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Resumo + Caso Clínico - Doença Renal Crônica

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▪ Analisar a doença renal crônica, considerando epidemiologia, fatores de 
risco, etiologia, fisiopatologia, quadro clínico, diagnóstico, diagnóstico 
diferencial, conduta terapêutica e profilaxia. 
 
 
 
▪ Doença Renal Crônica - UFRGS, 2016. 
 
 
PROBLEMA 09 
TARDE DEMAIS? 
 R.S.S., 65 anos, hipertenso e diabético há cerca de 15 anos, vem apresentando quadro de jato 
urinário fraco e gotejamento urinário há 03 anos. Nesse período, tratou diversos episódios de ITU. Não 
gosta muito de consultas médicas, então raramente comparece para fazer acompanhamento dessas doenças. 
Gosta de se gabar por ser muito forte: tem diabetes há tanto tempo e mesmo assim tem uma ótima 
cicatrização! Da mesma forma a PA: não sente nada mesmo mantendo níveis de 180/100 mmHg ou mais 
elevados que isso! Forçado a ir na consulta com sua filha, muito preocupada com o fato de ele ter parado 
de urinar há quase 01 semana. A filha afirma que o pai vem apresentando edema corporal discreto há quase 
01 ano, pior em MMII. Além disso, tem achado que ele está pálido, e sempre queixa de um gosto 
desagradável na boca, que limita sua aceitação e dieta, e acha que por isso ele está mais desanimado, mais 
sonolento e com a respiração ‘cansada’. E os soluços! Persistentes 24h por dia há algumas semanas. 
 Percebeu também que apesar de não estar urinando, ele exala um odor típico de urina, impregnado 
na pele. Trouxe exames solicitados há 06 meses, na ocasião de controle de tratamento pós ITU, cujos 
resultados ainda não haviam sido mostrados. Hb: 8,5. LG: 8.000. Plaquetas: 450.000. Ureia: 150. 
Creatinina: 3,5. K: 5,8 mmol/L. Na: 140 mmol/L. Ca: 11 mg/dL. Glicemia em jejum: 200 mg/dL. HbAc1: 
10,2%. EAS - proteínas ++. Clearence de creatinina: 20 ml/min/1,73m2. 
 Após análise do quadro, o médico demonstra preocupação, orienta a filha a levar o paciente ao 
hospital e informa sobre a probabilidade de realizar diálise de urgência. 
 
 
 
OBJETIVOS 
REFERÊNCIAS 
GIULIA PACHECO SOUZA 
 A DRC é um conjunto de alterações clínicas e laboratoriais causadas por agressão 
persistente e irreversível ao rim, decorrente de diversas condições clínicas, sendo a 
HAS, DM, glomerulopatia, idade avançada, obesidade e doenças cardiovasculares 
as principais causas. 
 Assim, é definida como uma anormalidade estrutural ou funcional do rim presente 
por > 03 meses com implicações para a saúde do paciente. 
 Os critérios para DRC são a presença de um ou mais marcadores de dano renal e 
redução da TFG (< 60 ml / min / 1,73 m2). 
 
 
 
 
 
 
 No sedimento urinário deve observar a presença de cilindros patológicos e 
hematúria, sendo que nesse último caso deve realizar uma nova coleta após 08 sem. 
para a comprovação. Se persistir deve excluir causas glomerulares [avalia hemácias 
dismórficas - > 70% de eritrócitos dismórficos na amostra] e causas anatômicas 
(nefrolitíase). 
 Já nos exames de imagem, os achados que indicam uma DRC são: rim policístico, 
hidronefrose por obstrução, lesão cortical renal por infarto, pielonefrite ou refluxo 
vesico ureteral, massas renais ou tumores, estenose de artéria renal, assimetria renal 
(diferença de 1,5 cm), perda da diferenciação corticomedular e rins pequenos e 
ecogênicos (< 10 cm). 
 A DRC pode ser dividida em 05 estágios funcionais a depender da TFG. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) 
MARCADORES DE DANO RENAL: albuminúria (≥ 30mg/24h ou razão albuminúria/creatininúria ≥ 
30mg/g); anormalidades do sedimento urinário; anormalidades eletrolíticas ou outras devido a doenças 
tubulares; anormalidades detectadas por histologia; anormalidades estruturais detectadas por imagem e história 
de transplante renal. 
 
