Universidade Federal do Rio de Janeiro Polo Macaé Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Saúde da Comunidade II Métodos Contraceptivos Lei 9.263/1996 Segundo o artigo 9 dessa lei, para o exercício do direito ao planejamento familiar, serão oferecidos todos os métodos e técnicas de concepção e contracepção cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas, garantida a liberdade de opção. • A prescrição deve ocorrer mediante atendimento clínico e acompanhamento. Para mulheres lésbicas e bissexuais, técnicas de inseminação estão disponíveis pelos SUS: Inseminação artificial e fertilização in vitro, indiferente do diagnóstico de infertilidade. Anticoncepção É importante que sejam oferecidos diversos tipos de métodos contraceptivos, para que cada pessoa possa escolher aquele que mais se adequa a seu estilo de vida. • Escolha livre e informada. Os adolescentes possuem o direito de acesso a educação em saúde e informações sobre uma vida sexual saudável, assim como de métodos contraceptivos e meios de prevenção de ISTs. Seu atendimento deve ser privado e com confidencialidade, mas sempre recomendando-os a se abrir aos familiares. Dupla proteção É a prevenção simultânea de gravidez e ISTs. Consiste na utilização de camisinha (feminina ou masculina) e outro método contraceptivo. Métodos contraceptivos • Não há nenhum 100% eficaz, a não ser abstinência. • Todos têm vantagens e desvantagens. • O acesso gratuito é fundamental, já que a população que não pode arcar com os custos também deve ter um planejamento familiar. Universidade Federal do Rio de Janeiro Polo Macaé Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Saúde da Comunidade II Métodos hormonais Anticoncepcional hormonal oral • Combinação de estrogênio e progestogênio. • Podem ser monofásicos, bifásicos ou trifásicos, sendo bi ou tri com diferentes taxas hormonais em algumas pílulas. • Inibem a ovulação e tornam o muco cervical espesso, inibindo a passagem dos espermatozoides. • Provocam alterações no endométrio, impossibilitando a implantação. • Interferem na motilidade e na qualidade da secreção glandular tubária. • 0.1% de falha. • As complicações acontecem com maior frequência em fumantes. Como usar: • No primeiro mês de uso, ingerir a primeira pílula no primeiro dia do ciclo menstrual, ou no máximo até o quinto dia. • Ingerir um comprimido por dia até o fim da cartela, no mesmo horário. • Realizar a pausa completando 28 dias. Depois disso, começar a nova cartela após a pausa. Minipílulas • Apenas com progestogênio. • Para mulheres que amamentam. • Podem inibir a ovulação em 15 ou 40%. • Atuam mais sobre o endométrio e o muco cervical, por isso seu efeito é menor que outras pílulas combinadas. • Todos têm a mesma composição e dose. Traz 28 ou 35 comprimidos. • Em lactantes, a taxa de falha é de 0.5 %. Como usar? • Nas lactantes deve ser iniciado o uso após 6 semanas do parto. • O uso é contínuo, sem intervalo. • Se a mulher não estiver amamentando após o parto, pode começar o uso imediatamente. Hormonal injetável combinado mensal • Contêm éster de estrogênio natural, o estradiol e um progestogênio sintético. A diferença das pílulas, ele possui um componente natural. • Inibem a ovulação, provocam o espessamento do muco cervical e atuam no endométrio. • Falha de 0.1% a 0.3% durante o primeiro ano de uso. Como usar? • A primeira injeção deve ser feita até o quinto dia do ciclo. As outras aplicações devem ser em torno de 30 em 30 dias, com +/- três dias de diferença, independente da menstruação. • Não necessita pausas para descanso. • Via intramuscular profunda, no músculo deltoide ou glúteo. • Não deve ser feita massagem ou aplicar calor após a injeção. • Se houver atraso de mais de três dias para aplicação, a mulher deve utilizar camisinha