LEI DE DROGAS - 11343

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LEI DE DROGAS 
Lei 11.343/06 
 
E l ab o r ad o p o r : G i o v an n a C a l v a n o 
F o n t e s : A u l a s d o s p r o f e ss o r e s G a b r i e l H ab i b e A l e xa n d r e S a l i m + D i z e r o 
D i r e i t o 
 
Art. 28 – “Uso de Drogas”: 
• O uso, por si só, não é conduta típica: São típicos os verbos “adquirir, guardar, tiver em depósito, 
transportar ou trouxer consigo”; 
• DESPENALIZAÇÃO – a conduta continua a ser infração penal, mas a pena é mais suave (não há 
pena de prisão); 
o Não houve descriminalização nem legalização; 
o Info 465, STF; 
o NÃO cabe HC – Súmula 693/STF; 
• Retroatividade – a sanção da lei atual é mais benéfica que a anterior; 
o Combinação de leis: Para doutrina, é possível. Para a jurisprudência, por outro lado, NÃO 
é possível a combinação de leis (501/STJ); 
• Especial fim de agir: “para consumo pessoal, drogas” → é o que diferencia do art. 33 (tráfico); 
o Se a droga é para outrem = tráfico; 
Art 28 – Uso Art. 33 – Tráfico 
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver 
em depósito, transportar ou trouxer 
consigo, para consumo pessoal, drogas 
sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar 
será submetido às seguintes penas: 
Art. 33. Importar, exportar, remeter, pre-
parar, produzir, fabricar, adquirir, ven-
der, expor à venda, oferecer, ter em de-
pósito, transportar, trazer consigo, 
guardar, prescrever, ministrar, entregar 
a consumo ou fornecer drogas, ainda 
que gratuitamente, sem autorização ou 
em desacordo com determinação legal 
ou regulamentar: 
• Autorização para cultivo de uso medicinal: É incabível salvo-conduto (HC preventivo) para o 
cultivo da cannabis visando a extração do óleo medicinal, ainda que na quantidade necessária 
para o controle da epilepsia, posto que a autorização fica a cargo da análise do caso concreto pela 
ANVISA. STJ. 5ª Turma. RHC 123.402-RS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 
23/03/2021 (Info 690). 
• Indícios de tráfico: 
o Natureza e quantidade da substância apreendida; 
o Local e condições em que se desenvolveu a ação; 
o Circunstâncias sociais e pessoais; 
o Conduta e aos antecedentes do agente. 
• E se o acusado não cumprir as medidas a que foi condenado? A admoestação verbal e a multa 
NÃO são penas, mas meios de coerção de cumprimento (28, §6º); 
o O que não pode é decretar a prisão; 
• Competência: JECRIM; 
o Em regra, Estadual; 
o Excepcionalmente, na Federal: art. 109, IX, CRFB – a bordo de navios ou aeronaves; 
▪ E se a aeronave estiver no solo e de portas abertas? Mantém a competência da 
Justiça Federal: Info 464, STJ; 
o E o foro por prerrogativa de função? Incide sempre? Evolução jurisprudencial - NÃO, exige-
se a pertinência temática entre a conduta e o cargo; 
• Aplica-se o princípio da insignificância? NÃO, pois se trata de crime de perigo abstrato: Ju-
risprudência em Teses, nº 45 - 3) O princípio da insignificância não se aplica aos delitos de tráfico 
de drogas e porte de substância entorpecente para consumo próprio, pois trata-se de crimes de 
perigo abstrato ou presumido. 
Destruição de plantações ilícitas e desapropriação 
• Desapropria-se só a parte onde havia plantio ou todo o terreno? 
 
CRFB 11.343/06 
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de 
qualquer região do País onde forem localizadas 
culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a ex-
ploração de trabalho escravo na forma da lei serão 
expropriadas e destinadas à reforma agrária e a 
programas de habitação popular, sem qualquer 
indenização ao proprietário e sem prejuízo de ou-
tras sanções previstas em lei, observado, no que 
couber, o disposto no art. 5º. 
