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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE HUMANIDADES
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
CURSO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA: ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO
PROFESSORA: DANIELY ILDEGARDES BRITO TATMATSU
	
DÉBORA MARIA DE OLIVEIRA ALEXANDRE
EXERCÍCIO- MÓDULO 09
FORTALEZA
2021
1 ENUNCIADO DA QUESTÃO
Leia atentamente o texto abaixo e faça a análise funcional do comportamento de Jorge de usar crack (Este exercício pode ser feito em trio, envie para o e-mail da turma).
Jorge tem 25 anos, é pedreiro, tem três filhos, mas está separado da esposa por conta do consumo excessivo de crack. Jorge não utilizava nenhuma droga antes de ser enviado pela construtora onde trabalhava para uma obra em outro estado. Ele passou nove meses lá. Ao longo desse período, sentia muita tristeza por estar longe de casa e se queixava da saudade que tinha dos filhos. Também tinha dificuldade de lidar com as baixas temperaturas do lugar, uma vez que nunca havia saído da sua cidade que tinha altas temperaturas o ano inteiro. O chefe dos pedreiros nessa obra também cometia assédio moral constantemente. Os colegas de obra eram muito competitivos, mas saíam juntos para usar crack nos finais de semana. Jorge era considerado um pedreiro competente na filial da construtora, mas passou a ser muito cobrado e repreendido, principalmente quando tentava opinar sobre algo da obra. Ao voltar, foi demitido porque passou a chegar atrasado muitas vezes no mês para evitar entrar em contato com o chefe, que só passava na primeira hora da manhã na obra. Foi então que buscou ajuda no Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e outras Drogas (CAPS AD). Atualmente está abstinente de crack, mas abusava comumente depois de receber o salário. No final de semana seguinte ao recebimento do salário, não dormia em casa. Ficava com outros usuários na boca de fumo usando crack. Jorge ainda sofre com o fato de que a boca de fumo fica ao lado da parada de ônibus mais próxima da sua casa e ele tem saído com frequência para procurar emprego. Sempre que vê a boca de fumo, sente fissura (demanda pela droga), mas tem conseguido resistir. Ele está buscando outro tipo de emprego. Diz não querer mais trabalhar em construtoras com receio de que seja enviado para outros lugares. 
2 RESPOSTA DA QUESTÃO
Inicialmente, é dito que Jorge está separado de sua esposa por conta do consumo excessivo de crack. Em termos de análise funcional, operacionaliza-se:
ESQUEMA 01: Sd : R – (Sr+ + Sp-)
Em que Sd corresponde à boca de fumo que Jorge frequentava; R, à resposta de consumo de crack; Sr+, aos reforçadores emitidos ao consumir a droga (sensação de bem-estar e alegria, por exemplo) e Sp- corresponde, nesse contexto, à separação de Jorge de sua esposa. Assim, configura-se uma contingência de punição negativa, em que há a redução da probabilidade de emissão da resposta por meio da retirada de reforçadores contingentes a outros comportamentos relacionados ao comportamento punido (fim do casamento de Jorge).
Depois, é citado que ele foi enviado para trabalhar em outro estado, tendo permanecido no emprego durante nove meses. Lá, algumas questões apareceram: Jorge sentiu tristeza por estar longe de casa e saudade dos filhos; sofreu assédio moral do chefe; foi muito cobrado e repreendido, principalmente ao tentar opinar sobre algo da obra, e acabou sendo demitido por conta de seus atrasos (o funcionário chegava tarde para evitar o contato com o patrão).
