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Prostaglandinas Introdução: As prostaglandinas fazem partem da família dos eicosanoides, possuem em sua estrutura 20 carbonos. Exercem profundo e marcante efeito em uma ampla gama de atividades biológicas, de praticamente todas as células e tecidos, representando um dos mais importantes autacoides envolvidos com as regulações homeostáticas. Dentre estas atividades pode-se destacar: • Função reprodutora • Controle da pressão sanguínea • Função renal • Formação de trombos • Processo inflamatório • Fluxo sanguíneo regional • Função musculatura lisa • Atividade neuronal • Patologias como úlceras gástricas Biossíntese: A biossíntese é composta por duas etapas, a primeira ocorre liberação de precursores, ação realizada pela enzima fosfolipase A2, em que haverá liberação de ácidos graxos. Na segunda etapa ocorre a síntese das prostaglandinas, tromboxanos e prostaciclinas, terá a ação de duas enzimas: a cicloxigenases e para formação de prostaglandinas, tromboxanos e prostaciclinas, terá as enzimas protasglandinas/tromboxano/prostaciclina sintetases, dependerá de qual tipo de substância está sendo produzida. Degradação: Ocorrerá no próprio tecido onde ocorreu a síntese, não é armazenada em vesículas. É sintetizada no tecido localmente quando há necessidade da sua ação, e neste mesmo tecido haverá a produção da enzima prostaglandina 15 OH desidrogenase que degrada a substância no mesmo local. Síntese de Leucotrienos: Há uma fosfolipase A2 agindo, a produção de um ácido aracdônico, têm-se a ação de lipoxigenase, o que gera a produção de substâncias que tem uma participação importante em processos inflamatórios, em reações anafiláticas. São as enzimas que dão origem aos leucotrienos, estão presentes nos pulmões, nos leucócitos e nas plaquetas. Os agentes produzidos são quimiotáticos para leucócitos, que participam dos processos inflamatórios e de anafilaxia. Têm-se uma potencia relativamente alta, ou seja, não precisa produzir uma quantidade muito alta para que haja o efeito obtido; meia vida curta, dura alguns minutos, porque tem a enzima no mesmo local de síntese para que ocorra o processo de degradação; dentre os tipos de PGS que possui, somente a do tipo E e do tipo F podem sem encontradas na circulação, no entanto, costumam ser encontradas em concentrações muito baixas e quando passam pelos os pulmões, local onde se tem o transporte ativo pelo epitélio pulmonar que acaba conseguindo degrada-las, 90% são retiradas da circulação. Há PGS mais específicas para alguns pontos, mas não são exclusivas: Lipoxigenase Características de PGS e Leucotrienos • PGI- endotélio vascular • TXA2- plaquetas, veias, brônquios, células mesenquimais dos glomérulos • PGE2 E PGF2α: órgãos genitais Os receptores não são específicos de uma célula ou tecido e um tipo de PG pode ter mais de um receptor, isso foi observado pela ação nos túbulos renais: ➔ Aumento da concentração das PGE2 nos túbulos renais – inibem a reabsorção de água (estímulo de GI) ➔ Diminuição da PGE2 nos túbulos renais- estimulam a reabsorção de água (estímulo de Gs) Efeito farmacológico na reprodução: Na medicina veterinária está aplicada a processos de luteólise, contração do miométrio, involução uterina, parto, sincronização do estro, cio silencioso. Na luteólise ocorre a quebra do corpo lúteo. A aplicabilidade da PG na luteólise é para que haja sincronização do estro, sincronização da ovulação e é utilizada em tecnologia em embrião. Na medicina veterinária há a produção de PGE no útero, que está associada a vacas, éguas, ovelhas, porcas, cabras, cobaias. Em relação ao perfil de gestação e não gestação, pode-se ser obtido com a mensuração de PGF2α, pois é uma das poucas que podem estar presente na circulação, então altas concentrações de PGF na circulação pode ser um indicativo de o animal está ou não no período gestacional. A principal ação desta PGF2α é efetuar a vasoconstrição o que levaria a luteólise, consequentemente, para que o animal esteja gestante, as concentrações da PGF2α deveram estar baixas. O transporte para o ovário da PGF2α para que tenha ação luteolítica, pode ser por via circulatória que acontece na égua, e o mecanismo contracorrente que ocorre em ruminantes e porcas. O mecanismo da luteólise ocorre: com a PGF2α, que é produzida no útero indo para