 
Art. 32. § 4º As glebas cultivadas com 
plantações ilícitas serão expropriadas, 
conforme o disposto no art. 243 da Cons-
tituição Federal, de acordo com a legisla-
ção em vigor. 
o STF, RE 543.974: TODO o terreno deve ser desapropriado: 
EXPROPRIAÇÃO. GLEBAS. CULTURAS ILEGAIS. PLANTAS PSICOTRÓPICAS. ARTIGO 243 
DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. INTERPRETAÇÃO DO DIREITO. LINGUAGEM DO DI-
REITO. LINGUAGEM JURÍDICA. ARTIGO 5º, LIV DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. O CHA-
MADO PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. 1. Gleba, no artigo 243 da Constituição do 
Brasil, só pode ser entendida como a propriedade na qual sejam localizadas culturas ile-
gais de plantas psicotrópicas. O preceito não refere áreas em que sejam cultivadas 
plantas psicotrópicas, mas as glebas, no seu todo. 2. A gleba expropriada será destinada 
ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos. 
(...) 6. Não violação do preceito veiculado pelo artigo 5º, LIV da Constituição do Brasil e do 
chamado "princípio" da proporcionalidade. Ausência de "desvio de poder legislativo" Re-
curso extraordinário a que se dá provimento. (STF - RE: 543974 MG, Relator: EROS GRAU, 
Data de Julgamento: 26/03/2009, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-099 DIVULG 
28-05-2009 PUBLIC 29-05-2009 EMENT VOL-02362-08 PP-01477) 
Art. 33 - TRÁFICO DE DROGAS: 
• Competência: 
o Em regra = justiça ESTADUAL: Vide súmula 522/STF1; 
o Justiça Federal: Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 37 
desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional, são da competência da Justiça Federal. 
▪ Inter x Transnacionalidade: 
• Internacionalidade = necessário comprovar vínculo entre duas nações so-
beranas; 
• Transnacionalidade = basta que a droga transcenda o território de fora (veio 
de fora ou seria remetida para fora); 
o Agente encontrado com drogas na sala de embarque: há transnacionalidade? SIM, pois só 
fica na sala de embarque quem está prestes se dirigir a outro país; 
o Aeronave no solo, de porta aberta: Info 464, STJ; 
• Mulas e ingestão de drogas: 
o A submissão da “mula” ao body scan (Raio-x) viola o princípio da proibição da autoincrimi-
nação (nemo tenetur se detegere)? 
▪ NÃO, pois não se exige conduta ativa do indivíduo e não constitui procedimento 
invasivo; 
▪ Info 468, STJ; 
• Envio de drogas pelo correio: configura transnacionalidade e a competência é da Justiça Federal; 
o Mas de qual vara? Súmula 528/STJ - Compete ao juiz federal do local da apreensão da 
droga remetida do exterior pela via postal processar e julgar o crime de tráfico internacio-
nal. 
o E se a droga for postada no Brasil para ser remetida ao exterior? Aplica-se o raciocínio da 
súmula para entender que a competência é do local da postagem; 
o No caso de importação da droga via correio, se o destinatário for conhecido porque 
consta seu ENDEREÇO NA CORRESPONDÊNCIA, a Súmula 528/STJ deve ser flexibilizada 
para se fixar a competência no Juízo do LOCAL DE DESTINO DA DROGA, em favor da 
facilitação da fase investigativa, da busca da verdade e da duração razoável do processo. 
Importação da droga via postal (Correios) configura tráfico transnacional de drogas (art. 33 
c/c art. 40, I, da Lei nº 11.343/2006). STJ. 3ª Seção. CC 177.882-PR, Rel. Min. Joel Ilan Paci-
ornik, julgado em 26/05/2021 (Info 698). 
