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00 - 41233 . 7 - História da Arte e do Design

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HISTÓRIA DA 
ARTE E DO 
DESIGN
Jana Cândida Castro dos Santos
Introdução ao 
conceito de arte
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir arte.
 � Identificar a arte como um reflexo da cultura e da história.
 � Listar os diferentes tipos de arte.
Introdução
Ao longo da história, o homem sempre produziu inúmeros artefatos para 
o seu dia a dia, concebidos de forma harmoniosa, a partir da combinação 
de cores e texturas. Mas, além de produzir objetos cotidianos, ele criou 
obras para expressar os seus sentimentos diante da vida e a sua visão da 
realidade, nas mais diversas linguagens.
A arte nasceu com o homem e deu a ele a consciência de sua capaci-
dade de criar, de sua possibilidade de interpretar, imaginar e se comuni-
car. Assim, a necessidade de manifestar-se artisticamente acompanha a 
evolução humana desde a Pré-História. Desse período datam as primeiras 
manifestações estéticas, ainda relacionadas aos rituais de conquistas.
Neste capítulo, você vai estudar o conceito de arte e conhecer di-
ferentes expressões artísticas. Além disso, vai ver que a arte pode ser 
compreendida como um reflexo da cultura e da história da humanidade.
O que é a arte?
Para começar a refletir sobre o tema deste capítulo, você deve se questionar 
o que é a arte. Para o crítico inglês John Ruskin (apud PROENÇA, 2009, 
Identificação interna do documento MM9KOH9L7C-CFUWUE1
p. 6), “[...] as grandes nações escrevem sua autobiografia em três volumes: o 
livro de suas ações, o livro de suas palavras e o livro de sua arte”. Ele ainda 
acrescenta que “[...] nenhum desses três livros pode ser compreendido sem 
que se tenham lido os outros dois, mas desses três, o único em que se pode 
confiar é o último”.
Partindo dessa colocação, você pode entender a arte como reflexo da so-
ciedade, ou seja, como algo profundamente ligado à cultura e aos sentimentos 
de um povo. É por isso que, aos olhos de Ruskin, o livro da arte é o mais 
confiável. Por meio da arte, o homem pode se manifestar expressivamente e 
registrar a sua vida em diferentes aspectos. Ele pode, por exemplo, retratar 
uma festa, um nascimento, um trabalho, uma manifestação religiosa, assim 
como momentos de ilusão, ou ainda devaneios, sátiras e críticas. Em geral, as 
atividades humanas em algum momento foram elementos de representação 
artística, nas mais diversas linguagens, temas e técnicas de produção.
A palavra “arte” vem do latim ars e corresponde ao termo grego tékhne 
(“técnica”), que significa “[...] toda atividade humana submetida a regras em 
vista da fabricação de alguma coisa” (CHAUÍ, 2003 apud FERREIRA, 2011, 
p. 61). A arte é um meio de fazer, de produzir. Nesse sentido, ela pressupõe 
um conhecimento prévio inerente ao ser humano. Veja:
A arte é muitas coisas. Uma das coisas que a arte é, parece, é uma transforma-
ção simbólica do mundo. Quer dizer: o artista cria um mundo outro — mais 
bonito ou mais intenso ou mais significativo, ou mais ordenado — por cima 
da realidade imediata [...]. Naturalmente, esse mundo do outro que o artista 
cria ou inventa nasce de sua cultura, de sua experiência de vida, das ideias 
que ele tem na cabeça, enfim, de sua visão de mundo [...] (GULLAR apud 
FERREIRA, 2011, p. 61).
A arte, apesar de ser um conceito subjetivo, pode ser compreendida como 
um saber. Ela alia conhecimentos teóricos e práticos de modo a expressar os 
sentimentos de um povo intrínsecos ao seu contexto social.
A arte é um reflexo da sociedade que a produz, pois ilustra o que é a realidade no 
momento em que foi representada.
