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Resumo de Cinomose

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Desirée Rosa - @the.zihe ou desiree.medvet@gmail.com 
Vírus e Viroses 
Cinomose 
A Família Paramyxoviridae está dentro da ordem 
Mononegavirales. 
 Respirovirus: vírus Sendai 
 Henipavirus: vírus Hendra 
 Morbilivirus: vírus do sarampo e da 
cinomose 
 Avulavirus: vírus da doença de New 
Castle 
 Rubulavirus: vírus da caxumba 
 Vírus TPMV-like: vírus Tupaia 
A cinomose pertence à família Paramyxoviridae, 
subfamília Paramyxovirinae, gênero Morbilivirus. 
É um vírus esférico (150 a 300nm), é envelopado 
com uma espícula H (proteína HN, capacidade do 
vírus de neuroinvasividade), espícula F (atuação 
junto com a HN), possui nucleocapsídeo 
helicoidal, genoma de RNA de fita simples. Possui 
1 tipo antigênico. A cinomose é enzoótica no 
mundo inteiro. É mais frequente em cães jovens 
não vacinados, porém, existem as falhas 
vacinais, esquemas de vacinação inadequados e 
vacinas comerciais de baixa qualidade, que 
causam a doença no animal mesmo em cães 
vacinados. 
 
 
Patogenia 
O vírus da cinomose tem tropismo por sistema 
nervoso. O tropismo viral é determinado pela 
presença de receptores na membrana das 
células hospedeiras, os quais interagem 
especificamente com proteínas – antireceptores 
– virais, possibilitando a entrada do agente 
infeccioso no citoplasma. O vírus penetra pelo 
trato respiratório de forma direta ou indireta. Nas 
amigdalas e linfonodos, faz a primeira 
replicação. Atinge a corrente sanguínea e se 
dissemina para outros sistemas. As 
apresentações clínicas aparecem quando 
chegam a lugares como conjuntiva, pele, coxins, 
etc. As vias de eliminação variam conforme os 
tecidos em que o vírus alcança. É um vírus com 
grande potencial de contaminação. As fases se 
dividem em: 
 Fase aguda neurológica: o vírus 
encontra os astrócitos e os destrói. 
Chega aos oligodendrócitos, danificando 
a bainha de mielina, ocorrendo a 
desmienilização, deixando o neurônio 
desprotegido. É nessa fase aguda que o 
vírus mais ataca o SNC. 
 Fase crônica neurológica: é mais amena 
que a fase aguda. O vírus não se 
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encontra mais no SNC, deixando apenas 
a resposta inflamatória causada pelos 
linfócitos T e B. 
 
Sinais Clínicos e Transmissão 
É caracterizada por: febre difásica, anorexia, 
depressão, sinais respiratórios, pode evoluir para 
sinais gastroentéricos, desidratação, exantema 
cutâneo, sinais nervosos (mioclonais), 
hiperqueratose de coxim plantar e focinho. A 
infecção grave do SNC causa encefalite e 
desmielinização associada ou não com 
manifestações sistêmicas. Ocorre inflamação da 
substancia cinzenta do cérebro e cerebelo. A 
forma crônica (cães de 3 a 8 anos) é restrita ao 
SNC, observa-se hipersalivação, mioclonias, 
tremores, incoordenação, diminuição dos 
reflexos pupilares, paresia dos posteriores e 
tetraplegia. 
A transmissão se dá por contato direto, secreções 
orais, urina e fezes. Os aerossóis (fonte primária 
de infecção) são a disseminação a curtas 
distâncias. Também pode ser por fômites 
contaminados, ambiente nosocomial (ambiente 
hospitalar) e excreção do vírus nos fluidos 
corporais por períodos prolongados. A maioria 
dos cães infectados não desenvolve a forma 
clínica. Apesar de ter 1 tipo antigênico, existem 
várias amostras de vírus com vários níveis de 
patogenia. O vírus vai se desenvolver de acordo 
com a idade do hospedeiro, status imunológico, 
nutricional e presença de infecções secundárias 
(que causa a manifestação de diferentes formas 
clínicas). 
 
Sensibilidade 
É resistente em pH 4,4 a 10,4 e é destruído a 60ºC 
em 30 minutos, 25º em 48h e 5º em 14 dias. São 
inativados por derivados de quarternários de 
amônia e fenol. Seus hospedeiros são os 
canídeos, roedores (furão), leões e pandas. O 
isolamento e propagação é feito em cultura de 
células primária renal de cães e furão. 
 
