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Débora Oléa Braga - TXXII 1 Diagnóstico sindrômico Síndrome disfágica (dificuldade na deglutição – disfagia - + emagrecimento). Conduta Suspeita de câncer esofágico. Esôfago não possui adventícia; possui 2 camadas musculares; é ladeado por estruturas importantes do tórax. Nutrição é feito por difusão de pequenas artérias dos ramos do tórax órgão frágil e de difícil cicatrização (pensando em abordagem cirúrgica). CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA: ORIGEM EPITELIAL → CARCINOMA ESCAMOSO OU CARCINOMA EPIDERMÓIDE . Causado por uma agressão de um epitélio anteriormente normal. O epidermoide ocorre mais frequentemente no terço médio do esôfago, devido ao estreitamento aortobrônquico. Fatores de risco: ❖ Álcool – principal. ❖ Fumo – principal. ❖ Nutrição (alimentos irritantes: quentes, picantes e condimentados). Débora Oléa Braga - TXXII 2 ❖ Carcinógenos (Teoria das nitrosaminas: salames, linguiças) Carnes muito processadas produzem compostos a bases de nitrogênio Nitrosaminas são carcinógenas para o esôfago. ❖ Ingesta deficiente de frutas, verduras, vitaminas A, B, C, proteínas animais não processadas, minerais Fatores de agressão. ❖ Esofagite (processo inflamatório crônico leva a degeneração da mucosa): Ex: Cáustica (necrose de liquefação → fibrose), Actínica (agressão por radiação), produtos de limpeza. ❖ Esofagite por refluxo (ácido ou alcalino - biliar): Modificação do epitélio escamoso por substâncias endógenas → Barrett (metaplasia): Epitélio glandular – mais espesso → Adenocarcinoma (esôfago terminal). ❖ Contaminação da água com petróleo e íons. ❖ Acalásia (megaesôfago). ❖ HPV. ❖ Tilose (Síndrome de Howwl-Evans): Produção de queratina no esôfago. ❖ Contaminação da H2O – petróleo e íons. ❖ Doença de Plummer-Vinson: Disfagia cervical, deficiência de ferro e presença de membrana. TUMORES NÃO EPITELIAIS: Leiomiossarcoma. Melanoma Maligno. Rabdomiossarcoma. Mioblastoma. Coriocarcinoma. Linfoma. FATORES DE RISCO DO ADENOCARCINOMA (SÃO OS MESMOS QUE OS DE RISCO PARA DRGE): Barrett. Excesso de peso. Nitrosaminas. Tabagismo. H. pylori quando erradicado. CARACTERÍSTICAS Câncer de esôfago é mais comum no terço médio do esôfago. Câncer superficial Na fase inicial: Classificação macroscópica. *Fase inicial o câncer é praticamente assintomático. . Protusos. . Planos. . Escavados ou deprimidos. Câncer agressivo e avançado: . Estenosante: Avança para a luz do esôfago. . Ulcerado. Débora Oléa Braga - TXXII 3 QUADRO CLÍNICO: • Síndrome obstrutiva (50% da luz comprometida) com disfagia. - Quando há disfagia 50% do órgão está afetado, geralmente sendo estenosante. • Dor de garganta. • Sialorreia. • Halitose. • Náuseas. • Náuseas. • Vômitos. • Dorsalgia. • Epigastralgia. • Hepatomegalia. • Linfonodos palpáveis. • Sinal de Troisier (nódulo de Virchow) → Punção do nódulo Sempre à esquerda. Nódulo palpável na região supraclavicular esquerda. Pode ser visível em pacientes mais magros. Débora Oléa Braga - TXXII 4 Disfagia orofaríngea = Dificuldade para iniciar a deglutição. - Problema na musculatura estriada: Doenças neurológicas (miastenia, Parkinson ou sequela de AVC). Disfagia esofágica: Distúrbio de motricidade. . ‘’Alimento entala após a deglutição’’. Sólido e líquido + Progressivo Acalasia ou Esclerordemia Doenças benignas. . Sólidos e líquidos + Intermitente (tem hora que aparece e hora não) Espasmo esofagiano (problema na musculatura). . Início só para sólido + Intermitente Anel esofágico = Formações membranosas que podem se romper. *Alimento pode romper esses anéis. . Início só para sólido + Progressiva (cada vez mais difícil deglutir o alimento) = Câncer esofágico. COMPLICAÇÕES: o Caquexia. o Hemorragia digestiva – há neovascularização do tumor. o Fístulas (perfuração/ comunicação entre órgãos vizinhos, como a traqueia) – ocorre comunicação entre o tumor e mais uma áre. *Se próximo das cordas vocais Alteração do aparelho fonador e voz. o Disfonia. o Infecção pulmonar (o alimento não consegue progredir, retorna, o paciente engasga e isso entra nos pulmões). *Aspiração do alimento ou fístulas. Débora Oléa Braga - TXXII 5 DIAGNÓSTICO: o Tumor mais avançado → Suspeita clínica em 80%. o Endoscopia digestiva alta (lugol no esófago impreguina as células com glicogênio, células normais, e nas células tumorais – sem glicogênio - não impreguinam): - Conseguimos ver lesões iniciais. - Demarca melhor a lesão tumoral. Citologia esfoliativa: Coleta de resíduos celulares. - Quando há tumor há muita mitose, células irregulares. Ecoendoscopia: Na ponta do endoscópio há um transdutor de ultrassom – mostra a profundidade da lesão. Importância: Relação da parede do esôfago com os outros órgãos adjacentes. Fica mais seguro para vermos se há fístulas e áreas vizinhas acometidas. ESTADIAMENTO: 1. US abdominal (metástases) Detecção de metástases peritoneais e hepáticas. 2. TC do tórax (avaliar extensão mediastinal). 3. Laringotraqueobroncoscopia (expansão extra-esofageana): Quando há suspeita de lesão de via aérea. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO ESTADIAMENTO Neoplasia SUPERFICIAL de esófago: Apenas camada submucosa e sem metástases conhecidas (não sabemos ou não investigamos ainda). - Não ultrapassa a membrana basal. Neoplasia PRECOCE de esófago: Apenas camada submucosa e sabidamente NÃO tem metástases (pois já rastreou). TRATAMENTO: 1. Endoscópico: Casos iniciais. 2. Cirúrgico. 3. Paliativo: Não podemos mais oferecer a cura. *Sobrevida de 4 meses. - Metástases somente tratamento paliativo. 4. Quimioterapia. TRATAMENTO ENDOSCÓPICO Polipectomia: Retirada da massa tumoral. Dissecção da submocosa: . A área que não pega lugol é o tumor superficial. Débora Oléa Braga - TXXII 6 . Fazemos injeção de soro fisiológico para que a área tumoral se descole da camada muscular. . Ressecamos com um cateter. Anatomia: - Região cervical. - Região abdominal. - Região torácica: dividido em superior, médio e inferior. 3 áreas de estreitamento: Logo abaixo da laringe = Cricofaríngeo. Aorta com bifurcação da Traqueia = Aortobrônquico. Ao passar pelo diafragma = Diafragmático. - O alimento retarda na passagem pelas bifurcações. - Na área estreitada a lesão vai ser maior. - O carcinoma epidermóide é mais comum no terço médio no estreitamento aortobrônquico. - Região inferior é mais propício para o seguimento do adenocarcinoma. TRATAMENTO CIRÚRGICO Vias de acesso cirúrgico: Esófago cervical → Cervicotomia anterolateral esquerda. Torácica → Toracotomia direta. Abdominal → Laparotomia. Cirurgias tem grande morbidade Cicatrização ruim, não possui serosa e não há uma grande artéria que oxigene o local. SUBSTITUIÇÃO DO ESÔFAGO O órgão que melhor substitui o esôfago é o estomago = Esofagectomia transiatal (formando um tubo gástrico). Pode ser feito por videolaparoscopia ou por via aberta. Tubo da grande curvatura gástrica: . Retificamos/alongamos a grande curvatura do estômago + Grampeamento mecânico. . Seccionamos a grande curvatura + esôfago. . Anastomose do esôfago cervical com o estômago. OBS: Estômago perde capacidade – não reserva grande alimento -, tem que mastigar melhor o alimento e comer em pequenas porções ESTÔMAGO PERDE A CAPACIDADE GÁSTRICA. Débora Oléa Braga - TXXII 7 TRATAMENTO PALIATIVO 1. Assegurar capacidade de deglutição. 2. Aliviar disfagia. 3. Limitar hospitalização.4. Sobrevida com dignidade. Técnicas: Dilatação do esôfago: Via endoscópica – insunflamos um balão e dilatamos o tumor. *Tumor volta – paciente pode fazer de 2 a 3 semanas. Endoprotese: Malha autoexpansível que empurra o tumor. - Impede com que o tumor não obstrua (cresça para luz do órgão). Terapia fotodinâmica: Injeta via EV uma substância fotossensível (fotossensibilizador endovenoso) que é atraída por células com altas mitoses. As células tumorais vão ficar com muita substância química e através de um laser de baixa potência pela endoscopia você consegue reduzir o tumor, ele encolhe. *Laser queima as células com o fotossensibilizador. *Retarda o crescimento do tumor, porém não retira todo o tumor – células voltam a crescer. Radioterapia (com ou sem quimioterapia): - Metástases e para diminuir o tamanho do tumor. - Atua melhor no Adenocarcinoma. - Pode complementar um tratamento cirúrgico. Derivação cirúrgica (gastrostomia ou jejunostomia): Acesso ao alimento sem deglutir. Fazemos uma punção gástrica e chega no estômago. Ao atingir o estômago colocamos um cateter no estômago e insuflamos o balão da sonda. O estômago fica mais próximo da parede A sonda possui orifícios: Colocamos alimentos. PROGNÓSTICO: - Ruim, pois a doença é descoberta em fase avançada. - Em 5 anos a sobrevida é de 5-50%. - Em pacientes tratados cirurgicamente no primeiro estágio da doença, a sobrevida é de 60%. - A evolução após o tratamento cirúrgico depende do estadiamento da doença. Débora Oléa Braga - TXXII 8 A sobrevida é maior em situações onde o diagnóstico é precoce. FATORES DE RISCO: Não atuam isoladamente, atuam em conjunto. Infeccioso: H. pylori – gera inflamação na mucosa gástrica. . Reparo de DNA e dieta rica em antioxidantes bloqueiam as mutações. Idade e Gênero: Idade avançada e sexo masculino. Hábitos de Vida: Dietas