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FARMACOLOGIA THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA ANTICOAGULANTES E FIBRINOLÍTICOS ANTICOAGULANTES 1. INIBIDORES INDIRETOS DA TROMBINA. 2. INIBIDORES DIRETOS DA TROMBINA. 3. INIBIDORES SELETIVOS DO FATOR Xa. 4. INIBIDORES DA EPOXIREDUTASE DA VITAMINA K. 1. INIBIDORES INDIRETOS DA TROMBINA Apresentam efeito antitrombótico através da interação com uma proteína distinta, a antitrombina III, se ligando a trombina ou ao fator Xa. Os fármacos atuantes nessa classe irão se ligar na antitrombina III e potencializar seu efeito. Fármacos: o A heparina não-fracionada (UFH), o A heparina de baixo peso molecular (LMWH). o Pentassacarídeo sintético: Fondaparinux. OBS.: Ligam-se à antitrombina e aumentam a inativação. HEPARINA FARMACOLOGIA THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA A heparina vai atuar na antitrombina III que pode ser do fator Xa ou da trombina, a mais usual é da trombina. A heparina vai se ligar a antitrombina, acelerando seu efeito e inibindo a cascata de coagulação. Indicações: o Anticoagulante de efeito rápido: IV, tópica, subcutânea. o Coadjuvante na manutenção da circulação extracorpórea. o Tromboembolia arterial. o Trombose venosa. o Coagulação intravascular disseminada. o Embolismo pulmonar (baixas doses). o TTPA (avaliação): Tempo de trombina parcial ativada. Produz efeito anticoagulante na presença da antitrombina III, inibindo os fatores IIa, IXa, Xa, XIa. Indicado para GRÁVIDAS. Altas doses: Inibir agregação plaquetária e feito profibrinolítico. Farmacocinética: Rapidamente absorvida, liga-se amplamente as proteínas plasmáticas. Ação IV imediata e SC 20-60 min. Duração da ação depende da plasmática. Ex: 100UI = ½: 56 min, excretada pela urina. Via tópica não afeta o tempo de coagulação. Contraindicações: Hipersensibilidade, aneurisma cerebral ou aórtico, hemorragia cerebral, insuficiência renal. Antidoto: Protamina. Efeitos adversos: Necrose na pele, urticária, reações febris, formigamento, trombocitopenia, hemorragia. Interações: AAS e anti-inflamatórios não- esteroidais, glicocorticoides- Aumenta os efeitos. Anti-histamínicos, tetraciclina e digoxina- Baixa efeito. TROMBOCITOPENIA INDUZIDA POR HEPARIINA (THI) Acomete 2-5% da população exposta a heparina. Inicia no 4° ao 10° dia de uso da heparina sendo mais associada a heparina não fracionada do que a HBPM. As plaquetas começam a cair causando trombos nas artérias. O corpo começa a criar anticorpos e vai querer atacar a molécula de heparina, chamando plaquetas e criando um trombo. Complicações tromboembolíticas, complicações nas artérias e embolia pulmonar. Suspeita: Diminuição de 50% das plaquetas basais. FARMACOLOGIA THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA Iniciar suspensão da heparina imediatamente. Substituir por inibidor direto da trombina. Fondaparinux- Segunda alternativa. Evitar anticoagulantes orais: Não utilizar porque demora muito a fazer efeito e a situação pede uma ação mais rápida. FONDAPARINUS (AriXtra®) Seletivo para a antitrombina III do fator Xa. Atenção! Não é seletivo para o fator Xa, divergência com o livro. Prevenção de eventos tromboembólicos venosos em pacientes submetidos à cirurgia ortopédica de grande porte dos mmii, cirurgia abdominal ou doença aguda. Farmacocinética: Injetável (SC). Cmáx= 25 min e pouca ligação as proteínas plasmáticas. Eliminado quase inalterado pela urina (t1/2 eliminação = 72h). Interações: Não afeta metabolismo do CYP450, sangramento. Contraindicações: Comprometimento renal grande definido pelo clearance de creatinina < 20ml/min. Reações adversas: Anemia, sangramento, edema, púrpura, náuseas, vômitos, dor de cabeça. 