Diagnóstico 
O diagnóstico clínico é feito pela observação de 
lesões cutâneas, doença respiratória e sinais 
neurológicos. O diagnóstico laboratorial é por 
isolamento de cães/furões, linfopenia e 
histopatologia dos corpúsculos de Lentz (essa 
alteração só acontece na fase inicial da doença, 
então pode não encontrar no exame, dependendo 
da fase) e células sanguíneas, neurônios e bexiga 
(post-mortem). O diagnóstico laboratorial 
também pode ser por demonstração de antígeno 
viral IF ou IP; RT-PCR de células mononucleares 
do sangue, esfregaço de secreção, conjuntiva e 
sedimento urinário. A sorologia pareada é feita 
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por conversão sorológica e ELISA que detecta o 
IgM. 
O corpúsculo de Lentz é visto no sangue 
periférico, na fase inicial da doença, nos 
neutrófilos. 
 
Controle e Profilaxia 
Quanto ao controle, é feito por medidas sanitárias 
como vacina com o vírus atenuado e vacina com 
vírus inativado, esquema de vacinação e medidas 
higiênicas. 
 
Questionário 
1) A cinomose é causada por um 
Paramixovírus e causa sintomatologia 
multissistêmica. Apresenta intenso 
contágio entre animais suscetíveis e 
quadros severos. Sobre esta doença, 
assinale a alternativa correta: 
a) O vírus da cinomose é envelopado e 
muito resistente ao meio ambiente. 
b) O quadro clínico independe da idade 
do animal, do estado imunológico e 
da cepa do vírus. 
c) Assim como na raiva, os cães 
infectados apenas eliminam o vírus 
pela saliva. 
d) Possui distribuição mundial, e afeta 
apenas os cães, sem oferecer 
riscos a outros canídeos. 
e) A fonte primária de exposição é o 
aerossol, e o tratamento baseia-se 
na terapia de suporte e os animais 
acometidos apresentam 
prognóstico reservado. 
 
2) A cinomose canina é uma doença 
altamente contagiosa de cães que 
apresenta distribuição mundial, 
caracterizada por uma infecção 
generalizada que envolve vários 
sistemas e órgãos. Considerando o vírus 
da cinomose canina, é correto afirmar 
que: 
a) A doença foi descrita pela primeira 
vez em 1926, quando surtos graves 
foram relatados na Inglaterra e no 
Oriente Médio. 
b) O vírus da cinomose canina é um 
vírus do gênero Morbilivírus e 
subfamília Pneumovirinae que 
produz uma infecção 
multisistêmica e mortalidade 
variável. 
c) O Morbilivírus causa uma infecção 
grave no trato respiratório superior 
dos cães, com coriza e inchaço dos 
seios, sendo a doença conhecida 
como síndrome da cabeça inchada. 
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d) A confirmação laboratorial é 
realizada somente por meio do 
isolamento viral e o teste de 
inibição da hemoaglutinação, 
usando antissoro específico, 
confirmando a presença de 
cinomose. 
e) Em populações urbanas de cães, o 
vírus é mantido pela infecção em 
animais suscetíveis, dissemina-se 
rápido entre cães jovens, 
normalmente de três a seis meses, 
idade em que a imunidade materna 
declina. 
 
3) A cinomose canina é uma doença 
infecciosa que afeta cães, tendo como 
característica o envolvimento de vários 
sistemas orgânicos do animal afetado. A 
respeito de cinomose canina, assinale a 
afirmativa INCORRETA. 
a) Devido ao tropismo do agente pelo 
epitélio vesical, é comum cães doentes 
apresentarem hematúria. 
b) Um dos sinais clínicos iniciais da doença 
é a secreção nasal e ocular, variando de 
serosa a mucopurulenta, seguida de 
tosse seca e ocasionalmente tonsilite. 
c) Os sinais cutâneos observados são 
hiperqueratose dos coxins plantares e 
espelho nasal, além de dermatite 
pustular na região abdominal ventral. 
d) Cães que sobrevivem a infecção branda 
antes da erupção dos seus dentes 
permanentes frequentemente 
apresentam superfícies dentárias 
irregulares e descoloração marrom, 
devido à hipoplasia do esmalte. 
e) As convulsões podemser de qualquer 
tipo, dependendo da região do cérebro 
afetada e, em casos graves, pode haver 
malácia. 
 
Gabarito 
1) Letra E. 
2) Letra E. 
3) Letra A. O vírus da cinomose apresenta 
tropismo pelas células do sistema 
nervoso.

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