Introdução ao conceito de arte2
Identificação interna do documento MM9KOH9L7C-CFUWUE1
As obras de arte apresentam diferentes temas. Você pode considerar que 
elas:
 � retratam elementos naturais, como é o caso das pinturas nas cavernas 
de Altamira, na Espanha (Figura 1);
Figura 1. Pinturas pré-históricas encontradas nas cavernas de Altamira, Espanha.
Fonte: Proença (2005, p. 7).
 � expressam os sentimentos religiosos do homem, tal como o quadro 
Natividade, do pintor renascentista Sandro Botticelli (Figura 2), ou 
a máscara do Deus-Morcego criada por uma antiga civilização pré-
-colombiana do México (Figura 3);
3Introdução ao conceito de arte
Identificação interna do documento MM9KOH9L7C-CFUWUE1
Figura 2. Natividade (cerca de 1501), de Sandro Botticelli. Galeria Nacional, Londres.
Fonte: Proença (2005, p. 7).
Introdução ao conceito de arte4
Identificação interna do documento MM9KOH9L7C-CFUWUE1
Figura 3. Máscara do Deus-Morcego (200 a.C.–200 d.C.). Museu Nacional de Antropologia, 
Cidade do México.
Fonte: Hernandez (2011, documento on-line).
5Introdução ao conceito de arte
Identificação interna do documento MM9KOH9L7C-CFUWUE1
 � retratam situações sociais, como A família de Retirantes, do pintor 
brasileiro Candido Portinari (Figura 4).
Figura 4. Retirantes, de Candido Portinari. Museu de Arte de São Paulo.
Fonte: Proença (2005, p. 239).
Introdução ao conceito de arte6
Identificação interna do documento MM9KOH9L7C-CFUWUE1
 � sugerem diferentes impressões a quem as contempla, como as pinturas 
de Tomie Ohtake (Figura 5).
Figura 5. Composição (1974), de Tomie Ohtake.
Fonte: Proença (2005, p. 8).
A arte como um reflexo da cultura e da sociedade
A obra de arte se situa entre o particular e o universal da experiência humana. 
Cada obra é tanto um produto cultural de determinada época quanto uma 
criação singular da imaginação humana, cujo valor é universal. A obra de arte 
revela para o artista e ao mesmo tempo para o espectador uma possibilidade de 
existência e comunicação, além dos fatos e relações habitualmente conhecidos.
7Introdução ao conceito de arte
Identificação interna do documento MM9KOH9L7C-CFUWUE1
Dessa maneira, a criação artística pode se distinguir das demais modali-
dades de conhecimento por promover a comunicação entre os seres humanos, 
com a utilização particular das suas formas de linguagem.
Como você pode perceber, a obra de arte dialoga com o seu observador. Para tanto, 
basta que ele se detenha em sua análise.
Para Arthur Schopenhauer (2003), filósofo alemão do século XIX, caberia 
à arte expor ideias e assim explorar o verdadeiro conteúdo do mundo. A arte, 
para ele, se definiria como a “exposição de ideias” ou o modo de consideração 
das coisas independentemente do princípio da razão. Ela seria o conhecimento 
cristalino dos graus de objetivação da vontade. Pela arte, o gênio, faculdade 
comum a todos em menor ou maior grau, intuiria “[...] o essencial propriamente 
dito do mundo, o conteúdo verdadeiro de seus fenômenos [...]” (SCHOPE-
NHAUER, 2003, p. 15). Ou seja, para o filósofo, a arte seria a maneira mais 
efetiva de explorar o conteúdo do mundo.
Além disso, a arte pode ser entendida como um modo privilegiado de 
conhecimento e aproximação entre indivíduos de diferentes culturas. Afinal, 
ela favorece o reconhecimento das diferenças e semelhanças, expressas nos 
produtos artísticos e concepções estéticas, num plano mais profundo que o 
do discurso verbal.
Por meio da análise de objetos e imagens produzidas pelo homem no de-
correr dos tempos, você pode, além de obter um retrato das transformações, 
ver os registros das descobertas proporcionadas pela ciência, sistematizadas 
pela geografia, registradas pela história, desenvolvidas pela matemática. Por 
meio da história da arte, é possível compreender a relação do homem com o 
seu tema e o seu espaço.
