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1617 - Metodologia da Pesquisa e Investigação em Nutrição

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UNIVERSIDADEMETROPOLITANA DE SANTOS
Núcleo de Educação a Distância
Núcleo de Educação a Distância
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
Metodologia da Pesquisa e Investigação em Nutrição
2º Semestre
Créditos e Copyrights	
Pereira, Paulo 
                   Metodologia da Pesquisa e Investigação em Nutrição. Paulo Pereira. Santos: Núcleo de Educação a Distância da UNIMES, 2020. p. (Material didático. Curso de Nutrição).
                 Modo de acesso: www.unimes.br
                  1. .  2. .   3. 
                                                                                               CDD 
Este curso foi concebido e produzido pela Unimes Virtual. Eventuais marcas aqui publicadas são pertencentes aos seus respectivos proprietários.
A Unimes Virtual terá o direito de utilizar qualquer material publicado neste curso oriunda da participação dos alunos, colaboradores, tutores e convidados, em qualquer forma de expressão, em qualquer meio, seja ou não para fins didáticos.
Copyright (c) Unimes Virtual
É proibida a reprodução total ou parcial deste curso, em qualquer mídia ou formato.
Sumário
Aula 01_O início da ciência moderna	4
Aula 02_O conhecimento científico e os outros tipos de conhecimento.	7
Aula 03_A Base empírica	9
Aula 04_ O Método Científico	11
Aula 05_ Hipóteses	14
Aula 06_ O que é pesquisa?	17
Aula 07_ Tipos Lógicos de Pesquisa	19
Aula 08_ Preparação da Pesquisa	22
Aula 09_ Fases da Pesquisa	24
Aula 10_ Execução da Pesquisa	27
Aula 11_Visão geral dos Ensaios Clínicos	30
Aula 12_Especificidades dos Ensaios Clínicos	32
Aula 13_Tipos de Variáveis	35
Aula 14_Estudos Observacionais	37
Aula 15_Revisão Sistemática da Literatura	39
Aula 16_Metanálise	40
Aula 17_ Características do Texto Científico	43
Aula 18_ Estrutura do Texto Científico	47
Aula 19_ Redação do Título	51
Aula 20_ Redação do Resumo	54
Aula 21_ Redação da Introdução	58
Aula 22_ Redação dos Métodos	61
Aula 23_ Redação dos Resultados	64
Aula 24_ Redação da Discussão	66
Aula 25_ Redação das Conclusões	68
Aula 26_ Normas de Citações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)	70
Aula 27_ Elaboração de Referências	74
Aula 28_ Redação do TCLE	76
Aula 29_Gráficos	79
Aula 30_ Tabelas	82
Aula 31_Busca Bibliográfica no PubMed	86
Aula 32_Busca Bibliográfica no PubMed	91
Aula 01_O início da ciência moderna
	Olá prezados alunos!
Sejam bem-vindos à disciplina “Metodologia da Pesquisa e Investigação em Nutrição” do curso de bacharelado em Nutrição da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes). 
Esta disciplina tem como propósito qualificar o futuro profissional da Nutrição em realizar uma leitura crítica de artigos científicos, assim como dominar e entender o processo deescrita cientifica.
	Nesta aula daremos início aos nossos estudos a respeito da metodologia científica, para tanto é necessário voltarmos ao passado para compreendermos de maneira integral o pensamento e a escrita científica. 
	Com o intuito de entender o homem e o mundo a filosofia apresenta dois tipos de abordagem: o raciocínio lógico, que não recorre as impressões que nos chegam por meio dos nossos órgãos sensoriais, ou seja, esta abordagem procura compreender o homem e o mundo exclusivamente a partir do pensamento, do raciocínio, da lógica e a abordagem filosófica que busca o entendimento do mundo e do homem via informações captadas pelos nossos órgãos sensoriais. Na abordagem filosófica a experiência sensorial do indivíduo é o fator primordial para a intepretação e o entendimento dos fatos.
	Você deve estar se questionado: “Filosofia?! Não iríamos estudar metodologia científica?” Sim, e para que nós possamos aprofundar no estudo da metodologia cientifica, da pesquisa cientifica, o estudo e o entendimento da filosofia, ou melhor da filosofia da ciência, se faz necessário. Algumas informações acerca da filosofiasão fundamentais para a adequada compreensão do que é ciência e como ela é feita.
	A filosofiainicialmentebuscava entender o mundo a partir da visão racional, ou seja, o início da filosofia é marcado pelo fato de o homem querer entender o mundo por meio da razão, do pensamento, de modo que as experiências obtidas a partir dos nossos órgãos sensoriais não eram consideradas.
Posteriormente, Aristóteles (384-322 a.C.) inicia o pensamento empirista, o qual considera que as experiências sensoriais do homem, ou seja, provenientes dos órgãos sensoriais, são relevantes e devem ser usadas para entender o mundo. O pensamento empirista iniciado por Aristóteles no século IV a.C. origina a ciência moderna no século XVII.
A partir das informações apresentadas fica evidente a dicotomia na filosofia: razão versus experiencia sensível. A ciência moderna tem o seu início considerando e aceitandoos conhecimentosembasados em evidências empíricas, que consideram a observação e a experimentação para então compreender o mundo e o homem.
A ciência moderna é caracterizada pela insistência em testar as teorias a partir da realidade, ou seja, observação e mensuração dos dados. Anteriormente a isto, as teorias eram “testadas” apenas por meio do debate, não havia de fato um teste que originasse resultados, dados, observações.
Grandes pensadores e cientistas que provavelmente você conhece ou já ouviu falar contribuíram com a consolidação da ciência moderna, como: Copérnico (1473-1543), Francis Bacon (1561-1626), Galileu-Galilei (1564-1642), Johannes Kepler (1571-1630), Isaac Newton (1642-1727), Voltaire (1694-1778) entre outros.
Sem delongas, destaco a obra de Galileu-Galilei, um italiano que nasceu em Pisa e faleceu em Florença. Foi um dos fundadores da ciência moderna, sendo o primeiro cientista a mostrar o princípio da objetividade em ciência, isto é, o foco deve ser nas informações objetivas, sem que a subjetividade inerente aos seres humanos interfira nas observações registradas pelo cientista. Galileu-Galilei exaltou que o poder e a autoridade não devem interferir de forma alguma nas atividades cientificas.
O debate a respeito do racionalismo e do empirismo ainda está presente. Em geral os racionalistas sustentam que o conhecimento é alcançado a partir exclusivamente do raciocínio, por outro lado os empiristas exaltam a necessidade das experiencias sensoriais. 
A partir disso chegamos ao filósofo e matemático Gottfried Leibniz (1646-1716) que foi um marco na união dessas duas formas que buscam entender o mundo.Leibniz dizia que era possível acessar qualquer conhecimento a partir do raciocínio, contudo, reconhecia que devido as possíveis limitações humanas nas faculdades racionais também era necessário considerar a experiência sensorial na construção do conhecimento.
Vimos que o debate filosófico foi travado entre as diferentes abordagens filosóficas,e que a partir do século XVIII é proposta uma conciliação entre as diferentes abordagens foi proposta. Nos séculos subsequentes outros filósofos e cientistas fizeram outras considerações a respeito de como a filosofia e o empirismo buscam entender o mundo possibilitando a tomada de decisões de modo a minimizar os possíveis erros.
Atualmente, em muitas áreas predomina a solidez da base empírica na sustentação das conclusões, ou seja, a observação, a obtenção de resultados a partir de métodos robustos é necessária.
Outro aspecto que também merece ser tratado é que apenas os dados são insuficientes para a construção adequada do discurso científico visto que eles são uma representação do cientista a respeito dos fatos que apresenta, assim o discurso lógico também deve estar presente
Concluímos que no melhor entendimento a ciência, a produção cientifica, é marcada pelo pensamento lógico e pelo empirismo, uma abordagem complementando a outra. 
Aula 02_O conhecimento científico e os outros tipos de conhecimento.
	Na aula anterior foram apresentadas as principais diferenças e características do racionalismo e do empirismo. Discutimos a respeito das diferentes abordagens filosóficase como estas abordagens contribuíram para a formação da ciência atual.
Na aula de hojeconversaremos sobre o conhecimento científico e os outros tipos de conhecimento existentes, quais são as suas peculiaridades na forma como buscam compreender o mundo.
Há diferentes formas de o homem abordar e entender o mundo, a ciência é uma delas. As diferentes formas de entender o mundo são:ciência, filosofia, religião e arte. Na sequência serão detalhadas as principais características que cada forma apresenta. Não é objetivo das informações apresentas nesta aula classificar uma forma de entendimento do mundo como superior a outra. 
	A ciência empírica surgida no século VII e que predomina na atualidade considera o mundo físico e as observações dos fatos como fundamentais para a construção dasteorias.Conforme vimos na aula anterior o surgimento da ciência rompeu com a prática puramente filosófica de anuência das ideias sem a necessidade de confrontá-las com os fatos, o que era típico da prática racionalista.
A palavra empírico diz respeito ao que é concreto e observável, desta forma na ciência empírica são aceitas as teorias que podem ser sustentadas empiricamente, ou seja, que podem ser observadas.
É evidente durante a leitura de artigos científicos, quando nos deparamos com os tópicos “materiais e métodos” e “resultados”, que ambos os tópicos têm a função de mostrar ao leitor quais foram os procedimentos realizados no estudo (“matérias e métodos”) para a obtenção dos fatos observados (“resultados”).
	A ciência empírica é marcada pelo uso do discurso lógico e do reconhecimento de que o conhecimento é provisório. A compreensão de que o conhecimento é provisório é fundamental na ciência empírica, visto que os resultados encontrados por determinado estudo considerado atual podem ser confrontados futuramente. Essa uma característica essencial do conhecimento científico, ser refutável.
