentes projetos para uma determinada obra, com objetivo antecipar, identificar e eliminar as interferências e inconsistências que possam existir na etapa de execução entre os elementos construtivos ainda na fase de concepção, onde as decisões estratégicas são menos onerosas. 6) Quais suas vantagens? O resultado da compatibilização de projetos, como citado no item acima é a redução dos problemas que surgiriam na obra ainda na fase de projeto, simplificando sua execução, evitando retrabalho, garantido um maior controle e detalhamento da obra, reduzindo o custo da construção, os prazos de execução, e otimizando os recursos empregados no decorrer da construção. Fabrício (2002) afirma que, as decisões tendem a ser tornar mais caras à medida que o tempo passa. Os envolvidos, no início do processo, podem ficar mais à vontade para propor soluções. Do contrário, quanto mais próximos do fim do processo, mais caras as soluções se tornam. Figura 1 - Capacidade de influenciar o custo final de um empreendimento de edifício ao longo de suas fases – Fonte: Fabricio (2002) 7) Quais tecnologias podem ser utilizadas a seu favor? No passado era comum fazer a verificação das incompatibilidades e interferências físicas com o projeto impresso, fazendo a sobreposição manual e análise ao olho nu. Posteriormente utilizando programas 2D E 3D em softwares de CAD. Com a avanço da tecnologia, novas ferramentas e softwares que facilitam e auxiliam na compatibilização de projetos. O Sistema de Armazenamento de Dados de Projetos (SADP), que realiza o armazenamento de dados baseado em protocolos de transferência de arquivos eletronicamente. A plataforma BIM permite a interação de diversos projetos, analisando tridimensionalmente, analisandos as interferências de maneira automatizada, fazendo com que não haja um elemento no mesmo espaço que outro. Esse é seu diferencial da plataforma CAD, que desenvolve apenas uma representação em linhas do desenho. Segundo Freitas (2014) a principal característica do BIM é a combinação do seu sistema de modelação 3D com uma gestão, partilha e troca de dados durante a vida útil do edifício tendo como resultado um modelo com imagens gráficas tridimensionais em tempo real, onde cada linha e cada objeto apresentam dados físicos reais. Com isso surgiu uma gama de softwares de modelagem e gestão BIM que facilita e fornece análise de gestão da construção, como orçamento, quantitativos de matérias, planeamento do tempo, entre outros. 8) Como deve ser realizada a compatibilização de projetos? Como citado no item anterior, a metodologia BIM tem sido um dos métodos mais eficientes na hora de trabalhar com a compatibilização dos projetos. projetos. O coordenador de projetos deve reunir os projetos, verificar se a linguagem, os layers, o tipo de arquivo está padronizado e caso não esteja, padronizar e com ajuda dos softwares é executado a análise de interferências e a sobreposição de projetos. Após isso é discutido a resolução junto aos projetistas dos eventuais problemas e a possível modificação dos projetos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12722: Discriminação de serviços para construção de edifícios. Rio de Janeiro, 2002. 14p. FABRÍCIO, Márcio Minto. O Projeto Simultâneo na Construção de Edifícios. Tese (Doutorado em Engenharia) - Departamento de Engenharia de Construção Civil, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002. FREITAS, Gonçalo Andrade Freitas. Metodologia BIM – uma nova abordagem, uma nova esperança. Dissertação de Mestrado, Universidadeda Madeira, 2014 https://www.foconengenharia.com.br/laudo-de-vistoria-cautelar-de-vizinhanca- para-novas-obras/ https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD- 9Y6JZU/1/monografia_adriano.pdf https://periodicos.iesp.edu.br/index.php/campodosaber/article/viewFile/62/50 https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/38433970/Tecnicas_de_compatibilizacao.. pdf?1439215213=&response-content- disposition=inline%3B+filename%3DA_importancia_da_compatibilizacao_de_pr o.pdf&Expires=1614559691&Signature=PG61cIfF6cHB~ILJUPNJBkOjvE1z41J 48KD2TzFkR10qMFI-~K9J7~mo3-0~ft- CddK99JZEDKGtIr7tSYvVNELYUwWjMLeTZxD6qB71i37rFEeV0l2w0blaL~sYn 4UDU2NtK7lpX9tR3sxl~NEe2uneTQWUy9funDSRklS3WYXO- UOSEJMh25xAMFMatGxYGbzYMZdRXlBo~AT1MiqKYEY5oOhmokH6k8oZ4w ~D3DICbmTK11kHlCGUD1eVl0TUFUDf~canAfC74lFbF2E2PHNbHFrSpM- QcIeaCep7f2UuerwPjjL1BC0DQq8q6UgUVcTeh- qYSLGh204wDkM6sQ__&Key-Pair-Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9Y6JZU/1/monografia_adriano.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9Y6JZU/1/monografia_adriano.pdf https://periodicos.iesp.edu.br/index.php/campodosaber/article/viewFile/62/50