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1 Gabrielle Nunes ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS ANATOMIA GENITÁLIA EXTERNA OU VULVA Inclui o monte de Vênus, os grandes e os pequenos lábios, o vestíbulo (meato uretral, introito vaginal, hímen, glândulas parauretrais ou vestibulares menores ou de Skene e glândulas vestibulares maiores ou de Bartholin) e o chamado órgão erétil principal ou clitóris. GLÂNDULA DE SKENE Orifício externo localizado no vestíbulo, lateroposteriormente ao meato uretral. GLÂNDULAS DE BARTHOLIN Localizam-se em cada lado do introito vaginal, abaixo do hímen, estando seus orifícios de saída situados na parte posterior do vestíbulo, entre os pequenos lábios e o hímen. - Secretam muco, especialmente no ato sexual (lubrificação) CLÍTORIS Órgão erétil com complexa estrutura anatômica: freio, prepúcio, dois corpos cavernosos; A parte externa da vulva é recoberta por um tipo especial de pele (semimucosa) na junção dos grandes e dos pequenos lábios. Presença de glândulas sebáceas e sudoríparas Períneo: conjunto de músculos e de fáscias que "fecham" a pelve. É atravessado pelo reto (períneo posterior), pela vagina (períneo anterior) e pela uretra. - Diafragma pélvico ( 3 porções do musc. Levantador do ânus), diafragma urogenital (músculos transverso superficial do períneo, transverso profundo do períneo, bulbocavernoso e isquiocavernoso) e as estruturas esfincterianas (externo do ânus e externo da uretra). GENITÁLIA INTERNA VAGINA É o canal que se interpõe entre a vulva e o útero. Em mulheres virgens, a abertura inferior é provida de hímen. Em torno dela estão os músculos bulbocavernosos, também chamados de "constritores da vagina: ÚTERO E TUBAS Divisão anatômica: colo (porção caudal), istmo e corpo. A vagina fixa-se em torno do colo, podendo ser diferenciada uma porção supravaginal e uma porção vaginal. Camadas uterinas: a serosa (mesotélio + tecido conjuntivo ou adventícia), o miométrio (espessa, porção de músculo liso) e o endométrio (estrutura interna, que forra a cavidade uterina); Epitélio colunar simples de células ciliadas e secretoras + glândulas tubulares simples. Camada basal do endométrio: estruturas vasculares, as quais não se destacam na menstruação. Camada funcional: (1) compacta, sina e superficial, formada por células do estroma e glândulas endometriais; (2) funcional esponjosa é espessa, edemaciada e contém praticamente somente glândulas. Ambas se desprendem com a menstruação e após o parto. OBS: Durante a gravidez, as fibras do miométrio sofrem hiperplasia e hipertrofia e secretam proteínas como o colágeno; após a gestação há uma redução no tamanho do útero. COLO UTERINO ENDOCÉRVICE O canal interno do colo uterino, chamado de endocérvice, é revestido por um epitélio colunar simples, uma única camada de células, que contém algumas glândulas responsáveis pela secreção do muco cervical. Esse tecido costuma ser chamado de epitélio colunar ou epitélio glandular. ECTOCÉRVICE A parte externa do colo uterino, que fica em contato com o canal vaginal, é chamado de ectocérvice, sendo revestido por um epitélio escamoso, semelhante ao da vagina Ligamentos:https://www.youtube.com/watch?v=YYcUhM -Zzps TUBAS: dirigem-se de sua inserção nos cornos uterinos até os ovários. OVÁRIOS https://www.youtube.com/watch?v=YYcUhM-Zzps https://www.youtube.com/watch?v=YYcUhM-Zzps 2 Gabrielle Nunes Função: são glândulas onde há a produção dos gametas (óocitos e óvulos) e de hormônios; Regiões: (1) Zona cortical, formada pela túnica albugínea da qual se originam as células da granular, e pelo estroma, no qual se encontram os folículos; a medula, formada por tecido intersticial que origina as células da teca do folículo; e o hilo, composto por nervos, por vasos e por células hilares, Os ovários estão ligados anteriormente à face posterior do ligamento largo pelo mesovário. A região do ligamento largo, que