	O conhecimento científico deve ser considerado como provisório,além disso, para que de fato um determinando conhecimento seja considerado como conhecimento científico este precisa ser aceito pela comunidade cientifica, os pares precisam ter acesso a este conhecimento produzido e aceitá-lo.
	Por outro lado, a filosofia apesar de também usar o discurso lógico não se preocupa em confrontar o seu universo teórico. Em suma a diferença entre ciência e filosofia se dá pelo método de estudo: enquanto na ciência empírica é necessário a confrontação das ideias com base nos fatos observados, empirismo, na filosofia essa confrontação baseada no empirismo é dispensável. É por estes motivos que em um texto filosófico não há necessidade de apresentar os tópicos “materiais e métodos” e “resultados”. Em suma, na filosofia o que outros filósofos discursam é relevante, uma base empírica para comprovar o discurso é prescindível, basta a argumentação lógica.
	Na religião, por sua vez, as explicações dos fatos se dão por meio de entidades imateriais divinas, as quais dependendo da religião governam o mundo. A religião pode usar a lógica para explicar os fenômenos do mundo, entretanto diferentemente da ciência e da filosofia cada religião admite uma condição como verdadeira. Na ciência, por exemplo, a refutação das teorias não implica no desaparecimento da ciência, enquanto na religião a negação da verdade, sob a ótica religiosa, resulta no desaparecimento dela.
	E por fim, mas não menos importante temos a arte, outra formade conhecimento que busca entender e explicar o mundo. Na arte diferentemente das outras formas de conhecimento não há restrições a um dos mundos, físico ou metafísico, e não é de praxe na arte a utilização do discurso lógico.
	Quando se trata de arte não importa se as evidências vêm de experiências individuais ou universais, se são reproduzíveis ou não, o artista é livre para expressar a forma como entende o mundo e os apreciadores da arte podem compartilhar ou não do mesmo entendimento.
O CONTEÚDO DESTE CAPÍTULO PODE SER ENCONTRADO E APROFUNDADO NAS REFERÊNCIAS ABAIXO.
REFERÊNCIAS:
	VOLPATO, G.L. O método lógico para redação científica. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, v. 9, n. 1, 2015.
VOLPATO, G.L. Ciência, publicação e redação científica. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 13, n. 3, 2011.
Aula 03_A Base empírica
	Na aula anterior foram apresentados os diferentes tipos de conhecimento existentes, com destaque ao conhecimento científico que é marcado pelo uso do discurso lógico, do reconhecimento de que o conhecimento é provisório e que precisa ser aceito pela comunidade cientifica. 
	Hoje conversaremos a respeito da base empírica e da sua importância para o fortalecimento do conhecimento científico.
A partir do método científico é possível encontrar evidências que possibilitam que o cientista tire conclusões sobre algo. E o que seria a base empírica? A base empírica são as evidências encontradas através do método científico.
	Inicialmente tem-se uma pergunta específica que o cientista quer responder a respeito de um determinado assunto, para isto é necessário ter um método apropriadopara responder à pergunta de maneira adequada. Por fim, o método escolhido de maneira apropriada para responder à pergunta fornecerá resultados, evidências, estas irão compor a base empírica.
	Textos científicos que não apresentam evidência empírica são meramente especulativos. A construção de uma base empírica requer suporte empírico, diferentemente dos textos em filosofia, que abordam questões que não necessitam de evidências empíricas, são textos com alto padrão de base lógica.
	As evidências empíricas podem ser obtidas por tanto por meio de técnicas quantitativas, que são convertidas em números os quais são analisados e interpretados, quanto por meio de técnicas qualitativas, com descrições por palavras, formas e outras maneiras que não são convertidas em números. 
As bases empíricas constituídas por evidências quantitativas ou por evidências qualitativas apresentam a mesma importância para ciência, além do que uma não anula a outra.
	A base empírica pode ser entendida como evidências do mundo que chegam a nós pelos sistemas sensoriais e percepções conscientes, e na ciência a base empírica precisa estar ao alcance de qualquer pessoa, não devendo ser restrita a apenas algumas pessoas, precisa ser acessível a outros cientistas e a população em geral,
	A base empírica precisa ser interindividual, ou seja, todos devem conseguir visualizar, acessar uma determinada evidência. Por exemplo, posso falar que sonhei e vi Jesus, para mim isto está muito claro, masvocê que está lendo este texto não consegue ver Jesus pelo fato de que foi através do meu sonho que eu vi. Logo, não podemos considerar isso como uma base empírica, evidencia científica, por mais que eu possa afirmar que tenha visto Jesus.
Além disso, a base empírica precisa ser perene, duradoura, conservada por muito tempo. Existem duas formas de tornar uma evidência perene: a primeira é através da fixação da informação por meio de registros, fotos, vídeos, gravação de áudio, e a outra forma é fazendo com que os estudos sejam reprodutíveis e para isso, na secção dos “matérias e métodos” os métodos utilizados no estudo precisam ser descritos de forma detalhada de modo que qualquer cientistapossa reproduzir o estudo. 
REFERÊNCIAS:
	VOLPATO, G.L. O método lógico para redação científica. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, v. 9, n. 1, 2015.
VOLPATO, G.L. Ciência, publicação e redação científica. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 13, n. 3, 2011.
Aula 04_ O Método Científico
Conforme vimos na aula anterior é a partir do método científico que são obtidas as evidências que compõem a base empírica.
O principal pressuposto do método científico é que cada ideia a respeito do mundo seja amparada por fatos que podem ser apurados. Desta forma, o método científico é estruturado de modo a evitar ou minimizar as chances de obter conclusões equivocadas a respeito do objeto estudado.
	Uma pergunta inicial que devemos fazer é: como é produzido o conhecimento através do método científico? Bom,essa não é uma pergunta fácil de ser respondia, mas basicamente o método científico proporciona resultados, base empírica, que sejam seguros em relações as conclusões.
	O método científico quando de fato presente nos estudos minimiza as chances de acontecer erros metodológicos que comprometam os resultados e consequentemente as conclusões do estudo. 
	Abaixo são apresentadas as principais características do método científico:
	Uma característica marcante do método científico é a reprodutibilidade. Reproduzindo o método de um determinado estudo a conclusão do novo estudo deve ser a mesma conclusão que o estudo prévio apresentou.E quando não é possível reproduzir os estudos, o que provavelmente pode ter acontecido?
· Provavelmente há algum erro não-proposital na execução do método.
· Provavelmente os autores do estudo não detalharam minuciosamente o método utilizado.
· Provavelmente há corrupção por parte dos autores do estudo, manipulação dos dados.
· Provavelmente os métodos do estudo foram adaptados em relação ao método proposto originalmente. As adaptações feitas no método original também precisam estar detalhadas.
· Provavelmente o tratamento estatístico utilizado no estudo não é adequado, assim os resultados obtidos podem não representar o que de fato aconteceu no estudo, exemplo: encontrar diferença estatística entre duas intervenções quando na verdade não houve diferença.
E para finalizarmos a nossa aula é importante lembrar que não há ciência, construção do conhecimento científico, se o método científico não for considerado
	REFERÊNCIAS:
	VOLPATO, G.L. O método lógico para redação científica. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, v. 9, n. 1, 2015.
Aula 05_ Hipóteses
Conforme vimos na aula anterior o método científico é estruturado de modo a evitar ou minimizar as chances de obter conclusões equivocadas a respeito do objeto estudado. Nesta aula dialogaremos a respeito das hipóteses que na maioria das vezes estão presentes nos estudos. 
O que é a hipótese de um estudo científico? A hipótese é uma resposta à pergunta do estudo que os autores esperam encontrar.
Quando a hipótese do estudo é testada a sua confirmação ou negação se transforma na conclusão do estudo. Uma premissa na ciência é que para ser uma hipótese científica a hipótese precisa ter a condição de ser negada, caso contrário a hipótese não é considerada científica. 
	Nestes casos para confirmar ou negar as hipótesessão necessáriosa realização de estudos científicos para que a partir das evidências empíricas, resultados dos estudos, as hipóteses sejam confirmadas ou refutadas.
Uma hipótese cientifica deve ser formulada a priori, isto é, antes do início do estudo. Na concepção do projeto científico é ideal que a hipótese seja apresentada juntamente com o objetivo do estudo. 
Todo estudo tem um objetivo, este deve obrigatoriamente ser atingido. Nos estudos que apresentam hipótese o objetivo do estudo é testá-la. Quando uma hipótese é testada há duas possibilidades: confirmá-la ou negá-la.
	Independentemente do que aconteça estes resultados devem ser compartilhados com a comunidade científica, contribuindo com o fortalecimento da base empírica e evitando desperdício de tempo e recursos financeiros de outros cientistas que estavam engajados em testar a mesma hipótese.
	
Bibliografia Básica
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. Fundamentos de Metodologia Científica, 8ª edição. Grupo GEN, 01/2017. 
VIEIRA, S.; HOSSNE, W. S. Metodologia Científica para a Área da Saúde, 2ª edição. Grupo GEN, 02/2015. 
Alberto, O. Filosofia da Ciência, 3ª edição. Zahar, 2003
Bibliografia Complementar
SAMPIERE, R. H.;COLLADO, C. F.; LUCIO, M. P. B.Metodologia de Pesquisa, 5ª edição. Grupo A, 03/2013.
VOLPATO, G.L. O método lógico para redação científica. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, v. 9, n. 1, 2015.
VOLPATO, G.L. Ciência, publicação e redação científica. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 13, n. 3, 2011.
FERNANDES, N. C. A redação do termo de consentimento livre e esclarecido em linguagem acessível: dificuldades. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 42, n. 3, p. 197-199, 2015.