pobres em fibras + excesso de sal + defumados. Exposição a Drogas: Tabagismo. Associação a Doenças: . Gastrite crônica e hipertrófica (processo inflamatório crônico → Hipertrofia da mucosa glandular). . Metaplasia intestinal – muitas vezes consequente do processo de gastrite. - Anemia perniciosa (deficiência do complexo B por diminuição de fator intrínseco do estômago, a falta desse causa uma atrofia do epitélio) causada por gastrite atrófica. . Pólipo adenomatoso. História Familiar: História de câncer, polipose adenomatosa familiar, tipo sanguíneo A. COMPONENTES DE RISCO ESTÃO INTERLIGADOS: - Associação de doenças. - Instabilidade genética favorece. - Dieta Presença de componentes nitrogenados = mutágenos. FATORES PROTETORES: o Ácido ascórbico (diminuição da catalase e conjugação com nitritos). o Estímulo de genes supressores de tumor (AINE, ácido elágico, etc). o Proteases da soja (lecitina). o Própolis e Flavonóides (apoptose de células tumorais). Débora Oléa Braga - TXXII 9 . Mucosa normal: Preservada com dieta baseada em vegetais. - Quando os fatores agressivos são maiores – os fatores de prevenção ficam diminuídos. CLASSIFICAÇÃO Precoce/inicial = Tumores sem metástases. Chega até a submucosa ou não ultrapassou o epitélio → Chamado de CÂNCER MUCOSO, CÂNCER IN SITU, INTRAEPITELIAL. TIPO HISTOLÓGICO: 1. Adenocarcinoma: De maneira prática a câncer gástrico (94%). 2. Linfomas (4%). 3. GIST (tumor estromal gastrointestinal) – 1%: Tumor neuroendócrino. . Tumor maligno. . Se dissemina ao longo do tubo gástrico. . Não dá metástases. . Crescimento lento. ADENOCARCINOMA: Classificação de LAUREN Levamos em consideração o crescimento e tipo histológico. 1. Tipo intestinal (decorrentes de uma metaplasia intestinal): Glândulas do estômago se modificam e parece com o epitélio intestinal. • Glândulas intestinais. • Vacúolos de mucina. • Bem delimitados. • Origem nas metaplasias intestinais. 2. Tipo difuso: • Infiltrativo. • Tumor + tecido normal + fibrina. • Células em anel de Sinete. • Células com fibrose. • Glândulas. Débora Oléa Braga - TXXII 10 CLASSIFICAÇÃO DE BORRMANN . Classificação de tumores avançados. Tipo 1: Elevado/protuso. Tipo 2: Ulcerado. Tipo 3: Ulcero-infiltrativo. Tipo 4: Infiltrativo LINITIS PLÁSTICA (quando está disseminado por todo o estômago). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: o Emagrecimento. o Anorexia. o Saciedade precoce. o Dor abdominal. o Náusea e vomito. o Sangramento digestivo (agudo/ anemia). o Edema. *Hipoproteinemia – paciente se alimenta mal. o Disfagia: Quando o tumor se localiza na CÁRDIA. o Assintomático. EXAME FÍSICO: o Sinal de Troisier ou nódulo de Virchow: Visto na cárdia – linfonodo visível. o Gânglios axilares. o Massas palpáveis. Visto no câncer de estômago AVANÇADO: o Ascite. *Devido à desnutrição e hipoproteinemia. o Tumor de Krukenberg (células gástricas depositadas no ovário). *Ocorreu um desprendimento de células do estômago através do peritônio ascítico. o Nódulo irmã Maria José. - Trata-se de um implante de células tumorais no ligamento umbilical – se implantam na parede interna do abdome. o Pneumonia aspirativa: - Paciente com tumor de cárdia – engasga e aspira alimentos. o Derrame pleural – devido a hipoproteinemia Débora Oléa Braga - TXXII 11 o Prateleira de Grumer: As células células gástrica podem se desprender e se aderir na parede do reto Colonizações de células no reto. Com o toque retal sentimos anéis em níveis diferentes (‘’prateleiras’’). - Pode levar a sangramentos no toque retal. • Sangramento no toque retal: MENOS FREQUENTE: o Acantose nigricans. o Neuropatia periférica – alteração de sensibilidade das mãos e pés. o Síndrome de Trousseau: Tromboflebite migratória (aparece em um lugar e desaparece) → Células de câncer gástrico que se disseminam pelo sangue e chegam às veias das porções inferiores – perna – e depois desobstrui Gerando obstruções migratórias. DIAGNÓSTICO: De um paciente ASSINTOMÁTICO 1. Endoscopia digestiva alta: . Fazemos endoscopia precocemente para tentar descobrir o câncer em uma fase inicial. Queixas dispépticas: Faixa de 45 anos. Paciente com modificação de sintomas. Paciente com sinais de alarme (perda de peso, sangramento e vômitos). Paciente com história familiar de câncer. 2. Ecoendoscopia. TRATAMENTO: 1. Ressecção endoscópica. 2. Endogastrocirurgia (todos os instrumentos ficam dentro do estômago – mesma coisa que a endoscopia). 3. Gastrectomia em Cunha: Quando o tumor é MAIOR. 4. Tratamento quimioterápico – adjuvante (depois da cirurgia) ou neoadjuvante (antes da cirurgia diminui o tamanho do tumor). 5. Tratamento cirúrgico: TUMOR MAIOR, AVANÇADO e COM CHANCE DE CURA. Tumores mais avançados = remoção do tumor com margens, excisão de cadeia de linfonodos → Ressecção em bloco. Débora Oléa Braga - TXXII 12 Gastrectomia total: Quando o câncer é proximal (regiões mais altas do estômago) E tumores com mais de uma localização dentro do estômago (tumores com múltiplas lesões). É feito uma reconstrução em Y de Roux (anastomose gastrojejunal e jejunojejunal com anastomose duodenal). Câncer gástrico familiar: Gastrectomia total profilática. - Pessoa não tem câncer, mas a família possui história +. Esplenectomia: Indicada na gastrectomia total com ressecção das cadeias linfonoidais. Linfonodos em hilo esplênico → Para retirar toda a cadeia linfonodal posterior ao estômago há uma lesão da artéria ou veia esplênica fazendo com que o baço não fique viável. Para isso não ocorrer a gente tira o baço. Hepatectomiaparcial → Para metástase hepática localizada. Gastrectomias parciais: Dependem da localização e extensão: Antro ou antro + corpo: Y de Roux ou Billroth II (apenas anastomose gastrojejunal e ressecção duodenal). *Quando não temos perspectiva de cura, paciente com metástases fazemos o Billroth II (mais simples e com menos anastomeses). INDICAR CIRURGIA EVENTUALMENTE EM TUMOR RESSECÁVEL COM METÁSTASES (NÃO É CURATIVO): Fazemos a cirurgia para o paciente sair da emergência. Obstrução do estômago pela massa. Sangramento. Necrose com perfuração. Dor intratável. TRATAMENTO PALIATIVO: Stent em obstruções (próteses gástricas). - Fazemos uma prótese – pode migrar para dentro do duodeno devido ao peristaltismo potente do estômago. Jejunostomia: Paciente se alimenta através de uma sonda. LINFOMA: - Proliferação de tecido linfoide. • Principal é o linfoma MALT → origem pelo H. pylori e inflamação crônica. Outros: Tireoidite de Hashimoto, Síndrome de Sjoren. Tratamento: Erradicação da bactéria. Débora Oléa Braga - TXXII 13 DEFINIÇÕES: Úlcera: Perda do epitélio de superfície que pode atingir ou penetrar a muscular da mucosa, a submucosa e atinge as camadas musculares e eventualmente a serosa (perfuração), geralmente com diâmetro > ou = a 5 mm. - Atinge todas as camadas. Erosão: lesão da mucosa, superficial, menor que 5 mm. FISIOLOGIA DA SECREÇÃO GÁSTRICA: AGONISTAS da secreção gástrica (ácido clorídrico): Acetilcolina (estímulo neuronal): liberada de neurônios pós-ganglionares do nervo vago que vai atuar em receptores da célula parietal (receptores muscarínicos). Histamina: Age em receptores H2 das células parietal (aumenta os níveis de AMCPc). Gastrina: Liga-se nos receptores de gastrina/colecistocinina do tipo 2 (CCk-2) das células enterocromafins (liberando histamina) e nas células parietai ANTAGONISTA da secreção gástrica: Somatostatina: Impede secreção de histamina e gastrina, liberada pelas células D (antro e corpo) em decorrência da queda do pH no lúmen gástrico. - Quanto mais ácido o pH → Estimula a somatostatina. - Não há estimulo as células parietais. MECANISMOS DE DEFESA DA MUCOSA: Muco: Estimulado pela gastrina, secretina, prostaglandina E2 e agentes colinérgicos. A camada de muco faz com que o pH aumente. - Epitélio gástrico é BÁSICO. Bicarbonato: Mantém o microambiente luminal neutro. - Produção pancreática e duodenal. Renovação celular: Células progenitoras nas glândulas oxínticas (gástricas). No fundo das glândulas há células que migram para superfície da mucosa e renova as células. Ampla vascularização. DUP DEFINIÇÃO Perda de substancia focal em áreas de mucosa e tecidos subjacentes que mantém contato com o suco gástrico, em decorrência da ação proteolítica da pepsina secretada pelo estômago. Pepsinogênio Pepsina = Pela ação do ácido clorídrico. **pepsinogênio somente converte pepsina quando o ambiente é ácido, ou seja, há uma relação entre o ácido e a pepsina (secreção clorídrico-péptica). É uma condição crônica com sucessivos e intercalados períodos de atividade (sintomáticos) e acalmia (sem sintomas). Débora Oléa Braga - TXXII 14 - Dor e ausência de dor. - Acalmia: Quando a úlcera fecha. ÚLCERA DUODENAL: Maioria na primeira porção do duodeno (bulbo dudodenal). ÚLCERA GÁSTRICA: Mais frequentes na pequena curvatura, na transição entre mucosa do antro e do corpo (incisura angular). Úlcera duodenal → agressão aumentada. Úlcera gástrica → não tem agressão, mas não tem defesa. ETIOLOGIAS COMUNS H. pylori. AINES (aspirina). Outras etiologias: Causas pépticas → Falha de identificar completamente a presença de H. pylori OU o paciente não conta que está utilizando AINES. - A coleta/pesquisa de H. pylori não pode ser feita com