As manifestações artísticas são exemplos da diversidade cultural dos 
diferentes povos, expressando a riqueza criadora dos artistas de todos os 
tempos e lugares. Os trabalhos de arte muitas vezes expressam as questões 
humanas, tais como problemas sociais e políticos, sonhos, medos, perguntas 
e inquietações das mais diversas. Também documentam fatos históricos e 
manifestações culturais particulares. Como afirma Ferreira (2011, p. 67):
Introdução ao conceito de arte8
Identificação interna do documento MM9KOH9L7C-CFUWUE1
O artista,através de sua obra de arte autêntica, pode protestar contra as 
barbáries do mundo, transformando a submissão em ato de luta, buscando 
resgatar a dignidade humana, o ser humano pleno, rumo a uma sociedade 
melhor, mais justa e mais democrática, onde todos possam ter acesso aos 
bens culturais de consumo e ao lazer.
Nesse sentido, a arte não se restringe a produzir o belo ou o útil, o prazer. 
Mas do que isso, a “[...] arte pode contribuir para a compreensão do mundo 
real e expressão da verdade” (FERREIRA, 2011, p. 67).
Quando a arte surgiu?
Como você pode notar, o ser humano, seja de que época for, sempre produziu 
e se cercou de artefatos e utensílios para o uso cotidiano e para a expressão 
de seus sentimentos diante da vida. Os primeiros registros da cultura humana 
datam da Pré-História. Foram encontrados objetos, pinturas e gravações no 
interior de muitas cavernas espalhadas pelo mundo. Por meio deles, antropó-
logos e historiadores puderam reconstituir a vida dos ancestrais pré-históricos 
do homem.
Devido à sua longa duração, a Pré-História foi dividida por historiadores, 
segundo Proença (2009), nos seguintes períodos: 
 � Paleolítico (Idade da Pedra Lascada) — do surgimento do ser humano 
até cerca de 12 mil anos atrás;
 � Neolítico (Idade da Pedra Polida) — de 12 até 6 mil anos atrás;
 � Idade dos Metais — de 6 mil anos atrás até o desenvolvimento da escrita.
A arte no Paleolítico: o naturalismo
Esse período também é chamado de Idade da Pedra Lascada. Nele, grupos de 
homens produziam armas e instrumentos de pedra, que eram lascadas para 
adquirirem bordas cortantes. As primeiras manifestações artísticas desse 
período de que se têm registro são as pinturas encontradas nas cavernas de 
Chavet e Lascaux, na França (Figura 6), e de Altamira, na Espanha.
9Introdução ao conceito de arte
Identificação interna do documento MM9KOH9L7C-CFUWUE1
Figura 6. Pintura rupestre proveniente da Sala dos Touros, na caverna de Lascaux, na região 
Dordogne, na França.
Fonte: Proença (2009, p. 9).
As primeiras expressões de arte consistiam em traços feitos nas paredes 
das cavernas ou em mãos em negativo (Figura 7). Somente depois de muito 
tempo é que o ser humano da Pré-História passou a desenhar e a pintar 
animais.
Figura 7. Mão em negativo: pintura rupestre.
Fonte: Proença (2009, p. 10).
Introdução ao conceito de arte10
Identificação interna do documento MM9KOH9L7C-CFUWUE1
Para a técnica das mãos em negativo, o artista do Paleolítico utilizava um pó colorido 
obtido a partir da trituração de rochas. Com um canudo, soprava esse pó sobre a 
mão encostada na parede da caverna. Assim, a área em volta da mão ficava colorida, 
ao contrário da parte coberta, produzindo a silhueta da mão, como você pode ver 
na Figura 7.
Os desenhos e as pinturas desse período apresentam como principal carac-
terística o naturalismo, pois a natureza e os seres vivos eram representados 
tal como vistos pelo homem paleolítico. Diferentemente do que aconteceu em 
outros períodos, o artista retratava somente o que via. As chamadas pinturas 
rupestres (do latim rupes, “rocha”) representavam animais, muitas vezes 
aqueles que eram temidos, como o bisão (Figura 8).
