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Etimologia da palavra: Saúde do latim salus (salutis): significa salvação, conservação da vida, cura, bem-estar. Conceito Antigo - Antes da 2ª Guerra Mundial (durante a idade média, moderna e revolução industrial): Saúde: “Ausência de doenças”. Doença: “falta ou perturbação da saúde”. Conceito Clássico - Surge após a 2ª GM, proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). É de caráter mais positivo e abrangente. “Saúde é um estado completo bem- estar físico, mental e social e não apenas a ausência de afecção ou doença” (OMS, 7 de abril de 1948). Conceito ampliado - Formulado na VIII Conferência Nacional de Conceito de Saúde em 1948, saúde tornou-se um direito (Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 da ONU). “A saúde é resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde”. Direito humano é aquele que todas as pessoas possuem. São requisitos mínimos para se ter uma vida digna, como a educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e infância e assistência aos desamparados (CF/1988), sendo de observância obrigatória do Estado. O Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) é previsto em tratados internacionais de Direitos Humanos - Declaração Universal dos DU (1948), PIDESC (1966), ONU (1999). Conceito de DHAA: “A alimentação adequada é direito fundamental do ser humano, inerente à dignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder público adotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população” (Brasil, art. 2o LOSAN, 2006). “O direito à alimentação adequada realiza- se quando cada homem, mulher e criança, sozinho ou em companhia de outros, tem acesso físico e econômico ininterrupto, à alimentação adequada ou aos meios para sua obtenção”. Conforme os tratados internacionais de direitos humanos, existem duas dimensões indivisíveis do DHAA: 1) O direito de estar livre da fome e da má nutrição → provimento e demanda imediata. 2) O direito à alimentação adequada → mediante estratégias de políticas públicas. O DHAA diz respeito a todas as sociedades e não apenas àquelas que não tem acesso aos alimentos. Vinculação do conceito de DHAA ao de SAN. Segurança Alimentar e Nutricional Seu conceito está vinculado ao conceito de DHAA e combate à fome. É amplo e complexo pois agrega diferentes elementos conceituais, setores e segmentos. 1º momento: pós 1ª GM (1914-1918), Segurança Alimentar estava atrelada ao estoque de alimentos. 2º momento: com a criação da FAO (1945), Segurança Alimentar enfatizava o aspecto da oferta de alimentos, buscando ampliar a produtividade agrícola numa perspectiva desenvolvimentista. 3º momento: foi incluído o conceito de acessos de Amartya Sen (1981), “o que limita o acesso não é a falta de alimentos, mas a insuficiência de renda para comprá-los”. “A Segurança Alimentar e Nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras da saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambientais, cultural, econômica e socialmente sustentáveis”. Lei 11.346 – Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN) de 15 de setembro de 2006. A definição de SAN baseia em quatro dimensões, que devem ser atendidas simultaneamente para a segurança alimentar: 1) a disponibilidade do alimento (oferta de alimentos em nível regional e federal); 2) o acesso ao alimento; 3) a utilização dos alimentos e dos nutrientes; 4) a estabilidade, que é uma dimensão transversal às outras três. Origina-se do latim territorium, que deriva de terra, significado de “pedaço de terra apropriada”. Significa uma porção delimitada da superfície terrestre. Território - estão coletivos humanos com modos de vida, relações sociais, culturais, políticas e históricas, que são singulares de cada cidade e dentro desta, de cada bairro, vila ou favela. Trata-se de um espaço histórico, que revela ações passadas e presentes e que nunca está pronto, mas em constante transformação, resultado da ação do homem e de suas relações sociais. É o espaço em que a população estabelece relações sociais, vivencia problemas de saúde e de SAN, interage com os diferentes sujeitos, como profissionais de saúde, de assistência social e de outros setores, movimentos populares, organizações não governamentais, conselhos e estados. Nesse espaço se estabelecem relações de poder entre os atores e as organizações sociais. Porque e o que precisamos para conhecer um Território? Para conhecer o contexto no qual os indivíduos estão inseridos (econômico, social, cultural, de saúde, educação e de SAN). Para compreender o ambiente e a sua relação com o processo saúde doença. Para compreender os determinantes das desigualdades sociais e o impacto das políticas de saúde, educação e de SAN no contexto/território dos indivíduos. Território-distrito: delimitação político- administrativa usada para organização do sistema de atenção; Território-área: delimitação da área de abrangência de uma unidade de saúde, a área de atuação de equipes de saúde; Território-micro área: área de atuação do agente comunitário de saúde (ACS), delimitada com a lógica da homogeneidade socioeconômica- sanitária; Micro áreas de risco: pequenas áreas geográficas (quarteirões, conjunto de casas...) que apresentam problemas em comum; Território-moradia: lugar de residência da família. Investigar: o tipo e a localização de equipamentos sociais (RP, cozinhas comunitárias, bancos de alimentos, centros sociais), as características das habitações e o modo como elas se dispõem, as circulações dos meios de transporte e a utilização dos espaços e equipamentos, como praças, clubes, escolas e igrejas. Território é dinâmico, processo resultante de uma dinâmica social de interação dos problemas econômicos, políticos, culturais e sanitários. Constantemente atualizado. A alimentação é um dos determinantes sociais da saúde mais relevantes, principal fator de risco modificáveis para as DCNT. Seu acesso e qualidade são claramente influenciados por fatores socioeconômicos, comportamentais e culturais, sendo fortemente influenciada pelo ambiente. Realizar o mapeamento do TAN permite o reconhecimento da existência e proximidade de estabelecimentos de produtos alimentares frescos, saudáveis e sustentáveis. Nível macro: comunidade (quantidade, tipo, localização e proximidade com os estabelecimentos). Nível micro: individual/consumidor (qualidade, preço, promoção, disponibilidade e variedade, facilidade do crédito...). O mesmo tipo de loja localizada em bairros diferentes, pode apresentar disponibilidade, variedade e preço distintos. No geral supermercados, sacolões e feiras livres, ofertam maior número de alimentos saudáveis comparado a mercados e lojas de conveniência. O território alimentar e nutricional é influenciado por diversos fatores: a) Impacto da disponibilidade e acesso a estabelecimentos que vendem alimentos saudáveis. b) Organização da comunidade (venda e doações de alimentos). c) Acesso a equipamentos sociais.
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