LIMA, J. S., LA REZA, D., TEIXEIRA, S., & COSTA, C. Pesquisa clínica: fundamentos, aspectos éticos e perspectivas. Revista da SOCERJ, v. 16, n. 4, p. 225-233, 2003.
FRONTEIRA, I. Estudos Observacionais na Era da Medicina Baseada na Evidência: Breve Revisão Sobre a Sua Relevância, Taxonomia e Desenhos. Acta Médica Portuguesa, v. 26, n. 2, 2013.
UWE, F. Introdução à Metodologia de Pesquisa. Grupo A, 01/01/2012. 
Aula 06_ O que é pesquisa?
	Nesta aula será apresentada a definição de pesquisa e alguns conceitos presentes na pesquisa científica.
	De acordo com Vieira e Hossne (2015) a pesquisa é considerada como um procedimento sistemático que tem como objetivo investigar, rever, ampliar o conhecimento existente, contribuir com a base empírica a partir de resultados obtido por meio do método científico. Em suma a pesquisa científica deve contribuir com o entendimento do mundo e de seus fenômenos. 
	Tradicionalmente as pesquisas são classificadas a partir dos instrumentos e estratégias utilizados pelo cientista para coletar os dados e então responder à pergunta do estudo. As classificações da pesquisa são: pesquisa qualitativa e pesquisa quantitativa.
	Basicamente a diferença entre pesquisa qualitativa e pesquisa quantitativa está no tipo de dados coletados por cada uma.
	A pesquisa quantitativa mede numericamente as variáveis do estudo, exemplos: estatura, massa corporal, quantidade de macronutrientes ingerida ao longo do dia. A partir da pesquisa quantitativa o cientista obtém dados numéricos. 
	A pesquisa qualitativa não se preocupa com a representatividade numérica das variáveis, trabalha com a qualidade das variáveis, em geral os dados são obtidos por meio de questionários, exemplos: gosta ou não gosta, bom ou ruim, utiliza palavras para expressar emoções e sentimentos. A pesquisa qualitativa se preocupa com significação que as pessoas atribuem a suas experiências do mundo e com o modo como compreendem o mundo.
	Além das pesquisas qualitativas e quantitativas existem um terceiro tipo: a pesquisa quali-quantitativa. Como o próprio nome sugere, apresenta tanto variáveis numéricas, quantitativas, quanto variáveis qualitativas.
	Independentemente do tipo de pesquisa o cientista busca evidências a respeito do mundo, a respeito de algum fenômeno do mundo. Assim é fundamental o entender que independentemente do tipo de pesquisa o cientista está fazendo ciência empírica, ou seja, obtendo resultados a partir da observação dos fatos.
	REFERÊNCIAS:
	VOLPATO, G.L. O método lógico para redação científica. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, v. 9, n. 1, 2015.
	
Aula 07_ Tipos Lógicos de Pesquisa
Conforme vimos anteriormente é a partir do método científico que são obtidas as evidências que compõem a base empírica. Importante lembrar que não há ciência se não houver o emprego do método científico.
Na aula de hoje conversaremos a respeito dos tipos lógicos de pesquisa. 
Há três tipos pontos lógicos no discurso científico: descrição, associação e interferência. O estudo científico pode apresentar uma ou mais lógicas, obviamente que o texto deve obedecer às lógicas das quais trata.
Abaixo serão mostradas as principais características dos tipos lógicos de pesquisa.
· Pesquisa de Associação:
· Tem como objetivo investigar se há uma relação entre as variáveis.
· Neste tipo de pesquisa não há influência de uma variável sobre a outra.A associação entre duas variáveis é obtida através de uma terceira variável que controla as outras duas.
· Na pesquisa de associação o objetivo não é investigar como a terceira variável influência no comportamento das outras duas, mas sim saber se observando o comportamento de uma das duas variáveis é possível inferir sobre a outra.
· Exemplo hipotético: consumo de maçã e a ingestão de água ao longo dia. Suponhaque o indivíduo ao aumentar o consumo de maçã mude seus hábitos alimentares, e por consequência desta mudança ele passe a ingerir mais água ao longo dia. Pode-se inferir que o aumento no consumo de maçã está associado ao aumento na ingestão de água devido a mudança nos hábitos alimentares.
· Pesquisa Descritiva:
· Tem como objetivo caracterizar algo.
· Neste tipo de pesquisa não é necessária uma hipótese, ou seja, uma suposição que antecede a ocorrência dos fatos.
· Em um mesmo estudo é possível caracterizar mais de uma variável.
· Exemplo hipotético: caracterizar os hábitos alimentares dos estudantes do 2º ano do ensino médio.
· Pesquisa de Interferência:
· Tem como objetivo determinar a interferência direta de uma variável sobre a outra.
· Neste tipo de pesquisa os mecanismos que induziram a interferência podem ser estudados. Os mecanismos são a sequência de eventos que liga o agente que promove a interferência ao efeito final.
· Exemplo hipotético: o consumo de cafeína aumenta o estado de alerta de homens e mulheres. Aqui fica nítido que há uma interferência direta da cafeína no estado de alerta dos indivíduos.
	Nosso conteúdo de hoje se encerra por aqui. Nesta aula conversamos a respeito dos tipos lógicos de pesquisa. Vimos que os tipos lógicos de pesquisa apresentam características distintas que induzem a diferentes objetivos.
	O CONTEÚDO DESTE CAPÍTULO PODE SER ENCONTRADO E APROFUNDADO NA SEGUINTE REFERÊNCIA:
	VOLPATO, G.L. O método lógico para redação científica. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, v. 9, n. 1, 2015.
Aula 08_ Preparação da Pesquisa
	Em nossa última aula conversamos a respeito dos tipos lógicos de pesquisa. Foram apresentados os três tipos lógicos de pesquisa assim como as suas características. 
	Na aula de hoje serão apresentadas informações a respeito da preparação da pesquisa.
	Bom, começaremos do início, obviamente, e o que seria o início de um projeto de pesquisa que posteriormente será um estudo científico? A resposta é: uma boa pergunta, uma pergunta que mereça ser respondida a partir do método científico, para que então as evidências empíricas obtidas contribuam com o entendimento e compreensão do mundo e dos fenômenos presentes nele.
Para que seja possível pensarmos em uma boa pergunta que mereça ser respondida precisamos exaurir a literatura a respeito do tema de interesse. É necessário que se tenha um conhecimento pleno a respeito do atual estado da arte sobre o tema que será objeto de pesquisa. 
Após exaurir a literatura sobre o tema, muito provavelmente alguns questionamentos, dúvidas, ideias virão à tona, é exatamente neste momento que surge uma boa pergunta que mereça ser respondida. A partir deste momento considere que a pergunta que mereça ser respondida foi definida. O próximo passo é o planejamento da pesquisa, assunto que discutiremos nos parágrafos abaixo.
Como proposto por Marconi e Lakatos (2015) o planejamento da pesquisa engloba: o próprio planejamento da pesquisa, também conhecido como “preparação da pesquisa”, as “fases da pesquisa”, a etapa de “execução da pesquisa” e o “relatório da pesquisa”.
Nesta aula nos ateremos a conversar sobre a “preparação da pesquisa”. Abaixo serão mostrados os tópicos que devem ser pensando no momento de preparação da pesquisa:
	
	Após o planejamento da pesquisa ser concluidoo projeto de pesquisa começa a ter forma. Cada aspecto apontando anteriormente deve ser rigorosamente pensado e definidopara que futuramente quando a pesquisa estiver acontencendo os erros metodológicos sejam minimos de modo que a pesquisa não seja comprometida e os resultados de fato respondam a pergunta do estudo.
Aula 09_ Fases da Pesquisa
Conforme vimos na aula anterior o planejamento da pesquisa engloba alguns tópicos, sendo que a preparação da pesquisaé o ponto de partida para o início da escrita do projeto científico. Além disso, conversamos a respeito dos tópicos que compõe a preparação da pesquisa: decisão; especificação dos objetivos; elaboração de um plano de trabalho; constituição da equipe de trabalho e levantamento de recursos e cronograma.
Hoje daremos continuidade à discussão a respeito do planejamento da pesquisa, porém enfatizaremos as fases da pesquisa e as suas peculiaridades. 
Como foi mencionado em aulas anteriores, a pesquisa tem o seu início quando o indivíduo pensa em uma pergunta que ainda não foi respondida na literatura. A resposta desta pergunta contribuirá com o entendimento do mundo. Lembrando que a ciência tem como objetivo entender o mundo a partir das evidências empíricas, fatos observáveis.
A pergunta inicial deve estar relacionada com algum tema, por exemplo: nutrição esportiva, nutrição parenteral, avaliação física. Ou seja, para que se tenha uma pergunta é necessário que o tema seja previamente estabelecido.
A escolha do tema, assunto que se deseja estudar, é a fase inicial da pesquisa, posteriormente as fases subsequentes serão: levantamento de dados, formulação do problema, definição dos termos, construção das hipóteses, indicação de variáveis, delimitação da pesquisa, amostragem, seleção de métodos e técnicas, organização do instrumental de pesquisa e teste de instrumentos e procedimentos.
Na sequência serão mostradas de modo objetivo as principais características de cada fase da pesquisa de acordo com o proposto por Marconi e Lakatos (2015).
· Escolha do Tema:
· Selecionar um assunto de acordo com as afeições, as aptidões e as tendências de quem se propõe elaborar o trabalho científico.
· Encontrar um objeto que mereça ser investigado cientificamente.
· Levantamento dos Dados do Tema:
· Pesquisa bibliográfica: é um apanhado geral sobre os principais trabalhos já realizados.