Figura 8. Pintura rupestre de um bisonte encontrada numa das grutas de Altamira, na 
Espanha.
Fonte: Proença (2009, p. 10).
11Introdução ao conceito de arte
Identificação interna do documento MM9KOH9L7C-CFUWUE1
Para produzir pinturas como a da Figura 8, eram utilizados óxidos mi-
nerais, ossos carbonizados, carvão, vegetais, além de sangue de animais. O 
ser humano das cavernas esmagava os elementos sólidos e os dissolvia na 
gordura dos animais caçados. Inicialmente, utilizava os próprios dedos para 
pintar. No entanto, também há indícios do emprego de pincéis produzidos 
com penas e pelos.
Outro aspecto que chama a atenção nesse período são as esculturas. Elas 
retratam predominantemente figuras femininas, como a Vênus de Willendorf 
(Figura 9). A pequena escultura de pedra foi encontrada pelo arqueólogo Josef 
Szombathy, perto de Willendorf, na Áustria, em 1908.
Figura 9. Vênus de Willendorf, estatueta de 11 cm de altura. Museu de História Natural, Viena.
Fonte: Lefteris Tsouris/Shutterstock.com
Na Figura 9, você pode observar alguns aspectos: não há diferenciação 
evidente da cabeça em relação ao pescoço, os seios são volumosos, assim 
como o ventre e as nádegas, que têm forma arredondada.
Introdução ao conceito de arte12
Identificação interna do documento MM9KOH9L7C-CFUWUE1
O documentário A Caverna dos sonhos esquecidos (2010), produzido pelo diretor alemão 
Werner Herzog, mostra imagens impressionantes das pinturas rupestres do interior 
da caverna Chauvet, no sul da França. A caverna reúne desenhos intocados e surpre-
endentemente realistas de cavalos, bois e leões, que ganham vida por um momento 
pela luz das tochas.
A arte no Neolítico: um novo estilo
O Neolítico também foi denominado Idade da Pedra Polida. Nesse período, 
os homens produziam armas e instrumentos polindo as pedras por atrito, 
deixando-as, assim, mais afiadas e eficientes. Foi nessa época que aconteceu 
a chamada Revolução Neolítica. Segundo Proença (2009), ela marcou o início 
da agricultura e da domesticação de animais. Isso permitiu ao homem subs-
tituir a vida nômade por uma vida mais estável. Como você pode imaginar, 
essa mudança alterou profundamente a história humana. Com a fixação dos 
grupos, a população cresceu rapidamente e desenvolveu seus primeiros núcleos 
familiares. Além disso, ocorreu a divisão de trabalho nas comunidades. Você 
deve considerar que:
Há, então, uma diferença básica entre o Paleolítico e o Neolítico, embora 
o homem ainda dependesse da pedra como o material de seus principais 
utensílios e armas. A nova forma de vida deu origem a um grande número 
de habilidades e invenções, muito antes do surgimento dos metais: a cerâ-
mica, a tecelagem e a fiação, métodos básicos de construção arquitetônica. 
Sabemos tudo isso a partir dos povoados do Neolítico que foram revelados 
por escavações (JANSON; JANSON, 1996, p. 17). 
A importante passagem da caça para a agricultura de subsistência prova-
velmente foi a causa de profundas alterações na maneira de o homem ver a si 
próprio e o mundo. Segundo Janson e Janson (1996, p. 17), “[...] deveria haver, 
aqui, um enorme capítulo sobre o desenvolvimento da arte que, no entanto, se 
perdeu, simplesmente por que os artistas do Neolítico trabalhavam com ma-
deira e outros materiais perecíveis”. No entanto, há uma exceção: Stonehenge, 
o grande círculo de pedra localizado no sul da Inglaterra (Figuras 10 e 11).