• Princípio da insignificância: mesmo raciocínio do uso; 
• Cloreto de etila (Lança-Perfume) e abolitio criminis: 
o A 11.343/06 traz tipos penais em branco e o complemento verifica-se na Portaria 344/98 
da Anvisa; 
o Houve ocasião que o cloreto de etila foi retirado: a posição majoritaríssima é que quando 
o complemento é elemento do tipo, a sua revogação gera abolitio criminis; 
▪ Posição chancelada pelo STF; 
• Princípio da especialidade e Tráfico de drogas: 
o Praticado pelo Militar (290, CPM) – aplica-se o COM; 
o (243, ECA) Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de 
qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros 
produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica: 
▪ Drogas (portaria da ANVISA) – aplica-se a lei de drogas com a causa de aumento do 
40, VI; 
▪ Qualquer outra substância que não seja entorpecente– aplica-se o ECA (cigarro, 
cola de sapateiro); 
• Tráfico de matéria-prima, insumo ou produto químico (33, §1º, I): 
 
1 Salvo ocorrência de tráfico para o exterior, quando, então, a competência será da justiça federal, compete à justiça dos estados o 
processo e julgamento dos crimes relativos a entorpecentes. 
o Qual a abrangência? Não apenas as substâncias destinadas exclusivamente à preparação 
da droga, mas qualquer outra que possa ser empregada nessa finalidade (éter e acetona, 
por exemplo); 
o Transporte de folhas de coca (Info 673, STJ): não pode ser inserido no art. 28, pois esse 
fala em droga e, no o caso concreto, trata-se de matéria-prima; 
o Absorção (33, caput e 33, §1º, I) – É considerado antefato impunível? SIM. Info 791. STF. 
o Importação de pequena quantidade de sementes de maconha: conduta ATÍPICA (Infor-
mativos 683/STJ – 2020 e 915/STF – 2018) 
• Agente policial disfarçado: 
o 33, §1º, IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico 
destinado à preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determina-
ção legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos 
probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2 
019) 
o Agente policial que se disfarça para adquirir drogas: não se confunde com flagrante pre-
parado; 
▪ O agente policial disfarçado não prepara o flagrante – não provoca a prática do 
crime: o agente JÁ ESTÁ praticando o crime (quando presentes elementos proba-
tórios razoáveis de conduta criminal preexistente); 
▪ Se disfarça de comprador; 
Uso compartilhado – art. 33, §3º 
• Eventual = não reiterado; basta uma vez, mas não precisa ser apenas uma; 
• “Sem objetivo de lucro” + “Para juntos consumirem” – devem ser elementos cumulados; 
• Oferecimento frequente = 33, caput “fornecer drogas, ainda que gratuitamente”; 
• Oferecer para mais de uma pessoa = mais de um crime; 
• Consumação: basta oferecer – mesmo a negativa ou a aceitação sem o efetivo consumo repre-
sentam a modalidade consumada; 
• É possível a cumulação com as sanções do art. 28; 
• Não se exige que o agente que oferece esteja efetivamente portando a droga – basta a oferta: 
“Vamos lá em casa fumar um?”; 
o Se estiver com a droga e utiliza-la = concurso com o art. 28; 
Tráfico privilegiado – art. 33, §4º 
• Natureza jurídica: causa de diminuição de pena; 
• Requisitos: 
o Primariedade; 
o Bons antecedentes; 
o Não se dedicar a atividades criminosas; 
o Não integrar ORCRIM (ou seja, não pode haver concurso com 35); 
• Redução de 1/6 a 2/3 – qual seria o critério? 
