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TRAUMATISMO UROLOGICO - Trauma renal. - Trauma ureteral. - Trauma vesical. - Trauma uretral. - Trauma de genitália externa. Trauma Renal - Os acidentes são a maior causa de morte entre homens e mulheres com menos de 40 anos. - Aproximadamente 10% dos traumas envolvem o trato urinário. - O rim é o órgão mais atingido. - São comuns os traumas renais na infância. Classificação - De acordo com o mecanismo: Penetrantes FAF e FAB Fechados acidentes automibilisticos; compressão direta do rim; aceleração ou desaceleração. - Quanto a extensão do trauma: Contusão renal contusão ou hematoma subescapular com capsula renal intacta Pequenas lacerações pequenas roturas da cortical renal; não incluem o sistema pielocalicial ou zona medular profunda. Lesões vasculares oclusões e/ou lacerações da artéria e/ou veia renal. Grau I = contusoes e hematomas subcapsulares Grau II = lacerações corticais com hematomas perirrenais Grau III = lacerações envolvendo a junção cortico- medular ou trombose arterial segmentar sem laceração Grau IV = lacerações envolvendo o sistema coletor ou segmentações da arteria renal levando à existencia de area desvascularizada e a lesoes do pediculo principal com hemorragia contida Grau V = avulsão do hilo renal, trombose da arteria renal ou multiplas fragmentações do orgao Sintomatologia · Hematúria: - Penetrantes ou fechadas. - Intensidade não se relaciona diretamente com gravidade da lesão. - Surge em grau variável. - Desaparece espontaneamente. - Pode estar ausente ou ser discreta. - Atenção, situações que nem urina e nem sangue alcançam a bexiga: · Avulsão do ureter · Obstrução do ureter por coágulos ou fragmento de tecido renal · Lesões extensas do parênquima · Hematoma retroperitoneal (se integridade do peritônio parietal). · Hemoperitônio · Abcesso perinefrético (se lesão extensa da via coletora) · Dor abdominal: - Pode irradiar para escroto ou grandes lábios - Lesão do parênquima renal - Distensão da cápsula - Passagem de coágulos pelo ureter. · Equimoses em flancos · Associação com fraturas de costelas · Massa palpável no flanco (grandes hematomas retroperitoniais) · Choque e hematúria: - Cerca de 25% são decorrentes de grandes lacerações ou lesões vasculares. Diagnóstico · Atenção: - atendimento a um paciente politraumatizado. - a lesão renal é parte das demais encontradas. · Avaliar a urina em busca de hematúria. · Avaliação radiológica obrigatória: - Lesão penetrante do abdome ou da região lombar (independente do grau de hematúria). - Traumas fechados (com macro ou microematúria). - Choque e hematúria. Propedeutica - Tomografia de abdome é padrão ouro - outros exames: urografia excretora, USG, arteriografia Tratamento · O rim permite duas formas de tratamento. · Considerar: · Estado hemodinâmico. · O correto diagnóstico. · Classificação da lesão. · Tratamento: · Operatório (10% das vitimas de trauma abdominal fechado com lesão renal). · Não-operatório (maioria da lesões renais no trauma fechado). · No ferimento penetrante a maioria dos pacientes são operados. · Tratamento não-operatório: · Repouso relativo · Manutenção da volemia · Correção do hematócrito · Monitorização clínica e radiológica · Tratamento cirúrgico: · Laparotomia mediana ampla. · Dissecção e isolamento do pedículo renal. · Controle da artéria e veia renal previamente a exploração do hematoma. · Cirurgia em condições exangues. Exposição Para Debridamento Manejo Cirurgico · Indicações absolutas: 1. Instabilidade hemodinamica por sangramento renal persistente. 2. Hematoma perirenal expansivo ou pulsátil. 3. Avulsão do pedículo renal. 4. Lesão associada? · Indicações relativas: 1. Laceração extensa da pelve renal ou JUP 2. Extravasamento urinario. 3. Tecido renal inviável. 4. Injúrias asociadas(?) 