13Introdução ao conceito de arte
Identificação interna do documento MM9KOH9L7C-CFUWUE1
Figura 10. Stonehenge (3100·a 1100 a.C.). Diâmetro do círculo: 29,5 m. Altura das pedras 
acima do solo: 4,11 m. Planície de Salisbury, Wiltshire, Inglaterra.
Fonte: Janson e Janson (1996, p. 17).
Figura 11. O grande círculo de Stonehenge. Planície de Salisbury, Wiltshire, Inglaterra.
Fonte: Janson e Janson (1996, p. 17).
O Stonehenge é considerado o mais bem preservado dos monumentos 
megalíticos ou "de grandes pedras". Aparentemente, ele é de cunho religioso, 
já que o esforço contínuo necessário para construí-lo só poderia ter sido man-
tido pela fé. Sua estrutura inteira volta-se para o ponto exato em que o Sol se 
levanta no dia mais longo do ano, o que leva a crer que deve ter se prestado a 
um ritual de adoração do Sol (JANSON; JANSON, 1996, p. 18).
Introdução ao conceito de arte14
Identificação interna do documento MM9KOH9L7C-CFUWUE1
As conquistas técnicas do homem neolítico certamente se refletiram nas 
suas pinturas, pois o estilo naturalista deu lugar a um estilo mais simples e 
geométrico. O novo estilo mais sugeria do que representava fielmente os 
seres (Figura 12).
Você pode observar que essas pinturas do Neolítico não buscavam imitar a 
natureza; suas figuras possuem poucos traços e poucas cores. Além das formas 
representadas, os temas também sofreram mudanças: as atividadescotidianas 
e coletivas passaram a ser representadas. Note que na cena representada na 
Figura 13 há a clara intenção de transmitir a ideia de movimento, de dar 
vida à cena representada por meio da posição das pernas e dos braços.
Figura 12. Pintura rupestre nas cavernas de Tassili n’Ajjer, na Argélia.
Fonte: Proença (2009, p. 12).
15Introdução ao conceito de arte
Identificação interna do documento MM9KOH9L7C-CFUWUE1
Figura 13. Pintura rupestre nas cavernas de Tassili n’Ajjer, na Argélia.
Fonte: Proença (2009, p. 12).
A arte na Idade dos Metais: um novo material
Na Idade dos Metais, com a dominação do fogo, o artista passou a trabalhar 
com o metal e a produzir peças mais complexas e elaboradas. Para a produção 
de esculturas de metal, ele utilizava principalmente a técnica com a forma 
de barro e a técnica da cera perdida. As primeiras esculturas foram encon-
tradas na Escandinávia e na Sardenha, representando guerreiros e mulheres 
e documentando costumes do período (Figura 14).
Introdução ao conceito de arte16
Identificação interna do documento MM9KOH9L7C-CFUWUE1
Figura 14. Escultura neolítica de bronze encontrada na Sardenha. Museu Pigorini, Roma.
Fonte: Proença (2009, p. 13).
Que tal conhecer as técnicas utilizadas pelos artistas da Idade dos Metais?
Técnica da forma de barro: utilizava-se uma forma de barro em que era despejado o 
metal já derretido. Depois do esfriamento do metal e da quebra da forma, obtinha-se 
uma escultura com o formato previamente dado ao barro.
Técnica da cera perdida: primeiro, construía-se um modelo em cera, que depois 
era revestido de barro, com o cuidado de deixar nele um orifício. Assim, quando o 
modelo era aquecido, e com o calor do barro, a cera derretia e escorria pelo dado 
orifício, formando um objeto oco. Posteriormente, o mesmo orifício era preenchido 
com o metal derretido. Após o esfriamento do objeto, quebrava-se o molde de barro, 
sobrando apenas a escultura em metal moldada em cera pelo artista.
17Introdução ao conceito de arte
Identificação interna do documento MM9KOH9L7C-CFUWUE1
Tipos de arte
Para se manifestar artisticamente, o homem usa o som (música), a linguagem 
verbal oral ou escrita (literatura), a linguagem visual e a linguagem corporal 
(dança). Ele pode, ainda, expressar-se por meio da combinação de várias lin-
guagens. É possível classificar a arte de diversas maneiras. Para Schopenhauer 
(apud BARBOZA, 2001, p. 94), por exemplo, haveria uma hierarquia entre 
as artes — a menos relevante seria a arquitetura, seguida pela escultura, pela 
pintura, pela poesia e, por fim, pela música, a mais interessante das expressões. 