As respostas emocionais de tristeza e saudade que Jorge sentiu podem ser vistas, em termos de análise funcional, como efeitos de uma extinção operante:
ESQUEMA 02: S : R – Sr+
Em que S é o contexto em que Jorge está distante de sua família (aqui, o estímulo antecedente é chamado “estímulo delta” porque sinaliza que a emissão da resposta não será sucedida de reforçamento), R é a resposta de buscar a companhia da família e Sr seriam os reforçadores que deveriam ser emitidos (a presença dos filhos, da esposa, o próprio estar em casa...). Assim, como não mais há a emissão desses reforçadores, ocorrendo uma quebra da contingência, configura-se uma extinção operante, que tem como “efeitos colaterais” a eliciação de respostas emocionais, como as relatadas por Jorge ao estar longe de casa e da família.
Sobre o assédio moral que Jorge recebeu de seu chefe, poderíamos operacionalizar como uma contingência de punição positiva, em que há a redução da probabilidade de emissão do comportamento por meio da adição de um estímulo punitivo ao ambiente.
ESQUEMA 03: Sd : R – Sp+
Aqui, Sd corresponde ao local de trabalho de Jorge; R corresponde ao trabalhar de Jorge na obra e Sp+ representa o assédio moral que o patrão exerce sobre o funcionário.
Também se configura como punição positiva quando Jorge é cobrado e repreendido ao tentar opinar sobre algo da obra. Sd seria, novamente, o seu local de trabalho; R seriam essas vezes em que Jorge opina sobre algo na obra e Sp+ seriam essas cobranças e repreensões que ele recebe ao tentar opinar.
Por fim, é dito que Jorge foi demitido da construtora por conta de seus atrasos. Nesse sentido, podemos dizer que está em vigor uma extinção operante (vide esquema 02), em que S seria o contexto de trabalho do funcionário; R seriam as vezes em que Jorge chegou atrasado na obra e o Sr+ que deixaria de ser emitido seria, por exemplo, o seu salário. Porém, classifiquei essa situação como extinção operante com algumas ressalvas. Primeiro, raciocinei que, como há uma redução na emissão da resposta devido ao fim de um reforçamento, aquela deveria ser uma relação de punição negativa ou extinção operante. Depois, pensei que, como aquele comportamento não estaria mais emitindo reforçadores per si (como no esquema 01, em que a emissão da resposta de usar crack produz tanto estímulos punitivos quanto reforçadores), pois Jorge havia sido demitido, eu deveria classificar, por exclusão, como uma extinção operante, apesar de, contraditoriamente, a redução da emissão da resposta ser praticamente imediata, indicando uma contingência de punição, e não de extinção (na extinção, a redução da emissão da resposta é mais processual). Apesar dessas ressalvas, coloco aqui meus raciocínios e argumentos para sustentar a classificação que fiz, com base nos conceitos apresentados no material didático de Moreira e Medeiros (2007), utilizado na aula de controle aversivo da disciplina.
Ademais, nessa mesma situação também estava em vigor o reforço negativo (de esquiva, especificamente, já que o organismo está se comportando de forma a evitar o contato com o estímulo aversivo), pois Jorge chegava atrasado no trabalho justamente para evitar o contato com seu chefe, que só passava a primeira hora da manhã na obra. Operacionalizando em termos de análise funcional:
ESQUEMA 04: Sd : R – Sr-
Nessa tríplice contingência, Sd é o contexto de trabalho de Jorge; R são as vezes em que ele chegava atrasado na obra e Sr- é justamente o estímulo aversivo que o funcionário evita ao comportar-se dessa forma (a presença do chefe).
Também é explanado um pouco sobre o contexto de emissão do comportamento de Jorge usar crack. Ele costumava ir à boca de fumo sempre no fim de semana seguinte ao recebimento de seu salário (esse contexto é o Sd), emitindo a resposta de fumar a droga (R), que gerava os reforçadores (Sr+) já citados no esquema 01 (sensação de bem estar e alegria). Operacionalizando, temos uma contingência de reforço positivo, em que há o aumento da probabilidade de emissão do comportamento por adição de estímulos reforçadores:
ESQUEMA 05: Sd : R – Sr+
Além disso, também podemos dizer que, provavelmente, há uma relação de reforço negativo, em que Jorge busca fugir dos tantos estímulos aversivos (Sr-) que ele tem recebido em seu ambiente de trabalho (Sd) por meio da sensação de bem-estar (Sr+ da contingência de reforço positivo) produzida pelo uso de drogas (R) . Operacionalizando-se, obtemos:
ESQUEMA 06: Sd : R – Sr-
Tendo em vista todo esse contexto aversivo que Jorge estava experienciando, ele buscou ajuda da equipe do CAPS AD, provavelmentesob controle de uma contingência de reforço negativo (Jorge buscava fugir daqueles estímulos aversivos que tanto o estavam adoecendo, conforme esquema 06).