· Pesquisa documental: pode ser a realizada a partir de fontes primárias (dados históricos, bibliográficos e estatísticos) e fontes secundárias (imprensa em geral e obras literárias).
· Contatos direto: pesquisa de campo ou de laboratório são realizados com pessoas que podem fornecer dados, ou sugerir possíveis fontes de informações úteis.
· Formulação do Problema:
· Problema é uma dificuldade, teórica ou prática, no conhecimento de alguma questão de real importância, que merecida ser estudada.
· Definição dos Termos:
· Na escrita cientifica utilizar palavras apropriadas, consistentemente definidas, contribui para a melhor compreensão da realidade observada.
· Construção de hipóteses:
· A hipótese é uma conjectura que antecede a constatação dos fatos e tem como característica uma formulação provisória, ou seja, deve ser testada para determinar sua validade.Não há uma obrigatoriedade: os resultados da pesquisa poderão comprovar ou rejeitar as hipóteses.
· Indicação de variáveis:
· É fundamental controlar todas as variáveis que de alguma maneira possaminterferir o objeto em estudo, assim, devem ser devidamente controladas, para impedir comprometimento dos resultados da pesquisa.
· Delimitação da pesquisa:
· Delimitar a pesquisa é estabelecer limites para a investigação. Estes limites podem se dar em relação ao assunto, a extensão, a fatores, como meios humanos, econômicos e de escassez de prazo.
· Amostragem:
· Amostragem é o processo pelo qual retira-se uma parcela convenientemente selecionada de uma determinada população, exemplo: sujeitos com obesidade obesos.
· Seleção de métodos e técnicas:
· A seleção do instrumental metodológico é diretamente relacionada com o problema a ser estudado. Geralmente não é recomendado utilizar apenas um método ou uma técnica, mas todos os que forem necessários para responderem à pergunta do estudo de maneira adequada.
· Organização do instrumental de pesquisa:
· É uma importante etapa do planejamento da pesquisa em que todas as intervenções metodológicas são organizadas de modo que ocorram de maneira harmoniosa e sistemática. 
· Teste de instrumentos e procedimentos:
· Previamente ao início do estudo é necessário testar os instrumentos de pesquisa sobre uma pequena parteda amostra, antes de ser aplicado definitivamente, a fim deevitar que a pesquisa chegue a falsas conclusões.
Nosso conteúdo de hoje se encerra por aqui. Nossa aula trouxe muitas informações a respeito das fases da pesquisa. Essas informações serão valiosas no momento da leitura e interpretação adequada de um texto científicoedurante a escrita do projeto de pesquisa.
Aula 10_ Execução da Pesquisa
	Conforme vimos na aula anterior o planejamento da pesquisa, apresenta algumas fases fundamentais que devem ser seguidas durante o planejamento da pesquisa. As fases da pesquisa apresentadas na aula anterior foram: escolha do tema, levantamento de dados, formulação do problema, definição dos termos, construção de hipóteses, indicação de variáveis, delimitação da pesquisa, amostragem, seleção de métodos e técnicas, organização do instrumental de pesquisa e teste de instrumentos e procedimentos.
Hojeconversaremos a respeito da execução da pesquisa e suas características.
A execução da pesquisa se refere a etapa em que todo o planejamento da pesquisa será executado. Os tópicos que compõe a execução da pesquisa são: coleta de dados, elaboração dos dados, análise e interpretação dos dados, representação dos dados e conclusões. A seguir serão detalhadas as características de cada tópico:
· Coleta dos dados:
· Corresponde a etapa em que a pesquisa se inicia. É nesta etapa que os instrumentos elaborados e as técnicas selecionadas serão aplicados.
· Elaboração dos dados:
· Após os dados serem coletas é necessária a execução de alguns procedimentos: 1) examinar minuciosamente os dados coletados com o objetivo de detectar falhas ou erros nos dados coletados; 2) classificar e agrupar os dados para facilitar a tabulação e análise dos dados; 3) tabular os dados de modo a que permita que sintetizar os dados e representá-los graficamente ou por meio de tabelas.
· Análise e interpretação dos dados:
· Com os dados em mãos é preciso interpretar os dados procurando responder à pergunta que originou o estudo.
· Representação dos dados:
· Os resultados obtidos por meio dos métodos do estudo devem ser apresentados por meio de tabela e/ou gráfico, facilitando a apresentação dos dados ao leitor. Além disso, a apresentação dos resultados por meio de gráficos, por exemplo, ajuda o investigador a deixar evidente quais são as conclusões do estudo. 
· Conclusão:
· A conclusão deve estar vinculada à hipótese de investigação. A partir das conclusões as hipóteses do estudo são comprovadas ou refutadas. Lembrando que as conclusões devem obrigatoriamente ser obtidas através da análise e interpretação dos resultados. 
	Chegamos ao fim da Unidade 2 da nossa disciplina. Nesta unidade conversamos a respeito do planejamento de pesquisa e todas as suas etapas e características. Alguns assuntos que foram abordados até o presente momento serão retomados nas próximas unidades com o objetivo de proporcionar um conhecimento amplo e sólido a respeito da metodologia científica. 
Bibliografia Básica
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. Fundamentos de Metodologia Científica, 8ª edição. Grupo GEN, 01/2017. 
VIEIRA, S.; HOSSNE, W. S. Metodologia Científica para a Área da Saúde, 2ª edição. Grupo GEN, 02/2015. 
Alberto, O. Filosofia da Ciência, 3ª edição. Zahar, 2003
Bibliografia Complementar
SAMPIERE, R. H.; COLLADO, C. F.; LUCIO, M. P. B.Metodologia de Pesquisa, 5ª edição. Grupo A, 03/2013.
VOLPATO, G.L. O método lógico para redação científica. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, v. 9, n. 1, 2015.
VOLPATO, G.L. Ciência, publicação e redação científica. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 13, n. 3, 2011.
FERNANDES, N. C. A redação do termo de consentimento livre e esclarecido em linguagem acessível: dificuldades. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 42, n. 3, p. 197-199, 2015.
LIMA, J. S., LA REZA, D., TEIXEIRA, S., & COSTA, C. Pesquisa clínica: fundamentos, aspectos éticos e perspectivas. Revista da SOCERJ, v. 16, n. 4, p. 225-233, 2003.
FRONTEIRA, I. Estudos Observacionais na Era da Medicina Baseada na Evidência: Breve Revisão Sobre a Sua Relevância, Taxonomia e Desenhos. Acta Médica Portuguesa, v. 26, n. 2, 2013.
UWE, F. Introdução à Metodologia de Pesquisa. Grupo A, 01/01/2012. 
Aula 11_Visão geral dos Ensaios Clínicos
	Nesta aula conversaremos a respeito das características gerais dos ensaios clínicos. 
	Ensaio clínico ou pesquisa clínica pode ser definido como um estudo que se destina a testar determinada intervenção em seres humanos. Esta intervenção pode ser uma intervenção farmacológica no caso da Medicina, alguma intervenção terapêutica no caso da Fisioterapia, alguma estratégia de suplementação no caso da Nutrição, algum método de treinamento no caso da Educação Física e assim por diante.
	De modo mais abrangente, o ensaio clínico é uma pesquisa conduzida em seres humanos saudáveis ou com alguma patologia, sendo comumentedestinada a testar uma nova intervenção.
	Por se tratar de um estudo que submete seres humanos a algum tipo de intervenção, todos os participantes do ensaio clínico devem obrigatoriamente assinalar o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE).
	O TCLE é um documento escrito pelos autores do estudo e que precisa ser obrigatoriamente assinado por todos os participantes do estudo. A assinatura do documento deve ser feita antes do estudo ser iniciado. 
	As informações que precisam estar contidas no TCLE são: 
	No caso dos ensaios clínicos realizados com crianças o TCLE deve ser assinado pelos seus responsáveis. E as crianças devem assinar o Termo de Assentimento, um documento elaborado com uma linguagem acessível para menores de idade.
	Além do TCLE todos os projetos de ensaios clínicos precisam passar pela avaliação um grupo de cientistas independentes com o intuito de garantir que os riscos envolvidos na pesquisa sejam tão baixos quanto possível e valham a pena, dada a relevância do estudo. Assim, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) criou os Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) e a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP). No Brasil nenhum ensaio clínico pode iniciar sem a aprovação do CEP.
	O CONTEÚDO DESTE CAPÍTULO PODE SER ENCONTRADO E APROFUNDADO NAS REFERÊNCIAS ABAIXO.
REFERÊNCIAS:
	LIMA, J. S., LA REZA, D., TEIXEIRA, S., & COSTA, C. Pesquisa clínica: fundamentos, aspectos éticos e perspectivas. Revista da SOCERJ, v. 16, n. 4, p. 225-233, 2003.
	FERNANDES, N. C. A redação do termo de consentimento livre e esclarecido em linguagem acessível: dificuldades. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 42, n. 3, p. 197-199, 2015.
Aula 12_Especificidades dos Ensaios Clínicos
	Conforme vimos anteriormente os ensaios clínicos são estudos em que os voluntários são submetidos a uma ou mais intervenções para que seja possível obter os resultados que posteriormente serão as evidências empíricas.
	Nesta aula serão apresentadas algumas especificidades dos ensaios clínicos. São elas: grupo controle, randomização dos voluntários, desfecho clínico, ensaios cegos, ensaios duplamente cegos, ensaios triplamente cegos, confundimento, washout, período de run-in, follow-up. 
	Abaixo serão apresentadas as principais características das especificidades dos ensaios clínicos.
· Grupo controle:
· É o grupo que não recebe a intervenção experimental.
· Existem dois tipos de grupo controle: negativo e positivo.
· Grupo controle negativo: são voluntários durante o ensaio clínico recebem apenas placebo (substância inócua).