Portanto, segundo ele, entre as artes estaria a arquitetura, capaz de lidar com 
formas e proporções, expondo ainda o conflito entre gravidade e resistência. 
Para a boa e bela arquitetura, seria necessário traduzir a tensão da natureza 
com o material típico, a pedra. Na hierarquia do filósofo, a jardinagem ainda 
estaria numa posição superior à da arquitetura.
Em patamares mais elevados que a arquitetura e a jardinagem estariam a 
escultura e a pintura histórica, capazes de representar a fisionomia e o corpo 
humano com genuína beleza estética. Nessa hierarquia, a poesia estaria em 
posição superior à das artes plásticas e seria inferior somente à música. A 
poesia, para Schopenhauer (2003), possibilita a exposição da vontade em 
sua objetivação mais elevada, permitindo uma dinâmica narrativa das ações 
e semblantes superior à das artes plásticas. A última arte na hierarquia e a 
mais excelsa de todas elas seria a música, pois se conhece aí “não a cópia, 
repetição de alguma ideia das coisas do mundo”, mas a “linguagem universal” 
da coisa em si.
De modo geral, você pode considerar a classificação das artes apresentada 
a seguir.
 � Artes plásticas: englobam alguns tipos de artes visuais. Referem-se a 
expressões artísticas que utilizam técnicas de produção que manipulam 
materiais para construir formas e imagens. A ideia é que tais formas 
e imagens revelem uma nova concepção estética e a visão poética do 
artista plástico. Entre as artes plásticas, estão: arquitetura, pintura, 
desenho, escultura, gravura e fotografia.
 � Artes cênicas: consistem no estudo das expressões performáticas 
apresentadas em um palco e relacionadas com a dança, o teatro, a 
linguagem verbal ou a música.
 � Artes visuais: são todas as artes que apresentam realidade ou imagi-
nação percebida pelo olhar como processo criativo.
Introdução ao conceito de arte18
Identificação interna do documento MM9KOH9L7C-CFUWUE1
Em 1912, o intelectual italiano Ricciotto Canudo propôs, em seu Manifesto das Sete Artes 
e Estética da Sétima Arte, que o cinema fosse considerado a sétima arte. O manifesto 
foi publicado posteriormente, em 1923, apresentando as artes, ou seja: arquitetura, 
escultura, pintura, música, teatro, poesia e cinema. Mais tarde, também foram consi-
deradas a fotografia, a história em quadrinhos, os jogos de vídeo e de computador e 
a arte digital. Aqui, o foco são as sete primeiras artes.
 � Arquitetura: é a arte de projetar e edificar espaços — a partir da har-
monia de proporções, da seleção de materiais e de soluções estruturais 
— em vista da plástica arquitetônica.
 � Escultura: é a técnica de representar figuras ou de organizar formas 
em três dimensões, esculpindo ou combinando elementos.
 � Pintura: é caracterizada pela técnica de aplicar tintas sobre uma superfí-
cie, geralmente plana, representando figuras conhecidas ou imaginárias, 
cuja cor é um elemento básico. Exemplos: quadros, painéis, murais.
 � Música: é a combinação harmoniosa e expressiva de sons e ritmos, cuja 
compreensão se dá na esfera do sensível e do intuitivo, por meio da 
audição. É a arte de se exprimir por meio de sons, cuja forma e conte-
údo variam de acordo com cada cultura e contexto social. Essa prática 
cultural foi desenvolvida em diferentes sociedades desde a Pré-História.
 � Teatro: é o ofício ou arte de atuar, que percorreu a história da humani-
dade, unindo por vezes dança e música. O teatro surge com a evolução 
dos rituais relacionados à caça e à colheita (agricultura). Posteriormente, 
os ritos teatrais remetem a cerimônias dramáticas, com expressões de 
cunho espiritual.