o Quantidade de droga: NÃO – art. 42: a quantidade deve ser levada em conta na fixação 
da pena-base (a natureza e a quantidade da substância ou do produto) – (STF) ARE 
666334 e (STJ) HC 283.997; 
o Tema 712/RG 
• Retroage nos crimes anteriores a sua vigência – Súmula 501/STJ; 
• Não é considerado hediondo – STF: se a associação, que exige estabilidade e permanência, não 
é hediondo, é incompatível que o tráfico eventual o seja (cancelamento da s. 512, STJ); 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4179290&numeroProcesso=666334&classeProcesso=ARE&numeroTema=712
• O art. 112, § 5º (alterado pelo PAC)2 – instituiu que, para fins de progressão de regime, o Tráfico 
Privilegiado não é hediondo: contudo, os tribunais entendem que o 33, §4º não é hediondo para 
NENHUM FIM; 
• Vedada a conversão (substituição)3 em PRD: INCONSTITUCIONAL – Impede a individualização 
da pena; Info. 604, STF; 
• Ações penais em curso não transitadas em julgado NÃO podem obstar a aplicação do privilégio 
(Info 673); 
Maquinário, aparelho ou instrumento – art. 34 
• Objetos relativos à manufatura da droga (a droga ainda não existe); 
• A destinação do maquinário deve ser específica para a produção de drogas? NÃO, é crime 
desde que usados para finalidade ilícita; 
o Balança de precisão, estufa, pipetas, destiladores; 
▪ Lâmina de barbear (separar carreiras de cocaína)? NÃO, pois se destina à separa-
ção para consumo e não à fabricação, preparação ou transformação; materiais de 
endolação também não entram (apenas acondicionamento da droga); 
o Necessária a PROVA DA FINALIDADE ILÍTA; 
• Absorção pelo art. 33: 
o Se for no mesmo contexto, o 34 é absorvido; 
o Marcão, LFG e Jurisprudência (STF – info. 791 e STJ – HC 266.516); 
Associação – art. 35 
• Plurissubjetivo ou de concurso necessário; 
• Crime permanente; 
• Exige-se ESTABILIDADE e PERMANÊNCIA: animus associativo (prática de ato isolado não confi-
gura associação); 
• Info 509, STJ – atipicidade do art. 35 quando não há estabilidade ou permanência; 
• Subsidiária – qualquer conduta que não esteja prevista nos demais artigos; 
o Quem leva as mulas à rodoviária; 
o Quem prepara mochilas com fundo falso; 
• Se consuma com a efetiva associação, ainda que não se pratique o delito; 
• Incompatível com a tentativa: ou se associa ou não; 
• Representa especialidade em relação ao art. 288, CP; 
• Não se exige perícia da droga, até porque pode ser que nem haja droga ainda; 
• Admite-se o concurso com o tráfico (33) – jurisprudência pacífica; 
• NÃO é e nunca foi comparado a hediondo; 
Financiamento ou custeio – art. 36 
• Exceção à teoria monista: não configura participação/coautoria; 
• Exige-se estabilidade, reiteração, habitualidade; 
• E se for praticado em concurso de pessoas? Concurso de crimes: 35 e 36, § único; 
• Causa de aumento do inciso VII, art. 40 – inaplicabilidade; bis in idem 
o O art. 36 é financiamento estável; a majorante é aplicada em custeio eventual; 
 
2 Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. 