prende os ovários à pelve, chama-se ligamento suspensor do ovário ou "ligamento infundibulopélvico"; é por ele que transitam os vasos ovarianos. Em um dos polos do ovário está o ligamento útero-ovárico. Irrigação: artérias ovarianas (ramos da aorta) Drenagem venosa: ocorre de maneira distinta entre os dois ovários. Ambos drenam por meio das veias ovarianas, mas à direita elas desembocam na veia cava inferior e à esquerda na veia renal esquerda. EXAME FÍSICO O exame ginecológico compreende três etapas sequenciais: exame das mamas, do abdome e da genitália. EXAME DA GENITÁLIA O exame da genitália constitui a parte principal do exame ginecológico. POSIÇÃO DA PACIENTE: posição "ginecológica' ou de "talha litotômicà', de modo a expor mais facilmente a genitália externa. Casos especiais: (1) para melhor analisar o terço superior da parede anterior da vagina, optar pela posição genupeitoral ou de “prece maometana”; (2) em casos de prolapso e de incontinência urinária de esforço, paciente deve também ser examinada de pé, com as pernas entreabertas INSPEÇÃO E PALPAÇÃO A inspeção, em repouso, examinam-se a vulva, o períneo e o ânus. INSPEÇÃO DA VULVA Implantação dos pelos, aspecto da fenda vulvar (fechada, entreaberta, aberta), umidade, secreções, hiperemia, ulcerações, distrofias, neoplasias, dermatopatias, distopias e malformações. INSPEÇÃO DO PERÍNEO Integridade ou se há ruptura de I, 11 ou III grau, complicada com extensão ao esfíncter e ao canal anal, cicatrizes de episiorrafias ou perineoplastia. INSPEÇÃO DO ÂNUS Hemorroidas, plicomas, fissuras, prolapso da mucosa e malformações A SEGUIR, O EXAMINADOR ENTREABRE OS GRANDES LÁBIOS E PASSA A OBSERVAR O CLITÓRIS, O ÓSTIO URETRAL, O HÍMEN E O INTROITO VAGINAL. 3 Gabrielle Nunes Terminada a inspeção em repouso, o examinador solicita à paciente fazer esforço semelhante ao de evacuar ou de urinar, observando se há protrusão das paredes vaginais ou do colo que denuncie a presença de distopia. • Manobra de vassalva; EXAME ESPECULAR A etapa que se segue é a do exame especular, que tem como finalidade inicial a coleta de material para exame citológico, bacteriológico, cristalização e filância do muco cervical. Espéculos podem ser metálicos ou plásticos (a escolha é do profissional, mas indica-se o espéculo descartável), e em diversos tamanhos. De modo geral, a vagina e a cérvice são examinadas após a colocação do espéculo de Graves ou de Pederson). ESPÉCULO DE GRAVES (B) Utilizado para exame de multíparas com paredes vaginais relaxadas e colapsadas. ESPÉCULO DE PEDERSON (C) Utilizado em pacientes sexualmente ativas com tônus da parede vaginal adequado OBS: Antes da inserção, o espéculo pode ser amornado e pode-se realizar a lubrificação adequada (melhor que seja com soro fisiológico) para acrescentar conforto a esse procedimento, sem que haja interferências nos resultados dos exames. Em razão da sensibilidade uretral, o espéculo é inserido abaixo do canal. Alternativamente, antes da colocação do espéculo, posiciona-se o dedo indicador na vagina e aplica-se pressão no sentido posterior. Depois, solicita-se à paciente que relaxe os músculos da parede posterior para aumentar o conforto durante a inserção do espéculo. Quando o bico do espéculo estiver totalmente inserido, procede-se a sua inclinação com angulação de aproximadamente 30° para baixo a fim de alcançar o colo uterino (cérvice). Em geral, a posição do útero é antevertida e a ectocérvice encontra-se apoiada contra a parede vaginal posterior. CUIDADOS PRÉVIOS: Não usar ducha higiênica durante 48h; evitar relações sexuais nos 2 dias anteriores; não usar cremes vaginais 1 semana antes. ORDEM DO EXAME 1. Inspeção das paredes vaginais 2. Presença ou não de secreções vaginais e seu aspecto 3. Fundos de sacos vaginais 4.Colo do útero: morfologia e achados; 5. Coleta de material para a citologia: Obtém-se esfregaço de Papanicolaou, e material adicional para avaliação por cultura ou microscopia também pode ser coletado. 