até a próxima injeção. Hormonal injetável trimestral • Apenas de progestogênio, liberado lentamente na corrente sanguínea. • Conhecido como AMP-D. • Inibe a ovulação e espessa o muco cervical. • Não interrompe uma gravidez já instalada. • 0,3% de falha. Universidade Federal do Rio de Janeiro Polo Macaé Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Saúde da Comunidade II Como usar? • 150mg trimestralmente. • A primeira injeção deve ser feita até o sétimo dia do ciclo. • Deve ser injetado cada 90 dias, com 2 semanas +/-. • Quando a injeção ocorre após o sétimo dia do ciclo, a mulher deve ser orientada a usar um método de barreira durante 7 dias, para que o AMP-D comece a fazer efeito. • Se houver atraso maior que duas semanas para aplicar, deve-se utilizar método de barreira ou evitar relações até a próxima injeção. Implantes subcutâneos • Sistema de silicone polimerizado, com um hormônio a base de progestogênio, que atuará como anticoncepcional. • Inibe a ovulação, com ausência de ciclos ovulatórios durante os dois primeiros anos. • Aumenta a viscosidade do muco cervical e diminui a espessura do endométrio. • 0 falhas. Como usar? • Deverá ser inserido por um profissional devidamente treinado, com técnica de antissepsia adequada e anestesia local. • Inserção no subcutâneo da face interna do braço, no braço contrário ao da escrita. • 4 dedos transversos acima da prega do cotovelo. Métodos de barreira • Impedem a trajetória do espermatozoide até o óvulo. • Únicos a prevenir IST. Camisinha masculina • 3% de falha • Feito de látex • Qualquer lubrificante a base de água pode ser utilizado: gel lubrificante, geleias, cremes espermicidas e glicerina, água e saliva. • Não utilizar lubrificantes a base de óleo. Como usar? Camisinha feminina • Saco transparente de poliuretano, macio e fino, para uso vaginal. • São dois anéis flexíveis, com 17 cm de comprimento. • 5% de falha. • Pode ser colocado antes da penetração ou 8 horas antes. • Não precisa ser retirado logo após a penetração. • Pode ser utilizado lubrificante a base de óleo. • Cada camisinha pode ser utilizada uma única vez. Universidade Federal do Rio de Janeiro Polo Macaé Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Saúde da Comunidade II Diafragma • Capuz macio de látex ou silicone, com borda flexível, que recobre o colo uterino. • Há diversos tamanhos, deve haver uma medição pelo profissional para determinar o tamanho. • 6% de falha. • O tamanho adequado deve corresponder ao comprimento diagonal do canal vaginal. Desde a face posterior da sínfise púbica até o fundo do saco vaginal posterior. • Ao colocar, a usuária deve sentir o colo do útero por meio da borracha, deve saber identificar. • Pode ser colocado no máximo duas horas antes e em cada relação sexual. • Pode ser usado com ou sem gel espermicida. • Só deve ser retirado de 6 a 8 horas após a relação, não devendo ficar mais de 24 horas. • Não deve ser usado durante a menstruação. • Depois de retirá-lo, deve ser lavado com água e sabão neutro, secá-lo bem com um pano macio e guardar num estojo, em lugar seco e fresco, sem exposição ao sol. • Não deve ser jogado talco. • Quando bem utilizado, não atrapalha a relação sexual. Espermicidas • Substâncias químicas que quando introduzidas na vagina destroem ou imobilizam os espermatozoides, e podem inativar as enzimas que permitem sua entrada no óvulo. • 6% de falha. • Colocado com aplicador, o mais fundo possível. • Eficaz por 1 hora após a aplicação. Dispositivo intrauterino • Objeto de plástico em forma de T, ao qual pode ser adicionado cobre ou hormônios (levonorgestrel). Com cobre: • Por ser um corpo estranho, provoca uma reação inflamatória na cavidade uterina. • Liberação de macrófagos e neutrófilos, precipitação de espermatozoides pelo sist. Imuno.