o doente tomando inibidor da bomba de prótons Pode falsear o exame. Gastrinomas (Zollinger). Hiperfunção das células G (produtora de gastrina). CAUSAS NÃO-PÉPTICAS: Herpes vírus. Citomegalovírus. EBV. Malignidade como os Adenocarcinomas e Linfomas gástricos. Doença de Crohn. Drogas ulcerogênicas: Venlafaxina, Bifosfonatos e Colchicina. CAUSAS IDIOPÁTICA Fatores de risco verdadeiros: Idade do paciente: Aumento das ocorrências e complicações com aumento da idade. Tabagismo: Aumenta risco para UG e UD de acordo com a quantidade fumada. Histórico familiar: Reflete a infecção por H. pylori dentro da unidade familiar – contaminação. Não está claro se o risco genético compartilhado também contribui. Risco aumentado em indivíduos com histórico anterior de DUP causada por infecção pelo H. pylori ou por AINES. Fatores de risco falso: Álcool na ausência de cirrose: Se ele está cirrótico → tem muita gastrina = hipergastrinêmico → Hiperclorídrico Aumenta o risco. OBS: O uso indevido do álcool possa prejudicar a adesão ao tratamento. Álcool moderado tem sido associado à cicatrização da úlcera. Dietas específicas não desempenham um papel claro nem na redução nem na piora da úlcera. Débora Oléa Braga - TXXII 15 - Dietas de restrição. Pimenta pode ser protetor para UD. Cafeína não é um verdadeiro risco para o DUP. Fatores de risco dependendo do contexto: Glicocorticoide ou outra terapia esteroide isolada: . Isoladamente não há risco para o aparecimento de úlcera. . Vai ter risco quando combina o CORTICOIDE com o AINE, pode levar a DUP complicada = Sangramentos. Essa combinação é muito pior do que o AINE isolado. Uso simultâneo de outras drogas com AINE pode aumentar o riso de DUP e DUP complicada. Aspirina + AINE → Aumenta o risco. Clopidogrel e outros agentes antiplaquetários, bisfosfonados, inibidores de recaptação seletivo de serotonina e anticoagulantes + AINES → Risco 13x maior. Fatores de risco pouco claros: • Complicações em DUP durante eventos catastróficos. • Pacientes com fatores psicossociais estressantes (problemas sociais, eventos adversos da vida, ansiedade, depressão e estresse pós-traumático). Situações especiais: Úlcera de Cushing e Úlcera de Curling: Cushing = Ocorrem nos cenários de lesão central (aumento da pressão intracraniana → pós AVC. *Aumento da PIC = Hipercloridria mediada pelo vago. Curling = Queimadura grave. Causa hipovolemia → necrose isquêmica da mucosa). Úlceras em doentes muitos graves ETIOLOGIA: H. pylori: 90-95% UD → H. pylori. 70% UG → H. pylori. AINES: . AINES esporádico também causa. Fatores de risco relacionados aos AINEs na úlcera péptica incluem: 1. A duração do tratamento, com maior risco de complicação dentro da primeira semana, alcançando pico no primeiro mês e então, permanecendo constante por cerca de 3 meses. 2. Dose e grau de supressão da síntese de prostaglandinas, com maior risco associado com drogas de alta potência e em doses elevadas, ou com uso simultâneo de múltiplos AINEs; e terapia concomitante com doses baixas de aspirina; que aumenta o risco de complicações. 3. Efeito adicional da infecção pelo H. pylori nos pacientes com UP relacionada ao uso de AINE - evidência mais recente sugere Débora Oléa Braga - TXXII 16 efeito sinérgico para gênese de úlcera péptica não complicada. 4. Outros fatores de risco para complicações das úlceras relacionadas ao uso de AINE: - Idade superior a 60 anos. - História prévia de úlcera ou hemorragia. - Tratamentos com associação de drogas (glicocorticóides e anticoagulantes) e comorbidades. H. PYLORI: Transmissão oral-oral e fecal-oral. Bactéria Gram negativa, espiralada e flagelada. Cerca de 70% dos brasileiros adultos são contaminados. Transmissão fecal-oral ou oral-oral na infância. Habitat natural → Antro e corpo gástrico sob a camada de muco. *Porém, todo o estômago pode ser contaminado. Secreção de urease: Desdobramento da ureia do suco gástrico, produzindo camada de amônia (efeito protetor). *Fura a camada de muco com essa secreção. Liberação de fosfolipases e proteases (lesão à mucosa e ao epitélio aderente). *Lesa o epitélio também. Somente 10-15% dos contaminados desenvolvem úlcera. Citoxinas: ❖ Citoxina vacuolizante (vacA) e associada ao genA (cagA). - Da ao H. Pylori uma maior virulência. Difícil crescimento em meios de cultura. Adaptada para colonizar somente a mucosa gástrica, sendo observada raramente em áreas de metaplasia intestinal. No duodeno, coloniza áreas de metaplasia gástrica. . Efetores: Induzem inflamação do epitélio. . Célula infectada não morre, H. pylori coloca seu DNA dentro. Nos infectamos na 1ª infância. Gastrite histológica em todos os paciente infectados. Minoria desenvolve sinais clínicos aparentes. * Maioria assintomático. Décadas depois podemos ter 3 fenótipos da infecção: 1. Pangastrite: Gatrite do estômago todo. Pode evoluir com atrofia e metaplasia intestinal. 2. Gastrite crônica ativa = Linfoma MALT. 3. Gatrite antral. Débora Oléa Braga - TXXII 17 ULCERA DUDODENAL Úlcera de agressão – fator de agressão é maior que a defesa. Alterações fisiopatológicas da secreção gástrica na úlcera duodenal são revertidas após um ano da erradicação do H. pylori. Gastrite antral: Maior comprometimento das células D que secretam somatostatina (efeito inibitório para a produção de gastrina). - Secretam menos somatostatina e HIPERGASTRINEMIA. - Hipersecreção crônica de ácido cai no Duodeno e começa a sofrer uma metaplasia gástrica nas áreas do bulbo. Infecção restrita ao antro gástrico – interfere na secreção de gastrina – hipergastrinemia – hipersecreção clorídrica. Hipersecreção ácida crônica – metaplasia gástrica em áreas do bulbo duodenal – instalação do Hp – ulceração. FISIOPATOLOGIA 1. Infecção pelo H. pylori não virulento Duodenite crônica assintomático. 2. H. pylori virulento Produzem inibidor da sintetase do óxido nítrico pelo ADMA Supressão de bicarbonato a nível duodenal. Fragmentos da bactéria (H. pylori vivo ou morto) libera peptídeos no antro e bulbo duodenal que são degradados por proteólise para vários resíduos de aminoácidos, entre eles um inibidor da sintase do NO (dimetilarginina assimétrica = ADMA). Presença da ADMA induzida pelo H. pylori poderia interferir na sintetase de NO nas células epiteliais do duodeno e contribuir para a menor resposta de bicarbonato à acidificação do duodeno. Débora Oléa Braga - TXXII 18 FISIOPATOLOGIA Um desequilíbrio entre fatores agressivos e defensivos. Fatores agressivos são: - Secreção cloridopéptica (aumento da produção de HCl). - Hipersecreção clorídrica basal. - Hipersecreção clorídrica resultante de estímulo pela histamina ou pentagastrina. - Hipersecreção clorídrica pós-prandial. - Aumento da população de células parietais. FATORES PROTETORES: CITOPROTEÇÃO Fatores pré-epiteliais: Camada de muco e secreção de bicarbonato. Fatores epiteliais: Mecanismos de transporte, estruturas juncionais entre as células e atividade regenerativa. Fatores sub-epiteliais: Microcirculação local. Prostaglandinas: - Inibem a secreção ácida. - Aumentam a resistência da mucosa às agressões por mecanismos independentes da inibição da secreção de ácido. Hipóteses para explicar as ações das prostaglandinas são: 1. Estímulo da secreção de muco e bicarbonato. 2. Estímulo da regeneração celular. 3. Supressão da secreção ácida. 4. Aumento do conteúdo de fosfolipídios da membrana celular e aumento do fluxo sanguíneo da mucosa gástrica. ÚLCERA GÁSTRICA: Podem ser classificadas de acordo com a localização: Tipo 1: Pequena curvatura, perto da incisura angular (transição da mucosa do corpo e antro). Não há secreção de ácido excessiva) → úlcera gástrica. Localizadas na curvatura menor, não estão associadas a secreção excessiva de ácido, ocorrem até 1,5cm da zona de transição entre a mucosa do corpo e a antral, não são associadas a anormalidades na mucosa duodenal Tipo 2: associada a uma ulcera duodenal (secreção aumentada). Localizadas no corpo do estômago em combinação com uma úlcera duodenal, são associadas a secreção excessiva de ácido. Tipo 3: Pré-pilóricas, se comportam como duodenais (secreção aumentada). São pré-pilóricas, se comportam como duodenais e estão associadas a hipersecreção ácida Tipo 4: Próximo da junção esôfago gástrica (parte alta da curvatura normal). Ocorrem em uma parte alta da curvatura menor, próxima a junção gastroesofágica, tem incidência menor que 10%, e não estão associadas a produção aumentada de ácido ÚLCERA GÁSTRICA = Estamos falando da do tipo 1. FATORES DEFENSIVOS estão comprometidos. Úlcera gástrica tipo 1: Associada à gastrite difusa ou predominante de corpo. Débora Oléa Braga - TXXII 19 Fenótipo de Pangastrite ou gastrite que predomina no corpo do estômago. Ocorrem em mucosa não secretora de ácido. Relacionada com uma baixa produção de ácido, atrofia gástrica e adenocarcinoma. *Efeito inibidor da função das células parietais. A inibição cessa quando você erradica o H. pylori, desde que não haja atrofia importante da mucosa do corpo gástrico. A explicação mais provável para a REDUÇÃO DA SECREÇÃO DE ÁCIDOS seria pela ação crônica de mediadores inflamatórios (citocinas): . Interleucina 1 beta (pró-inflamatória) → Papel relevante, citocina pró-inflamatória liberada