3 Substitui PPL por PRD e converte PRD em PPL; 
• Consumação: prática das condutas de financiar ou custear; 
Colaborar como informante – art. 37 
• Cooperar, contribuir passando INFORMAÇÃO relevante ao bom funcionamento; 
• Outras condutas diferentes da prestação de informação configuram outros crimes: 
o Contribuição financeira = art. 36; 
o Contribuição de outras formas = art. 35; 
• Olheiro, visão; agentes públicos envolvidos; 
• Consumação: com a efetiva prestação da informação; 
• É subsidiário em relação ao 33 e ao 35 – o agente não pode ser membro da organização (Info 
527, STJ); 
Prescrever ou ministrar culposamente drogas – art. 38 
• Tipo EXCLUSIVAMENTE culposo; 
o E se houver dolo? Responde pelo art. 33; 
• Crime próprio (em relação ao sujeito ativo) – médico, farmacêutico, dentista, enfermeiro → O 
agente deve estar no exercício da profissão; 
• Hipóteses: 
o Droga desnecessária; 
o Droga necessária, mas em excesso; 
o Droga necessária, mas em desacordo com determinação legal ou regulamentar; 
• Tipo misto alternativo; 
• Consumação: entrega da receita ao paciente ou aplicação da droga; 
• Tentativa: incabível (crime culposo); 
• E se o paciente nãos sentiu nada após ser ministrada a droga? Ainda é crime; 
• E se o paciente morrer ou tiver lesão corporal? O agente responde de forma culposa ou por 
dolo eventual, a depender do caso; 
Condução de aeronave e embarcação após uso de drogas – art. 39 
• Após o consumo = não há critério de tempo; leva-se em conta o fato de o agente estar sob 
efeito de drogas; 
• Crime de perigo concreto; 
• Consumação = com a condução e a prova de exposição da incolumidade de outrem; 
• É especial em relação ao art. 34 da LCP (direção perigosa); 
• É especial em relação ao art. 306 do CTB (embriaguez ao volante – veículo automotor); 
Causas de aumento de pena – art. 40 
• Inciso III – A lei é taxativa; 
o Transporte público: vender EM é causa de aumento, mas utilizar para chegar ao ponto de 
venda, NÃO (Info 547, STJ); 
o Igreja é incluída? NÃO, vide Info 571/STJ – sob pena de analogia in malam partem; 
• Inciso V - Tráfico nacional; Vide s.587, STJ: não se exige a efetiva transposição de fronteiras; 
• Inciso VII – Financiamento ou custeio – deve ser eventual; não se aplica ao 35 § único e 36 pois já 
elemento do tipo; 
o A estabilidade ou reiteração configuram o art. 36; 
Outras questões 
• Interrogatório como 1º ato: art. 57, 11.343/06 x art. 400, CPP; 
o Prevalece o CP – contraditório e ampla defesa; 
o Não se aplica a especialidade; 
o HC 127900/STF e Info 609/STJ; 
ALEXANDRE SALIM 
• Alterações legislativas (2019/2020) – leis 13.840/19 e 13.886/19 e 13.964/19 
PAC 13.840 13.866 
Art. 33, §1º, IV - 
vende ou en-
trega drogas ou 
matéria-prima, 
insumo ou pro-
duto químico 
destinado à pre-
paração de dro-
gas, sem autori-
zação ou em de-
sacordo com a 
determinação 
legal ou regula-
mentar, a 
AGENTE POLI-
CIAL DISFAR-
ÇADO, quando 
presentes ele-
mentos probató-
rios razoáveis de 
conduta criminal 
preexistente. 
Alterou de forma intensa a parte administrativa (até 
o art. 26) 
Art. 50-A. A destruição das drogas apreendidas 
sem a ocorrência de prisão em flagrante será feita 
por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) 
dias contados da data da apreensão, guardando-se 
amostra necessária à realização do laudo definitivo. 
(Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019) 
Art. 60. O juiz, a requerimento do Ministério Pú-
blico ou do assistente de acusação, ou mediante re-
presentação da autoridade de polícia judiciária, po-
derá decretar, no curso do inquérito ou da ação pe-
nal, a apreensão e outras medidas assecuratórias 
nos casos em que haja suspeita de que os bens, di-
reitos ou valores sejam produto do crime ou consti-
tuam proveito dos crimes previstos nesta Lei, pro-
cedendo-se na forma dos arts. 125 e seguintes do 
Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - 
Código de Processo Penal . (Redação dada 
pela Lei nº 13.840, de 2019) 
Art. 63. Ao proferir a sentença, o juiz decidirá so-
bre: (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 
2019) 
I - o perdimento do produto, bem, direito ou valor 
apreendido ou objeto de medidas assecuratórias; e 
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) 
II - o levantamento dos valores depositados em 
conta remunerada e a liberação dos bens utilizados 
nos termos do art. 62. (Incluído pela Lei nº 
13.840, de 2019) 
Art. 60-A. Se as medi-
das assecuratórias de 
que trata o art. 60 desta 
Lei recaírem sobre mo-
eda estrangeira, títulos, 
valores mobiliários ou 
cheques emitidos como 
ordem de pagamento, 
será determinada, ime-
diatamente, a sua con-
versão em moeda naci-
onal. (Incluído 
pela Lei nº 13.886, de 
2019) 
 
Art. 61. A apreensão 
de veículos, embarca-
ções, aeronaves e 
quaisquer outros meios 
de transporte e dos ma-
quinários, utensílios, 
instrumentos e objetos 
de qualquer natureza 
utilizados para a prática 
dos crimes definidos 
nesta Lei será imediata-
mente comunicada 
pela autoridade de po-
lícia judiciária responsá-
vel pela investigação ao 
juízo competente. 
