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Transtorno Obsessivo Compulsivo + questões

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Andressa Marques – medicina UFR 
TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO (TOC) 
→Caracteriza-se pela presença de pensamentos obsessivos (ideias, sentimentos ou imagens que 
invadem o pensamento da pessoa de forma repetida e contra sua vontade) e comportamentos 
compulsivos (comportamentos repetitivos ou atos mentais estereotipados que tem por objetivo aliviar 
os pensamentos obsessivos). 
EPIDEMIOLOGIA 
→Prevalência de 2 a 3% na população geral; 
→Ambos os sexos igualmente propensos (leve tendência para o sexo masculino quando na infância). 
→Idade média de 20 anos para o início dos sintomas. 
ETIOLOGIA / MECANISMOS NEUROBIOLÓGICOS E PSICOLÓGICOS 
→Tem como principal neurotransmissor a serotonina; 
→As áreas cerebrais mais acometidas parecem ser o córtex frontal, os gânglios basais e o cíngulo. 
→Alguns estudos vêm mostrando importante associação do circuito córtico-estriato-tálamo-cortical 
com a sintomatologia do TOC 
→Mecanismos de defesa psicodinâmicos mais relacionados ao TOC: isolamento, anulação, formação 
reativa (produção de um comportamento para satisfazer um desejo). 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
→Coexistência dos sintomas obsessivos simultâneos as compulsões; 
→Tanto as obsessões quanto as compulsões são vivenciadas como algo estranho à sua personalidade, 
ou seja, são reconhecidas como absurdas ou irracionais e, muitas vezes, os pacientes tentam resistir 
a estes sintomas sem sucesso. 
→Comportamentos de esquiva (medidas tomadas para evitar o contato com algum estímulo 
considerado aversivo pelo paciente). 
→Grupos de pacientes: 
• Obsessões agressivas, sexuais ou religiosas e compulsões de verificação 
• Obsessões de sujeira ou contaminação e rituais de limpeza 
• Obsessões de simetria e compulsões de ordenação, repetição e contagem 
• Obsessões e compulsões de acumulação 
→O alívio trazido ao realizar um ritual é temporário, logo, as compulsões tendem a se repetir inúmeras 
vezes; 
→Esses sintomas trazem grandes prejuízos ao paciente e as compulsões acabam por ocupar grande 
parte do seu dia. 
→Vale ressaltar também que é comum o paciente com TOC apresentar outras condições psiquiátricas 
associadas. 
DIAGNÓSTICO 
→Os critérios diagnósticos são baseados na presença dos pensamentos obsessivos recorrentes, e 
que causem ansiedade significativa, ou sintomas compulsivos, executados na tentativa de neutralizar 
os sintomas obsessivos. 
Andressa Marques – medicina UFR 
→O diagnóstico é essencialmente clínico, realizado por meio de anamnese e exame do estado mental, 
associados a uma avaliação longitudinal do paciente e, quando possível, da família. 
 
CRITÉRIOS DSM-5 
 
→ 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
→Para realizar o diagnóstico de TOC é necessário descartar outras condições psiquiátricas e também 
descartar a possibilidade de os sintomas estarem sendo causados pelo uso de alguma substância. 
→Pacientes com transtorno de humor também podem apresentar pensamentos obsessivos com 
conteúdo de culpa e de ruína, denominados ruminações, mas, se diferencia do TOC porque o conteúdo 
é congruente com um humor deprimido. 
→Pacientes com transtornos de ansiedade podem apresentar pensamentos repetitivos e 
desconfortáveis, com a temática de preocupações excessivas relacionadas sempre a conteúdo da vida 
cotidiana. 
Andressa Marques – medicina UFR 
→Outros diagnósticos diferenciais: Síndrome de Tourette, outros transtornos de tiques, epilepsia 
do lobo temporal, esquizofrenia, transtornos depressivos, fobias etc. 
 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO E NÃO FARMACOLÓGICO 
→Os psicofármacos inibidores da recaptação de serotonina (IRS) correspondem ao tratamento de 
primeira linha para esses pacientes – visam regularizar possíveis desbalanços do neurotransmissor 
serotonina, juntamente com a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC); 
→Os IRS incluem o antidepressivo tricíclico clomipramina e a classe dos Inibidores Seletivos da 
Recaptação de Serotonina (ISRS) – ex: fluoxetina, sertralina, escitalopram, citalopram, paroxetina 
e fluvoxamina. 
→A clomipramina por ser menos seletiva apresenta mais efeitos colaterais, logo, não costuma ser a 
primeira opção de tratamento. 
→A TCC é uma terapia mais breve, média de 3 a 6 meses e é focada na sintomatologia do TOC, em 
que são aplicadas técnicas comportamentais e cognitivas visando diminuir os sintomas. O componente 
principal é a exposição e prevenção de respostas (EPR), que consiste na exposição programada, real 
ou imaginária do paciente a estímulos que ele teme, de modo a ir reduzindo a ansiedade de forma 
progressiva. 
→Tratamento deve ser mantido por 1 a 2 anos após o desaparecimento dos sintomas. 
 