precocemente no estômago na presença da infecção pelo H. pylori . Fatores que causam a redução da secreção de ácido na mucosa não atrófica são desconhecidos; . Provavelmente mais relacionados com o componente celular da inflamação crônica do que com os polimorfismos do H. pylori. Diferenças na composição do muco e produção de bicarbonato podem diminuir a proteção proporcionada pela barreira mucosa. Mucosa atrófica e metaplásica também diferem da mucosa normal na produção local de fatores de crescimento epitelial e peptídeos reguladores, podendo haver diferenças no padrão de receptores dos fatores luminais de crescimento (por exemplo, fator de crescimento epidérmico). Diminuição dos fatores de crescimento ou do estímulo dos peptídeos reguladores afeta negativamente a regeneração da mucosa e exagera os efeitos da agressão. Infecção pelo H. pylori diminui a expressão da e-caderina nas células epiteliais gástricas. Diminuição da produção da e-caderina = alteração da resistência da mucosa ao ataque ácido, uma vez que está envolvida na aderência intercelular e na proliferação das células epiteliais do estômago. Bem definido que as zonas limites entre diferentes tipos de epitélios são inerentemente mais instáveis, podendo também haver diferenças de vascularização e inervação nessas áreas, as quais podem contribuir para a lesão. DIAGNÓSTICO CLÍNICO Úlceras duodenais – 30 aos 55 anos. Úlceras gástricas – 50 aos 70 anos. Débora Oléa Braga - TXXII 20 ÚLCERAS NÃO COMPLICADAS - 80% das úlceras. Dor epigástrica – podendo se irradiar para parte alta do hemiabdome direito - Em queimação ou ardência. - ‘’Dor funda no estômago’’. - Não muito intensa. - Períodos intercalados com períodos de acalmia. - Ritimicidade diária (até 30-60 da ingestão alimentar dói depois de se alimentar). - Despertar do sono pela dor ‘’Clock’’. Náuseas e vômitos. Empachamento(plenitude) epigástrico – doente come pouco e se sente cheio. Sensação de peso epigástrico pós- prandial. *Dispepsia. ÚLCERAS COMPLICADAS Hemorragia digestiva (até 25% dos casos): Ocorre quando o processo erosivo atinge um vaso arterial ou venoso. - Hematêmese. - Melena. - Enterorragia (evacuar sangue vivo; hemorragia digestiva baixa) – raro. 50% dos casos dos sangramentos → História de AINES Hemorragia. Palidez. Sede intensa. Taquicardia. Hipotensão. Estado de choque e morte. Estenose 4% (raro): Deformidade da região (devido a fibrose) em que a úlcera se localiza. *Vômitos, perda de peso, peristaltismo visível. Deformidade do bulbo duodenal, piloro ou região pré pilórica. Sensação de desconforto e plenitude. Redução do volume ingerido e vômitos tardios. Perda ponderal. No exame físico: patinhação e peristalse visível no epi ou mesogástrio. Perfuração: úlcera atinge a serosa. Peritônio livre ou tamponada pelo grande epíplon Úlcera terebrante – a perfuração se dá na estrutura de um órgão adjacente (pâncreas) Quadro clínico – abdome agudo perfurativo (descompressão brusca dolorosa, rigidez em tábua). Rx simples de abdome em ortostase e em decúbito com cúpulas diafragmáticas Pneumoperitônio. Débora Oléa Braga - TXXII 21 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Dispepsia funcional tipo síndrome da dor epigástrica. DRGE. Pancreatites agudas ou crônicas. Parasitoses intestinais com dor epigástrica Giardia, Estrongiloidiase Parasitoses duodenais. EXAME FÍSICO Dor à palpação do epigástrio em alguns pacientes úlcera não complicada. Exame normal em casos não complicados. Patinhação e peristalse visível – estenoses. Descompressão brusca e abdome em tábua Casos de complicação. EXAMES COMPLEMENTARES: Em todos testes o paciente tem que parar de tomar drogas anti-secretoras (IBPs) 14 dias antes. *Ação bacteriostática sobre o H. pylori Falso negativo. Endoscopia digestiva alta – percentual de falha diagnóstica menor que 10%. *Permite pesquisarmos se há a presença do H. pylori. Biópsias da mucosa do antro e corpo gástrico – pesquisa do H.pylori. Histologia – Giemsa. CLO-teste Método da urease: - Detecta se a bactéria está produzindo urease. - Temos que fazer uma biópsia do corpo e antro durante a endoscopia. Úlcera gástrica: Biópsias das margens da lesão ulcerada para afastar lesão maligna. Biópsia do corpo e antro em ambas as úlceras para pesquisar a infecção do H. pylori. INDICAÇÕES ABSOLUTAS DA ENDOSCOPIA Idade acima de 50 anos (45 anos, se prevalência de câncer for alta). História familiar. Perda de peso. Ingestão de AAS ou AINES. Sintomas de “alarme”: Disfagia, vômito recorrente, hematêmese, melena, palidez, icterícia, adenomegalia, massas palpáveis, hepatomegalia e esplenomegalia. INDICAÇÕES RELATIVAS PARA ENDOSCOPIA Ausência de resposta a tratamento empírico prévio. Recidiva após tratamento empírico. Mudança recente das características de sintoma crônico. História familial de úlcera péptica. História familial de câncer gástrico. Ansiedade excessiva frente à doença. Débora Oléa Braga - TXXII 22 Úlcera gástrica – fundo cheio de fibrina Precisa de biópsia nas margens da lesão Úlcera duodenal EXAMES COMPLEMENTARES Teste respiratório com ureia marcada com carbono 13 ou 14: Controle da erradicação. - Ingere ureia com carbono marcado. - Fazemos de 6-8 semanas após o tratamento de erradicação. Não pode ser antes desse período pois podemos não ter matado a colônia da bactéria, somente diminuído a colônia, gerando falsos negativos. *Usado para ver se erradicamos o H. pylori. Exame radiológico – segunda escolha. TRATAMENTO: o Aliviar sintomas. o Eliminar fatores envolvidos na ulcerogênese. o Prevenir recidivas. Erradicar o H. pylori – 14 dias Terapia empírica: Não conseguimos cultivar o H. pylori. ESQUEMA DE 1ª LINHA Esquema de 1ª linha não deve ser usado caso a resistência à claritromicina seja maior que 15% → buscar as terapias alternativas. - IBP: Aumenta o pH do estômago Maioria dos ATB são absorvidos quando o pH não está ácido. CONTROLE ENDOSCÓPICO Úlcera gástrica: Individualizado. Indicado: Persistência dos sintomas. Sem etiologia definida. Úlcera gigante (>2cm). Amostras inadequadas. Úlcera suspeita; > 50anos. História familiar de câncer gástrico. Presença de atrofia, adenoma, displasia ou metaplasia intestinal. Débora Oléa Braga - TXXII 23 . Dificuldade de digerir. . Sintomas abdominais usualmente ligados à alimentação, que se atribuem a distúrbios da porção próxima do trato digestivo. SINTOMAS: • Dor epigástrica/ desconforto. • Plenitude Come pouco e sente que comeu muito. • Saciedade precoce. • Sensação de distensão. • Eructações frequentes. • Afeções do tubo digestivo (úlcera, câncer gástrico). • Doenças do pâncreas e vias biliares. • Doenças sistêmicas. • Agentes ambientais. • Dispepsia funcional → sintomas dispépticos na ausência de anormalidade orgânica, sistêmica ou metabólica que seja capaz de explicá-los Pirose, náuseas e vômitos são atualmente considerados como integrantes de outros conjuntos de sintomas. RELEVÂNCIA MÉDICO SOCIAL - Cerca de 30% das pessoas apresentarão sintomas dispépticos não explicados ao longo das suas vidas. - Cerca de 20% das pessoas com dispepsia necessitarão de, ao menos, uma consulta médica por ano. - Sintomas dispépticos são o motivo de cerca de 5% de todas as consultas médicas feitas em dado período de tempo. - Sintomas dispépticos podem ser o motivo de até metade das consultas médicas por sintomas digestivos. - As sociedades ocidentais despendem milhões em exames para investigação e em medicamentos para tratamento de sintomas dispépticos. CAUSAS DE DISPESIA ORGÂNICAS: 1. Afecções do tubo digestivo: Úlcera péptica, câncer gástrico, H. pylori, d. celíaca. 2. Doenças do pâncreas e das vias biliares: Pancreatite aguda/crônica, litíase biliar. 3. Doenças sistêmicas ou distúrbios metabólicos: Hipotireoidismo, diabetes, esclerodermia. 4. Agentes ambientais: Álcool, lactose, anti- inflamatórios, outros medicamentos. FUNCIONAL: - Maioria das dispepsias. - Não erradicamos o H. pylori na dispepsia funcional pois ele não causa. Sintomas dispépticos presumivelmente originados da região gastroduodenal, na ausência de qualquer anormalidade orgânica, sistêmica ou metabólica que seja capaz de explicá-los. Débora Oléa Braga - TXXII 24 O HELICOBACTER PYLORI E A PATOLOGIA HUMANA Coloniza a mucosa gástrica de 25% (França) a 100% (Índia) das pessoas acima de 50 anos de idade. Causa da gastrite crônica ativa, da úlcera péptica gastroduodenal e do linfoma gástrico de células B. Importante agente na carcinogênese gástrica. Investigado como agente associado a fatores causadores de outras doenças (e.g., dermatoses, púrpura trombocitopênica idiopática; doença arterial coronariana). ANAMNESE E EXAME FÍSICO - Baixa acurácia para qualquer doença orgânica. - O exame físico quase sempre é NORMAL. Ausência de especificidade de qualquer sintoma individual. Grande superposição entre características de sintomas. Exame físico quase sempre é NORMAL. EXAMES LABORATORIAIS SIMPLES . Hemograma, TSH, Glicemia, função renal, etc. . Ficar atentos para sinais e sintomas subclínicos das doenças orgânicas. . Inquérito sobre “fatores ambientais” eventualmente associados (álcool, lactose, medicamentos, etc.). . Atenção para sintomas e sinais de estado subclínica de doenças orgânicas (diabetes, hipotireoidismo, d. celíaca,d. colágeno). . Rastreamento de indicadores de doença orgânica (emagrecimento, anemia, adenomegalia, massa palpável, etc.). CLASSIFICAÇÃO DA DISPEPSIA Dispepsia secundária/orgânica. - Sintomas de causa orgânica, sistêmica ou metabólica identificada por métodos diagnósticos tradicionais, que melhoram após o tratamento (ex: doença ulcerosa péptica, câncer, doença pancreática ou biliar, endocrinopatias, medicamentos). Dispepsia associada ao H. pylori. - Melhora dos sintomas após erradicação do H. pylori. Dispepsia funcional: sintomas sem causa aparente Nas dispepsias funcionais não podemos encontrar nenhuma outra doença sistêmica ou anormalidade orgânica. CLASSIFICAÇÃO DOS DISTÚRBIOS FUNCIONAIS (ROMA IV) Dispepsia funcional → 2 tipos: - Síndrome do desconforto pós-prandial (sintomas induzidos pelas refeições). - Síndrome da dor epigástrica (dor ou queimação que pioram após as refeições, ou em jejum). • Devemos fazer endoscopia. DISPEPSIA FUNCIONAL Débora Oléa Braga - TXXII 25 Plenitude pós-prandial, saciedade precoce, dor ou queimação epigástrica que interferem nas atividades habituais do paciente. Sintomas vagos e de difícil interpretação pelo paciente e pelo médico. Síndrome do desconforto pós-prandial: sintomas dispépticos induzidos pelas refeições Síndrome da dor epigástrica: Dor ou queimação epigástrica que pioram após as refeições, porém, podem ocorrer também em jejum. Sobreposição desconforto pós-prandial e dor epigástrica. DIAGNÓSTICO Para fazer diagnóstico pelo critério de ROMA da dispepsia funcional – DIAGNÓSTICO DE EXCLUSÃO (Excluímos doenças orgânicas). • Sintomas presentes 6 meses antes do diagnóstico que preenchem os critérios nos últimos 3 meses. Um ou mais dos seguintes sintomas: • Plenitude pós-prandial. • Saciedade precoce. • Dor epigástrica. • Queimação epigástrica. E • Sem evidência de doença estrutural (incluindo EDA) que possa explicar os sintomas. Diagnóstico da Síndrome do desconforto pós- prandial: • Sintomas presentes 6 meses antes do diagnóstico e que preenchem os critérios nos últimos 3 meses. Pelo menos 1 dos seguintes sintomas no mínimo 3x/semana: • Plenitude pós-prandial (que interfere nas atividades habituais). • Saciedade precoce (que impede terminar uma refeição habitual). E • Sem evidências de doença orgânica, sistêmica ou metabólica (incluindo EDA) que possa explicar os sintomas. Observações: Dor ou queimação epigástrica pós- prandial, distensão abdominal e náusea também podem estar presentes. Vômitos sugerem outro diagnóstico. Pirose não é sintoma dispéptico mas pode coexistir. Sintomas que melhoram com as evacuações ou com a eliminação de gases geralmente não fazem parte da dispepsia. DRGE e SII podem coexistir. Diagnostico da Síndrome da dor epigástrica: Sintomas presentes 6 meses antes do diagnóstico e que preenchem os critérios nos últimos 3 meses. Pelo menos um dos seguintes sintomas, no mínimo 1x/semana: Dor epigástrica (que interfere nas atividades habituais). E/OU • Queimação epigástrica (que interfere nas atividades habituais). Observações: Débora Oléa Braga - TXXII 26 Dor pode ser induzida pelas refeições, aliviada com as refeições ou pode ocorrer em jejum. Distensão epigástrica pós-prandial, eructação e náusea podem estar presentes. Vômitos persistentes sugerem outro diagnóstico. Pirose não é sintoma dispéptico mas pode coexistir. A dor epigástrica não preenche critério para cólica biliar. Sintomas que melhoram com as evacuações ou com a eliminação de gases geralmente não fazem parte da dispepsia. DRGE e SII podem coexistir. ORIGEM DOS SINTOMAS DE DISPEPSIA FUNCIONAL Eixo cérebro-intestino: - Cérebro vigilante e tubo digestivo hipersensível. *O cérebro recebe os sinais fisiológicos como patológicos/nocivos. Alterações psicoemocionais. Alterações motoras gastroduodenal. Hipersensibilidade visceral Maioria. OCORRÊNCIA DE OUTROS FATORES NA PATOGENIA DA DISPEPSIA FUNCIONAL (DF) DF “pós-infecciosa”: - Infecção aguda prévia em 15 – 20% dos casos. DF como condição imuno-alérgica: - Maior prevalência de asma e rinite alérgica. - Aumento da população de mastócitos ativados na mucosa gástrica. - Maior infiltração de eosinófilos na mucosa duodenal. DF como condição genética: - Associação consistente com o genotipo GNb3(C825T) CC (codifica Proteína G). CONDUTAS DIAGNÓSTICAS POSSÍVEIS 1. Endoscopia digestiva alta em todos os casos. . Padrão ouro. 2. Tratamento para H. Pylori nos casos positivos: Test and treat. - Testamos se o paciente está infectado pela bactéria. - Teste respiratório. 3. Tratamento empírico inicial – tratamos baseados no sintoma. CARACTERÍSTICAS DE PORTADORES DE CANCER GÁSTRICO Débora Oléa Braga - TXXII 27 < 2% dos casos de dispepsia. 95% dos casos de câncer tem mais de 55 anos. > 90% dos casos de câncer tem sintomas ou sinais relevantes SINAIS DE ALARME. TRATAMENTO EMPÍRICO DAS DISPEPSIAS Melhora por efeito placebo. Dose plena de anti-secretores – 4 semanas IBP. *Tratamento de outras afecções. Omeprazol, Pantoprazol, Lanzoprazol, Rabeprazol e Esomeprazol. ANT. HISTAMÍNICOS H2: Cimetidina, Ranitidina, Famotidina e Nizatidina. PRÓ-CINÉTICOS: Metoclopramida (Cisaprida) e Domperidona. REDUÇÃO FARMACOLÓGICA DA SENSIBILIDADE VISCERAL CÓRTEX: Kappa opioides, ADT e Antagonistas 5HT3. Medula espinhal: Clonidina, Kappa opioides, Antagonistas 5HT3 e Substância P. Receptores e vias aferentes periféricas: Kappa opioides, Antagonistas 5HT3 Efeito de nocicepção Diminuir o limiar de dor. 1. Antidepressivos tricíclicos (uso em dose reduzida como agente anti-nociceptivo) Doses pequenas (25 a 50 mg/dia) – não é dose antidepressiva. - Aumento dos limiares de sensibilidade visceral. - Redução da percepção da dor. 2. Aumento da acomodação gástrica pelo efeito de drogas específica Usamos com a Síndrome do Desconforto pós- prandial. - Relaxantes da musculatura lisa (nitratos, glucagon). - Agonistas adrenérgicos (clonidina). = Agonistas serotoninérgicos (sumatriptano, buspirona). TRATAMENTOS COMPLEMENTARES OU ALTERNATIVOS NOS DISTÚRBIOS FUNCIONAIS GASTRINTESTINAIS - Ervas medicinais (mais de 40 tipos). - Pimenta vermelha (capsaicina). - Acupuntura. - Psicoterapia. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DOS DISTÚRBIOS FUNCIONAIS GASTRINTESTINAIS - Derivados benzamídicos (mosaprida, renzaprida, itoprida, prucaloprida). - Análogos da somatostatina (octreotida). - Antagonistas opióides (naloxona). - Agonistas da motilina (sucedâneos da eritromicina: azitromicina, mitemcinal, atilmotina). - Agonistas serotoninérgicos (tegaserod). Débora Oléa Braga - TXXII 28 - Outras drogas (levosulpirida, clonidina, loxiglumida, sildenafil). Débora Oléa Braga - TXXII 29 Definição: Processo inflamatório pancreático associado a repercussões sistêmicas. Doença complexa com curso variável, com dificuldade de prever a gravidade no início de seu curso. Pode trazer repercussões graves. ETIOLOGIA: Alcoolismo e cálculos biliares – 60 a 80%. Álcool lesão tecidual local (mais comum com pacientes que bebem destilado). Cálculos biliares, ocorre obstrução, estase do ducto pancreático, enzimas digerem o órgão, inflamação. Outras etiologias: Trauma fechado. Trauma iatrogênico (colangiografia e cirurgia). Hipergliciridemia (2 a 5%). Hipercalcemia. Drogas. Infecções (caxumba, citomegalovírus– predileção pelo vírus nas células acinares; células semelhantes). Anomalias congênitas. Tumores ampulares. Fibrose cística. Causa não identificada – 10 a 25% Procuramos LITÍASE BILIAR em exames mais acurados. As vezes micro cálculos não são visualizados no US. Pacientes de etiologia alcoólica tem maior chance para pancreatite crônica. FISIOPATOLOGIA: Ativação anormal das enzimas pancreáticas (tripsina, quimiotripsina e elastase) pela obstrução do canal, exposição ao etanol e outras toxinas, hipergliciridemia ou hipercalcemia. . O cálculo obstrui a via biliar e ducto pancreático. Obstrução: A estase faz com que a enzimas sejam ativadas. Álcool e outras toxinas: Ação direta nas células pancreáticas. Destruição do tecido intra e peri pancreático. Liberação de histamina, aminas vasoativas e fator depressor do miocárdio para cavidade peritoneal. Na circulação provocam destruição endotelial com liberação de citocinas, fator antiagregante plaquetário, cascata de coagulação e do complemento. . Gera uma pancreatite necrohemorragica. ANATOMIA Órgão retroperitoneal e anterior ao espaço pararenal. Posterior ao estomago e anterior a aorta. QUADRO CLÍNICO Dor súbita no epigástrio irradiada para flancos e dorso, intensa, desencadeada pela alimentação ou alcoolismo. - Dor no andar superior do abdome. - Dor em faixa e contínua. - Paciente assume a posição Genu peitorial. Pode surgir após uma digestão copiosa ou ingestão alcoólica abusiva. Náuseas e Vômitos. Pode ou não ter icterícia: Débora Oléa Braga - TXXII 30 Obstrução do ducto pancreático e via biliar OU inflamação pancreática da cabeça do pâncreas é tão intensa que obstrui as vias biliares. Normalmente o cálculo é pequeno e por isso é mais difícil termos obstrução das vias biliares. SINAIS NO EXAME FÍSICO: Distensão abdominal com sensibilidade dolorosa, as vezes cursando para dor na descompressão súbita. - Não ocorre em pancreatites leves, somente em mais