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Um dos primeiros meios para prevenir complicações é obter exames de imagem adequados e avaliá- los cuidadosamente. As radiografias devem incluir toda a área da cirurgia, incluindo os ápices das raízes dos dentes que serão extraídos e as estruturas anatômicas locais e regionais. Ao invés de realizar uma abordagem fechada, o cirurgião-dentista deverá considerar acessos cirúrgicos para remover os dentes nesses casos. Os dentes a serem removidos devem ter uma via livre para remoção. Assim sendo, ocasionalmente o osso deve ser removido e os dentes devem ser seccionados para que se atinja esse objetivo. Instruções pré-operatórias completas e explicações para o paciente são essenciais para a prevenção ou limitação do impacto da maioria das complicações que ocorrem no período pós-operatório. Se as instruções não forem cuidadosamente explicadas, o paciente terá menos probabilidade de cumpri-las. Finalmente, a fim de que se tenha um mínimo de complicações, o cirurgião-dentista sempre deverá seguir os princípios cirúrgicos básicos: visualização clara e acesso ao campo operatório, que requer luz adequada, afastamento, observação ideais dos tecidos moles (incluindo lábios, bochecha, língua e retalhos de tecidos moles) e adequada aspiração. Terceiros molares inferiores frequentemente têm raízes que estão associadas ao canal alveolar inferior nas radiografias e uma das potenciais sequelas da remoção deste dente é o dano ao nervo alveolar inferior. Uma manobra cirúrgica bastante importante quando estamos frente à proximidade do nervo alveolar inferior é a odontossecção. Muitas vezes, estes dentes não apresentam dilacerações radiculares ou outra questão anatômica que sugira odontossecção; mas, ao dividirmos as raízes dentárias, diminuímos a área de contato com o nervo e assim temos menor chance de parestesia. Caso haja algum dano, a alteração de sensibilidade da região inervada por este nervo geralmente é breve (duração de somente poucos dias), mas pode se estender por semanas ou meses. E, em casos raros, pode ser permanente. No caso de cirurgia na região de terceiro molar inferior, devemos ter atenção ao nervo lingual, que percorre de forma muito próxima a região deste dente. A incisão não deve continuar posteriormente em linha reta, pois a mandíbula desviase lateralmente. Uma incisão que se estende de modo reto, e, posteriormente, cai fora do osso e dentro do espaço sublingual, podendo causar dano ao nervo lingual. Portanto, a incisão no espaço retromolar para o acesso do 3ºMI, deve ser deslocada no sentido vestibular. Seta em azul: indicando o nervo lingual. Linha em verde: incisão envelope indicando continuação correta do retalho (levemente vestibularizada). Linha em vermelho: incisão envelope indicando continuação incorreta do retalho em direção ao espaço do nervo lingual. Fonte: Adaptado de Hupp (2015). As radiografias realizadas antes da remoção dos pré-molares inferiores devem incluir o forame mentoniano. Se for necessário um retalho mucoperiostal para a remoção da raiz de um pré molar, é essencial que o cirurgião-dentista saiba onde se encontra o forame mentoniano com objetivo de se evitar o seu dano durante o descolamento do retalho. Quando extraímos os molares maxilares, devemos atentar para a proximidade das raízes dos molares com o assoalho do seio maxilar. Se apenas uma fina camada de osso existir entre o seio e as raízes dos dentes molares, se o seio maxilar for amplamente pneumatizado e se as raízes do dente a ser extraído forem amplamente divergentes, o potencial de perfuração do seio maxilar durante a extração aumenta. Nesse caso, o planejamento cirúrgico pode ser alterado para uma técnica de cirurgia aberta, com a divisão das raízes do molar maxilar antes da extração. Entretanto, se após a exodontia, realizarmos a Manobra de Valsava e esta der positiva, deveremos realizar o fechamento desta ferida em primeira intenção.
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