QUESTÕES 
 
1.Qual a prevalência estimada do TOC na população geral? 
a. 1 a 3%. 
b. 5 a 10%. 
c. 15 a 20%. 
d. 25 a 30%. 
2. Em relação à epidemiologia do TOC, assinale a alternativa correta: 
 a. É uma doença frequente, com prevalência maior do que 5%, com baixas taxas de remissão e que 
pode ocasionar muito prejuízo funcional para o paciente. 
b. É uma doença pouco frequente, com prevalência menor do que 5%, de caráter crônico, com marcada 
predominância no sexo masculino. 
c. É uma doença frequente, com prevalência maior do que 5%, de caráter crônico e que tem início em 
idades mais avançadas. 
d. É uma doença pouco frequente, com prevalência menor do que 5%, com baixas taxas de remissão e 
sem grandes diferenças entre os sexos no que se refere à prevalência. 
3.Sobre os sintomas de TOC, é possível afirmar: 
a. As compulsões são as atitudes e comportamentos realizados pelo paciente para aliviar a angústia 
trazida pelas obsessões. Estes comportamentos têm como principal característica serem visíveis para 
a família (p. ex., lavar a mão, organizar, conferir) e não acontecem na esfera dos pensamentos. 
Andressa Marques – medicina UFR 
b. Obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens mentais recorrentes, intrusivos e desagradáveis 
para o paciente que podem existir na ausência de compulsões. 
c. Pensamentos obsessivos são a principal característica do paciente com TOC e não acontecem em 
outros transtornos psiquiátricos. 
d. Caso o paciente apresente pensamentos obsessivos e utilize outros pensamentos para neutralizar 
a angústia gerada, o diagnóstico de TOC não deve ser aventado. 
4. Sobre os comportamentos de esquiva, assinale a alternativa correta: 
a. Embora tais comportamentos estejam presentes no TOC, podem ocorrem em outras doenças 
psiquiátricas. 
b. São um dos sintomas do TOC, porém, podem ser considerados manifestação rara. 
c. Os comportamentos de esquiva podem ser considerados uma postura favorável para o paciente com 
TOC, pois se ele evita situações que geram sintomas, ele gastará menos tempo com obsessões e 
compulsões. 
d. Os comportamentos de esquiva podem estar presentes no TOC, desde que o paciente apresente 
outras comorbidades psiquiátricas, como fobia social. 
5. Em relação aos critérios diagnósticos do TOC no DSM-5, assinale a alternativa correta: 
a. Para o diagnóstico, é necessária a presença de obsessões e compulsões. Quando houver apenas um 
dos sintomas, o diagnóstico de TOC deve ser descartado. 
b. Caso os pensamentos repetitivos sejam mais bem explicados por outra doença, por exemplo, 
ruminações de ruína no contexto de uma síndrome depressiva, não se fecha o diagnóstico de TOC. 
c. Caso o paciente tenha sintomas obsessivos e compulsivos, mas tenha tiques, não se deve pensar em 
TOC. 
d. Os comportamentos compulsivos são específicos ao TOC e não ocorrem secundariamente ao uso de 
substâncias e a situações médicas gerais. 
6. Sobre o manejo do paciente com TOC: 
a. O tratamento de primeira linha é TCC. O uso dos ISRS só é indicado no caso de outras 
comorbidades psiquiátricas, como depressão e transtorno de ansiedade. 
b. A TCC só oferece benefícios para casos mais leves de TOC ou que tenham início recente. 
c. O ideal é realizar a TCC em momento separado do uso depsicofármaco, pois, dessa forma, não é 