6. Teste do ácido acético 7. Teste de Schiller Observar a presença e aspecto das secreções: Fisiológicas (clara, límpida e cristalina); patológica (purulentas e sanguinolentas). Paredes vaginais: coloração (jovens apresentam coloração rósea, principalmente pela questão hormonal- produção de estrógeno // pacientes no climatério, com queda de estrógeno, paredes mais esbranquiçadas, rosa claro); cistos vaginais; Coloração, epitelização e superfície do colo: tamanho (pequeno, médio ou grande), grande; localizado centralmente ou desviado para à esquerda ou direita; superfície lisa e brilhante e coloração rósea (a gestante tende ao roxo pela alta vascularização) Forma do orifício externo: varia de acordo com o histórico obstétrico da mulher; puntiforme, fenda transversa ou estrelado. MULHERES NULÍPARAS; (B) MULHERES MULTÍPARAS 4 Gabrielle Nunes Lacerações, neoplasias, ulcerações, pólipos, aspecto do muco cervical e das paredes vaginais durante a retirada lenta do espéculo. TOQUES VAGINAL UNIDIGITAL Deve ser o primeiro a ser feito (menor desconforto). As manobras seguintes são executadas: expressão da uretra, palpação das glândulas vestibulares e palpação das paredes vaginais, observando-se a elasticidade, a capacidade, a extensão, a superfície, as irregularidades, a sensibilidade e a temperatura. Ainda no toque unidigital, obtém-se uma primeira impressão sobre os fundos de saco e o colo do útero. VAGINAL BIDIGITAL Utilizado em pacientes sexualmente ativas com tônus da parede vaginal adequado. O tamanho, a mobilidade, a posição e a consistência do útero e as suas estruturas anexas podem ser avaliados durante o exame bimanual. No colo do útero analisam-se a orientação, a forma, o volume, a superfície, a consistência, o comprimento, a sensibilidade, a mobilidade, o orifício externo (puntiforme, entreaberto, permeável à polpa digital) e as lacerações. Nos fundos de saco, ou fórnices, verificam-se a distensibilidade, a profundidade, a sensibilidade, se estão livres ou ocupados, rasos ou bombeados. Quando ocupados, definir se trata-se de tumoração sólida ou cística, se dolorosa ou indolor, se fixa ou não. SEMIOTÉCNICA: Durante esse exame, os dedos médio e indicador, enluvados, são inseridos juntos na vagina até que o colo uterino seja alcançado. • Pode-se utilizar lubrificante a base de água. TOQUE COMBINADO Enquanto uma das mãos palpa o hipogástrio e as fossas ilíacas, a outra realiza o toque vaginal, retal ou o combinado (retovaginal). TOQUE RETOVAGINAL As luvas devem ser trocadas entre os exames bimanual e retovaginal para evitar contaminação do reto com potenciais patógenos vaginais. Inicialmente, o dedo indicador é introduzido na vagina, e o dedo médio, no reto (Fig. 1-9). Esses dedos são aproximados um do outro, no sentido horizontal, como uma tesoura, para avaliar o septo retovaginal em busca de cicatrizes ou saliências peritoneais. O dedo indicador é retirado, e o dedo médio conclui o toque circular da cavidade anal para excluir a existência de massa. Se houver indicação de teste imediato de sangue oculto fecal, ele pode ser realizado com uma amostra dessa parte do exame OBS: Nas pacientes com hímen íntegro não se deve fazer o toque vaginal. As informações sobre a genitália interna deverão ser obtidas pelo toque retal. O exame especular também não deve ser feito nas mulheres virgens EXAMES COMPLEMENTARES Na abordagem das patologias e das alterações fisiológicas da mulher, podemos contar com uma grande variedade de exames, desde coletas, biopsias e culturas, como também exames de imagens (colonoscopia, histeroscopia, laparoscopia, ecografias, ressonância magnética e tomografia computadorizada), além de dosagens hormonais. Análise de material celular colhido da região do óstio cervical e ao redor do colo uterino, de forma a obter células da ectocérvice, endocérvice, zona de transformação e JEC. Essas células colhidas são então analisadas por um citologista ou por um patologista. 