· Grupo controle positivo: são voluntários que durante o ensaio clínico recebem algum tratamento efetivo, com validade cientifica.
· Randomização dos voluntários:
· É referente a maneira de como os voluntários do estudo são designados para os grupos intervenção, controle negativo e controle positivo (se houver).
· Existem métodos simples para randomizar os voluntários do estudo como por exemplo: imagine um ensaio randomizado quem que teremos dois grupos: intervenção e controle negativo. Uma possibilidade para randomizar os voluntários nos dois grupos é jogando “cara ou coroa “cara”. Se cair carao voluntário é designado para o grupo intervenção, se cair coroa o voluntário fará parte do grupo controle.
· Desfecho clínico:
· Também é conhecido com variável resposta.
· É referente ao resultado mensurado ao longo do ensaio clínico com o objetivo de determinar os efeitos da intervenção: positivo, negativo ou que não induziu nenhum tipo de resposta.
· Ensaios cegos:
· É um ensaio clínico em que que uma das partes envolvidas, cientista ou voluntário, não sabe para qual intervenção cada voluntário foi designado.
· Ensaios duplamente cegos:
· Também é conhecido como ensaio duplo-cego.
· É um ensaio clínico em que as duas partes, cientista e voluntário, não sabe para qual intervenção cada voluntário foi designado. 
· A randomização é feita por um terceiro cientista que não participará das coletas de dados, não estará em contato direto com o voluntário.
· Ensaios triplamente cegos:
· É um ensaio clínico em que nem o voluntário, nem o cientista, nem outras pessoas envolvidas no estudo sabe para qual intervenção o voluntário foi designado.
· Confundimento:
· Ocorre quando durante a realização do ensaio clínico o efeito real da intervenção está confundido com o efeito de outros fatores, fatores de confusão.
· Em ensaios clínicos que sejam detectados possíveis fatores de confusão, mesmo que exista diferença entre grupos intervenção e controle, não se pode concluir que de fato a intervenção causou a diferença na variável resposta.
· Washout:
· Também é conhecido com período de eliminação.
· Corresponde a um período entre dois tipos de intervenção distintas.
· O objetivo do washout é eliminar qualquer efeito residual da primeira intervenção para que então a segunda intervenção possa ser iniciada.
· Período de run-in:
· Também é conhecido como período introdutório.
· Corresponde ao período que decorre entre o recrutamento do voluntário e o início do ensaio clínico.
· Follow-up:
· Também é conhecido como período o período de acompanhamento.
· Corresponde ao período após a finalização do ensaio clínico em que ao voluntário seguirá acompanhado pela equipe de cientistas.
	Chegamos ao fim de mais uma aula. Nesta aula foram apresentadas algumas especificidades dos ensaios clínicos. É interessante que sempre você for ler um ensaio clínico observe se todos os tópicos apresentados nesta aula estão presentes.
	O CONTEÚDO DESTE CAPÍTULO PODE SER ENCONTRADO E APROFUNDADO NA SEGUINTE REFERÊNCIA:
	VIEIRA, S.; HOSSNE, W. S. Metodologia Científica para a Área da Saúde, 2ª edição. Grupo GEN, 02/2015. 
Aula 13_Tipos de Variáveis
	Nesta aula daremos continuidade na definição de alguns conceitos que estão presentes nos ensaios clínicos. Conversaremos a respeito dos dados primários e dados secundários.
	Antes de definirmos o que são dados primários e secundários é necessário apresentar a definição de “variável” e de “dado”.
	Basicamente variável é qualquer característica que possa ter valores diferentes ao observar indivíduos diferentes, ou seja, é algo que varia. Quando a variável assume um valor, por exemplo: a estatura de Paulo é de 1,72m, temos que a variável é a estatura, e o valor 1,72m é o dado.
	As variáveis podem ser classificadas como qualitativas e quantitativas. As variáveis qualitativas por sua vez são classificadas em nominais e ordinais, enquanto as variáveis quantitativas são classificadas em discreta e contínuas.
· Exemplos de variáveis qualitativas nominais: tipo sanguíneo, religião, estado civil, nível de condicionamento físico: sedentário, treinado.
· Exemplos de variáveis qualitativas ordinais: gravidade de uma doença: leve, moderada, severa, alívio de um sintoma: muito, pouco, nada.
· Exemplos de variáveis quantitativas discretas: número de filhos, número de refeições ao longo do dia, número de fármacos ingeridos.
· Exemplos de variáveis quantitativas contínuas: massa corpora, estatura, velocidade, pressão arterial.
	Obviamente que os cientistas trabalham com variáveis e dados o tempo todo. Os resultados de um ensaio clínico são obtidos a partir da análise dos dados das variáveis. Os dados podem ser definidos como primários ou secundários. 
	Os dados primários: são dados obtidos pelos próprios cientistas que estão conduzindo a pesquisa. Por outro lado, os dados secundários são dados existentes na literatura obtidos em outros estudos, ou seja, eles não foram coletados pelos próprios cientistas que estão conduzindo a pesquisa.
	Em geral os cientistas que trabalham com dados primários têm a grande vantagem de conseguir informação confiáveis e com qualidade imprescindível para atender adequadamente aos objetivos de seus estudos. 
	Inicialmente pode parecer fácil fazer uma pesquisa a partir da análise de dados secundários, afinal dos dados já estão coletados, não é necessário dispender tempo recrutando voluntários, pesar em todo o desenho experimental do estudo, investir recursos financeiros em equipamentos. Contudo, uma pesquisa realizada a partir de dados secundários requer expertise dos cientistas para que as limitações dos dados sejam determinadas, assim como os dados sejam interpretados de maneira adequada. 
	Chegamos ao fim de mais uma aula. Nesta aula foram apresentados os diferentes tipos de variáveis e as diferenças entres dados primários e secundários.
	O CONTEÚDO DESTE CAPÍTULO PODE SER ENCONTRADO E APROFUNDADO NA SEGUINTE REFERÊNCIA:
	VIEIRA, S.; HOSSNE, W. S. Metodologia Científica para a Área da Saúde, 2ª edição. Grupo GEN, 02/2015. 
Aula 14_Estudos Observacionais
	Nesta aula conversaremos a respeito dos estudos observacionais e das suas características. 
	Os estudos observacionais diferem dos ensaios clínicos no modo em que os estudossão realizados. Enquanto nos ensaios clínicos há intervenções propostas pelos cientistas do estudo, nos estudos observacionais isto não ocorre, o cientista estuda, observa e registra os fatos que ele se propôs a investigar, sem que haja uma intervenção.
	Como os voluntários nos estudos observacionais não são designados para grupos, como ocorre nos ensaios clínicos, os estudos observacionais não levantam questões a respeito da ética do estudo quanto à randomização dos voluntários, formação dos grupos.
	A seguir serão apresentados os diferentes tipos de estudos observacionais: coorte, caso-controle transversal e estudo de caso.
· Coorte:
· Neste tipo de estudo observacional muitos voluntários com características previamente definidas são observados com o objetivo de determinar a incidência de um determinado desfecho. 
· Há dois tipos de coorte: coorte prospectivo e coorte retrospectivo.
· Coorte prospectivo: neste tipo de coorte muitos voluntários de uma mesma população, por exemplo: fumantes, é classificado em dois grupos: um grupo exposição, o qual será exposto a um dado fator e o outro grupo que não será exposto. A partir disso ambos os grupos são observados de modo a determinar se incidência de um determinado desfecho é maior em um dos grupos.
· Coorte retrospectivo: neste tipo de coorte muitos voluntários de uma mesma população, por exemplo: obesos, são classificados em dois grupos: um grupo de voluntários que foram expostos a um fator que pode induzir a um determinado desfecho e o outro grupo de voluntários que não foram expostos a este fator. Posteriormente, por meio de questionários, busca-se a proporção de participantes que apresentara o desfecho.
· Estudo de caso-controle:
· Neste tipo de estudo de coorte um grupo de voluntários com alguma condição especial, por exemplo: portadores de HIV, e um outro de voluntários que não apresentam a condição especial são examinados de modo que o cientista possa encontrar na diferença de seus históricos, os fatores que predispõem os voluntário a apresentarem a condição especial.
· Estudo transversal:
· Neste tipo de estudo de coorte o cientista coleta uma amostra da população e, simultaneamente, obtém dados de duas variáveis, por exemplo: o voluntario tem ou não tem uma determinada doença. A partir destes dados é estimar a prevalência de algum desfecho.
· Estudo de caso:
· Neste tipode estudo de coorte o cientista se propõe a apresentar uma situação, porém considerando apenas um único indivíduo.
	Chegamos no final de mais uma aula. Nesta aula conversamos a respeito dos diferentes tipos de estudos observacionais. Conforme foi mostrado, em um estudo de coorte um grande grupo de voluntários com características previamente definidas é observado para determinar a incidência de um desfecho específico. Além disso conversamos a respeito dos subtipos do estudo de coorte: coorte prospectiva, coorte retrospectiva. E por fim, foram apresentadas as características dos estudos de caso-controle, estudos transversais e estudos de caso.
	REFERÊNCIA:
	FRONTEIRA, I. Estudos Observacionais na Era da Medicina Baseada na Evidência: Breve Revisão Sobre a Sua Relevância, Taxonomia e Desenhos. Acta Médica Portuguesa, v. 26, n. 2, 2013.
Aula 15_Revisão Sistemática da Literatura
	Nesta aula conversaremos a respeito das revisões sistemáticas da literatura e das suas características. 
	A revisão sistemática da literatura é um estudo que sintetiza as informações de vários estudos clínicos, tem como objetivo apresentar o conhecimento disponível sobre um tema específico.