5. Injúrias renais maiores. · Nefrectomia · Lesão renal extensa, risco de vida - Instabilidade hemodinâmica,alterações da coagulação e rim contralateral normal. - PAF de alto impacto. Complicações · Por ocasião do tratamento conservador: - Complicações imediatas: · Ocorrem de 4 a 6 semanas após o trauma · Coleção de urina · Abcesso no retroperitônio - Complicações tardias: · Sangramento do parênquima · HAS · Insuficiência renal Trauma Ureteral · Menos frequente que o trauma renal. · Causas: - FAF ou FAB. - Manipulações endoscópicas intraluminares. - Cirurgias pélvicas. - Por traumas fechados são raros. · Iatrogenia: - Histerectomia – incidência de 54%. - Colorretal – incidência de 14%. - Urológicos – incidência de 8%. - Cirurgia vascular – incidência de 6%. Clínica - Se corrigida no momento da laparotomia não chega a apresentar manifestações clínicas. - Extravasamento de urina por ferida operatória. - No caso de histerectomias, pode haver perda de urina pela vagina. - Febre e dor lombar. - As lesões ureterais não reconhecidas ou não tratadas podem evoluir com estenose, fístulas, urinomas ou abcessos. Diagnostico - Urografia excretora: · Extravasamento do contraste. · Estenose. - Ureteropielografia: · Mostra o nível da lesão. - USG: · Mostra coleções. · Dilatação das vias excretoras. Tratamento · Depende da extensão, localização e tempo decorrido entre o trauma e a correção. · Visa preservar a função renal e restaurar a drenagem ureteral normal. · Anastomose terminoterminal sempre deve ser a primeira opção. · Outras técnicas: - Anastomose ureteropiélica. - Transureterostomia. - Ureteroneocistostomia. - Autotransplante. - Lesões discretas – duplo J. - Lesões antigas – nefrostomia. Trauma Vesical - Localização profunda na pelve. - A bexiga está menos exposta aos traumas. - Protegida pelos ossos da bacia. - A bexiga quando cheia, o seu volume é maior e a proteção é menor. · Trauma de bexiga: Penetrante (mais comum). Fechado: -Contusão. - Ruptura extraperitoneal: em doentes com fratura de bacia (95%). - Ruptura intraperitoneal: em doentes com bexiga cheia. - Lesão mista: trauma fechado violento; fratura de bacia e explosão da bexiga. Trauma Penetrantes · São principalmente por armas de fogo. · Também ocorrem por iatrogenia: RTU, CISTOSCOPIAS, CISTOLITOTRIPSIAS (SINAL DE LAFOND). Clínica · Hematúria macroscópica presente em 95% dos casos. · Crepitação óssea e dor a compressão lateral da pelve. · Choque hipovolêmico. · Retenção urinaria. · Ruptura extraperitonela = “Aspecto em chama”, 65% lesão contralateral à fratura. · Ruptura intraperitoneal Diagnostico · Uretrocistografia - em adultos faz diagnóstico · TC com cistografia – em casos de dúvidas podem identificar pequenas lesões,não reveladas na UCG. Tratamento · Ruptura intraperitoneal é sempre cirúrgico · Ruptura extraperitoneal, se lesão única e pequena, sonda por 10 dias · Ruptura extra peritoneal, se lesões múltiplas, hematúria maciça, grande lesão única, cirurgia e uso de sonda por 10-12 dias. Trauma Uretral · Condição rara nos centros de trauma. · Situação ainda mais rara no politraumatizado do sexo feminino. · Considerações anatômicas: -Prostática. - Membranosa. - Bulbar. - Peniana. · Classificação das lesões traumáticas: - Anterior (abaixo do diafragma urogenital). - Posterior (acima do diafragma urogenital). · Adulto jovem por estar mais exposto ao trauma. · Sexo masculino: - Maior comprimento da uretra. - Ligamento puboprostático. · Os raríssimos casos de lesão da uretra feminina são causados pela ação direta de fragmentos ósseos decorrentes da fratura de bacia. Etiologia · Uretra peniana: - Rotura. - Depende do estado de ereção do pênis. - Choque direto. - Flexão brusca (coito ou masturbação). · Uretra bulbar: - Queda a cavaleiro. · Uretra posterior: - Porção membranosa é o