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Algias vertebrais 1 Algias vertebrais Created Tags Marcela Cavalcanti Introdução Principal causa é mecânica-postural Antecedentes e modo de vida são condições a serem valorizadas no diagnóstico A clínica é soberana diante de queixas subjetivas Síndrome de dor difusa/imprecisa → síndrome não me toque = etiologia psicogênica Sintomas e sinais sistêmicos → etiologias infecciosas e neoplásicas Febre Perda de peso Valorize o antecedente + postura + profissão Os medicamentos tem suas indicações mas podem em determinados casos, serem menos importantes que a educação do paciente Abordagem do paciente com dor na coluna Anamnese April 26, 2021 1100 AM Algias vertebrais 2 Houve algum trauma? A dor de uma fratura de vértebra é muito intensa, na maioria das vezes precisa de um analgésico opióide e imobilização da coluna com colete Duração: Agudo: até 1 mês Subagudo: 13 meses Crônico: > 3 meses É uma dor localizada ou irradiada? Se cervical → membros superiores Se lombar → membros inferiores A irradiação vem com queixas parestésicas? (saber se há radiculopatia) Dormência Queimor Formigamento Normalmente a irradiação com radiculopatia compromete um dímidio (unilateral). A principal causa de radiculopatia é hérnia de disco e que acontece para um lado da coluna Em que nível da coluna é a dor? Fatores de melhora e piora (caracterização da dor) Dor mecânica piora com a sobrecarga Dor inflamatória piora com repouso + rigidez matinal - paciente com espondilite anquilosante (paciente < 45 anos com dor lombar crônica de caráter inflamatório) obs: a rigidez inflamatória dura geralmente > 30 minutos, como a manhã inteira Como dorme? Importante para diferenciar se a dor ao acordar é porque dorme mal e exacerba a dor mecânica ou se é porque a dor é de fato inflamatória Decúbito lateral e dorsal são corretor, o que vai influenciar é o uso correto do travesseiro (em DD o travesseiro deve ser fino ou sem travesseiro, em DL o travesseiro precisa preencher um espaço maior, Algias vertebrais 3 para que a cabeça não faça hiperextensão ou hiperflexão entre os ombros Travesseiro não pode ser duro porque pode tensionar a musculatura e gerar cefaleia Paciente com patologia discal (lombociatalgia) → dormir de lado com joelhos flexionados porque abre espaço entre os discos intervertebrais e traz maior conforto e se gosta de dormir em DD, não dormir com as pernas em extensão, também não flexionar joelhos Sintomas associados: Há sintomas sistêmicos como febre? Exames complementares Radiografia simples da coluna vertebral em AP e perfil TC e RNM - se suspeita de radiculopatia Eletroneuromiografia → só pedimos se houver exame de imagem prévio, associado com déficit motor ou muitas queixas nervosas (só feito em casos de cervicoatalgia ou lombociatalgia) Casos agudos → mecânicos posturais/ traumas → rápida recuperação 23 semanas) Casos crônicos → dor de repetição → merecem investigação complementar Coluna vertebral Coluna cervical 7 vértebras) Coluna torácica 12 vértebras) Coluna lombar 5 vértebras) 5 vértebras sacrais 5 ossículos articulados que formam o cóccix Ligamento longitudinal anterior, posterior e paravertebrais Curvaturas fisiológicas → mobilidade da coluna + estabilidade e preservação de vértebras e discos Lordose cervical (concavidade para trás) Cifose dorsal torácica Lordose lombar Algias vertebrais 4 Cifose sacrococcígea As vértebras articulam-se entre si através dos discos intervertebrais e das articulações interfacetárias; no meio passa a medula espinhal Função: Proteção da medula e de nervos Suportar o peso corporal Postura e locomoção Flexibilidade para o corpo Fixação para costelas, cintura pélvica e músculos do dorso Formas de apresentação das algias vertebrais Síndrome postural 80% decorre de síndrome postural + fator mecânico Paciente com algia vertebral aguda e causa postural ou mecânica evidente, sem história de trauma → não há necessidade de solicitar exames de imagem Síndrome vertebral Discos e articulações comprometidos → artrites, espondiloartrites, hérnias de disco Paciente com hérnia de disco que sai da crise pode fazer atividades físicas → alonga a coluna, aumenta os espaços interdiscais e fortalece a musculatura (exercícios de musculação e alongamento, caminhada ou pilates, musculação) Falta de exercício fragiliza a musculatura + facilita ocorrência de crises Síndrome miofascial Músculos e tendões → inflamação, trauma Síndrome psicogênica Diagnóstico de exclusão Cervicalgia Anatomia complexa Primeira e segunda vértebras estão na base do crânio Algias vertebrais 5 Demais vértebras se articulam pelas articulações interapofisárias Osteófito/ hérnia de disco cervical podem comprometer irrigação do labirinto → tontura Grande