	Toda revisão da literatura tem a função de comunicar ao leitor as informações pertinentes a respeito de um determinado tema que foi estudado por outros estudos. Além disso, as revisões sistemáticas devem apontar possíveis controvérsias e mostrar a falta de conhecimento a respeito de um determinado assunto. Desta forma, ao realizar uma revisão sistemática os autores devem fazer uma busca ampla na literatura para relatar o atual estado da arte sobre um assunto e apontar as possíveis falhas presentes nos artigos previamente publicados.
	Para realizar uma revisão sistemática da literatura os autores devem fazer uma busca a respeito do objeto de estudo nas bases de dados, revistas especializadas, em bancos de dissertações e teses, isto é, todos os locais em que é possível encontrar algum texto científico a respeito do assunto devem ser vasculhados.
	A inclusão de monografias, dissertações, teses e estudos não publicados pode resultar no aumento da probabilidade de surgirem resultados que não estão de acordo com o atual estado da arte. Isso não é ruim desde que o material coletado apresente métodos adequados.
	Infelizmente existe uma tendência dos cientistas em não publicarem os trabalhos que contradigam de alguma forma o conhecimento existente, mas estes trabalhados contraditórios são importantes para a evolução do conhecimento científico sobre determinado assunto. Conforme vimos anteriormente, em outras aulas, o conhecimento científico não deve ser constituído apenas por informações que concordem entre si. Resultados contraditórios são bem-vindos, desde que os métodos de pesquisa sejam adequados. 
	Os estudos incluídos na revisão sistemática são avaliados quanto a sua qualidade metodológica. Existem alguns critérios a serem seguidos:
· O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa?
· Os objetivos do estudo são apresentados de forma clara? 
· Os objetivos dos estudos apresentam relação com o objetivo da revisão sistemática que está sendo proposta? 
· Os métodos do estudo estão detalhados de modo que o estudo seja reprodutível? 
· Os métodos do estudo são adequados para responder a pergunta do estudo?
· O local onde os voluntários foram recrutados está descrito?
· A forma como os voluntários foram recrutados está descrito no estudo?
· O estudo descreve os critérios de inclusão e exclusão de voluntários? 
· Foi apresentado o cálculo amostral? Quais foram os critérios utilizados para se chegar ao número de voluntários que participaram do estudo?
· Os grupos do estudo são equiparáveis? 
· Os procedimentos estatísticos estão devidamente descritos? 
· O tratamento estatístico aplicado no estudo é adequado?
· As conclusões do estudo estão de acordo com os resultados apresentados?
· As conclusões do estudo respondem ao objetivo do estudo?
	Há na literatura ferramentas criadas por equipes de editoração de periódicos científicos que propõem a avaliar a qualidade das evidências cientificas, como por exemplo a escala PEDro.
	Chegamos no final de mais uma aula. Nesta aula conversamos a respeito das revisões sistemáticas da literatura. Conforme foi mostrado, as revisões sistemáticas da literatura têm a função de comunicar ao leitor as informações pertinentes a respeito de um determinado tema que foi estudado por outros estudos, assim é um tipo de estudo muito útil para apresentar ao leitor o atual estado da arte de um tema e também para avaliar a qualidade metodológica dos estudos que estudaram este assunto.
REFERÊNCIA:
	SOARES, C. B.; YONEKURA, T. Revisão sistemática de teorias: uma ferramenta para avaliação e análise de trabalhos selecionados. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 45, n. 6, p.
Aula 16_Metanálise
	Nesta aula conversaremos a respeito da metanálise.
	Inicialmente é necessário esclarecer que metanálise não é um tipo de estudo. Metanálise é um tratamento estatístico presente em algumas revisões sistemáticas da literatura. Quando a metanálise está presente na revisão sistemática temos uma revisão sistemática com metanálise.
	O primeiro passo para se realizar uma metanálise é levantar os estudos da literatura a respeito do objeto previamente estipulado. Após o levantamento dos estudos a qualidade metodológica destes é avaliada seguindo as etapas apresentadas na aula sobre revisão sistemática da literatura. A maneira como se dará a avaliação dos estudos precisa estar minuciosamente detalhada nos métodos.	
	A determinação da qualidade metodológica é feita por meio de ferramentas validadas na literatura, como por exemplo a escala PEDro. Essa avaliação deve ser feita por pelo menos dois pesquisadores independentes. Obviamente que antes da determinação da qualidade metodológica dos estudos, os autores da revisão sistemática com metanálise precisam especificar nos métodos quais são os critérios para a inclusão e a exclusão dos estudos na revisão sistemática com metanálise. Em geral são incluídos ensaios clínicos randomizados. Caso haja discordâncias entre avaliadores um terceiro avaliador deve emitir o seu parecer de modo que a discordância a respeito da inclusão ou exclusão de um determinado estudo seja resolvida.
	Conforme informado previamente a metanálise é um tratamento estatístico que tem como objetivo combinar resultados provenientes de diferentes estudos produzindo, assim, estimativas que resumem o atual estado da arte a respeito de um determinado assunto em um único resultado. Ou seja, a partir da metanálise é possível obter uma conclusão com alto grau de evidência a respeito de determinada intervenção. Para que o resultado de uma metanálise tenha significado aplicado, os estudos que compõem os dados da metanálise devem ser resultantes de uma revisão sistemática da literatura.
		Uma questão importante e objeto de estudo na ciência é a determinação de qual é a melhor evidência disponível quando inúmeros estudos sobre o mesmo assunto estão disponíveis. Atualmente a literatura tem sugerido que a revisão sistemática com metanálise é o melhor nível de evidência a respeito de um determinado assunto.
	Por fim, entenda que a metanálise é um tratamento estatístico pelo qual é possível analisar os resultados dos diferentes estudos e então a partir desta análise produzir um único resultado. Lembrando que para realizar uma metanálise é necessário que uma revisão sistemática da literatura seja realizada previamente.
	O CONTEÚDO DESTE CAPÍTULO PODE SER ENCONTRADO E APROFUNDADO NA SEGUINTE REFERÊNCIA:
	Barbosa, F.T; LIRA, A. B.; NETO, O. B. O.; Santos, L. L., Santos, I. O.; Barbosa, L. T.; Ribeiro, M. V. M. R.; Sousa-Rodrigues, C. F. Tutorial para execução de revisões sistemáticas e metanálises com estudos de intervenção em anestesia. Brazilian Journal of Anesthesiology, 2019.
Bibliografia Básica
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. Fundamentos de Metodologia Científica, 8ª edição. Grupo GEN, 01/2017. 
VIEIRA, S.; HOSSNE, W. S. MetodologiaCientífica para a Área da Saúde, 2ª edição. Grupo GEN, 02/2015. 
Alberto, O. Filosofia da Ciência, 3ª edição. Zahar, 2003
Bibliografia Complementar
SAMPIERE, R. H.; COLLADO, C. F.; LUCIO, M. P. B.Metodologia de Pesquisa, 5ª edição. Grupo A, 03/2013.
VOLPATO, G.L. O método lógico para redação científica. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, v. 9, n. 1, 2015.
VOLPATO, G.L. Ciência, publicação e redação científica. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 13, n. 3, 2011.
FERNANDES, N. C. A redação do termo de consentimento livre e esclarecido em linguagem acessível: dificuldades. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 42, n. 3, p. 197-199, 2015.
LIMA, J. S., LA REZA, D., TEIXEIRA, S., & COSTA, C. Pesquisa clínica: fundamentos, aspectos éticos e perspectivas. Revista da SOCERJ, v. 16, n. 4, p. 225-233, 2003.
FRONTEIRA, I. Estudos Observacionais na Era da Medicina Baseada na Evidência: Breve Revisão Sobre a Sua Relevância, Taxonomia e Desenhos. Acta Médica Portuguesa, v. 26, n. 2, 2013.
UWE, F. Introdução à Metodologia de Pesquisa. Grupo A, 01/01/2012. 
SOARES, C. B.; YONEKURA, T. Revisão sistemática de teorias: uma ferramenta para avaliação e análise de trabalhos selecionados. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 45, n. 6, p.
Aula 17_ Características do Texto Científico
Nesta aula serão apresentadas as características do texto científico. A partir destas informações será possível entender a lógica da escrita cientifica, a maneira como o cientista expressa as suas ideias e as evidências obtidas em sua pesquisa para a comunidade científica e para a população em geral.
Para muitos a escrita científica pode parecer algo assustador, principalmente devido ao objetivo do texto científico: comunicar a comunidade científica sobre algo que pode ser inovador em determinada área, que irá quebrar paradigmas, ou algo que irá fortalecer as evidências prévias a respeito de um determinado assunto. Entretanto, o texto científico deve ser encarado como uma forma de comunicação que exige alguma formalidade, mas que em sua essência não foge de uma narrativa. Escrever um texto científico segue a mesma lógica de contar uma história para alguém, a qual tem início, meio e fim. 
Durante a escrita do texto científico, seja ele um projeto de pesquisa ou um estudo prestes a ser publicado, é necessário utilizar a lógica científica, sempre amparando os fatos narrados no texto pela base empírica. As informações contidas no texto científico devem ser obrigatoriamente suportadas pelo método científico, ou seja, não basta apenas citar um determinado estudo, é necessário determinar se as conclusões daquele estudo são confiáveis, se foram obtidas por meio de métodos robustos.
Durante a escrita científica nunca engane o seu leitor. Pode ocorrer situações em que a ânsia de produzir um texto interessante leva o cientista a escrever informações que não apresentam respaldo na literatura. Não faça isso, isso é antiético, seja sincero com o leitor, mostre apenas os fatos evidenciados cientificamente, que foram testados a partir do método científico.