5 Gabrielle Nunes COLPOCITOLOGIA A colpocitologia compreende a citologia oncoparasitária, a citologia a fresco e a citologia hormonaL CITOLOGIA ONCOPARASITÁRIA Feita uma vez por ano e em menor período de tempo nas pacientes em que houver algum motivo para observação mais frequente. Para rastreio de câncer de útero. A coleta deve ser dupla, isto é, colhe-se o material em dois locais separados, os quais são assim identificados: ectocervical (ecto) e endocervical (endo). JUNÇÃO ESCAMO-COLUNAR ENDOCERVICAL (JEC): A localização da JEC varia muito com a idade, trauma obstétrico e estado hormonal. Sob a influência de estrogênio, a junção sofre eversão para a ectocérvice durante a adolescência, gravidez e com o uso de anticoncepcionais hormonais combinados. Regressa para o canal endocervical com a menopausa e outras situações em que há baixa de estrogênio, como lactação prolongada e uso de anticoncepcionais a base apenas de progestogênio, assim como na vigência de processo natural de metaplasia escamosa. JEC NA ECTOCÉRVICE (COMPLETAMENTE VISÍVEL) JEC DENTRO DO CANAL ENDOCERVICAL E NÃO VISÍVEL Colo com ectopia em lábio anterior + 3 e ectopia em lábio posterior +1; CITOLOGIA A FRESCO Quando houver secreção patológica, faz-se a coleta de material para observação imediata. Na citologia a fresco é fácil a identificação de tricomonas, protozoários flagelados que apresentam movimentos ativos, hifas ou esporos de cogumelos. CITOLOGIA HORMONAL Na interpretação da citologia hormonal, vários parâmetros são avaliados, destacando-se a maturação, o índice picnótico e o eosinofílico. Eventualmente, a citologia hormonal pode substituir, embora de maneira imprecisa, mas suficiente para fins clínicos, a dosagem dos estrogênios. USO: descrever o ciclo quanto ao a ovulação, em ovulatório ou anovulatório; no mínimo 4 lâminas em períodos diferentes (7º, 14º, 21º, 26º-28º dias); • Rastreio de infertilidade; no SOP não tem necessidade; NIC: NEOPLASIA INTRAEPITELIAL CERVICAL Não é um câncer uterino, é considerada uma lesão pré- neoplásica. NEOPLASIA INTRAEPITELIAL CERVICAL GRAU I Quando a desordenação das células ocorre nas camadas mais basais do epitélio estratificado. Baixo grau: anormalidades do epitélio no 1/3 proximal da membrana. NIC II (ALTO GRAU) A desordenação avança 2/3 proximais da membrana NIC III (ALTO GRAU) O desarranjo é observado em todas as camadas, sem romper a membrana basal. Quando as alterações celulares se tornam mais intensas e o grau de desarranjo é tal que as células invadem o tecido conjuntivo do colo do útero abaixo do epitélio, temos o carcinoma invasor. 6 Gabrielle Nunes SISTEMA DE BETHESDA Incorporou conceitos como: O diagnóstico citológico deve ser diferenciado para as células escamosas e glandulares; a inclusão do diagnóstico citomorfológico sugestivo da infecção por HPV, devido às evidências do envolvimento desse vírus na carcinogênese dessas lesões, dividindo-as em lesões intraepiteliais de baixo (LSIL) e alto (HSIL) graus, ressaltando o conceito de possibilidade de evolução para neoplasia invasora; ALTERAÇÕES CELULARES EPITELIAIS EM CÉLULAS ESCAMOSAS: • Atipias de significado indeterminado (ASC-US); • Atipias em que não se pode descartar HSIL (ASC – H); • Lesão intra-epitelial escamosa de baixo grau (LSIL); • Lesão intra-epitelial escamosa de alto grau (HSIL); • Carcinoma escamoso invasivo. EM CÉLULAS GLANDULARES: • Atipias de significado indeterminado (AGUS); • Adenocarcinomain situ (AIS); • Adenocarcinoma invasivo. https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/medi a/document/nomenclatura-brasileira-para-laudos- citopatologicos-cervicais-2012.pdf COLPOSCOPIA É o estudo do colo do útero com o uso de um aparelho chamado colposcópio, dotado de lentes de aumento que possibilitam um aumento de 6 a 40 