possível saber por qual motivo o paciente está melhorando. 
d. Tanto a TCC quanto os ISRS são tratamentos de primeira linha para o TOC. 
7. Sobre a psicoterapia no TOC: 
a. A terapia de primeira linha é a TCC, que consiste essencialmente em reestruturação cognitiva, 
fundamental para a melhora de obsessões e compulsões. 
b. A TCC deve oferecer necessariamente a técnica de reversão de hábito, que consiste em condicionar 
o paciente a realizar comportamentos mais adaptados quando apresentar o impulso de realizar 
compulsões. 
c. A TCC deve buscar acolher o sofrimento do paciente ao oferecer-lhe reasseguramento, que serve 
para diminuir a ansiedade gera 
da pelas obsessões. 
d. A TCC apresenta eficácia ao oferecer necessariamente a técnica de exposição e prevenção de 
resposta, que se baseia no princípio de extinção do medo para diminuir comportamentos compulsivos. 
Andressa Marques – medicina UFR 
8. Sobre o curso clínico e prognóstico no TOC: 
a. Geralmente é uma doença crônica e estável, sem grandes variações em sua gravidade ou tipo de 
sintomas ao longo da história. 
b. Na maioria dos casos, acomete indivíduos já em idades precoces, o que pode se traduzir em grande 
incapacidade. 
c. A maioria dos pacientes apresenta remissão completa dos sintomas com o tratamento adequado. 
d. Crianças em geral não devem receber tratamento, pois os sintomas tendem a desaparecer durante 
a adolescência. 
9. Sobre o diagnóstico do TOC: 
a. É comprovado por meio de neuroimagem, que pode evidenciar alterações no circuito córtico-
estriado-tálamo cortical. 
b. Obsessões e compulsões são sintomas específicos do TOC e sua presença, independentemente da 
apresentação, deve ser considerada como TOC. 
c. É importante avaliar o quadro clínico como um todo, como idade de início dos sintomas, curso, 
apresentação ao longo do tempo, comorbidades, histórico familiar, característica dos sintomas, para 
chegar a um diagnóstico correto, não sendo necessários exames complementares. 
d. Exames complementares devem ser sempre solicitados, especialmente em pacientes mais velhos, 
que podem apresentar sintomas obsessivos-compulsivos decorrentes de condições como deficiências 
vitamínicas. 
10. Sobre as comorbidades no TOC e diagnóstico diferencial: 
a. Pacientes com transtorno do humor, como transtorno depressivo maior, podem apresentar sintomas 
como pensamentos repetitivos com conteúdo de culpa e calúnia, o que, por si só, já caracteriza TOC 
e a necessidade de tratar a comorbidade. 
b. Pacientes com pensamentos repetitivos envolvendo preocupações relacionadas à vida do paciente 
caracterizam uma dimensão de sintomas específica do TOC. 
c. É frequente a comorbidade do TOC com transtornos do humor e ansiosos, sendo necessária a 
diferenciação dos sintomas corretamente, uma vez que obsessões e compulsões podem estar 
associadas ao quadro de humor. 
d. As preocupações no TOC têm conteúdo mágico e supersticioso envolvido, apresentando compulsões 
relacionadas. Quando isso não ocorre, trata-se provavelmente de um transtorno ansioso, como o 
transtorno de ansiedade generalizada (TAG). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito: 1-a; 2-d; 3-b; 4-a; 5-b; 6-d; 7-d; 8-b; 9-c; 10-c .

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