mobilidade (flexão, extensão, flexão lateral e rotação) Predisposição para alterações mecânicas e degenerativas devido aos movimentos constantes Formas clínicas: Cervico-cranialgia → pacientes com pescoço curto, má formação (vértebras em bloco, vértebras fusionadas sem disco vertebral concedendo maior rigidez em coluna) Cervicalgia → causas mecânicas, degenerativas, inflamatórias (espondiloartrites), mal formação congênita. Pode ter dor irradiando para musculatura paravertebral, musculatura do trapézio Cervicobraquialgia → dor na coluna cervical com irradiação para um membro Cervicobraquialgia Dor na coluna vertebral cervical com comprometimento da raiz nervosa, portanto dor muito intensa irradiando para um membro superior Queixas parestésicas: dor + formigamento, dormência ou queimor Várias etiologias → hérnia de disco é a principal Manobras Teste de compressão: provocativa → mãos espalmadas e dedos articulados sobre a cabeça do paciente, comprime no sentido crânio- caudal. O paciente com radiculopatia refere dor porque aumenta a pressão no disco intervertebral, inrritando-o. Spurlling: provocativa → além da compressão cranio-caudal, flexiona lateralmente a cabeça para o lado da suspeita da radiculopatia e inclina lateralmente → gera muita dor no paciente com radiculopatia Se a dor for contralateral → origem muscular Tração: promove alívio da dor → mãos espalmadas na base do crânio do paciente, elevando a cabeça promovendo alívio da dor. Sugere radiculopatia. Algias vertebrais 6 Diagnóstico diferencial: colecistite, angina, IAM, neoplasia Dorsalgia Menos frequente que a cervicalgia porque tem menor mobilidade Etiologia: Vertebrais Mecânico-posturais Traumáticas Anomalias esqueléticas Osteometabólicas - a sede de fratura de osteoporose é dorsal baixa e lombar alta Infecciosas (tuberculose vertebral) Inflamatória → espondilite anquilosante Neoplasia metastática Não vertebrais Viscerais - cardíaca, digestiva Psíquicas Quadro clínico Dor localizada ou irradiada dorso-costal Mais comum em crianças e adolescentes por postura inadequada, trauma, esporte, anomalias esqueléticas Diagnóstico diferencial: cardiopatias, pneumopatias, gastrite Lombalgia Principal causa de afastamento de trabalho Principal síndrome dolorosa vertebral Benigna em 75% dos casos, por isso não precisa de exame complementar na maior parte dos casos sem histórico de trauma Causa mais comum é a mecânica postural Condições associadas: Algias vertebrais 7 Mover-se, sentar, andar incorretamente Carregar objetos pesados de forma inadequada Sedentarismo Hereditariedade (biotipo, fragilidade muscular) Tabagismo → leva a sarcopenia e desmineralização óssea e, portanto, colapso das vértebras Excesso de peso → maior carga sobre os discos lombares, com maior tendência a dor lombar Etiologia Mecânico-postural Traumática Degenerativas Comprometimento de raiz nervosa: estenose, fratura, compressão neural, hérnia discal Infecção → espondilodiscite (infecção no disco vertebral) Neoplasia Doença visceral (pielonefrite, infecção pélvica, aneurismade aorta) Diagnóstico diferencial mediante exame físico porque o paciente tem dor à palpação dos corpos vertebrais e à mobilização da coluna, ao exame provocativo da coluna Lombociatalgia Dor lombar irradiando para o MMII devido ao comprometimento do nervo ciático L4S1 Queixas parestésicas → alterações sensitivas Mais comum unilateral Etiologia Hérnia de disco é a principal causa Exame físico Postura antálgica - ligeira flexão da coluna + arrasta perna Algias vertebrais 8 Claudicação da marcha porque a perna fica dormente Manobra de Lasegue + (à extensão da perna o paciente refere dor ou queimação, dormência que pode pegar a região anterior da coxa e perna, região lateral da perna, região posterior da perna a depender da raiz do ciático que está comprometida - L4, L5 ou S1 respectivamente) Reflexos profundos alterados ou diminuídos Patelar → L4 Aquileu → S1 Sacralgia Raro Geralmente por fratura/ trauma direto Vértebras articuladas formando um grande osso contando com a musculatura glútea bem desenvolvida → mais difícil ter dor Mais comum ter dor na bacia por inflamação da articulação sacroilíaca Coccigodinea Também rara Dor no cóccix, mais comum que a sacralgia Causa principal → queda (fratura de cóccix) Causa mecânica postural Causa idiopática inflamatória em indivíduo que se senta com postura inadequada Ex: motoristas, recepcionistas Tratamento Não medicamentoso Orientações e correções posturais Fisioterapia RPG, hidroterapia, pilates) → com mobilidade em fases crônicas Acupuntura Medicamentoso Algias vertebrais 9 Analgésicos comuns e analgésicos de ação central AINEs Relaxantes musculares Drogas de ação anti-neurítica
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