graves. Raramente surge mancha arroxeada nos flancos (Sinal de GREY-TURNER). DIAGNÓSTICO EXAMES LABORATORIAIS: AMILASE Amilase sérica (maior 330 U/I): Valores superiores a 3x o normal. - Sensibilidade alta e especificidade baixa. - O nível não se correlaciona com a gravidade. Valores baixos não excluem pancreatite, poia a atividade pode reduzir ou normalizar nas primeiras 24h a 48h. A amilase pode estar alterada por ulcera (perfuração) peptídica, isquemia intestinal e colecistite aguda Pode aumentar mais que 3x a amilase. O valor da amilase não corresponde a gravidade do paciente. O valor é DIAGNÓSTICO e não PROGNÓSTICO. A amilase pode ser medida na urina mas na prática não faz. LIPASE SÉRICA: A lipase demora para subir e demora mais para cair (dosagem de lipase sérica tem maior sensibilidade e especificidade, eliminada mais lentamente pelos rins). - Leucocitose é comum, inclusive com desvio. - Hipocalcemia. *Reação de saponificação: o cálcio é consumido. - Proteína C reativa. *inespecífico, se altera em várias inflamações e infecções. - Bilirrubina pode estar alterada. AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA RAIO X SIMPLES: - Serve para excluir: o Perfuração (pneumoperitônio). o Íleo adinâmico (dilatação das alças intestinais). o Derrame pleural a esquerda. o Infiltrado difuso (SARA). o Calcificações pancreáticas (mais na pancreatite crônica). US DE ABDOME - Diagnóstico para ver a etiologia (cálculo). *Principalmente ETIOLOGIA BILIAR. - O cálculo grande impacta no infundíbulo, aumenta pressão e começa a ter estase venosa e arterial, e necrose dando colecistite aguda. - O cálculo menor é o que mais causa pancreatite normalmente. Débora Oléa Braga - TXXII 31 Cálculo possui sombra acústica TOMOGRAFIA: Avalia gravidade de pacientes que não evoluem bem QUADROS MAIS GRAVES. Faz o diagnóstico topofráfico. Detecta complicações. Permite punção. Quantifica necrose. Pneumoperitônio Vemos ar em todo o intestino delgado Isquemia intestinal Calcificações pancreáticas = Agudização da pancreatite crônica CÁLCULO PEQUENO PANCREATITE CÁLCULO GRANDE, OBSTRUI A VESÍCULA PODE CAUSAR UMA COLECISTITIE AGUDA. Imagem na Classificação da Gravidade – Classificação de Balthazar. - Analise do prognóstico dessa pancreatite e a conduta a ser tomada (Balthazar). - Dependendo do achado podemos ter que tomar algumas condutas específicas. Débora Oléa Braga - TXXII 32 Inflamação peripancreática e necrose Pseudo cistos: Possuem líquido dentro PANCREATITE CRÔNICA Complicação da pancreatite crônica: Pseudocisto. O ducto pancreático está obstruído e acumula liquido. Débora Oléa Braga - TXXII 33 RESSONANCIA MAGNÉTICA Não é um exame feito com frequência na pancreatite aguda – se reserva principalmente no diagnóstico de COLEDOCOLITÍASE. TRATAMENTO TRATAMENTO INICAL Jejum. Hidratação Endovenosa. Analgesia Endovenosa. - Quando a dor cessa reiniciamos a dieta. - Entre 24-72h podemos suspender o jejum, analgesia e hidratação. PANCREATITE MODERADA Situações especiais: o Vômitos incoercíveis (muita intensidade) Eventualmente a descompressão gástrica (SNG). o Obstrução de via biliar por cálculo: Indicação da colangiopancreatografia retrógada. o Necrose (se associa a infecção): - Mais raro (< 30%). - Antibioticoprofilaxia. PANCREATITE GRAVE 1. Presença de necrose. 2. Presença de insuficiência de órgãos. Monitorização e Cuidados Intensivos: Monitorização hemodinâmica. Reposição volêmica agressiva (300 a 500 ml/h). Assistência ventilatória precoce. Monitorização glicêmica, calcemia, eletrólitos e pH. Suporte nutricional – Nutrição parenteal. Antibioticoterapia. TRATAMENTO CIRÚRGICO - Poucos casos. Infecção de necrose pancreática e peripancreática. Hemorragia peripancreática. LITÍASE + Pancreatite: Retiramos a vesícula = COLECISTECTOMIA. Débora Oléa Braga - TXXII 34 Processo inflamatório destrutivo do pâncreas, persistente e progressivo, resultando em fibrose tecidual, podendo culminar em insuficiência exócrina e endócrina do órgão. ETIOLOGIA: Interação entre fatores ambientais, metabólicos e suscetibilidade genética. ❖ Alcoolismo (70-90%) → Principal fator ambiental reconhecido. . Determina processo inflamatório crônico que pode ou não ser pontuado por episódios de inflamação aguda. . Ingestão alcoólica presente em > 70% dos casos de PC, apenas 5% dos etilistas (presumivelmente em predisposição genética) Pancreatite crônica.a ❖ Hipertrigliceridemia: Frequência em crescente aumento em paralelo à pandemia de obesidade e anormalidades metabólicas afins. - Pode causar PC e pancreatite aguda recorrente de elevada gravidade. ❖ Hipercalemia. ❖ Hereditária. Existência de famílias com casos de PC em gerações sucessivas, com distribuição sugestiva de herança de padrão autossômico dominante, com penetrância aproximada de 80%. . Mutações do gen PRSS1 – codifica parte da molécula do tripsinogênio que interage com o íon cálcio no processo de ativação da tripsina. . Mutação mais frequente – RI22H (70% dos casos) – resulta em tripsinogênio catiônico anormal, ativado em condição de baixa concentração de cálcio como as das células dos ácinos pancreáticos. ❖ Idiopática. - Determinada por mutações de baixa penetrância, ocorrendo esporadicamente, sem caráter familiar. - Mutações de 2 genes: SPINK-1 e CTFR-1. ❖ Nutricional. ❖ Fibrose cística. ❖ Trauma. ❖ Pâncreas divisum. FISIOPATOLOGIA: Precipitação de material proteico nos canais pancreáticos que na evolução tardia carregam-sede cálcio (calcificações). Irritação do epitélio ductal com posterior atrofia e desaparecimento do mesmo. Desenvolvimento do tecido conjuntivo periductal com obstruções esclerosa definitivas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: o Dor abdominal, episódios repetidos em cerca de 80%. - Duração de horas ou dias de grande intensidade. *Menor intensidade em alguns casos. Débora Oléa Braga - TXXII 35 *Períodos curtos de jejum melhoram a pancreatite. - Recorre a intervalos de semanas ou meses. o Irradiação para um ou ambos hipocôndrios ou região dorsal. o Náuseas e vômitos. o Perda de peso e sitofobia (medo dos alimentos/ de comer e passar mal). EXAME FÍSICO: ❖ Fácies de dor. ❖ Desidratação de intensidade variável conforme duração do quadro e frequência dos vômitos ❖ Dor à palpação do abdome, sem sinais de irritação peritoneal e sem estruturas anormais palpáveis. COMPLICAÇÕES: PSEUDOCISTOS (estruturas cavitárias com material inflamatório, tecido fibroso). Trata-se de coleções do líquido pancreático em estruturas cavitárias constituídas apenas por material inflamatório organizado e tecido fibroso, formado no interior do pâncreas ou adjancente a ele. - Podem se formar após uma crise de pancreatite. - Pode ter resolução espontânea = Desaparece em poucos dias. - Quando persistem e ficam grande ocasionam muita dor *Fazemos uma endoscopia e drenamos o cisto. -Alguns podem ser volumosos: Palpáveis e comprimem órgãos adjancentes. - Risco pequeno de contaminação de conteúdo. Pancreatite aguda – em pâncreas já lesado pela PC. Trombose de veia esplênica – complicação rara. *Causa esplenomegalia e hipertensão portal segmental. INSUFICIÊNCIA PANCREÁTICA EXÓCRINA (destruição de mais de 90% do parênquima) → esteatorreia, diarreia, perda de peso, desnutrição grave. Insuficiência pancreática endócrina: Destruição extensa do parênquima pancreático, com envolvimento das ilhotas de Langherans, ocasionando diabetes secundário. - Combinação de insuficiência exócrina e endócrina Comum. - Cetoacidose é menos frequentge. Ascite pancreática: Rotura de um ducto para a cavidade abdominal devido a inflamação. A secreção vai para fora do pâncreas Há exsudato na cavidade abdominal. - Pouco frequente. - Observada em pacientes com graus acentuados de desnutrição. - Frequente em pacientes com hepatopatia (peritonite secundária). ALCOOLISMO: Hepatopatia alcoólica. Neoplasia. Desnutrição. Sociopatias. Doença neuro-psiquiátrica. Débora Oléa Braga - TXXII 36 DIAGNÓSTICO: Manifestações clínicas + pelo menos um dos seguintes resultados de exames complementares: 1. amilasemia > 550 u/dl (menos sensível devido à perda de parênquima). 2. evidências de anormalidades anatômicas características na radiologia convencional, US abdominal ou TC. EXAMES RADIOLÓGICOS: RAIO X: - Calcificações em área de projeção do pâncreas. - Distensão de segmentos de delgado ou cólon adjacentes ao pâncreas. TC (com contraste endovenoso); - Sensibilidade elevada para necrose ou outras anormalidades anatômicas. - Extensão da inflamação peripancreática. - Envolvimento de órgãos adjacentes. - Presença de pseudocistos. - Envolvimento da veia esplênica. RM: - Empregado no lugar de Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada. - Esclarecimento de dúvidas após outros métodos. US de abdome: - Detecção de anormalidades das vias biliares. - Detecção de pseudocistos e calcificações. - Menos precisa para a visualização do órgão que a TC. Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada: Visualização dos ductos pancreáticos e pseudocistos. TRATAMENTO: Remoção do fator causal Prevenção de surtos de dor. Prevenção da instalação da insuficiência pancreática - Suspensão da alimentação oral. - Manutenção de hidratação adequada. - Administração judiciosa de analgésicos. o Presença de complicações. o Cirurgia: Dor persistente, pseudocistos e obstrução do Wirsung (ducto pancreático). - Tratar os pseudocistos Drenamos com a ENDOSCOPIA. - Anastomose do ducto pancreático com o intestino. o Insuficiência exócrina - enzimas pancreáticas às refeições. o Enzimas pancreáticas – dose de 1g de pancreatina para cada 2g de esteatorreia. o Insuficiência endócrina – Insulina ou hipoglicemiantes orais. Débora Oléa Braga - TXXII 37 DOR EM HIPOCÔNDRIO DIREITO → Anatomia: Fígado, Vias biliares, Vesícula biliar, Pâncreas e parte do duodeno. LITÍASE VESICULAR Investigação: Na litíase vesicular o US é esclarecedor, melhor exame das vias biliares e confirma diagnóstico de litíase. Conduta: Tratamento cirúrgico (retirada da vesícula). O processo de concentração da bile está alterado A bile vai dar origem a novos cálculos. Colangiografia intra-operatória, sob anestesia geral + peridural por videolaparoscopia → Para confirmar que nenhum cálculo tenha chegado à via biliar em si. Após a retirada da vesícula. CÁLCULOS BILIARES: Cálculos de colesterol (70-80%): A bile é um meio de excreção de colesterol → Maioria dos cálculos biliares possui essa origem. Cálculos pigmentados negros e castanhos: Decorrentes da eliminação da fração heme de bilirrubina → Decorrente de hemólise (doenças hemolíticas) ou situações de hematomas → Possuem cálcio. Como se formam: 3 principais componentes da bile: Lectina, sais biliares e colesterol. Quando o colesterol aumenta, tendo um desequilíbrio nesses 3 componentes, há formação de cálculo de colesterol. Débora Oléa Braga - TXXII 38 FATORES PREDISPONENTES AO AUMENTO DE COLESTEROL: Demográficos. Genética. Obesidade. Idade. Hipomotilidade vesicular: Pouca movimentação da vesícula faz uma sedimentação biliar -> Jejum prolongado, pacientes internados em dieta parenteral por muito tempo = Digestão diminuída. Terapia com Clofibrato. Secreção diminuída de ácidos biliares. Hormônios sexuais femininos: Estrógeno (ativa receptores lipoproteicos hepáticos – normal: hepatócito absorve colesterol e excreta menos). Menopausa: 1. Diminuição de estrógeno = Reabsorção de colesterol decresce = Excretamos mais colesterol. 2. Diminuem a secreção de sais biliares: Desequilíbrio dos componentes da Bile. QUADRO CLÍNICO: Assintomático. Cólica biliar (dor intensa, contínua de início abrupto, de regressão mais lenta - persistente) → Colecistite aguda e crônica. *Raramente a dor se caracteriza em cólica típica (regressão gradual e rápida). Hipocôndrio direito ou epigástrio. DIAGNÓSTICO Pelo US: Parte escura → própria bile. Parte branca → cálculos sólidos com sombra acústica posterior. RAIO X: Eventualmente → vesícula vista em um RX convencional. A parede da vesícula deve estar mais fibrotíca - fibrose (rígida/densa), podendo ter até um grau de calcificação. TRATAMENTO: o Litotripsia por ondas de choque (não fazemos). Pode gerar inflamação na vesícula. o Litotripsia por laser (não fazemos); o Dissolução de cálculos (raramente). Ác. ursodesoxicólico: Ácido para dissover o cálculo. O cálculo fica menor pode obstruir o canalículo. Débora Oléa Braga - TXXII 39 TRATAMENTO Colecistectomia (tirar a vesícula para que cálculos novos não se formem). COLESCITITE CRÔNICA: Cólica para espontaneamente, não identificamos sinal de Murphy (até tem dor a palpação no hipocôndrio direito). Recorrência da dor. Espessamento da vesícula por fibrose – parede nítida/fina. Quadro mais limitado. COLECISTITE AGUDA: Icterícia e Acolia fecal. Ocorreu uma piora da colecistite crônica Sinal de Murphy: Irritação peritoneal Interrupção da respiração ao palparmos profundamenteo hipocôndrio direito. Abdome agudo inflamatório. US: 1. Edema de parede – parede grossa. 2. Grumos no interior da bile. 3. Espessamento da parede da vesícula. 4. Conteúdo sedimentar. 5. Cálculo obstruindo a saída da vesícula. Bilirrubina total tem que ser > de 3,0 mg/dL para conseguirmos ver a icterícia no exame físico. TRATAMENTO: Processo infeccioso envolvida pela parede da vesícula. Se operarmos rapidamente pode romper a perede da vesícula. Durante 72 hrs → Hidratação, jejum, analgésicos e antibioticoterapia → . Regressão do processo inflamatório. Débora Oléa Braga - TXXII 40 . Diminui edema e possibilidade de perfuração intra-operatória. *Paciente não come. OPERAÇÃO APÓS 72 H. Após estabilizada a cirurgia deve ser realizada. DEFINIÇÃO Doença inflamatória da vesícula biliar com obstrução do ducto cístico. FISIOPATOLÓGICO ❖ Se inicia com uma obstrução do cístico → 1. Aumento da pressão intraluminal da vesícula devido ao quadro de litíase. 2. Distensão. 3. Obstrução venosa e linfática = interrupção do fluxo sanguíneo, linfático interrompe. 4. Edema da parede da vesícula (por diminuir retorno venoso). 5. Compressão e colabamento de arteríolas (não trazem O2 para a parede da vesícula). 6. Estagnação arterial e venosa = Isquemia das células (diminuição de aporte de oxigênio) → 7. Desprendimento do epitélio na parede da vesícula = Formação de úlceras. 8. Meio de cultura na bile. 9. Por translocação bacteriana, as bactérias do cólon migram para dentro da vesícula biliar. 10. Abdome agudo inflamatório. EVOLUÇÕES POSSÍVEIS DO QUADRO Proliferação bacteriana intensa → Abcesso na vesícula → EMPIEMA DE VESÍCULA . *A bile é substituída pelo conteúdo purulento. MUCOCELE VESICULAR: Não é tão frequente. O cálculo não obstrui complemente e não houve uma proliferação bacteriana importante – Não evolui para processo infeccioso. Ocorreu alteração da mucosa e absorção da bile Não ocorre peritonite. Não entra mais bile da vesícula Bile é reabsorvida e secreta muco. . Evolução lenta. . Vesícula em porcelana = VISÍVEL NO RAIO X simples. SITUAÇÕES QUE FAVORECEM COLECISTITE AGUDA: Cálculo na vesícula + • Gravidez, idoso e criança (Cálculos pigmentados, negros) → Facilidade de desidratação. • Nutrição parenteral total (jejum por muito tempo) = Hipotonia da vesícula. • Diabete melitus. • Cirrose hepática: Perfusão ruim/Estase devido a hipertensão portal. Devemos tentar fazer o tratamento da litíase (cirúrgico) antes que entre em colelitíase aguda (urgência). Débora Oléa Braga - TXXII 41 COMPLICAÇÕES DA COLELITÍASE: Cólica biliar = Colecistopatia Crônica Calculosa = Colecistite crônica. *Sinônimos. Colecistite aguda; Colangite. Pancreatite aguda biliar. COLEDOCOLITÍASE o Obstrução BILIAR PARCIAL na maioria das vezes. o Qualquer região das vias biliares – ductos biliares: - Ducto hepático comum. - Ramos hepáticos (direito e esquerdo). - Ducto cístico e colédoco. Triangulo de Calot. É limitado pelo ducto cístico, hepático comum e artéria cística. Importância para o procedimento cirúrgico para não correr o risco de seccionar por engano. Triangulo Hepatocístico. COMPLICAÇÕES Pancreatite aguda (+ frequente). Abscesso hepático: Obstrução do ducto biliar Contaminação bacteriana na via biliar Contaminação intra- hepática (canalículos intra hepáticos). Cirrose biliar: Obstrução do ducto biliar Acúmulo de bile no parênquima hepático Impregnação de bile nos hepatócitos Proliferação de tecido fibrótico. Obstruções mais persistentes e graves → pode ser congênita. Colangite: (+ frequente): É uma infecção dos ductos biliares decorrente de uma obstrução (benigna ou maligna) da via biliar → Estase e Proliferação bacteriana. Temos que ter esses 3 componentes: 1. Obstrução. 2. Estase da via biliar. 3. Proliferação bacteriana. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA COLEDOCOLITÍASE: Cólica biliar. Icterícia obstrutiva (persistente) – devido a estase biliar. PODE OU NÃO estar presente: Calafrios e febre → Caso haja a instalação do quadro infeccioso. Débora Oléa Braga - TXXII 42 INVESTIGAÇÃO: 1. US: Cálculos e dilatação do colédoco. 2. Colangiografias → Exploração das vias biliares: Colangiopancreatografia endoscópica retógrada: Endoscópio serve para chegar à papila de Vater, injetar contraste, identificar os cálculos. Colangiopancreatografia intra-operatória → através da cirurgia, cateter no ducto cístico, e injetar contraste para ver se tem obstrução. COLANGITE: TRÍADE DE CHARCOT: • Febre (calafrios). • Dor abdominal. • Icterícia. Pode ainda ter: Leucocitose, bilirrubinas elevadas e fosfatase alcalina elevada. ➔ Cálculo com infecção nas vias biliares!! Caso não tratar ou retardo de diagnóstico, ele pode evoluir para um quadro mais grave: PÊNTADE DE REYNOLDS • Tríade de charcot + • Confusão mental (letargia). • Choque séptico (hipotensão). - Caso mais grave da colangite. PATOGÊNESE: Mesma da colecistite aguda. Obstrução da via biliar Fluxo biliar diminui Translocação bacterina na bile (translocação bacteriana do cólon, à medida que ocorre a obstrução) → Favorecimento da infecção. OBS Pessoas sem litíase: Caso ainda se mantenha o fluxo continuado da bile → não tende a proliferar bactérias. DIAGNÓSTICO: US: - Colédoco > 6mm. - Ductos biliares com paredes irregulares. - Bile ecogênica (resíduos). - Colecistite associada (cálculo vem da vesícula). - Aerobilia → Ar em vias biliares (complicação). - Abscesso hepático (complicação). EXPLORAÇÃO DAS VIAS BILIARES: Colangiografia endoscópica retrógrada: 1º: Endoscópio (cateteriza a via biliar) + Contraste na via biliar. - Ele consegue visualizar a papila de Vater. - Visualiza abaixo da obstrução. - Diagnóstica podendo ser terapêutica. - Mostra a contrastação das vias biliares em qualquer nível. Débora Oléa Braga - TXXII 43 Colangiorresonância: Contraste (excretado na bile) + Ressonância. Visualiza abaixo e acima da obstrução. Colangiografia transparietohepática: Mais invasivo. Contrasta a via biliar através da parede (percutânea – feito através da pele) do Fígado + RX. Visualiza acima da obstrução. Através da pele → Contraste na via → Radiografia. Colangioesndoscopia: Utilização de 2 endoscópios da via biliar. Não utiliza contraste. TRATAMENTO Reposição volêmica. Antibioticoterapia. Desobstrução da via biliar: Como faz isso? 1. Colangiografia. 