vezes. OBJETIVO: detecção de lesões pré-cancerosas e malignas do colo do útero, possibilitando a realização de biopsias guiadas. TESTE DE SCHILLER: consiste na embrocação do colo do útero e da vagina com solução de lugol (iodo-iodetada), que cora de marrom o tecido normal, deixando em evidência as regiões iodo-negativas para serem realizadas as biopsias (Figura 142.3). O tecido iodo- negativo corresponde às áreas de menor concentração de glicogênio, ou seja, de alta divisão celular. Isso ocorre devido à ligação do iodo ao glicogênio. • Schiller - ou iodo + = iodo corou o colo, é normal. TESTE DO ÁCIDO ACÉTICO: consiste na embrocação do colo do útero, da vagina e da vulva com solução de ácido acético a 5%; as áreas com intensa atividade nuclear são coradas de branco, tornando-se áreas para ser biopsiadas. Lesões geográficas satélites após a aplicação de ácido acético a 5% (a), distantes da JEC, sugestivas a lesões de baixo grau. CARACTERÍSTICAS DAS CÉLULAS NEOPLÁSICAS NOS TESTES Schiller positivo e iodo negativo; Lesões acetobrancas positivo TESTE DE COLLINS (VULVOSCOPIA): esse exame também pode ser realizado com o auxílio do colposcópio. O exame compreende a aplicação do azul de toluidina na vulva; as lesões que ficarem coradas de azul são consideradas para a biopsia dirigida. https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/nomenclatura-brasileira-para-laudos-citopatologicos-cervicais-2012.pdf https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/nomenclatura-brasileira-para-laudos-citopatologicos-cervicais-2012.pdf https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/nomenclatura-brasileira-para-laudos-citopatologicos-cervicais-2012.pdf 7 Gabrielle Nunes OS ASPECTOS COLPOSCÓPICOS PODEM SER SISTEMATIZADOS DA SEGUINTE MANEIRA: ASPECTOS NORMAIS - Epitélio escamoso normal, epitélio colunar e transformação atípica. Descrição: Colo epitelizado, sem alterações teciduais (JEC 0, não exposta) ASPECTOS ANORMAIS - Epitélio branco; mosaico; pontilhado; leucoplasia; vasos atípicos; Para descrever lesões no colo utilizar a localização de lábio anterior e lábio posterior, ou horas do relógio (12, 3, 6,9 e 12 horas); - ECTOPIA: lesão no colo, com troca do tecido (gravidez e uso de anticoncepcional); observar fatores de riscos; Descrição: Colo com ectopia perioficial de tamanho +1; - CISTOS DE NABOTH: As glândulas mucosas (glândulas de Naboth) no colo uterino podem ficar cheias de secreção devido ao bloqueio no ducto ou passagem da glândula. SUSPEITA DE INVASÃO CARCINOMATOSA MISCELÂNEA - Processo inflamatório, erosão, epitélio atrófico, pólipos, papilomas, condilomas; Os óstios podem varia sua morfologia a depender o histórico obstétrico da paciente, podendo ser mais alargado em mulheres com partos vaginais; OUTROS ACHADOS: Pólipos, lesões de HPV, secreções inflamatórias e infecciosas; https://screening.iarc.fr/atlascolpodiag_detailQ.php?Id= AAAT ETAPAS DA COLETA DA CITOLOGIA 1. Explicar para a mulher sobre o exame a ser realizado e que pode gerar certo desconforto. Orientar às mulheres grávidas sobre a indicação da realização deste exame, esclarecendo dúvidas a respeito; 2. Posicioná-la na maca em posição ginecológica; 3. Preparar o material (lâmina com extremidade fosca, espátula de Ayres, escova cervical e frasco com fixador); 4. Identificar a lâmina e a etiqueta do frasco com fixador, com as iniciais e número de prontuário da mulher; 5. Selecionar o espéculo a ser utilizado, de acordo com paridade e condições perineais da mulher; 6. Higienizar as mãos conforme técnica adequada; 7. Calçar luvas de procedimentos como equipamento de proteção individual; 8. Realizar inspeção visual da vulva; 9. Encostar suavemente o espéculo na face interna da coxa; 10. Afastar pequenos lábios com uma gaze e introduzir o espéculo delicadamente até posicionar o colo uterino centralizado no espéculo; 11. Realizar inspeção visual da vagina e do colo