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LESÕES MELANOCÍTICAS (EPIDÉRMICAS, DÉRMICAS E NEVOS) BENIGNAS Podem acontecer tanto na epiderme como na derme, e o início das lesões se dá de forma congênita ou adquirida. As lesões pigmentares, decorrentes de melanócitos epidérmicos, incluem: efélides, mácula melanocítica de lábio, lentigo simples, síndromes lentiginosas e melanosa solar. Estas serão descritas a seguir. •Melanócitos epidérmicos -Efélides: são conhecidas popularmente como sardas e surgem dos 6 aos 18 anos. Estão relacionadas à exposição solar (fotodano). São máculas acastanhadas ou escuras, de 2 a 4 mm, que possuem caráter hereditário, frequentemente em fototipos I e II (cabelo ruivo e loiro). A distribuição é simétrica. Podem levar ao xeroderma pigmentoso, que se manifesta muito cedo na criança, levando as efélides a tumores. Não se faz biópsia, mas o resultado seria o aumento de pigmento melânico. -Mácula melanocítica de lábio: frequente em mulheres jovens, é uma mancha/mácula nos lábios. A histologia é similar às efélides. -Lentigo Simples: máculas puntiformes acastanhadas ou pretas. Surgem no nascimento ou na infância, em praticamente qualquer área do corpo. Quanto à histologia, significa um aumento de melanócitos (hiperplasia melanocítica) e alongamento das cristas epiteliais, aumentando a produção de melanina. Elas raramente sofrem transformação maligna. -Síndromes Lentiginosas: são lentigos disseminados. Ocorre nas síndromes de LEOPARD, Peutz-Jeghers e Carney. A primeira tem várias comorbidades associadas. -Melanose solar: também conhecida por melanose actínica ou lentigo solar. Ela difere da etiopatogenia do lentigo simples. É muito prevalente depois da quarta década de vida. A etiologia consiste no acúmulo de raios solares durante toda a vida. Em casos raros pode evoluir para degeneração maligna. Quando isso acontece, a lesão torna-se extensa e de cor castanha-preta (lentigo maligno). Fototipos •Melanócitos Dérmicos: -Mancha mongólica: mais frequente na região sacra. Coloração azulada. -Nevos de Ota: região do nervo trigêmeo e esclerótica – de forma unilateral -Nevos de Ito: áreas correspondentes aos nervos laterobraquial e supraclavicular posterior. É uma mancha unilateral na região do deltoide, escápula e clavícula. •Nevos Os nevos são ninhos de células névicas (chamados de pinta ou sinal) que são formados a partir de melanócitos, mas que se tornam células com características específicas. Surgem até os 25 anos de idade, com ênfase no início da vida adulta. Se houver muitos nevos, o risco de melanoma é maior. -Nevo azul comum (chama-se nevo, mas não é composto por célula névica, e sim por melanócito!): tem coloração azulada. Se apresenta como lesão pequena (mácula ou pápula), localizada na cabeça, pescoço, dorso de mãos e pés. O pigmento melânico é abundante. Quanto à histologia, há um acúmulo de melanócitos dérmicos, assim como fibroblastos e melanófagos. -Nevo azul celular: trata-se de uma placa ou nódulo azul sem pelos. É frequentemente adquirido, e localiza-se nos glúteos e região sacra. Em 17% dos casos está no couro cabeludo. Pode evoluir (raramente) para nevo maligno e melanoma. -Desenvolvimento dos nevos: a célula névica migra da epideme para a derme. Quando se situa na epiderme, tem aspecto epitelioide; na derme média, aspecto linfóide; já na derme profunda, tem aspecto neuroide e diminui a produção de melanina. A imagem abaixo exemplifica os processos de migração. Os nevos nas regiões acrais (mãos e pés) em geral são juncionais ou compostos, e estão relacionados a um risco maior de melanoma acral lentiginoso. -Nevo melanocítico congênito: em 1% das pessoas nascidas. São maiores que os adquiridos. São considerados pequenos quando têm menos de 1,5 cm; e gigantes quando maiores que 40 cm. Esses gigantes agregam maior risco de complicações. Elas ocupam praticamente um membro inteiro e possuem superfície rugosa, pilosa e cor de café claro ao preto. Podem estar acompanhados, ainda, de lesões satélite. É importante o uso do critério ABCDE para diferenciar lesões normais de melanomas. A imagem abaixo traça essas diferenças e exibe o método. Nevo composto Nevo juncional Nevo intradérmico -Nevo displásico: seria a lesão intermediária entre nevo melanocítico e melanoma. O risco de melanoma aumenta se houver membros da família com nevos displásicos. Podem ser múltiplos (mais de 100 lesões). Importante a avaliação por Fotofinder e ressecamento das lesões. Geralmente aparecem na adolescência, mas podem surgir até os 40 anos. Têm de 6 a 15 mm e são ausentes no nascimento. A morfologia em “ovo frito” é comum. -Nevo Spitz: era chamado de melanoma benigno juvenil. Pode ser juncional, composto ou intradérmico. Geralmente é solitário, pequeno, indolor e localizado na face. Pode ser confundido com melanoma maligno. A apresentação clínica é muito variável (várias cores e formatos). Na histopatologia, ocorre vasodilatação de capilares linfáticos e epiderme hiperplásica. O tratamento consiste na exérese cirúrgica. -Nevo Spilus (nevus sobre nevus): mancha acastanhada e irregular, na qual surgem numerosas pápulas lenticulares mais escuras (nevos melanocíticos). É frequentemente única e localizada em tronco. As lesões são de alguns centímetros. Na histopatologia há hiperpigmentação basal. Deve ser acompanhado com dermatoscopia. -Nevo halo: surge na adolescência e pode estar associado ao vitiligo. Comumente é múltiplo e se apresenta em vários estágios distintos: nevo melanocítico com halo hipocrômico/acrômico; nos estágios finais o nevo desaparece.
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