Nessa contingência de três termos, Sd seria o contexto que Jorge estava vivendo, com todas as dificuldades aqui apresentadas e operacionalizadas por meio da análise funcional; R seria o comportamento do funcionário de buscar ajuda no CAPS AD e Sr- seriam os estímulos aversivos dos quais Jorge buscava fugir (a demissão, a separação da esposa, as experiências aversivas que o funcionário vivenciara no trabalho...).
No texto também é dito que Jorge encontra-se, atualmente, em abstinência. Como tal situação envolve o conceito de privação, também estudado na AC, mas não contemplado na presente disciplina de Análise Experimental do Comportamento, devido a sua complexidade, não o explanarei mais detalhadamente nesse exercício.
Finalmente, é dito que Jorge encontra-se buscando um novo emprego, comportamento esse que é reforçado negativamente pela sua demissão do trabalho na construtora (Jorge foge dos estímulos aversivos contingentes ao desemprego, vide esquema 06).
Nessa busca de emprego, Jorge diz não querer mais trabalhar em construtoras, por receio de ser enviado a outros lugares. Aqui, nota-se uma contingência de reforço negativo de esquiva (vide esquema 04), em que o comportamento de buscar um outro tipo de emprego é reforçado pela consequência que produz (evitar trabalhar em construtoras, que se mostraram extremamente aversivas na história de reforçamento de Jorge). Pode-se dizer também que ele está fazendo uma generalização de estímulos operante (mantida por reforçamento adicional, é a emissão da mesma resposta na presença de estímulos semelhantes a Sd, de mesma classe de estímulos), ao estar convicto de que, se ele for empregado em outra construtora, necessariamente será mandado para outros estados, assim como fora anteriormente, experienciando os mesmos estímulos aversivos que recebera em seu emprego prévio.
O último detalhe que o texto traz é que, como a parada de ônibus que Jorge frequenta, nas vezes em que sai de casa em busca de emprego, é ao lado da boca de fumo a que ele costumava ir, logo que ele vê aquele local (SC), ele se sente fissurado pela droga (RC). Conclui-se, pois, que houve um condicionamento respondente: o estímulo incondicionado (uso da droga), que eliciava a resposta incondicionada do aumento de atividades nos sistemas mesolímbico e mesocortical do cérebro, ligados à sensação de prazer, foi pareado sucessivas vezes com o estímulo neutro (local da boca de fumo), o que fez com que o estímulo antes neutro se tornasse, agora, condicionado, eliciando a resposta condicionada mesmo sem a presença do estímulo incondicionado. Em termos de análise funcional, operacionaliza-se:
ESQUEMA 07:
SI → RI
SI + SN → RI
SC → RC
Porém, é dito que Jorge tem resistido a essa fissura, emitindo respostas de “autocontrole”, incompatíveis ao comportamento punido (fumar a droga). Essas respostas são reforçadas negativamente (vide esquema 04), evitando-se o contato com os estímulos aversivos que surgem com o uso do crack (consequências negativas à qualidade de vida de Jorge). Pode-se dizer que aqui, há esquemas concorrentes de reforçamento: um de reforço positivo, contingente à resposta de fumar a droga (vide esquema 05); e um de reforço negativo, contingente à emissão de respostas de “autocontrole”, entrando em questão o comportamento de escolha, muito estudado na AC.

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