de útero; 12. Colher material de ectocérvice com espátula de Ayres ponta bifurcada, girando 360°, e fazer esfregaço único na extremidade ao lado da parte fosca da lâmina de vidro identificada; 13. Colher material endocervical com escovinha cervical, girando 360°, e fazer rotação da escova sobre a lâmina em esfregaço único, ao lado do esfregaço de ectocérvice, colocando a lâmina imediatamente em frasco com fixador; • Coleta tríplice: fundo de saco, escto e endo; 14. Retirar o espéculo com as lâminas previamente fechadas; 15. Informá-la que o exame acabou e que a mesma pode se arrumar; 16. Preencher requisição de exame preventivo em única via, protocolar e enviar para Anatomia Patológica, e orientar a mulher sobre o encaminhamento para agendar consulta para buscar o resultado e receber https://screening.iarc.fr/atlascolpodiag_detailQ.php?Id=AAAT https://screening.iarc.fr/atlascolpodiag_detailQ.php?Id=AAAT 8 Gabrielle Nunes as orientações conforme necessidade de seguimento; 17. Registrar as informações no prontuário da paciente. 18. Colocar o espéculo em solução de H2O e sabão se for de metal, para ser higienizado e após encaminhado ao Centro de Material e Esterilização ou desprezar se for descartável. 9 Gabrielle Nunes DOENÇAS DOS ÓRGÃO GENITAIS FEMININOS DISTOPIA GENITAL Distopia genital, ou prolapso de órgãos pélvicos (POP), é definida como a descida de pelo menos um dos seguintes compartimentos: parede vaginal anterior, parede vaginal posterior ou ápice da vagina (útero ou cúpula vaginal após histerectomia) Herniação dos órgãos pélvicos (anterior – bexiga (cistocele), prolapso uterino e prolapso posterior- reto (retocele)) pela vagina. Pode-se ter, ainda, a Herniação de alças intestinais (enterocele). CAUSAS: Danos às estruturas de sustentação dos órgãos pélvicos. Os músculos do assoalho pélvico possuem duas funções principais: (01) suporte para as vísceras abdominais; (2) continência para a uretra, o orifício anal e o vaginal. Aparelho de sustentação: 1. Anterior: Ligamento pubo-vésico-uterino 2. Lateral: Paramétrios laterais, cardinais ou ligamentos de Mackenrodt 3. Posterior: ligamento útero-sacro FATORES DE RISCO: obesidade, DPOC, hipoestrogenismo, multiparidade, doenças de colágeno; ▪ Pontos que aumentam a pressão intra-abdominal (1 e 2), levam atrofias musculares (3), isquemias musculares e episiotomia significativas durante o parto (4); QUADRO CLÍNICO: Sensação de “bola na vagina”, dificuldade de manter relação, dificuldade de evacuar, dor, sangramento, perda urinária associada; ▪ A avaliação clínica pode ser realizada através da manobra vassalva. QUANTIFICAÇÃO DO PROLAPSO: Parede anterior Parede anterior Colo uterino ou cúpula Aa Ba C Hiato genital gh Corpo perineal pb Comprimento vaginal total Tvl Parede posterior Ap Parede posterior Bp Fórnice posterior D Como avaliar o POP-Q: espéculo e pá com graduação; Ex: Aa -3, Ba -3, Ap +3, Bp +5, C-6, D-2: prolapso de parede posterior; Tudo que é positivo está para fora. CLASSIFICAÇÃO DO PROLAPSO: ESTÁGIO GRAU DE PROLAPSO 0 Nenhum prolapso é demonstrado 1 Prolapso a mais de 1 cm do hímen 2 Prolapso entre 1cm acima e 1cm abaixo 3Prolapso está a mais de 1cm abaixo do hímen 4 Prolapso total TRATAMENTO: Grau I e II: Tratamento conservador (fisioterapia dos músculos pélvicos, pessários e exercícios de kegel) ou cirúrgico. ▪ Correção sítio-específica: fixação de fáscias, aproximação de músculos e confecção de suportes.. Grau III e IV: Cirúrgico 10 Gabrielle Nunes INFECÇÕES No grupo das infecções estão incluídas a endometriose, as skenites, as bartholinites, as vulvovaginites ou colpites, as cervicites, as endometrites e as anexites. INFECÇÕES ALTAS INFECÇÕES BAIXAS Tendem a ficar restritos ao trato genital inferior e compreendem as valvulopatias e as cervicites. Propagam-se aos órgãos pélvicos, configurando a doença pélvica inflamatória, que inclui as endometrites e as anexites. BARTHOLINITE