2. INIBIDORES DIRETOS DA TROMBINA DABIGRATANA (Pradaxa®) Prevenção e tratamento de trombose, AVC, embolia sistêmica. Farmacocinética: Bem absorvido (pró-droga). Cmáx até 2h. Meia vida bidimensional (11/14h). Biodisponibilidade alterada pela cápsula. Não é metabolizado pelo CYP450. Contraindicações: Hipersensibilidade, insuficiência renal grave, uso de cetoconazol sistêmico e dronedarona. Efeitos adversos (fase IV): Sangramento, anemia, náuseas, hematúria, distúrbios gástricos. Interações: AAS, AINEs, clopidogrel e outros agregantes plaquetários. Amiodarona, verapamil e quinidina (atuação nos transportadores de efluxo da glicoproteína P). É cápsula que não pode ser aberta. ARGATROBAN (Acova®) Anticoagulante sintético parenteral derivado da L-arginina. Inibidor direto da trombina. Injetável. Prevenção da trombose para pacientes com trombocitopenia induzida pela heparina (TIH) FARMACOLOGIA THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA e para intervenção coronária percutânea com TIH. Primeira escolha para TIH. Farmacocinética: Biotransformada no fígado e t1/2 39-51min. Necessidade de monitoramento. Utilizada em pacientes com insuficiência renal, porém não deve ser usado em pacientes com insuficiência hepática. BIVALIRUDINA, DESIRUDINA E HIRUDINA São anticoagulantes parenterais derivados da hirudina. São inibidores da trombina- centro catalítico da trombina. Alternativa a pacientes com TIH. Indicação: Pacientes que serão submetidos a angioplastia, cirurgia de substituição do quadril. Dosagem ajustada em pacientes com função renal comprometida. Dosagem menor. Efeito adverso: Hemorragia. 3. INIBIDOR SELETIVO DO FATOR Xa RIVAROXABANA (Xarelto ®) Indicado para a prevenção de TEV em pacientes adultos submetidos à cirurgia eletiva de artroplastia de joelho ou quadril. Farmacocinética: Absorvida no TGI, Cmáx 2- 4h. 95% as proteínas plasmáticas. Metabolizada no CYP450. t1/2= 5-9h. Contraindicações: Hipersensibilidade, sangramento ativo clinicamente, atravessa a barreira placentária - NÃO PODE SER UTILIZADO POR GESTANTES. Posologia: 1 cp 10mg/dia. Efeitos: Hipersensibilidade, sangramento, anemia. Interações: Cetoconazol sistêmico, claritomicina, ritonavis – via CYP3A4- aumento da concentração sérica. Antidoto: Andexanet alfa (Andexxa). Atua como um fator Xa falso, a medicação se ligando a ele, ao invés do fator propriamente dito. APIXABAN (Eliquis ®) Indicado para a prevenção de TEV em pacientes adultos submetidos à cirurgia eletiva de artroplastia de joelho ou quadril. Também é indicado para reduzir o risco de AVC, embolia sistêmica e óbito em pacientes com fibrilação atrial não-valvular. Farmacocinética: Biodisponibilidade de 50%. Cmáx: 3-4h. Administrada com ou sem alimentos. Liga-se 87% às proteínas plasmáticas. Eliminada por várias vias, incluindo fezes. Contraindicações: Hipersensibilidade, sangramento. TIH + insuficiência renal = ARGATROBAN. TIH + insuficiência hepática = FONDAPARINUS. FARMACOLOGIA THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA Interações: Indutores do CYP450 e glicoproteína p (rifampicinina. Carbamazepina, erva de são joão). EDOXABAN (Lixiana®) Prevenção de AVC e tromboembolismo venoso na fibrilação atrial não valvar. Tratamento do tromboembolismo venosos agudo e recorrente. Pico de ação: 1-2h. Metabolismo: Renal e hepático. Dose recomendada é de 60mg uma vez ao dia. Meia-vida: 10-14h. Uma única dose já faz os efeitos esperados. Eliminação: Primariamente na urina. Interações: O uso ao mesmo tempo dos seguintes medicamentos exige redução na dose do edoxaban- ciclosporina, dronedarona, eritromicina, cetoconazol, quinidina ou verapamil. 4. INIBIDOR DA EPOXIREDU TASE DA VITAMINA K Na cascata de coagulação há a via extrínseca e intrínseca, além dos fatores que são produzidos no fígado,mas para serem ativados eles necessitam de uma adição de carboxila através da enzima gama-glutamil carboxilase. A gama-glutamil carboxilase vai oxidar a vitamina k cedendo elétrons para os fatores de coagulação. Para essa enzima funcionar necessita de uma permuta de elétrons com a vitamina k redutase. Fatores dependentes de vitamina k: Fato IX, X, XII e II (protrombina), além da proteína C e S que são de extrema importância para controla o desfecho da cascata de coagulação. VARFARINA Inibidor reversível da