(Redação dada pela Lei 
nº 13.840, de 2019) 
• Cultivo de plantas psicotrópicas – art. 243, CRFB/88: EXPROPRIAÇÃO (Confisco – sem indeniza-
ção); 
• Objeto material da lei – Norma penal em branco heterogênea; 
o A antiga Lei de Drogas (6368/76) usava o termo substância entorpecente – substância en-
torpecente é espécie do gênero droga/substância psicotrópica (atecnia); 
o A atual lei trabalha com o termo “droga(s)” – droga é gênero; 
▪ Art. 66 - Portaria SVS/MS 344/98: Define quais são as substâncias consideradas 
drogas; 
Crimes em espécie: 
Art. 28 – droga para consumo pessoal 
• Elementos do tipo: adquirir, guardar, ter em depósito, transportar ou trazer consigo; 
• Natureza jurídica: discussão sobre; 
o LICP, art. 1º - as penas previstas para crime e contravenção são incompatíveis com aquela 
cominada pelo art. 28; 
o RE 430.105 (2007) – não houve descriminalização, mas despenalização (descarcerização); 
o Constitucionalidade do art. 28: ofensividade e alteridade – não há ofensa a bem jurídico 
de terceiro (se o suicídio – mais – não é crime, o uso de drogas não pode ser); 
• Tipo incongruente ou congruente assimétrico – dolo genérico + elemento subjetivo especial (es-
pecial fim de agir): PARA CONSUMO PESSOAL; 
• Circunstâncias judiciais: 28, §2º; 
o Quantidade; 
o Local e condições em que se desenvolveu a ação; 
• Princípio da insignificância – crime de perigo abstrato, não incide (em regra) a insignificância; 
o A pequena quantidade é elementar do próprio art. 28; 
o HC 538347/ES; 
o HC 127573 (STF) – anulação de condenação de mulher com 1g de maconha; 
• Prescrição: 02 anos – art. 30; 
• Competência: JECRIM (48, §1º); 
• Admite prisão em flagrante? NÃO, art. 48, §2º; 
o STF entendeu que É CONSTITUCIONAL (2020); 
• Art. 28 e reincidência: Não há reincidência (é menos que uma contravenção); 
Art. 33, caput e §1º - Tráfico de drogas 
• Crime equiparado a hediondo; 
• Fundamento constitucional, art. 5º, XLIII; 
• Bem jurídico – saúde pública (imediatamente); 
• Elementos do tipo (tipo misto ALTERNATIVO: 18 verbos) - Importar, exportar, remeter, preparar, 
produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer 
consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas; 
o A prática de mais de um verbo = exasperação da pena base; 
o Particularidades: 
▪ REMETER: 
• Se consuma com o envio (não precisa chegar ao destinatário); 
• Competência = local da consumação (do ENVIO); 
▪ TRANSPORTAR: Se consuma com o início do transporte; 
▪ ADQUIRIR: se consuma com a avença (negociação – dispensa pagamento e rece-
bimento) – vide REsp 1.561.485; 
• Figuras equiparadas (§1º): 
o I – objeto material é matéria-prima, insumo ou produto químico; 
o II – objeto material é plantas que se constituam em matéria-prima 
o III – objeto material é a utilização de local ou bem de qualquer natureza para o tráfico ilí-
cito de drogas; 
o IV – Agente policial disfarçado; 
• Tráfico privilegiado ou minorado: 
o Incide na 3ª fase; 
o No caput e §1º; 
o Requisitos: CUMULATIVOS 
▪ Primariedade; 
▪ Bons antecedentes; 
▪ Não se dedicar às atividades criminosas; 
▪ Não integrar organização criminosa; 
o Grau de redução – 1/6 a 2/3; 
o Não é hediondo (STF há decidiu e LEP positivou4); 
o Conversão em PRD – vide RESOLUÇÃO Nº 5, DE 2012: Suspende, nos termos do art. 52, 
inciso X, da Constituição Federal, a execução de parte do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, 
de 23 de agosto de 2006. 