2. Papilotomia: Através de uma desobstrução endoscópica = Papilotomia: Abertura da papila, injetamos pinças no colédoco e retirada dos cálculos. PROCEDIMENTOS INVASIVOS PARA DRENAGEM DE VIA BILIAR Função: Controle/melhora da Icterícia. Drenagem percutânea da via biliar: Cateter drena a bile sem mexermos no ponto de obstrução. Desobstrução da via biliar (durante o procedimento cirúrgico da vesícula) Abertura do colédoco e retirada do cálculo. Não é tão realizada, vai dar retração/estreitamento de via biliar. Desobstrução da via biliar pelo duodeno: Abre o duodeno e a papila → Mais agressivo e trabalhoso. É uma papilotomia cirúrgica. Derivação bileodigestiva: . Mais usado quando temos Tumor de Papila. . Dificuldade de abordagem da região da papila. . Anastomose da via biliar com o duodeno A drenagem da via biliar será duodenal. Primária: Uma dilatação da via biliar (por outra razão) fez com que a Bile tivesse cálculo. Secundária: Bile tinha cálculo e ocorreu migração para a via biliar. ORIGEM DA COLEDOCOLITÍASE PRIMÁRIA: 1. Estenose da via biliar. 2. Estenose da papila de Vater. 3. Cistos biliares. 4.Corpos estranhos (fios – cirurgias anteriores - e parasitas). Débora Oléa Braga - TXXII 44 RETOCOLITE ULCERATIVA Doenças inflamatória intestinal crônica de origem desconhecida, caracterizada pelo acometimento contínuo, superficial e simétrico da MUCOSA do intestino grosso. Ocorre a formação de úlceras rasas, envolvimento praticamente obrigatório do reto que se estende proximalmente (inicia no reto e ascende), com potencial de ocasionar manifestações extra intestinais e sistêmicas. Não possui fator etiológico conhecido. Exclusiva do cólon e obrigatória do reto. Endoscopia: Mucosa friável, úlceras rasas e pseudo-pólipos. LOCALIZAÇÃO: - De acordo com a localização a terapêutica muda. Proctite: 20% - só no reto. Retosigmoidite: 30%. Hemicólon esquerdo: 20%. Inflamação para no ângulo esplênico do cólon. Colite extensa: Inflamação vai até o ângulo hepático do cólon. Pancolite: 30% - acomete todo o cólon. OBS: Ileíte de refluxo: Comprometimento do íleo terminal devido a válvula ileocecal estar muito inflamada. DOENÇA DE CROHN Sinônimos: Enterite regional, ileíte terminal (intestino delgado), colite de Crohn. Biópsia mostra um processo granulomatoso não caseoso. Doença inflamatória intestinal crônica de origem desconhecida, frequentemente granulomatosa, caracterizada pelo acometimento focal (áreas comprometidas alternadas com áreas sãs), assimétrico e TRANSMURAL (atinge todas as camadas do intestino, incluindo a serosa) de qualquer parte do tubo digestivo, com potencial de ocasionar manifestações extraintestinais sistêmicas. Áreas inflamadas entremeadas com áreas sem inflamação. Acomete TODO o tubo digestivo: Pode acometer tanto o intestino delgado quanto o cólon. Porém mais comum no íleo. Úlceras aftoides: Profundas e lineares. Doença de acometimento PERINEAL: Doentes possuem muitas manifestações perineais como fístulas e abcessos. COLITE DE CROHN: O reto costuma estar poupado. Débora Oléa Braga - TXXII 45 Fenótipos: - Inflamatória. - Fistula (perfurativa). - Fibroestenosante (obstrutiva) *O paciente pode migrar entre os fenótipos. ETIOLOGIA: Tabagismo interfere: Pacientes que são fumantes pioram o quadro da doença. *O cigarro altera tônus da musculatura lisa, a integridade e microbiota da mucosa. Além de, produzir estresse oxidativo. LOCALIZAÇÃO: Ileíte terminal ou regional: Só o íleo é acometido. *60% dos casos. Enterite de Crohn Intestino delgado: 80% dos casos. QUADRO SINTOMÁTICO: Diarreia (sangramento, muco). Sangramento intestinal: Enterorragia, Hematoquezia, sangramento oculto (anemia ferropriva). Tenesmo (define a posição da doença): Dor retal que faz o doente ir imediatamente evacuar. O reto está tão inflamado que ele perde complacência (acontece mais na RCU). Quem tem tenesmo têm RETITE (inflamação do reto). Dor abdominal: Maioria diz que não melhora com a evacuação. Perda de peso: Pela diarreia e também por perda de apetite. Fraqueza (sinais e sintomas de anemia). Palidez (sinais e sintomas de anemia). Febre Nem sempre presente. Manifestações extra intestinais: articulares, cutâneas, oculares, hepato- biliares. Tromboembolismo: TVP e tromboembolismo pulmonar. As manifestações extra intestinais são comuns e afetam um terço dos pacientes: Articulares, cutâneas, oculares e Hepato-biliar. MANIFESTAÇÕES EXTRAINTESTINAIS Podem ser antes, concomitantes ou após o aparecimento de sintomas gastrintestinais. Artrite pauciarticular, úlceras aftosas orais, eritema nodoso e episclerite normalmente se associam com o aumento da atividade da doença. A Espondilite anquilosante e uveite: Seguem um curso independente da atividade da doença intestinal. Colangite esclerosante primária e pioderma gangrenoso estão ou não relacionadas com a atividade da doença inflamatória intestinal. Sacroileíte. Todos os órgãos e sistemas estão comprometidos. Isso ocorre devido a: Débora Oléa Braga - TXXII 46 Aumento da permeabilidade intestinal: Intensificação da absorção de antígenos e de moléculas pró-inflamatórias, contribuindo para a manutenção de uma resposta inflamatória a nível sistêmico. Aumento da exposição antigênica. Perda da tolerância imunológica que o indivíduo tem a sua flora com reatividade anormal das células T perante a flora comensal. Suscetibilidade do indivíduo a esta sobrecarga antigênico através da mucosa inflamada. Alternativamente: Resposta autoimune pode ser induzida por mimetismo molecular – possibilidade de existirem epítopos partilhados entre proteínas bacterianas e antígenos do hospedeito existentes no cólon e em órgãos extra- intestinais. Pioderma gangrenoso Eritema nodoso APRESENTAÇÕES CLÍNICAS HABITUAIS RETOCOLITE : Diarreia ‘’baixa’’ com sangue (sintomas retais). - Diarreia com inúmeras evacuações por dia (15- 20x por dia). - Presença de muco, sangue e pus. - Tenesmo. - Urgência evacuatória. - Complicações: Megacólon tóxico. DOENÇA DE CROHN : Diarreia, dor abdominal e perda de peso. - Esteatorreia. - Diarreia ‘’alta’’ Acomete zona de absorção. - Doente vai menos vezes ao banheiro. - Evacua grandes volumes. OBS: COLITE DE CROHN: Pode ter sangue, pus ou muco nas fezes e tenesmo Pode ser uma diarreia ‘’baixa’’. O reto costuma estar poupado. *Inúmeras evacuações ao dia. Débora Oléa Braga - TXXII 47 PATOGENIA Alteração da permeabilidade intestinal: Ingressos de antígenos bacterianos. - Há uma predisposição genética. Ativação do sistema imune: - Há uma predisposição genética. “Up regulation” da resposta (não é inibida): Trata- se de uma super resposta ao antígeno + Deficiência de inibição da resposta inflamatória (INFLAMAÇÃO MANTIDA). INFLAMAÇÃO MANTIDA Presença do antígeno: Ativação do linfócito T pela célula com antígeno presente, de células dendrítica e de macrófagos com liberação de IL-12. Interação dentre IL-12 com linfócito T ativado na Doença de Crohn: Resposta do tipo TH1 – produção de interferon- gama e fator de necrose tumoral, citocinas inflamatórias . Defeitos da apoptose das célula Th1 em pacientes com Doença de Crohn. Na retocolite ulcerativa o LTCD4 é ativado: Predomínio da resposta TH2: IL-5, IL-13 e TGF-β. DIAGNÓSTICO Clínico + laboratorial + Endoscópio + Radiológico + Histopatológico. MEGACÓLON TÓXICO Trata-se de uma dilatação do colón. Frequentemente sobreposta em um doente com colite distal grave ou pancolite. Complicação mais grave manifestação da RCU. Diagnosticada quando a inflamação atinge submucosa e camadas musculares. Febres, prostração, cólicas intensas, distensão abdominal e aumento da sensibilidade do abdome difusamente (doloroso a palpação superficial). Manifestações toximicas: Paralisia da camada circular da musculatura lisa Para a peristalse e dilata a parede do cólon (parede do cólon fina como lenço de papel). • RADIOGRAFIA: Edema de mucosa, ar dentro da parede do cólon (pneumatosis coli), dilatação do cólon (megacólon tóxico), ou ar livre na camada abdominal Megacólon tóxico Débora Oléa Braga - TXXII 48 Pneumatosis coli: Ar dentro da parede intestinal Fístulas Alguns pacientes apresentam clínicas não incomuns RCU: Sangramento anal. Úlceras cutâneas. Icterícia (colangite esclerosante primária). Diarreia e dificuldade de crescimento em crianças. Dor articular (artrite). Anemia crônica de origem obscura. CROHN: Diarreia inespecífica. Diarreia baixa com sangue Colite de Crohn. Abdome agudo (Apendicite). Doença perineal. Perda de peso. Dificuldade
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