enzima e vai competir com a vitamina K. Alimentos que contém vitamina k: Vegetais (brócolis, alface, couve, espinafre, kiwi). Bactérias entéricas também produzem K. Usada via oral, intramuscular e intravenosa. Uso clássico associado a aspirina. Farmacocinética: Quase completamente absorvida no TGI. Liga-se 97% a albumina (todo fármaco que desloque a albumina vai afetar a varfarina). Início da ação 12-72h (vai atuar nos fatores que ainda serão produzidos, por isso que demora; as outras atuam nos que já existem). Duração 2-5 dias. Meia vida média: 50h. Atravessa a barreira placentária. Eliminada pelos rins. Afetada pela alimentação (vitamina K). Posologia: VO ou IV- 15,10 e 15 mh- 3 dias. Manutenção 5-7,5mg/dia. Efeitos adversos: Hemorragia, anemia, queda de cabelo, febre, náuseas e reações alérgicas. Interações: Uso com tramadol, antipsicóticos (ISRS) afeta o INR. Interação com Panax ginseng, hypericum perfomatum e Allium sativum. Agentes antimicrobianos – vitamina K em bactérias intestinais. Depois que a dose de varfarina já está ajustada o que o paciente costumava ingerir antes do início do tratamento deve ser mantido. Se comer menos vitamina K do que comia após de iniciar o tto vai ter hemorragia e se comer mais vai ter trombo. FARMACOLOGIA THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA FIBRINOLÍTICOS Eles vão atuar dissolvendo o trombo o mais recente possível, funciona melhor em trombos recentes. No fim da cascata de coagulação, observa-se que o plasminogênio é convertido a plasmina. A plasmina converte o fibrinogênio em fibrina. ALTEPLASE Conhecido como ativador tecidual de plasminogênio recombinante. Ativa preferencialmente o plasminogênio ligado a fibrina. Farmacocinética: Meia-vida bifásica com distribuição de 4 min e eliminação em 35 min. Sofre biotransformação hepática. Exemplo: Paciente vai fazer cirurgia de prótese de quadril. Ele vai tomar a varfarina até 6 dias antes da medicação. No dia 3 antes da cirurgia inicia a heparina, na véspera da cirurgia dosa o INR e à noite não faz uso da heparina. Nos três dias após a cirurgia avaliar a anticoagulação para o retorno do paciente a terapêutica. Lembrar que quando utilizar a varfarina ela só vai começar a fazer efeito para o quarto dia, o suporte nesses dias será feito para a heparina. Poderia fazer uso de rivaroxaban. FARMACOLOGIA THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA Posologia: De acordo com a necessidade por infusão. Efeitos adversos: Sangramento de cortes, gengivas e feridas, febre, reação alérgica, náuseas e vômitos, porque é um biofármaco. Interações: Anticoagulantes cumarínicos, AAS, AINES podem aumentar hemorragia. ESTREPTOQUINASE Foi desenvolvido a partir do estreptococcus pyogenes. A limitação dele é que se o paciente já teve processo infeccioso com o estreptococcus pyogenes se ele desenvolver anticorpos a meia vida cai para 13 min. Dissolver trombos decorrentes de IAM, embolia pulmonar aguda, TVP e desobstruções. Farmacocinética: Após administrado é rapidamente eliminado. Meia vida bifásica – 11 e 13 min (anticorpos) e 83 min normal. Atividade cessa após administração. Posologia: Pode variar de 250.000 UI a 1.500.000 UI. Contraindicações: Hipersensibilidade e histórico de anafilaxia. Superdosagem: Risco de hemorragia (tratado com ácido trenexâmico ou plasma fresco). Na resolução da hemostasia (terciária). Plasminogênio convertido a plasmina que promove a quebra da fibrina (fibrinólise). Como ativadores do fibrinogênio vai ter a estreptocinase, urocinase (proveniente da cultura de tecidos humanos), ateplase (fator de ativado de DNA recombinante de rato), a tenecteplase (modificações em aminoácidos), reteplase (versão não glicosilada pelo fator de ativação tissular produzido pela E. coli). Caso sangre muito administra plasma ou ácido tranexâmico porque ele vai bloquear o local de ligação plaminogênio/fibrina que é o que quebra essa ligação, cessando a ação dos fibrinolíticos.
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