Um texto científico é composto pelos seguintes tópicos: título, resumo, introdução, métodos, resultados, discussão, conclusão, referências. As informações contidas nestes tópicos não devem passar ao leitor informações que não condiziam com a base empírica e com os resultados obtidos no próprio estudo. Resumindo: inverdades não devem estar presentes no texto científico. 
É fundamental que antes de iniciar a escrita do texto científicose tenha clareza absoluta sobre toda a história que irá contar no texto. A maneira mais adequada e eficiente de conduzir um bom texto é saber exatamente o que irá dizer. 
Uma forma simples de testar o seu conhecimento a respeito do conteúdo que deverá estar presente no texto científico é contá-lo para diferentes pessoas que, obviamente, precisam ser da mesma área que você, não adianta nada um físico contar o seu estudo para um cientista da área de cardiologia, muito provavelmente este último não entenderá o conteúdo abordado. Explique o seu projeto, o seu estudo, várias vezes, se os ouvintes entenderem a sua história é muito provável que você domine o conteúdo e esteja pronto para iniciar a escrita do texto científico.
Além de contar a história do seu projeto, do seu estudo, para os seus pares há outra possibilidade para que você saiba se de fato domina o conteúdo que irá abordar na escrita do texto. As questões abaixo guiarão você a respeito do que deve estar contido no texto científico:
Nosso conteúdo de hoje se encerra por aqui. Nesta aula demos o primeiro passo no estudo da escrita científica. A informações aqui mostradas serão úteis quando chegar a sua vez de escrever o seu projeto e posteriormente o artigo científico. 
	
REFERÊNCIAS:
	VOLPATO, G.L. O método lógico para redação científica. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, v. 9, n. 1, 2015.
VOLPATO, G.L.Ciência, publicação e redação científica. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 13, n. 3, 2011.
Aula 18_ Estrutura do Texto Científico
Na aula passada foram apresentadas as características principais do texto científico. Nesta aula serão apresentados os elementos que compõe a estrutura do texto científico. Neste momento não conversaremos de modo aprofundado a respeito do conteúdo de cada elemento, isto será feito nas aulas seguintes.
O texto científico está presente em qualquer tipo de trabalho científico. A expressão “trabalho científico” é uma expressão genérica para trabalhos acadêmico-científicos, como: artigo científico, dissertação de mestrado, monografia, projeto de pesquisa, tese de doutorado. 
Os trabalhos científicos devem ser elaborados de acordo com as normas preestabelecidas pelas revistas científicas ou no caso das monografias, dissertações e teses, as normas são determinadas pelas instituições de ensino. Assim é fundamental que antes de iniciar a escrita do texto o autor saiba quais são as recomendações para tal.
De modo geral, todos os trabalhos científicos apresentam uma estrutura comum, obviamente que essa estrutura pode sofrer alterações de acordo com o local em que o trabalho será submetido ou avaliado, conforme mencionado no parágrafo anterior. 
Vale a pena resgatar algumas informações referentes ao trabalho científico que foram mencionadas nas aulas anteriores, quando conversávamos a respeito do método científico. 
Qualquer trabalho científico, independentemente do tipo, precisa fazer uso do método científico, os resultados obtidos, evidências empíricas, precisam ser reprodutíveis, ou seja, ao reproduzir um determinado trabalho científico a conclusão do novo estudo deve ser a mesma conclusão do estudo prévio, que respondeu a mesma pergunta.
Considerando que todos os trabalhos científicos de um certo modo apresentam uma estrutura em comum, abaixo são mostrados quais são os tópicos que compõem a estrutura dos trabalhos científicos:
Basicamente estes são os tópicos presentes nos textos científicos. Pequenas alterações podem ocorrem, por exemplo: há instituições de ensino que exigem que o tópico “Revisão da Literatura” seja adicionado no texto, neste tópico são apresentadas as atuais evidências, o atual estado da arte, sobre o tema do estudo. Para as revistas cientificas de alto nível este tópico não é exigido, em muitas destas revistas não há espaço para a inserção deste tópico.
	Nosso conteúdo de hoje se encerra por aqui. Nesta aula conversamos a respeito da estrutura do texto científico. Nas próximas aulas serão apresentadas as características detalhadas de cada tópico.
	
REFERÊNCIAS:
	VOLPATO, G.L. O método lógico para redação científica. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, v. 9, n. 1, 2015.
VOLPATO, G.L.Ciência, publicação e redação científica. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 13, n. 3, 2011.
Aula 19_ Redação do Título
Na aula passa foram apresentados os elementos que compõe a estrutura do texto científico. Vimosqueem geral a maioria dos trabalhos científicos apresentam uma estrutura em comum: título, resumo, introdução, métodos, resultados, discussão, conclusão, referências.
Na aula de hoje conversaremos a respeito do título do estudo, um tópico considerado como a “porta de entrada” de um trabalho científico.
	Apesar da redação do título ser o primeiro assunto a ser discutido a respeito dos tópicos que compõem o texto científico, durante a redação do estudo o título é o último tópico a ser escrito.
	O motivo do título ser o último tópico a ser redigido é porque ele precisa estar relacionado com o objetivo ou com a conclusão do estudo.
	Segue abaixo algumas informações que um bom título apresenta:
	Ao escrever o título mostre ao leitor quais são as novidades do estudo. Deixe implícito no título quais são os objetivos ou as conclusões do estudo. Há casos que a própria pergunta que originou o estudo pode ser expressa no título. Lembre-se o título deve chamar a atenção do leitor.
	Mostre no título a generalidade do seu estudo, ou seja, o quanto que a sua conclusão consegue explicar o mundo. Mostre qual é a contribuição do estudo para o entendimento do mundo e de seus fenômenos.
	Como deve ser o título do estudo?
	Atualmente a maioria dos periódicos científicos de alto nível limitam o número de palavras que o título pode conter. Quando o leitor está à procura de estudos (busca bibliográfica) ele tem contato com centenas de artigos assim, o título deve ser curto, de modo que o leitor leia integralmente.
	Palavras difíceis também devem ser evitadas pois podem afugentar o leitor, que consequentemente não lerá o estudo. Dificilmente o leitor ao se deparar com uma palavra desconhecida no título interromperá a busca bibliográfica para entender o que o termo significa.
	Outra a característica primordial de um bom título é que ele informe fielmente o leitor a respeito do conteúdo do estudo. Um bom título deve mostrar a novidade do estudo, ressaltar aquilo que o estudo tem de novo a dizer para a comunidade científica. O título do estudo deve condizer com o conteúdo do estudo.
	Nosso conteúdo de hoje se encerra por aqui. Nesta aula conversamos a respeito das características que um bom título deve apresentar: ser curto na medida do possível, fiel as conclusões do estudo, não usar termos incomuns e expor o tipo lógico do estudo.
REFERÊNCAS:
	VOLPATO, G.L. O método lógico para redação científica. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, v. 9, n. 1, 2015.
Aula 20_ Redação do Resumo
Na aula passadaforam apresentadas as características que um bom título deve apresentar: ser curto na medida do possível, fiel as conclusões do estudo, não usar termos incomuns e expor o tipo lógico do estudo. 
Na aula de hoje de conversaremos a respeito da redação do resumo do estudo, um tópico que assim como o título do estudo pode atrair ou prender a atenção do leitor.
É a partir do título e do resumo que o estudo despertará no leitor a vontade de ler o estudo. Ou seja, a forma como o resumo é escrito poderá influenciar o interesse do leitor, resumos bem escritos, atrativos chamam a atenção e desta forma o leitor lerá o estudo na íntegra.
É importante destacar que os periódicos científicos limitam a quantidade de palavras do resumo. Em geral, os periódicos de alto nível limitam o resumo em algo em torno de 200-250 palavras. Isto deixa evidente que a função do resumo é de fato resumir o estudo.
	Segue abaixo algumas informações a respeito do resumo:
	Em geral os resumos apresentam o seguinte os tópicos: contextualização, lacuna existente na área do estudo, objetivo, métodos, resultados e conclusão. Estes tópicos são destacados em negrito, auxiliando o leitor a ler apenas aquilo que é de seu interesse. A ideia básica desta estruturação é fazer com que o resumo seja uma miniatura do estudo.
	
	Enquanto estiver escrevendo o resumo não se preocupe com a quantidade de palavras, apenas escreva. Após conclui a escrita do resumo todo leia-o e a partir de então comece a retirar as palavras em excesso. Se mesmo retirando o excesso o resumo estiver extenso, leia o resumo novamente e retire as informações menos importantes, esta deverá sempre ser a última opção.
	Nosso conteúdo de hoje se encerra por aqui. Nesta aula conversamos a respeito das características que os periódicos científicos de alto nível cobram na escrita de um resumo. 
	REFERÊNCIAS:
	VOLPATO, G.L. O método lógico para redação científica. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, v. 9, n. 1, 2015.
VOLPATO, G.L.Ciência, publicação e redação científica. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 13, n. 3, 2011.
Aula 21_ Redação da Introdução
Na aula de hoje conversaremos a respeito da redação da introdução do texto científico.
O tópico introdução no texto científico tem como função apresentar ao leitor o contexto e a pergunta que levou os autores a proporem o estudo. 
Na escrita da introdução os autores precisam mostrar ao leitor o porquê que determinado assunto precisa ser estudado, quais são as lacunas presentes na literatura que precisam ser preenchidas. Porém, para fazer isso é essencial que os autores dominem o tema do estudo, é necessário exaurir a literatura a respeito do assunto.
 Na introdução é preciso descrever o problema que será investigado no estudo. Na descrição do problema que levou a proposição do estudo os autores precisam deixar claro que o problema levantado por eles é de fato um problema presente na literatura e que ainda não foi investigado por estudos prévios.