 � Poesia (literatura): utiliza recursos linguísticos e estéticos para a 
expressão dos sentimentos, questões humanas e/ou situações cotidianas. 
Tem como objetivo retratar o real ou o imaginário, de forma lírica, 
veiculando informações ao receptor.
 � Cinema: denominado “sétima arte”, surge com os irmãos Lumière, 
na França, em 1895, a partir do cinematógrafo, inspirado na ideia de 
domínio fotográfico e de síntese do movimento com a proposição sonora. 
Aos poucos, a arte foi retratando grandes eventos sociais. Hoje, cada 
vez mais filmes e documentários transmitem e veiculam imagens e 
mensagem para informar e provocar seus espectadores.
19Introdução ao conceito de arte
Identificação interna do documento MM9KOH9L7C-CFUWUE1
Como você viu, o artista pode se expressar de diversas maneiras, seja 
pela linguagem visual, pela linguagem cênica ou pela linguagem plástica, ou 
ainda pela mistura de várias linguagens. Assim, as diferentes manifestações 
de arte estão profundamente ligadas à cultura de um povo, pois ora retratam 
elementos do meio natural (como nas pinturas pré-históricas), ora retratam 
temas religiosos, situações sociais, etc. As manifestações artísticas revelam 
a visão do homem sobre o espaço, assim como a sua relação com o seu meio 
e o seu tempo. Ou seja, as obras de arte são reflexos da cultura e da história.
Para aprender mais sobre o assunto deste capítulo, você pode assistir a dois programas 
muito interessantes da SescTV:
 � Artes Visuais: Esculturas (2012) — apresenta artistas que têm como expertise a 
criação de esculturas. São eles: Saint Clair Cemin, Erika Verzutti, Emanoel Araújo 
e Rodolpho Parigi.
https://goo.gl/W16sLF
 � Artes Visuais: Performances (2012) — mostra quatro artistas brasileiros falando 
sobrediferentes formas de performance. A arte performática, de fato, surgiu de 
várias fontes: dança, teatro, cinema, poesia, artes plásticas, música e internet. Sua 
força reside na sua natureza indefinível.
https://goo.gl/m3Avja
Introdução ao conceito de arte20
Identificação interna do documento MM9KOH9L7C-CFUWUE1
https://goo.gl/W16sLF
BARBOZA, J. A metafísica do belo de Arthur Schopenhauer. São Paulo: Humanitas, 2001.
FERREIRA, R. M. R. A. Da arte e sua utilidade. Revista Pandora Brasil, n. 34, p. 60-67, set. 2011. 
HERNANDEZ, A. Mascara Dios Murcielago.jpg. Wikimedia Commons, the free media repo-
sitor, 30 ago. 2011. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_Zapoteca#/
media/File:Mascara_Dios_Murcielago.jpg>. Acesso em: 25 set. 2018.
JANSON, H. W.; JANSON, A. E. Iniciação à história da arte. 2. ed. São Paulo: Martins 
Fontes, 1996.
PROENÇA, G. História da arte. São Paulo: Ática, 2005.
PROENÇA, G. História da arte. São Paulo: Ática, 2009.
SCHOPENHAUER, A. Metafísica do belo. São Paulo: UNESP, 2003.
Leituras recomendadas
DEWEY, J. A arte como experiência. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
FONTANA, V. F. Metafísica do belo segundo Schopenhauer. Acta Scientiarum. Human and 
Social Sciences, Maringá, v. 27, n. 1, p. 41-46, 2005.
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
MATTOS, P. B. A arte de educar: cartilha de arte e educação para professores do ensino 
fundamental e médio. São Paulo: Antonio Bellini, 2003.
OLIVEIRA, J.; GARCEZ, L. Explicando a arte: uma iniciação para entender e apreciar as 
artes visuais. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.
21Introdução ao conceito de arte
Identificação interna do documento MM9KOH9L7C-CFUWUE1

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