GIULIA PACHECO SOUZA 
 Inicialmente, o paciente é assintomático, mas com o avançar da falência renal 
alguns sinais e sintomas podem ser observados, como hipervolemia [decorrente da 
dim. da capacidade de excreção do Na e da água], hipercalcemia, acidose 
metabólica, hipertensão, anemia e doença mineral óssea. 
 O sintoma mais precoce é noctúria representando a perda da capacidade de 
concentração de urina. 
 O paciente em estágio V é considerado em doença renal terminal, no qual os 
sintomas característicos são a uremia. 
 O acompanhamento clínico é importante, pois busca retardar a progressão da 
doença e encaminhar no momento adequado para avaliação da diálise. Deve-se 
lembrar que a evolução da DRC depende da causa base. 
 Dessa forma, é realizado algumas recomendações, como: dim. da ingesta de sódio; 
cessação do tabagismo; IMC entre 20 e 25; dieta com restrição proteica para TFG 
< 30 ml/min; vacinação em dia (influenza, pneumococo e hepatite B); prevenção 
ou tratamento rápido de distúrbios hemodinâmicos a fim de evitar desidratação e 
hipotensão arterial; controle pressórico (< 140 / 90 mmHg); controle glicêmico nos 
pac. diabéticos (HbA1c = 7%); evitar medicamentos nefrotóxicos; uso de IECA ou 
BRA em pac. diabéticos com proteinúria; uso de estatinas em pacientes com TFG 
reduzida (estágio 1 a 3) e dislipidemia; e uso de betabloqueadores para pac. com 
TFG reduzida e IC. 
 Já o acompanhamento laboratorial é realizado conforme o estágio do paciente, 
sendo que em todo início de acompanhamento deve ser solicitado sorologia para 
hepatite B e C (anti-Hbs, HbsAg e anti-HBc). 
GIULIA PACHECO SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Para o início da diálise não há um ponto de corte da TFG, mas leva em consideração 
o surgimento de sinais e sintomas indicativos de falência renal de difícil controle, 
inabilidade para controlar o status volêmico e a pressão arterial, deterioração 
progressiva do perfil nutritivo refratária a intervenções dietéticas, e 
comprometimento cognitivo. 
 As principais complicações associadas a perda da função renal são: anemia, doença 
óssea e acidose metabólica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ACOMPANHAMENTO LABORATORIAL: 
 Estágio 1 e 2: anualmente - creatinina sérica, EAS e albuminúria para avaliar evolução. 
 Estágio 3a: anualmente - os mesmos exames, além de hemograma completo, K, fosforo e PTH. Mas se 
o pac. tiver microalbuminúria, o intervalo é semestral. 
 Estágio 3b: semestralmente - creatinina sérica, EAS, hemograma, albuminúria e K. Anualmente - Ca, 
fosforo, PTH, proteínas totais e frações. No caso de paciente anêmico, solicita-se também ferritina e saturação 
de transferrina. 
 Estágio 4 e 5: acompanhamento com nefro, avaliação laboratorial a cada 1 a 3 m. e repetição anual de 
anti-Hbs. 
 
ANEMIA: pode ser causada pela deficiência de eritropoetina, perdas gastrointestinais, aum. dos níveis de 
hepcidina que devido à inflamação crônica aum. a captação de ferro, hemólise devido à dim. da sobrevida das 
hemácias e restrição alimentar. O tratamento é com reposição de ferro por via parenteral. 
DOENÇA ÓSSEA: deve dosar Ca, fosforo, PTH e fosfatase alcalina, pelo menos 1x, nos pacientes com TFG 
< 45 ml/min/1,73m2. A consequência dessa complicação são dores ósseas, fraturas patológicas, deformidades 
e cardiotoxicidade (aum. duplo de Ca e fósforo). A dosagem de PTH determina a classificação em 02 condições 
distintas: ↑ PTH + hiperfosfatemia + hipocalcemia = hiperparatireoidismo secundário (high turnover) - forma 
mais comum, sendo deformidades ósseas, resultando em osteíte fibrosa cística. PTH ↓ ou estável + cálcio 
normal ou ↑ = low turnover ou doença óssea adinâmica - red. da formação de matriz óssea colágena. O 
tratamento é pelo controle sérico de fósforo por meio da restrição alimentar, bem como uso de quelantes de 
fósforo. 
 
ACIDOSE METABÓLICA: suplementa com bicarbonato via oral aqueles pacientes que apresenta HCO3 < 
22 mmol/L.

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