Juntamente com a apresentação do problema a justificativa para resolver este deve ser apresentada de forma explícita. A justificativa para o estudo ser realizado deve ser bem fundamenta na base empírica, pois é a partir da justificativa que os autores evidenciam a importância do estudo que estão propondo.
Na introdução o objetivo do estudo deve ser apresentado. Quando uma introdução é bem escrita, apresentando de maneira clara e concisa os problemas que levaram a proposição do estudo e a importância deste problema ser resolvido, ou seja, justificando a resolução do problema, em geral, os leitores a partir da leitura destes tópicos, problema e justificativa, conseguem prever quais são os objetivos do estudo.
Comumente objetivo do estudo é o último tópico da introdução, o último parágrafo, mas é importante destacar que não há regras na escrita cientifica. A apresentação do objetivo pode ser no primeiro parágrafo, nos parágrafos centrais ou no último. O mais importante é que a introdução contenha todas as justificativas necessárias que dão validade para se propor o objetivo.
Por fim, temos a hipótese do estudo. Comumente a hipótese do estudo é apresentada no mesmo parágrafo do objetivo. A hipótese do estudo mostra quais são os resultados que os autores esperam encontrar. 
Veja, não necessariamente a hipótese proposta pelos autores deve ser confirmada, na ciência não há resultado bom ou ruim. Os resultados de um estudo, confirmando ou refutando a hipótese dos autores, devem ser apresentados de maneira íntegra, sem o ocultamento de informações. 
Um erro comum de muitos pesquisadores iniciantes é achar que quando a hipótese não é confirmada o estudo não é importante, muitos chegam a “engavetar” o estudo pelo simples fato de não terem encontrados os resultados esperados. Isto é totalmente antiético e em nada contribui com o desenvolvimento da ciência, na verdade atrasa o avanço científico visto que se o estudo fosse publicado provavelmente outros pesquisadores não desperdiçariam o seu tempo respondendo a mesma pergunta.
Abaixo são mostradas as informações que a introdução deve conter.
	Nosso conteúdo de hoje se encerra por aqui. Nesta aula conversamos a respeito da estrutura do texto científico. Nas próximas aulas serão apresentadas as características detalhadas de cada tópico.
	
REFERÊNCIAS:
	VOLPATO, G.L. O método lógico para redação científica. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde,v. 9, n. 1, 2015.
Aula 22_ Redação dos Métodos
Na aula passada conversamos a respeito da redação da introdução do texto científico, foram levantas as informações que precisam estar presentes na introdução: o problema que originou a pergunta da pesquisa, a justificativa e relevância em resolver este problema, os objetivos e a hipótese do estudo.
Na aula de hojeconversaremos a respeito da redação dos métodos do texto científico.
A redação dos métodos dever ser feita com muito esmero. Os procedimentos realizados no estudo devem ser descritos detalhadamente de modo a permitir que o estudo seja replicável. Lembrando que essa é uma qualidade essencial na ciência. 
A omissão de parte dos procedimentos realizados no estudo além de impedir que o estudo seja reprodutível, replicável, também impede que o estudo seja submetido a uma análise crítica da comunidade cientifica. 
Assim como a escrita da introdução a redação dos métodos não apresenta regras rígidas, entretanto existe uma sugestão didática de sequência para o detalhamento dos métodos do estudo. 
A sequência apresentada abaixo é bem aceita nos periódicos científicos de alto nível, o objetivo da sequência apresentada é o de conduzir o leitor da informação mais geral para a informação mais especifica.
· Amostra da pesquisa: caracterize os participantes do estudo, informe quantos participantes irão compor a amostra do estudo, informe o local em que o estudo será realizado, o tipo de ambiente: externo ou interno, a temperatura do ambiente, informe se os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, se o estudo passou pela avaliação do Comitê de Ética e Pesquisa institucional. Neste tópico todas as informações pertinentes a amostra devem ser detalhadas.
· Delineamento da pesquisa: o delineamento tem como objetivo mostrar ao leitor como se dará os procedimentos metodológicos do estudo. No delineamento os autores não devem obrigatoriamente detalhar minuciosamente os procedimentos que serão realizados. O delineamento mostra ao leitor um panorama geral do que será feito no estudo.
· Procedimento específicos: neste tópico os procedimentos que serão realizados no estudo deverão ser detalhados em seus mínimos detalhes. É crucial que os autores sejam informativos, esclareçam ao leitor quais sãos os procedimentos realizados e como eles serão realizados. 
· Análise dos dados: os dados obtidos através dos procedimentos deverão ser analisados para que se obtenha os resultados, as evidências empíricas. Geralmente são utilizados tratamentos estatísticos para analisar os dados, estes devem estar precisamente detalhados, de modo que o leitor saiba exatamente como os dados do estudo foram analisados.
	Nosso conteúdo de hoje se encerra por aqui. Nesta aula conversamos a respeito da redação dos métodos do texto científico. Vimos que existe uma sequência ideal de apresentação dos métodos e que todos os procedimentos devem ser devidamente detalhados, permitindo a reprodutibilidade do estudo.
	
REFERÊNCIAS:
	VOLPATO, G.L. O método lógico para redação científica. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, v. 9, n. 1, 2015.
Aula 23_ Redação dos Resultados
Na aula passada conversamos a respeito da redação dos métodos do texto científico. Foi apresentada a sequência didática de apresentação dos métodos.
Nesta aula conversaremos a respeito da redação dos resultados do texto científico, como devemos apresentá-los ao leitor.
A primeira informação a se saber é que a apresentação dos resultados precisa ser objetiva e esclarecedora. Assim, os autores são livres para expressarem os resultados como figuras, tabelas ou até mesmo em um parágrafo.
As formas mais comuns e geralmente didáticas de apresentação dos resultados é por meio de figuras ou tabelas, mas isso não implica que nenhum texto deverá ser escrito. 
Antes das figuras e tabelasserem apresentadas é necessário a escrita de um parágrafo, geralmente curto, que faça alusão ao conteúdo que será apresentado.
A escrita do texto não deve ser feita para com o intuito de apresentar as variáveis presentes nas figuras, nas tabelas, deve ir além disso, a informação no texto precisa mostrar ao leitor qual foi o seu raciocínio, qual foi a conclusão obtida por meio daquelas figuras, daquelas tabelas. Evite dizer:
Os valores referentes a distribuição dos macronutrientes consumidos ao logo do dia estão expressos na figura 1.
Prefira o seguinte:
Os participantes do presente estudo têm uma alimentação diária rica em carboidratos e pobre em proteínas, figura 1.
Outro tipo de erro comum é a apresentação dos mesmos dados em figura e tabela. Cada resultado do estudo deve ser apresentado uma única vez no tópico resultados. Assim, cabe aos autores escolherem a melhor forma de apresentação dos resultados.
Uma maneira de determinar a melhor forma de apresentar os resultados é elaborando várias figuras e tabelas, expor este material aos pares e solicitar que eles digam quais são as conclusões de cada uma das figuras e tabelas. Aquela figura ou tabela na qual as conclusões forem mais facilmente visualizadas provavelmente é a melhor forma de apresentação.
Nosso conteúdo de hoje se encerra por aqui. Vimos que não existe uma regra para a apresentação dos resultados, mas é necessário que sejam apresentados da maneira mais objetiva e explícita possível.Nas próximas aulas serão mostrados os tipos de figuras e tabelas que podem ser utilizados para apresentar os resultados. 
	REFERÊNCIAS:
	VOLPATO, G.L. O método lógico para redação científica. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, v. 9, n. 1, 2015.
Aula 24_ Redação da Discussão
Na aula passada conversamos a respeito da redação dos resultados do texto científico. Foram mostradas as diferentes opções de apresentação dos resultados que estão à disposição dos autores.
Na aula de hoje conversaremos a respeito da redação da discussão, tópico que geralmente muitos pesquisadores iniciantes apresentam dificuldade na escrita.
O objetivo da discussão é mostrar ao leitor como que as evidências apresentadas, obtidas no estudo, permitiram que os autores chegassem as conclusões do estudo. Na discussão é necessário validar os resultados do estudo fazendo com que o leitor, a comunidade cientifica, aceite as conclusões apresentadas.
É recomendado que a escrita da discussão se inicie apresentando as conclusões principais do estudo. Isto é feito no primeiro parágrafo. Neste parágrafo ainda não é o momento de justificar as conclusões, apenas de apresentá-las. Posteriormente, nos parágrafos seguintes, a escrita segue com as justificativas do porquê chegou-se aquelas conclusões.
Outro aspecto importante que deve estar presente na discussão é a validação dos métodos utilizados no estudo e para então posteriormente validar os resultados do estudo. Mostre ao leitor que os métodos utilizados no estudo são aceitos pela comunidade científica.
Na discussão também há espaço para mostrar alguns dados que já foram apresentados no tópico resultados. Em geral os resultados são apresentados na discussão como média e desvio-padrão. Ao apresentar os resultados principais novamente a leitura fica mais objetiva, o leitor não precisa para a leitura para interpretar os resultados novamente, eles já estão ali, na própria discussão.
Por fim, se for necessário os autores poderão discutir alguma limitação do estudo, por exemplo:
Uma possível limitação do presente do estudo é que o número de participantes foi pequeno.
Um erro comum na escrita da discussão é a apresentação de informações desconexas, para evitar isto use e abuse das conjunções. Lembre-se sempre de escrever como se estivesse em uma bate-papo com o leitor e jamais esqueça que é na discussão que os autores precisam mostrar ao leitor o porquê que ele deve acreditar nos resultados, os quais sustentam as conclusões do estudo.
Nosso conteúdo de hoje se encerra por aqui. Nesta aula conversamos a respeito da redação da discussão do texto científico.

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