circulação, com o intuito de alcançar os ovários causando uma vasoconstrição, consequentemente levando a uma hipoxia. Há a liberação de endotelina que inibe a síntese de progesterona pelas grandes e pequenas células lutelíticas, altera metabolismo do ácido araquidônico que aumenta a produção de PGF2α, causando uma vasoconstrição, aumentando a hipóxia e consequentemente a endotelina. Antes e durante o parto, a concentração do PGE2 e PGF2α tendem a aumentar, para que haja a destruição do corpo lúteo, há então a remoção do bloqueio progestacional da contração uterina, acaba possibilitando a atuação dos canais de cálcio possibilitando a contração do útero. A ocitocina é liberada algumas horas que possa ocorrer a contração e o auxílio ao parto, a PGE também auxilia, visto que quebra o corpo lúteo, o que leva ao bloqueio de produção de PGF2α. A ocitocina só exercerá sua função quando estiver em um momento próximo ao parto. A PGE, em qualquer parte da gestação consegue propiciar a contração da musculatura. Nas células uterinas encontram-se dois tipos de receptores os da PGF2α e da PGE2. Os receptores uterinos de vacas são diferentes em quantidade e qualidade na cadela, pois há pouca contração uterina na vaca. As glândulas vesiculares são as maiores fontes de PG. A PG está associada a fecundidade, visto que a deficiência em humanos está correlacionada com a diminuição da fertilidade. Momento antes da ovulação a concentração de LH aumenta o que possibilita um aumento na concentração de cicloxigense, consequentemente o Receptores Luteólise Contração do miométrio, parto e abortamento Fecundidade aumento da concentração de prostaglandina que auxilia na ruptura folicular. Agregação plaquetária: ➔ PGI2 e a TXA2 que faz alterações no endotélio dos vasos são elementos chaves em tromboses, isquemias e insuficiência arterial. ➔ Ácido acetilsalicílico (AAS- anti-inflamatório com objetivo de tratamento preventivo do infarto do miocárdio, deixa o sangue mais ralo)- inibe a cicloxigenase, inibindo a produção de PG, tem utilização maior na produção de tromboxanos. As plaquetas são as principais responsáveis por esta ação associada, então inicia o processo de coagulação e estaria presente nelas os tromboxanos, quando ocorre a inibição da produção dos trombaxanos, essas plaquetas que possuem núcleos acabam não efetuando o processo de início do processo de coagulação. As plaquetas possuem em torno de 10 dias, quando há a continuação da utilização do AAS continuamente e há necessidade de fazer um procedimento cirúrgico deve-se retirar o medicamento cerca de 15 dias antes para evitar hemorragia. Ação no fluxo sanguíneo: Está relacionada com ações vasodilatadoras que seriam exercidas por PGE2, PGE, PGI2, não é de uso terapêutico, não recomendado devido aos efeitos colaterais. As PGF2α e TXA2 possuem ação vasoconstritoras das veias, não possuem fins terapêuticos. Ação no Trato Gastrointestinal: A PGE1 e PGE2 está associada a diminuição da secreção gástrica de HCl e pepsina, tendo efeito antiúlcera (citoprotetor); explica a razão das úlceras com o uso de alguns anti-inflamatórios não esteroidais que inibem a cicloxigenase. A PGE2 possui ação vasodilatadora que proporciona um sistema de tampão pelo bicarbonato que atenua a ação corrosiva do HCl. Uso terapêutico para úlceras gástricas, visto que elaacaba favorecendo a uma proteção da mucosa. Quando tem o uso de anti-inflamatório quando se tem úlceras, eles impedem a cicloxigenase de atuar, consequentemente impedem a produção de prostaglandina. Indicações clínicas: Em bovinos são utilizados para sincronizar o cio, indução do parto, interrupção de gestação normal, porém indesejada, interrupção de prenhez anormal (mumificação do feto), cios silenciosos, endometrite (para evitar o uso de antibiótico, ou seja, a contração do útero seria para favorecer a expulsar qualquer agente que estivesse relacionado a um processo inflamatório), cistos ovarianos. Em suínos são utilizados para indução do parto em porcas (utilizar apenas em granjas que possuem registros), visto que a utilização tem que ser prevista para 2 dias antes do parto. Em ovinos e caprinos são utilizados para sincronização do estro. Em equinos são utilizados para sincronização do ciclo estral, controle da ovulação, tratamento de infecções uterinas, eliminação de fetos indesejáveis e indução do parto.