local mais frequente de lesão. - Fraturas de bacia. Sintomatologia · Uretrorragia presente em 80% dos casos. · A severidade do sangramento independe do grau de lesão. · Dor em baixo ventre ou períneo ocorre em 72% dos casos. · Impossibilidade de urinar ocorre em 25% dos casos: - Ruptura total e completa da uretra. -Espasmo do esfíncter. - Bexiga vazia. - Choque hipovolêmico – perfusão renal insuficiente. - Explosão de bexiga. - Hematoma perineal na quedaa cavaleiro Diagnostico - uretrocistografia Tratamento · Trauma de uretra anterior -Fratura peniana · Exploração cirúrgica precoce · Evacuação dos coágulos · Controle da hemorragia · Reparo da lesão uretral através da reconstrução primária - Uretra bulbar (queda a cavaleiro) · Cistostomia com tratamento inicial · Reconstrução uretral no tempo posterior (no caso de estenoses tardias) · Cateterismo vesical? · Realinhamento primário está associado com estenoses tardias e complexas reconstruções futuras (uretroplastias) · Trauma da uretra posterior -Relacionada com fratura de bacia - Duas formas de tratamento: · Realinhamento primário · Cistostomia com posterior correção da estenose uretral que venha a se desenvolver · A rafia primária da lesão deve ser abolida -Manejo tardio · Uretroplastia bulboprostática Trauma da Genitália Externa - Trauma fechado (contuso) - Trauma penetrante (perfuro-cortante) - Lesões superficiais: tecidos que recobrem a genitália - Lesões profundas: atingem o corpo cavernoso e parênquima testicular Obs: atenção a possibilidade de lesões associadas Reto, bexiga, uretra e cordão espermático Lesões Especificas · PÊNIS -Contusão peniana · Agente causador · Energia · Estado de tumescência peniana -Flácido · Lesões superficiais e hematomas · Avulsão de parte ou toda da pele do pênis -Ereto · Intercurso sexual, masturbações e práticas bizarras · Fratura peniana -Quadro Clínico da Fratura de Penis: · Relato da posição sexual · Sensação de estalo “clic” · Dor · Detumescência imediata · Desvio do pênis · Hematoma -Diagnostico da fratura de pênis: clínico; cavernosografia e/ou RNM -Lesões associadas à fratura de pênis: veia dorsal; eretra (23%) Tratamento Penis · Tratamento cirúrgico imediato: -Abrevia a convalescença. - Evita sequelas com a angulação do pênis. - Evita persistência da dor nas ereções. - Evita disfunção erétil. · Abordagem cirúrgica: - Incisão circunferencial no sulco coronal com desluvamento do pênis. - Incisão longitudinal na rafe mediana. · Pós-operatório: - Evitar ereções (gelo e/ou administração de dietilbestrol 3 mg/dia). Penis- Lesões Penetrantes · Hematomas e sangramentos ativos pelos orifícios. · Trajetória do objeto ou projétil pode determinar possíveis lesões associadas. · Tratamento é cirúrgico. · A amputação do pênis é a lesão genital cortante mais grave: -Resolução complexa - Sequelas Lesões Especificas · TESTÍCULOS · Trauma fechado: -Hematoma (contusão). - Torção. - Deslocamento. - Ruptura testicular. - Pode associar a lesões do epidídimo, escroto e uretra. · Trauma penetrante: - Avaliar trajeto em busca de lesões associadas. Tratamento Testiculo · Diagnóstico e conduta terapêutica devem se basear na história e achados de exame físico. · Cintilografia e USG tem acurácia muito variável: - Pode ser utilizada na suspeita de torção. · Indicação cirúrgica: -Trauma de alta energia. - Hematoma. - Dor. - Impossibilidade de distinguir testículo do epidídimo. · Tratamento Cirurgico -Exploração escrotal. - Drenagem do hematoma e hematocele. - Lavagem copiosa. - Desbridamento dos tecidos e túbulos seminíferos necróticos. - Síntese da albugínea. - Drenagem. - Antibióticos. - No caso de amputação: reimplante pode ser considerado até 8 horas. - Tratamento conservador é feito com gelo, AINE e suspensórios.
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