E SKENITES No vestíbulo, funcionam como “porta de entrada” de microrganismos a uretra os orifícios excretores das glândulas de Skene e de Bartholin. Em sua forma aguda, causam dor e febre, podendo formar abcessos. Na forma crônica, surgem “pseudocistos” que não apresentam qualquer sintoma. Bartholinite é a inflamação de uma glândula chamada Bartholin, localizada na parte interna da vagina. O achado da bartholinite se diferencia do cisto na glândula de bartholine pela presença dos sinais flogisticos. INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST) Cranco mole, cranco duro, o herpes genital, o condiloma acuminado, o linfogranuloma venéreo e o granuloma inguinal ou donovanose. LESÕES PAPULARES Cranco mole e cranco duro. As lesões ulceram-se secundariamente. A diferenciação clínica entre o cancro mole e o cancro duro baseia-se na consistência da base da lesão e no número delas. CRANCO DURO: Lesão única, de base endurecida e por vezes ulcerado discretamente na superfície e indolor. Representa o ponto de inoculação da sífilis, daí ser chamado de protossifiloma. Pode localizar-se na vulva, na vagina, no colo do útero e na boca. A pesquisa direta do Treponema pallidum, seu agente etiológico e os testes sorológicos (VDRL, RPR, FTA-ABS) selam o diagnóstico. CRANCO MOLE: causado pelo bacilo de Ducrey (cancro de Ducrey), é extremamente doloroso, sua base é mole e as lesões disseminam-se. O diagnóstico é confirmado pelo encontro do Haemophilus ducreyi no exame bacteriológico LESÕES PLANAS As lesões planas incluem a sífilis e o herpes genital. Pápulas planas, com extensão em superfície, podem aparecer na fase tardia da sífilis ou na infecção viral do tipo Herpes hominis. As lesões herpéticas transformam-se em vesículas "em chuveiro': sobre base eritematosa. Acompanham-se de prurido e de ardor. Quando as lesões planas se associam às lesões verrucosas, deve-se pensar em outra enfermidade viral: o condiloma acuminado, causado pelo papilomavírus humano (HPV). LESÕES GRANULOMATOSAS Compreendem o linfogranuloma venéreo e o granuloma inguinal ou donovanose. HÍMEN HÍMEN IMPERFURADO É a causa congênita mais comum de obstrução ao fluxo menstrual. Os primeiros sintomas de hímen imperfurado surgem durante a puberdade e acontecem, principalmente, devido ao acúmulo de sangue menstrual que não consegue sair pelo canal vaginal. • Sintomas: dor, abaulamento himenal; - Dor em baixo ventre esporádica e cíclica, com exames laboratoriais normais, em meninas pré-puberes que ainda não tiveram menarca, porém pode se intensificar com o tempo e se tornar uma urgência cirúrgica quando há sinais de abdome agudo. TRATAMENTO: Cirúrgico (himenotomia) LACERAÇÕES PERINEIAS O períneo é o local mais comum de lacerações durante os partos vaginais. GRAU I Atinge apenas mucosa GRAU II Atinge até musculatura 11 Gabrielle Nunes GRAU III Atinge até o esfíncter anal externo • Lesão ao musculo elevador do ânus; EPISIOTOMIA: é uma incisão efetuada na região do períneo para ampliar o canal de parto; não é mais indicado com frequência. EPISIORRAFIA: significa sutura da incisão efetuada na região do períneo para ampliar o canal de parto, sutura de um períneo lacerado. ATROFIA VULVOVAGINAL MANIFESTÇÕES CLÍNICAS: secagem e inflamação das paredes vaginais (dispauremia); prurido, ardor e incontinência urinária; afinamento do epitélio, perda da rugosidade, redução da secreção vaginal, redução da elasticidade e do tamanho da vagina, prurido, irritação; SINAIS: palidez das mucosas, petéquias, friabilidade e ausência de pregas, apagamento dos grandes lábios A clínica é provocada pela queda na produção de estrogênio durante o climatério. Conduta: uso de estrogênio tópico local melhora os sintomas e sinais e tem menos efeitos colaterais Citologia oncótica: uso de cremes intravaginais com estrogênio 1 semana antes da consulta, aguardar entre 3 a 7 dias após o uso e realizar o exame.