Art. 33, §§ 2º e 3º 
• Art. 33, §2º - A pena é menor que a lei anterior; 
• Art. 33, §3º - “Rodinha de maconha”: pode ser cumulado com o art. 28; 
o Oferecer EVENTUALMENTE – habitualidade = tráfico; 
o Sem objetivo de lucro – se tiver lucro = tráfico; 
o Pessoa de seu relacionamento; 
o Para juntos consumirem; 
Petrechos para tráfico – art. 34 
• Exceção – Punição dos atos preparatórios; 
• Destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de droga; 
• Equiparado a hediondo; 
Associação para o tráfico – art. 35 
• Exige-se ESTABILIDADE e PERMANÊNCIA; 
• Não é equiparado a hediondo; 
• Se não houver estabilidade e permanência – tráfico em concurso de pessoas; 
Financiamento – art. 36 
• Prevalece na doutrina que o crime exige habitualidade – caso não haja habitualidade: incide o 
art. 40, VII 
Colaboração como informante – art. 37 
• Natureza EVENTUAL, se for habitual, pode ser considerada associação; 
Prescrever ou ministrar drogas – art. 38 
• Crime próprio: 
o Médico ou dentista – prescrever; 
o Médico, dentista, farmacêutico e enfermeiro – ministrar; 
• Único culposo; 
 
4 Art. 11, §5º, § 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas previsto no § 
4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. 
• Tipo penal FECHADO 
Condução de embarcação ou aeronave:• Após o consumo de drogas; 
• Transporte coletivo = qualificadora; 
Majorantes 
• Apenas 33 a 37; 
• I – Transnacionalidade: 
o Competência da JF – art. 70; 
o Transposição de fronteiras – s. 607/STJ: dispensa a transposição de fronteiras – o que im-
porta é a comprovação de que iria fazer; 
• III - Imediação de determinados estabelecimentos: 
o Em transporte público – usar transporte público x vender no transporte público: só este é 
causa de aumento; 
o IGREJA: Não é causa de aumento; 
• V – Interestadual: 
o Competência da JE; 
o Súmula 587/STJ: não precisa cruzar fronteiras; 
Outras questões 
• Colaboração premiada – art. 41; 
• Circunstâncias judiciais preponderantes em relação ao 59, CP (art.42); 
• Vedação à liberdade provisória (art. 44) – inconstitucional; 
• Livramento condicional – fração específica: 2/3 (33, caput e §1º; 34 a 37); 
• Questões processuais: 
o Art. 159 CPP x art. 50, §1º Drogas – número de peritos; 
o Prazo de concluso o de IPL: 
o Prazo conclusão de IPL: 30 preso ou 90 solto (Pode ser duplicado – art. 51); 
o Prazo para denunciar: 10 dias, preso ou solto; 
o 04 testemunhas no máximo, por fato; 
o Defesa preliminar – em até 10 dias; 
• Interrogatória: 
o Ampla defesa prevalece em relação da especialidade; - por mais que a lei especial pre-
veja que o interrogatório , a jurisprudência entende que é o ultimo ato; 
o CPP – último entendimento (HC 127.900) ; 
• Infiltração de policiais – art. 53; 
o Ação controlada – inciso II;